Os homens e as
mulheres presentes na Terra devem prestar sua boa atenção aos fatos que
surgirem no mundo, os quais terão várias oportunidades de recordar com
sentimento de saudade ao se encontrarem novamente fixados no seu plano
espiritual. Os fatos aos quais aqui me refiro não são certamente os que cabe a
cada um registrar ao longo de sua jornada terrena, desde os anos alegres
vividos na infância até aos de sua madureza e velhice. Desejo referir-me
especialmente a fatos de outra natureza que devem ocupar a atenção de todos os
viventes da Terra, que são aqueles destinados a imprimir modificações sensíveis
em vários pontos deste pequeno planeta.
Esta maneira de eu
me manifestar na abertura dos diversos capítulos deste livro, obedece a
instruções recebidas do Nosso Divino Mestre Jesus, ao conferir-me a missão que
vim desempenhar junto aos meus estimados leitores, por meio da palavra escrita.
Recomendou-me o Senhor como assunto fundamental deste pequeno volume, o
chamamento da atenção dos leitores para a importância dos acontecimentos em
vias de execução no momento em que redijo estas linhas, nos princípios de 1967,
mas talvez já superados para aqueles que vierem a tomar conhecimento de minhas
palavras daqui a alguns ou muitos anos. Para estes últimos, este livro será a constatação
das grandes preocupações do Senhor em relação a todos os seus guiados da Terra,
aos quais está preparada uma acolhida no Alto com o maior carinho, a fim de que
nenhuma alma regressada do solo terreno em virtude dos fatos apontados, venha a
sentir-se desditosa, mas alegre, feliz, em seu regresso ao mundo espiritual.
Esta é a grande
preocupação do Senhor Jesus, e para preparar o Espírito de todos os viventes na
Terra na hora presente, foi que o Divino Mestre nos enviou ao vosso meio para
dizer-vos precisamente o que deste livro consta, assim como de outros mais,
recebidos por este meu querido intermediário.
Deseja o Senhor
Jesus que todos vós, estimados leitores, firmeis em vosso coração a grande
verdade de que estais na Terra para progredirdes um pouco mais,
espiritualmente, para corrigirdes possíveis deslizes morais de outras eras,
aprofundar sentimentos de fraternidade em
torno do vosso círculo de relações, ajudando àqueles que puderdes ajudar de
coração puro, elevado, pelo prazer de serdes úteis ao vosso próximo. Pautando
os vossos atos no dia a dia pelo princípio aqui apenas delineado, e orando
diariamente ao Senhor com aquele desejo sincero de serdes por Ele ouvidos,
estareis vivendo em verdade a vida que vos elevará notavelmente na escala
espiritual, que é tudo quanto viestes buscar na Terra.
Isto posto, firmado
uma vez mais o objetivo fundamental deste livro, eu vou falar-vos sucintamente
de algo que, estou certo, muito deveis apreciar. Pretendo deixar com todos vós
uma idéia muito aproximada do que seja o Céu, esse ambicionado estágio
espiritual, ou divina morada,
como é também anunciado pelas diversas religiões que conheceis. Ao dizer-vos
que deixarei convosco uma idéia aproximada, eu desejo frisar que a idéia exata,
palpável, do Céu, vós a tereis cada um a seu tempo quando vos sentirdes, não
direi apenas hóspedes, mas habitantes afortunados desse plano de amor, felicidade
e bem-aventurança enfim.
Para iniciar a
descrição que pretendo deixar-vos do Céu, eu vos direi que ele não existe como
o pinta a imaginação terrena, como um dos meios de procurar conduzir as almas
encarnadas à prática de boas ações para que se purifiquem na sua vivência
terrena. O argumento usado pelos pregadores religiosos é assaz louvável porque penetra
fundo nas almas sensíveis, conduzindo-as da melhor maneira que puderem a evitar
a prática de atos condenáveis para com os seus companheiros de jornada. E
prometendo às almas encarnadas o Reino do Céu se tudo fizerem para
merecer ingressar nesse plano de intensa luminosidade e amor, os pregadores
religiosos muito têm conseguido de útil
através dos milênios decorridos. O que, entretanto, nenhum desses devotados
irmãos nossos ainda pôde explicar aos seus ouvintes, é a natureza e condições
desse plano privilegiado de vida espiritual, onde vive e reside o Senhor Jesus
e todos quantos já mereceram nele viver. Para que possais fazer desde agora,
então, a vossa idéia aproximada desse luminoso plano que aqui se designa Céu,
imaginai um grande país de uma extensão infindável ao qual fôsseis conduzidos,
e convidados a percorrê-lo na qualidade de turistas desejosos de ver e
registrar o que de belo e grandioso ali exista.
