Aconteceu certa vez
num planeta do mesmo sistema solar da Terra, ter havido necessidade de reunir
seus habitantes em determinada área com o objetivo de proceder a uma explanação
vinda do Alto, sendo necessário que todos a ouvissem ao mesmo tempo. A tarefa apresentava-se
algo difícil aos mensageiros invisíveis em face das distâncias que separavam as
regiões habitadas desse planeta. Essa dificuldade foi, entretanto, vencida com
a determinação superior de se reunirem apenas os Espíritos dos habitantes, o
que tornaria bem mais fácil de conseguir. Para a reunião dos Espíritos,
contudo, tornava-se necessário transportá-los durante o período do sono, enquanto
os corpos repousavam como era de hábito. O tempo na esfera em referência
oferecia certa facilidade para isso, visto como as noites correspondem lá a
cerca de trinta e seis horas do tempo da Terra. Foram assim tomadas todas as
providências para a realização da reunião. Apenas se tratou de dividi-la em
duas, considerando que, assim como sucede na Terra, enquanto uma face se mantém
às escuras, a outra está sendo banhada pela luz solar. Desta maneira foram
reunidos os Espíritos em duas assembléias distintas, realizadas em pontos
diferentes do planeta, para que pudessem todos receber as instruções vindas do
Alto. Isto foi feito com uma eficiência de aproximadamente noventa por cento
para os adultos, a quem tais instruções eram dirigidas, e a cerca de cinqüenta
por cento das crianças daquele plano de vida. As instruções trazidas do Alto
para os Espíritos consistiam na informação a todos no sentido de que estivessem
preparados para atender a um chamamento que lhes seria dirigido a qualquer
momento, para regressarem ao mundo espiritual correspondente àquela esfera. E para
não serem tomados de surpresa, diziam os mensageiros invisíveis, é que se havia
providenciado a reunião de todos daquela maneira.
Como os assuntos
tratados entre Espíritos se entendem e assimilam muito rapidamente, ao
contrário do que sucede quando isso ocorre entre veículos físicos, tudo foi
prontamente compreendido e aceito pelos habitantes da esfera através do
Espírito de cada um. A necessidade de que estivessem preparados para partir de
um momento para outro, decorria, como agora sucede neste vosso planeta, do
início de grandes transformações a serem operadas em quase toda a superfície
planetária, na execução de plano longamente estudado e amadurecido. Conquanto
imperasse no planeta em referência um profundo sentido de atividades
utilitaristas, dado o grau evolutivo no qual ainda viviam os habitantes do
mesmo, não foi difícil incutir na mente de cada um a idéia de se prepararem
espiritualmente para a viagem de regresso, com pequena percentagem de
discrepância, como sempre acontece. Havia ali, como em toda a parte, uma
categoria de seres espirituais num grau mais retardado que outros, os quais
recusam aceitar, em princípio, grande parte daquilo que não consulte os seus interesses
materiais. Este fenômeno existe, de resto, em todas as populações do Universo,
dada a diferença das idades de cada um, e, conseqüentemente, o seu grau de
compreensão. Não ocorreram, contudo, problemas maiores no caso em apreço,
tendo-se efetuado com todo o êxito as transformações projetadas no Alto para
beneficiar os habitantes do planeta mencionado. Se não ocorreram problemas maiores,
como disse, alguns menores tiveram de ser enfrentados pelos mensageiros
invisíveis, em face da resistência oposta por alguns seres atingidos, ou
melhor, distinguidos pelo chamamento divino, digamos assim, recusando-se a
abandonar família e patrimônio que haviam construído. O número destes
Espíritos, embora reduzido, exigiu esforços inusitados dos seus Guias
espirituais para evitar que se dispersassem no cosmos por largo espaço de tempo,
talvez mesmo alguns séculos. Para este tipo de seres espirituais há necessidade
de os cercar de todas as precauções em seu exclusivo benefício, e estas lhes
são dispensadas com toda a eficiência.
