O mundo terreno que é também um organismo
vivo, e por isso sujeito a uma evolução semelhante à de todos os demais
planetas do Universo, apresta-se para receber em seu solo os operários especializados,
destinados a procederem à transformação há milênios projetada pelas Forças
Superiores do Universo, às quais incumbe planejar e executar quanto se
relacione com a vida dos próprios planetas. Todos os mundos que conheceis,
superficialmente, é claro, que se encontram em fase mais adiantada do que a
Terra, também passaram e continuam a passar por transformações periódicas, para
abrigarem e alimentarem populações espirituais designadas para neles viverem e
progredirem na escala espiritual.
Sabendo-se que o progresso não encontra
limites em todo o Universo infinito, os Espíritos por sua vez necessitam de
mundos cada vez mais adiantados, nos quais possam avançar e avançar sempre, em
experiências sempre mais aprimoradas também. Chegou então para a Terra o
momento de sua transformação de mundo de sofrimento, lutas e provações em mundo
espiritualizado, para receber em seu solo populações espirituais bem mais
adiantadas do que a atual. Isto não significa de modo algum que os homens e as
mulheres viventes atualmente na Terra, não possam voltar aqui a reencarnarem. O
desejo do Senhor Jesus é exatamente que todos os atuais viventes voltem a
Terra, mas é necessário que haja um desejo também da parte de cada um para que
isso seja possível. A propósito citarei uma imagem que esclarecerá melhor o meu
pensamento.
Imaginai-vos freqüentando o último ano de um
curso no qual despendestes todos vós, anos e anos, para não dizer séculos e
séculos de aprendizado. Chegando agora ao fim do curso que eu não desejo
classificar de primário ou secundário, torna-se necessária uma preparação
especial para aqueles que aspirarem a prosseguir em mais adiantado curso. O que
tendes a fazer então? Apenas seguir a regra geral, que é rever quanto conseguistes
assimilar das lições e experiências passadas, e nelas apoiados fazerdes um
pequeno esforço para conseguirdes ingressar no curso imediatamente superior.
Este é precisamente o caso de todo vós que ocasionalmente vos encontrais na
Terra.
O esforço que
necessitais de fazer é bem simples e largamente compensador do tempo que lhe
dedicardes. Não se trata de nenhum exercício físico nem mental, porque em se
tratando apenas de fé, é somente vontade e determinação. Somente Espíritos
possuidores da grandiosa chama da fé poderão viver, efetivamente, num mundo
espiritualizado como a Terra passará a ser, e para consegui-la não é necessário
nenhuma base patrimonial ou fortuna, mas apenas grandeza de coração. E sabeis
acaso onde está a grandeza de coração capaz de produzir a chama da fé? Única e
exclusivamente na prática de boas obras, seja oferecendo trabalho remunerado
aos que precisam trabalhar para viver com os seus, onde a remuneração tenha em
vista possibilitar que vivam com tranqüilidade aqueles que se engajarem como
trabalhadores, seja levando auxílio aos que, minados pela enfermidade ou por
outras causas; não possam trabalhar para obter o sustento seu e dos que lhe
forem dependentes.
Há uma verdade autêntica no afirmar que
jamais alguém empobreceu pelo fato de ajudar os necessitados, que com pouco se
consolam. Se percorrerdes os olhos pela história dos fracassos humanos, ireis
encontrar as causas da grande maioria deles na dissipação, no jogo ou nas especulações,
e jamais na doação feita a instituições ou indivíduos necessitados.
Para saber dar, saber ajudar realmente,
torna-se necessário possuir a fé no coração, o que vale dizer, ter-se à
consciência de não estar desperdiçando o que se possua, porém fazendo
investimentos à caridade e à fé, dos quais resultará, invariavelmente, uma
colheita mais que abundante porque excepcional de bens para o Espírito, tão
ricos e tão belos que os recursos materiais jamais conseguirão comprar.
Se um dia vos surgir oportunidade de
entrevistardes qualquer Espírito Superior no plano a que haveis de ascender
quando o tempo chegar, e lhe perguntardes quando terá começado realmente a sua
felicidade na Terra, dele ouvireis certamente em resposta que, não apenas a sua
como a verdadeira felicidade de todos os Espíritos Superiores, começou quando
começaram a sentir-se apenas uma partícula infinitesimal de todos os seres
humanos, e passaram a viver muito mais para o próximo do que para si próprios.
Quando esta compreensão puder penetrar no coração de todos os homens e mulheres
em sua transitória passagem pela Terra, a partir desse dia não só a fé passará
a iluminar-lhes os passos terrenos, como passarão a sentir em seu coração uma
felicidade que não permutarão jamais por todas as riquezas do mundo.