Acompanhai-me, pois,
em espírito, estimados leitores, e eu vos conduzirei na qualidade de cicerone.
Vamos descer então da nossa condução que é um aerobus, no aeroporto do Céu. Já
verificastes que o nosso veículo é absolutamente silencioso, ao contrário dos
jatos que conheceis? Isto se deve ao tipo de combustível usado pelos aerobus que
cruzam abundantemente os espaços celestes, o qual dentro de um ou dois séculos
estará sendo usado também no vosso pequeno planeta.
Desembarcamos assim
no aeroporto imenso, onde podereis divisar milhares de transportes iguais ao
nosso, vindos de várias procedências, inclusive de outros planetas conduzindo
turistas para o Céu. São almas procedentes do vosso mesmo plano, umas, e de outros
planos de vida, outras, que se dirigem ao nosso Céu. Como vos encontrais ainda
ligados ao vosso corpo na Terra, necessitais de tomar outra condução
para poderdes vencer as distâncias que ireis percorrer em minha companhia.
Entremos, pois, neste belo veículo que nos espera ali em frente à saída do
aeroporto. Já verificastes que ele não possui rodas nem asas para se locomover,
e isto vos causou justificada curiosidade. No plano em que ora nos encontramos,
os veículos não necessitam desses elementos para se moverem. Toda a sua força
de locomoção é acionada pelo poder volitivo dos passageiros. Esse poder,
convenientemente desenvolvido pelos habitantes deste plano, possibilita-lhes
atingir as mais longas distâncias que desejarem atingir. O poder volitivo de
várias almas reunidas, torna-se superior ao das vossas máquinas de voar, com a vantagem
de seus veículos não caírem nunca, estando assim livres de desastres. Eu vou
descrevendo estes detalhes para que fiqueis conhecendo o melhor possível as
coisas que algum dia encontrareis no plano que ora visitais em minha companhia.
Levantemos agora o
nosso vôo neste belo transporte sem piloto nem auxiliares visíveis, por
inteiramente desnecessários. Se de alguma cousa precisarmos em nossa excursão
turística, bastar-nos-á pensarmos nela e
alguém virá ao nosso encontro para no-la trazer. Sigamos então o nosso
itinerário. Vamos visitar primeiro os lugares distantes para apreciarmos
inicialmente a incomparável beleza de sua paisagem. Vedes, amigos meus, aquela
brilhante cordilheira lá ao longe, tão longe que quase se confunde no
horizonte, vedes? Dirigimo-nos então para lá, onde estaremos num espaço máximo
de cinco a dez
segundos. Sim, meus queridos. O nosso poder volitivo permite-nos essa
velocidade. Pelas distâncias da Terra admitamos que aquele ponto se encontra a
uns trezentos quilômetros de distância. Para nós no Alto isto quase nada
representa, porque podemos chegar em qualquer lugar tão rápidos quanto o nosso
pensamento. E ao dizer-vos isto, eis-nos chegados à cordilheira brilhante. Desçamos
pois; vinde comigo. Apreciai este solo resplandecente sobre o qual vos encontrais.
Ao longe vos parecia que o brilho desta cordilheira seria talvez o reflexo dos
raios solares por se encontrar a mesma situada na linha do horizonte. Agora
verificais que assim não é, porque esta resplandecência que apreciais constitui
propriedade da cordilheira.
Esta rocha assim
constituída deste amarelo vivo, vós a tendes em pequenas partículas na Terra,
onde é apreciada com o nome de topázio. Aqui é toda uma montanha que se oferece
à contemplação dos habitantes do plano. Ninguém concebe aqui a idéia de
recortar pequena partícula desta rocha para a colocar no dedo, por absolutamente
desnecessária. Sendo noite também aqui neste momento, verificai como o próprio
brilho da rocha ilumina tão perfeitamente o ambiente, impregnando-o dos tons
amarelo-dourados característicos. Existem outras gemas ao longo da gigantesca montanha
que ora defrontamos. Gostaria que a percorrêsseis mas temos de considerar que
necessitais de voltar ao vosso corpo que ficou adormecido na Terra.
Observemos de
regresso aquele vale à nossa frente, onde pousaremos alguns minutos, o bastante
para que aprecieis superficialmente embora, o que ali se passa. Pronto.