O que sucedeu à
esfera em referência tem muita semelhança com o que deverá suceder à pequena
esfera terrestre, com igual objetivo de se implantar modificações de estrutura,
de maneira a permitir a vivência em seu solo de um volume duas vezes maior de seres
humanos do que os atuais. O motivo é este: estagiam presentemente nos planos
relacionados com a vida terrestre, muitos milhões de almas que
necessitam de reencarnar no solo terreno a fim de desenvolverem aptidões e
qualidades que possuem em estado latente, umas, e de operar na Terra certos
progressos e melhoramentos, outras, estas já possuidoras de grande evolução.
Por tal motivo é que se tornou imprescindível operar inicialmente transformações
na estrutura terrena, visando principalmente à produção de alimentos puros
suficientes para sustentar uma população pelo menos três vezes a atual. Daí,
por conseguinte, este esforço empreendido também pelos mensageiros de Jesus
junto a todos vós leitores, no sentido de que também estejais preparados para
um chamamento divino a qualquer momento.
Vedes pelo exposto,
que enquanto na esfera em princípio citada se tratou de reunir a população em
conjunto para receber as instruções vindas do Alto, o processo junto aos
terrenos está sendo outro, embora um pouco mais lento, porém eficiente, pela circunstância
de procurar falar individualmente ao coração espiritual de cada um. A esta
altura, segundo observações que vêm sendo procedidas no Alto, uma parcela
substancial da população terrena está se preparando espiritualmente para
qualquer eventualidade. E de que maneira? — perguntareis vós. Da única maneira
pela qual isto poderá ser feito, que é a adoção do hábito diário do contato com
o Senhor, no Alto, e pela sensível modificação que vem sendo operada no pensamento
de cada um, em relação ao conjunto da humanidade.
Efetivamente, o
pensamento e o sentimento de constituir cada ser humano uma partícula da
humanidade, vista e apreciada como um só conjunto, um só corpo, como na
realidade o é, isto bastará para que cada homem ou mulher se considerem como um
núcleo desse gigantesco organismo. E para que o organismo possa sentir-se bem, saudável
e feliz, necessário se torna que cada núcleo que o compõe, se mantenha na mais
perfeita harmonia com todos os demais, em benefício do todo.
Esta é a norma de
entendimento e compreensão que está sendo difundida por toda a superfície
terrena, pelos mensageiros do Senhor, através deste meio que é o livro, e
também pela palavra falada nos locais apropriados, e ainda, e de modo bastante
eficiente, pela inspiração junto a quantos na Terra se dedicam ao ensino
religioso dos seus semelhantes. Dois são, pois, os objetivos visados por este esforço
espiritual que vem sendo despendido entre vós, irmãos encarnados. O primeiro
deles é despertar no âmago dos vossos corações a idéia que lá se encontra
adormecida desde a vossa entrada no mundo terreno nesta vossa reencarnação. O
despertar desta idéia equivalerá para muitos de vós ao mesmo que desejar transportar-vos,
por exemplo, de uma a outra montanha que vos apeteça, e poderdes fazê-lo com o
simples emprego do vosso poder de volição. Para aqueles que conseguirem
despertar enquanto na carne, a idéia que em seus corações se encontra latente,
não haverá jamais desejo que não satisfaçam, nem aspiração de grandeza e bondade
que não esteja ao seu alcance. E quando sua vez chegar, de serem distinguidos
com o chamamento divino, partirão da Terra na mais absoluta paz e tranqüilidade
em direção à morada do Senhor, onde uma pequena multidão de almas afins cantará
hosanas pelo seu regresso. Muitas serão, tenho eu certeza disto, as almas que
se estão preparando para deixar a Terra a seu tempo, não mais como almas tristes,
sofredoras, sobrecarregadas de preocupações e deslizes que ficaram para trás,
mas como autênticos Espíritos de Luz, num regresso festivo ao seu plano de vida
e felicidade.
