Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

CAPÍTULO LXVI – Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. É preciso reconhecermos nas peças expostas o grande esforço mental dos autores. — Uma escultura grandiosa da figura da Terra com todos os acidentes geográficos. — A palavra dos autores. Uma idéia do mundo de amanhã.




Continuemos a nossa agradável visita a esta esplêndida Exposição Anual de Belas-Artes, onde tantos e tão belos trabalhos se encontram expostos à vista e análise das almas visitantes. É altamente confortador para as almas apreciadoras do refinamento artístico, verificarem a presença desta multidão enorme de almas que se movimentam em todos os setores da Exposição, interessadas, como nós, em apreciar os magníficos trabalhos expostos. Numa Exposição de Belas-Artes como esta que estamos visitando, minhas almas queridas, é mister que nos transportemos mentalmente até aos próprios artistas, com o objetivo de testemunharmos a preocupação de cada um deles em poderem captar uma idéia grandiosa, uma idéia feliz para a elaboração dos seus trabalhos. É preciso reconhecermos em cada uma das peças expostas à apreciação do público visitante, o grande esforço mental despendido por seus autores até que lograssem fixar-se na idéia final, e se decidissem a dar início à elaboração do trabalho. É necessário alguém transportar-se à situação do artista e tentar fazer-se mesmo artista, preocupado em dar forma às suas belas idéias, para que melhor se possa analisar a obra finalmente exposta com todos estes detalhes no conjunto do seu acabamento. Há mesmo necessidade de os visitantes deste tipo de exposições meditarem um pouco sobre cada um destes detalhes, para que melhor possam penetrar a concepção do artista ao se decidir por esta ou aquela expressão da sua idéia. Sem esse esforço de meditação, o visitante apenas poderá apreciar a forma externa da obra exposta, sem penetrar, contudo, no sentimento do artista. Eu procedo sempre de outra maneira. Agrada-me deter-me por longos momentos na contemplação das obras que visito, com o desejo muito meu de viver com o artista os seus momentos de imaginação, concepção e realização do trabalho finalmente exposto, algumas vezes o segundo ou terceiro iniciados. Desta maneira a minha própria alma se afina com a alma do artista, e eu consigo melhor compreender todo o esforço e valor de cada um dos autores dos trabalhos que visito e analiso. Quero dizer em outras palavras, que procuro descobrir e apreciar, não só a bela expressão da obra esculturada, mas também a alma da própria obra. Por este meu processo de admirar as obras que visito nesta, como em outras exposições, eu consigo integrar nelas a minha própria alma ao lado daquela que elas possuem. O assunto é um pouco difícil de explicar mas é fácil de entender, como todas vós já o entendestes, minhas almas queridas. Prossigamos então em nossa visita a outros trabalhos.

— Bela alma que acabas de chegar, aonde nos levarás hoje?

— Para hoje, Alma Excelsa, temos um trabalho a visitar, que eu considero dos mais importantes deste setor. Ele está aqui adiante. Ei-lo, Alma Excelsa. Este conjunto escultural foi dos últimos a chegar, tal a grandiosidade da sua confecção.

— Belo conjunto, bela alma! E qual é a sua interpretação?

— A idéia irradiada, segundo a imaginação dos autores, porque são vários, é a do mundo terreno. Apenas, em vez de construírem uma figura esférica com a semelhança da Terra, seus autores preferiram executar a idéia no plano, tal como se se tratasse de um mapa-múndi. Aqui se encontram, então, num relevo bastante expressivo, todos os detalhes do mundo terreno, suas enormes montanhas, planos, rios e mares, numa perfeita reprodução dos seus numerosos acidentes geográficos. O trabalho pode ser considerado dos mais perfeitos desta Exposição. Vejamos aqui estes detalhes. Os autores da escultura tiveram a preocupação de estudar nos mapas elaborados pelas Forças Superiores, as modificações em princípio de execução na Terra, e aqui as assinalaram em sua quase totalidade.

— Magnífico este grandioso trabalho, bela alma! Eu admiro nele, não apenas a sua grandiosidade, como também a perfeição com que tão bela idéia foi executada.

— Aqui estão-se aproximando, Alma Excelsa, duas das Entidades que executaram este grandioso conjunto. Deseja ouvi-las?

— Sim, bela alma, com grande alegria o farei.