Chegamos. Olhai o fundo do vale. Estais vendo aquela população enorme de
pequenos animais que ali se movimenta? Há ali milhares de pequenos animais vivendo
e se multiplicando, tal como na Terra e em outros mundos. Já adivinhei a
pergunta que a um de vós ocorreu fazer-me e está formulada na sua mente. Sim,
respondo eu. Estes pequenos animais constituem um núcleo da sua espécie. Cada
vez que um destes animais se despede da Terra, seja de que maneira for, apenas
o seu corpo físico lá permanece, seja para a vossa alimentação, como é o caso
destes mimosos coelhinhos, seja por terem sido caçados e consumidos em seu habitat. Seu duplo
espiritual é atraído pelo núcleo a que pertence, e ei-los aqui reunidos através
dos milênios.
Respondo também a
essa outra pergunta, estimado amigo: há, sim, outros locais
destinados a outras espécies de animais, inclusive daqueles que denominais
ferozes; aqui, entretanto, eles são mansos porque ninguém os
incomoda e eles não sentem a necessidade de lutar pelo alimento. Existem
numerosíssimas áreas como esta, cada qual destinada à sua espécie animal,
recebendo e enviando da e para a Terra, o duplo espiritual que dará nascimento
a novos indivíduos no plano físico. Concluindo a minha informação rápida quanto
a este setor, eu vos declaro que existe neste plano um tal espírito de paz e entendimento
entre o duplo espiritual da espécie animal, que todos se estimam e se respeitam
em seus encontros por aí além.
Mas vamos voar
daqui. Desejo que contempleis rapidamente também, uma das belas maravilhas
deste plano. Partamos pois. Alguns segundos e ireis apreciar a mais bela
cascata de que há memória em quantos a contemplaram. Ei-la aí à vossa frente.
Estacionemos. Reparai no enorme volume líquido que se desprende do alto da
montanha e tentai identificar-lhe a cor preponderante. Branca? Cinza? Prateada?
Azulada? Esverdeada ou amarelada? Difícil, sim, meus queridos, identificar a
cor do líquido desta bela cachoeira. Suas cores são, porém, as do arco-íris, em
cambiante permanente, de maneira que jamais poderá ser identificada a sua cor
preponderante. Aproximai-vos um pouco mais. Estendei a mão e procurai tocar o
líquido. Assim. Qual a vossa impressão? Tentai novamente. E agora? Não
sentistes o líquido? Extraordinário, não? Evidentemente ninguém o conseguiu até
agora por ser o mesmo intocável. Já algum de vós conseguiu na Terra tocar o
nevoeiro ou a nuvem? O fenômeno é o mesmo. Todo esse imenso volume líquido que
contemplais, é apenas fluídico, e por isto intocável. Guardai bem isto na vossa
memória e relatai-o na Terra aos vossos amigos.
Voemos novamente em
direção, agora, a uma nova etapa da vossa excursão. Chegamos. Desembarquemos. O
que sentis aqui? Perfume? Sim, meus amigos, encontramo-nos agora em visita a um
extenso parque de essências florestais. Apreciai a irradiação desta bela árvore
através dos seus ramos e folhas. É sândalo sim. Já a conheceis da Terra. Existe
aqui em abundância, sendo muito procurada pelas almas necessitadas de repouso.
O sândalo é essencialmente uma planta repousante. Mas vamos um pouco mais. Aspirai este
perfume. Podeis aspirá-lo mesmo junto ao tronco. Retiremos dois centímetros de
sua casca com a devida permissão da árvore. Aspirai
aqui. Não conheceis o perfume? Chama-se amor este perfume, amigos
meus. Amor, sim, muito diferente do que conheceis na Terra com este nome. Este
é bem o amor embriagante ao qual se referem os poetas, porque em verdade
ninguém suporta aspirá-lo demoradamente. Chega, amigo! Você aspirou mais do que
pode suportar, e daí essa tontura. Isto o restabelecerá prontamente. Aspire o
aroma desta florzinha que aqui está. Ele é desembriagante. A Providência Divina
é tão boa, tão sábia e perfeita, que faz nascerem estas pequenas margaridas ao
lado da árvore do amor, exatamente para este fim: restabelecer as almas que
houverem aspirado o perfume do amor além das suas possibilidades.
Apreciai em
Espírito, estimados leitores, tudo isto que vedes no Céu, e que nada é do muito
que ainda tendes para ver. Hoje, porém, já se aproxima o dia na Terra e
necessitais de acordar vosso corpo adormecido. Vamos partir, pois, de regresso
ao aeroporto a fim de tomardes a condução que vos levará ao vosso mundo. Eu
seguirei convosco e amanhã regressaremos para prosseguirdes em vossa excursão.
Partamos então.
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