E a propósito, desejo
dizer algumas palavras endereçadas àqueles que perdem parentes e se consomem de
saudade e inconformação. Desejo dizer-lhes que aqueles que partiram do solo
terreno, legando seus despojos à terra que os alimentou, cessaram com isso
todos os seus sofrimentos da vida terrena. A desencarnação dos Espíritos deve, antes,
ser tida como a libertação de um ser prisioneiro durante anos e anos no
ambiente pesado da Terra, para se transferir ao plano de vida espiritual onde
somente a paz e a felicidade se encontram. É bem compreensível, certamente o
fator saudade, e ele existe em todos os planos do Universo. Existe igualmente
no Alto, quando uma alma irmã parte numa nova reencarnação de aprendizado ou de
serviço divino. Existe, porém, o consolo de a podermos ver e abraçar durante o
sono do corpo na Terra, quando houver permissão para tal.
Do mesmo modo, os
parentes e os amigos daqueles que partem do solo terreno ao fim
de mais uma encarnação, também se encontra com eles
freqüentemente durante o sono, embora disso nem sempre se recordem no dia
seguinte. Mas o fato é verdadeiro. É uma graça que a Grandeza Divina concede a
todos os seus filhos para amenizar-lhes a saudade da separação.
Agora o segundo
motivo deste grande esforço espiritual no meio terreno. Com a elevação
gradativa da Terra à categoria de mundo espiritualizado, e por isto habitado
por seres espirituais possuidores de certo grau evolutivo, não podem ter mais
lugar as disputas guerreiras entre seus habitantes, das quais está repleta a
História terrena. Considerando o mundo terreno como um plano de vida física de
muitos milhões de almas que aqui reencarnam com o objetivo de aprimorarem seus
conhecimentos, umas, e de promoverem novos progressos à vida terrena, outras,
não se compreende que a população da Terra se engaje em conflitos sangrentos
sob que pretexto for, eliminando deste plano irmãos que encarnaram com os mais
puros e santos objetivos. Nosso esforço atual visa também, por conseguinte, a
eliminar do coração humano todo sentimento de ambição, mando, domínio, egoísmo
e outros igualmente pejorativos da felicidade e da paz entre os povos da Terra,
para o que se aprestam a reencarnar verdadeiros Espíritos missionários que
muito hão de contribuir para este elevado objetivo.
A Terra será berço de
Entidades que, tendo embora completado com brilho todos os cursos de
aprendizado cumpridos no solo terreno, e posteriormente aqui voltado na
qualidade de enviados da Providência Divina, foram enviados a planetas de
grande adiantamento evolutivo, onde lograram assimilar normas de progresso que
agora se preparam para implantar na vida terrena. Estes luminosos Espíritos se
incumbirão de divulgar perante os viventes, processos e melhoramentos que muito
contribuirão para transformar as atuais condições da vida terrena num autêntico
paraíso terrestre, de há muito falado e desejado. É necessário, porém, que os habitantes
terrenos, já a partir de agora se esforcem no sentido de diluir o negrume das
ondas mentais que se encontram acumuladas pelas gerações passadas e alimentadas
em boa parte pela geração atual. Esta espécie de ondas enegrecidas, porque
constituídas de pensamentos impregnados da inferioridade mental de quantos cérebros
os produziram, é que provoca os freqüentes desentendimentos e conflitos humanos
ao se derramar em determinados cérebros emitentes de pensamentos semelhantes.
Mas esta fonte de
maldades está a caminho de se extinguir, por efeito da transformação mesma do
nível dos pensamentos humanos a partir de agora. O esforço despendido por toda
a parte pelos emissários do Senhor, no sentido de que todos os encarnados contribuam
com a sua parcela para o desanuviamento do ambiente espiritual do mundo
terreno, já começou a produzir seus efeitos. As nuvens mentais antes fortemente
enegrecidas, existentes em torno da Terra, começam a receber vibrações
luminosas emitidas por milhares de criaturas que despertaram do sono material
em que viviam, para se prepararem para a vida espiritual, orando diariamente em
horas certas, com este duplo e grandioso resultado: elevam-se a si mesmas na
escala espiritual, e contribuem para desanuviar o planeta dos pensamentos
grosseiros acumulados, destruindo com isto o habitat daqueles terríveis
miasmas de que falei em capítulo anterior. Isto representa uma grande
contribuição de cada um para a felicidade e bem-estar de todos.
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