— Artistas eméritas, que concebestes e realizastes este belo conjunto, quereis dizer-nos algo sobre o vosso trabalho?

— Com grande alegria o faremos, Mãe Santíssima, que tanto nos honrais com a vossa visita! A idéia que concebemos para concorrer a esta Exposição foi a de produzir uma obra que além de bela pela sua grandiosidade, pudesse contribuir para o maior esclarecimento das almas deste plano, acerca das transformações a serem realizadas na superfície terrena. Para isto conseguirmos, tornava-se necessário conhecermos em detalhes os planos elaborados pelas Forças Superiores, para execução na Terra. Procuramos então conhecer esses planos, o que nos foi relativamente fácil em face da excelsa bondade das Forças Superiores. Fomos convidadas a visitar aqueles planos no Palácio da Engenharia Celeste, e lá nos demoramos cerca de doze meses no estudo e anotação de todos os detalhes mais importantes. Como vedes, Mãe Santíssima, o nosso trabalho teve de ser bastante demorado para nele incluirmos aqueles detalhes. Aqui, por exemplo, estamos vendo o continente asiático, onde o regime montanhoso se apresenta como dos mais importantes da superfície terrena. Pois bem; destas montanhas que aqui vemos, várias delas se desmoronarão, segundo foi projetado pelas Forças Superiores. Desmoronadas estas montanhas, surgirão em seu lugar grandes planícies cultiváveis, destinadas à produção de alimentos para as novas e as populações atuais. Como sabemos, a falta de alimentos já é grande em toda a Ásia, onde suas populações estão ameaçadas pela fome, Uma vez concluídos os trabalhos transformatórios do solo, porém, conforme está aqui assinalado, surgirá a abundância de alimentos em todo este continente, inclusive para suprir as regiões vizinhas.

— Excelente a vossa idéia, grandes almas! A contemplação deste vosso trabalho já nos fornece uma idéia quase completa da superfície terrena transformada.

— Foi exatamente isto o que nos levou à execução deste trabalho. Como é fácil de ver, toda a região asiática está destinada a sofrer grandes transformações, em benefício do seu próprio bem. Verificando as Forças Superiores a existência de montanhas em excesso, e a carência de superfícies cultiváveis, os planos elaborados, os quais aqui se demonstram, são no sentido de transformar certas montanhas em áreas cultiváveis. Eis a sua demonstração, segundo a coloração dada a cada um desses detalhes. Estas elevações em cores amareladas representam as montanhas terrenas a serem demolidas pelos acontecimentos em curso, transformando-se em planícies cultiváveis. Para identificar essas áreas, nós demos-lhes esta coloração, podendo assim apreciar-se o mesmo fato em toda a superfície terrena.

— Pelo que aqui podemos observar, esta região asiática parece ser a mais atingida pelos acontecimentos em curso.

— Sim, Mãe Santíssima. Isso será um fato, segundo os planos das Forças Superiores. Examinemos agora o que se refere propriamente à região européia, que aqui está representada. Para evidenciar um fenômeno diferente do que se verificará no continente asiático, nós demos a certas áreas da Europa esta coloração azulada, para significar as localidades passíveis de invasão pelas águas do oceano, com risco de ficarem submersas. Vejamos isto em detalhe. Aqui temos uma grande parte da Itália, da Espanha, da França, e mais acentuadamente da Inglaterra, as quais poderão ficar submersas em grande parte. Nós demos a estas áreas a coloração azulada para melhor as distinguir daquelas áreas asiáticas. Prosseguindo veremos aqui numerosas outras áreas cobertas pela mesma coloração azulada. Elas aparecem também nas duas Américas em maior ou menor extensão, segundo os planos elaborados pelas Forças Superiores. Vemos aqui os dois pólos da Terra, o do Norte e o do Sul, ambos cobertos por outra coloração diferente, esta da cor de tijolo, para designar o aparecimento à superfície de dois novos continentes, após o degelo já em franca atividade. Estas duas regiões, bastante extensas, uma vez livres da espessa camada de gelo que as recobre, há vários milênios, tornar-se-ão áreas perfeitamente habitáveis e bastante férteis para acomodar muitos milhões de almas.