O que tem contribuído decisivamente para o
atraso espiritual da humanidade encarnada, e bem assim para uma grande parcela
de seres que no Espaço se mantém aferrada aos mesmos hábitos que viveram na
Terra, é sem dúvida a circunstância de procurar cada ser humano encontrar a
felicidade fora de si, na abundância de bens terrenos que tanto se esforça em
acumular, à custa, sabe Deus de que processos e canseiras, quando deveria
procurá-la dentro de si, na paz de Espírito decorrente da prática de boas
obras, da irradiação de pensamentos bons, puros, fraternos para com os seus
semelhantes, do que resultará sempre, em contrapartida, a recepção desses
pensamentos de regresso, repletos de paz e luz para si próprios.
A transformação que aí vem não deixará de pé nada
do que está errado neste começo de ciclo de civilização do terceiro milênio da
era cristã. Um convite eu faço, pois, a quantos se interessam por uma vida de
amor e paz ao deixarem a Terra em sua presente encarnação, e é que meditem
profundamente no que aqui lhes deixo, já dito em outras palavras por outros
iluminados Instrutores, a fim de que possam ser conduzidos no Alto ao plano
compatível com o esforço que houverem feito para merecê-lo.
A insistência com que nós todos, mensageiros
e servidores de Jesus Nosso Mestre e Senhor, nos referimos à necessidade de que
todos se preparem para deixar a Terra num ambiente de luz e paz espiritual,
decorre do muito amor que devotamos, do Alto, a quantos ainda percorrem os
caminhos terrenos, muitos dos quais, talvez a grande maioria, o faz com total
despreocupação por sua própria felicidade. Este amigo que ora vos fala, aqui se
encontra a convite do Senhor Jesus para contribuir também com sua palavra,
partida do fundo da alma, para despertar nos leitores destas páginas a
realidade verdadeira de sua vinda a Terra nesta — talvez a última — encarnação.
A evolução do mundo terreno aproxima-se,
irmãos a quem muito quero e estimo, e sua marcha não pode ser detida nem
adiada. Bem avisados serão, pois, os que não esperarem pela deflagração dos
acontecimentos para tomarem a sua decisão. Tomem-na desde já os que o não
fizeram antes. Ponham seu joelho em terra, elevem seu pensamento a Jesus, Nosso
Grande Salvador, e abram-lhe seus corações.
Façam isto, mas façam-no já, agora, amanhã e
em todos os dias que vierem, por ser esta a única, a exclusiva maneira de se
encontrarem seguros, sãos e salvos, quando os tempos chegarem...
É este um conselho de amigo, de irmão, de pai
e protetor que estará eternamente ao lado de quantos o chamarem em seus
momentos de sofrimento, lutas ou dificuldades, já que nas alegrias jamais vos
lembrareis de nós. Aqui se despede e vos abençoa em nome de Jesus de Nazareth,
o vosso sempre amigo e protetor
JOSÉ DE ARIMATÉIA
Not.
biogr. — José de Arimatéia foi o maior amigo que Jesus encontrou em sua
última vida terrena. Homem rico e nobre, muito conceituado pelo seu caráter
probo, residia em Jerusalém, em cuja casa os pais de Jesus costumavam
hospedar-se quando de suas idas àquela Cidade. Ali recebeu certa vez a José,
Maria, o filho mais velho de José e de sua primeira mulher, e o pequeno Jesus,
quando este contava apenas 11 anos de idade. Arimatéia dedicou desde logo
grande afeição ao pequeno Jesus, cujos dotes intelectuais o impressionaram,
oferecendo-se para patrocinar seus estudos naquela grande Cidade, onde o jovem
se desenvolveu no círculo das ciências exatas, sobretudo na filosofia, história
e astronomia, a última das quais verdadeiramente o empolgava. Arimatéia foi o
elemento de maior destaque na vida terrena de Jesus, quer aconselhando-o,
instruindo-o no conhecimento da religião hebraica, quer como patrocinador nos
estudos da Kabala, que Jesus de Nazareth ansiava por conhecer, apesar
de sua pouca idade, tendo sido admitido como noviço numa reunião de homens
quase todos chegados à idade madura. Era ainda Arimatéia quem acompanhava Jesus
ao Templo, anos mais tarde, preocupado em proteger o jovem pregador contra
qualquer possível desacato. José de Arimatéia foi bem o amigo e o conselheiro
maior que Jesus encontrou no mundo, esforçando-se o quanto pode nos últimos
dias de vida do Senhor em afastá-lo da Cidade Santa, temeroso da mudança de ânimo
da população em relação ao Messias, trabalhada pelos sacerdotes contrários às
suas idéias.