— Eu estou deveras encantada com o vosso trabalho, grandes almas. E ocorre-me aqui uma pergunta, a propósito do próximo degelo dos pólos, fato tão bem apresentado neste vosso grandioso trabalho. Esta pergunta é quanto à futura temperatura da Terra, livre da radiação gelada procedente dos dois pólos.

— Está prevista nos planos das Forças Superiores a modificação para melhor da atual temperatura da Terra, após a conclusão das modificações em curso. A temperatura acentuadamente fria da atualidade modificar-se-á segundo a posição do planeta em relação ao Sol, porém jamais haverá na Terra a época da neve e do gelo, pelo desaparecimento desses grandes depósitos gelados nos dois pólos da Terra. Os felizes habitantes da esfera terrena passarão a gozar então, de duas principais fases ou estações anuais: a Primavera, que se prolongará por um período de seis meses, e o Verão, que completará o período anual.

— Estou satisfeita com a resposta, grande alma. É exatamente o que me havia sido dito por elementos das Forças Superiores a esse respeito. Devo dizer-te, com toda a minha admiração, que este grandioso trabalho é digno de ficar exposto ainda por muito tempo, para que possa ser visto e estudado pelas almas do plano, desejosas de voltar ou não ao plano terreno. E aqui vai a minha sugestão: este vosso esplêndido trabalho melhor ficaria se exposto no próprio Palácio da Engenharia Celeste, para ser visto e examinado em todos os seus belos detalhes. É-me impossível poder examinar esta obra grandiosa numa única visita, tão interessante e objetiva ela se apresenta. Eu pretendo voltar aqui amanhã e nos dias seguintes, para ver e apreciar outros detalhes, todos tão bem elaborados por vossa comprovada capacidade. Eu vos felicito desde já pelo vosso grandioso e belo trabalho, grandes almas. Vejo, porém, algo mais que ainda desejo examinar detidamente nesta visita. Vejamos o que se prenuncia nesta obra em relação à América do Sul. Ela aqui está assinalada em parte pela coloração azulada, o que quer dizer que deverão ocorrer submersões também nesta região.

— Sim, Mãe Santíssima; mas apenas ao longo do litoral e só uns dois ou três lugares. Aqui, por exemplo, no extremo do continente, poderão submergir algumas áreas habitadas, mas só em parte, em consequência do crescimento do nível do mar. De um modo geral esse nível deve crescer em todo o planeta, em face do volume líquido resultante do degelo dos pólos. Bom seria, por conseguinte, que as populações residentes nas cidades marítimas fossem delas se afastando para o interior, estabelecendo-se nos lugares mais elevados. O fenômeno do crescimento do nível dos mares é de todo inevitável, como é fácil de deduzir após o degelo de centenas de milhares de toneladas de gelo acumulado nos dois pólos terrestres. Sem pretender referir números exatos, eu direi que o nível dos mares terrenos poderá crescer em doze a vinte graus sobre os números atuais. Desta maneira, partindo os habitantes das cidades marítimas deste pressuposto, já poderão formar uma idéia da região em que poderão encontrar-se a salvo da submersão pelas águas dos mares.

— É uma boa advertência, grande alma, essa que acabas de fazer. Vamos procurar difundi-la na superfície terrena e por toda a parte, como um bom aviso, não apenas aos habitantes, como também aos responsáreis pela administração das cidades marítimas da Terra, para que voltem os seus olhares para determinados locais onde possam edificar outras cidades a salvo da invasão pelas águas do mar.

Eu recomendaria, inclusive, aos industriais, a iniciativa do desdobramento de suas indústrias atuais, procurando localizar alguns setores de suas fábricas no interior, a pelo menos vinte graus acima do nível do mar, a fim de se prevenirem contra qualquer eventualidade. Se tal fenômeno — a inundação da cidade — se verificar, as indústrias e a mão-de-obra encontrar-se-ão a salvo, o que é muito importante decidir desde já. E se tal não acontecer, ou acontecer em grau mínimo, nada evidentemente se perderá. Devo confessar aqui de todo o coração, que muito temo pelo que possa suceder a esta bela cidade³ na qual estou ditando este livro desde o mês de maio do ano findo. E muito feliz me sentirei em saber que sua boa população nada terá sofrido com o desenrolar dos acontecimentos em curso na Terra. Até amanhã.

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.
³ cidade do Rio de Janeiro

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