Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

terça-feira, 26 de agosto de 2014

CAPÍTULO XXIX – 2ª Parte – Livro: Vida de Jesus ditada por Ele Mesmo. Reminiscências referentes aos milagres e profecias de Jesus, ao apostolado de Paulo e à sua atuação com relação aos apóstolos diretamente designados pelo Messias. A Igreja do Oriente e a do Ocidente.



Devo aproveitar a oportunidade que se me apresenta, em condições análogas às que deram lugar à minha comunicação referente à suposta ressurreição de Jesus, nosso Senhor, para dar-vos a conhecer a marcha da nova Igreja, que, pode dizer-se, começou a tomar personalidade desde esse momento. Antes, entretanto, quero fazer notar as dificuldades que se apresentam a nós espíritos, para a exatidão de nossas comunicações, quando o médium tem idéias formadas a respeito do assunto a que se refere a comunicação.

Certamente não faltam, a maior parte das vezes, meios para retificar as inexatidões, porém não deixa de oferecer inconvenientes. Por sorte, o instrumento de que me sirvo é muito pouco entusiasta pelas questões desta índole, de maneira que meu pensamento não tropeça com nenhum obstáculo a respeito em seu cérebro, onde tampouco encontro idéias fixas, por sua absoluta falta de fé no que se refere às tradições evangélicas. Aqui não se trata verdadeiramente de tradições, mas sim de fatos e de conceitos, relatados por quem participou dos primeiros diretamente.

Antes de tudo devo dizer que o nível que fazem ocupar aos apóstolos, com completa falta de lógica, é muito superior ao nosso valor real pois nunca nos elevamos além de nossa condição de pobres pescadores, se bem que, em verdade, depois da morte do Mestre e uma vez desaparecido o terror que nos havia invadido, nossas forças e nossas aptidões foram multiplicadas a ponto de não parecer já os mesmo homens, porém sempre guardando as lógicas proporções, já que uma quantidade muito pequena pode ser centuplicada, sem chegar a ser muito grande. Assim também, no referente ao dom dos idiomas e às línguas de fogo de pentecostes, convém deixar-lhes o lugar que lhes corresponde, dentro do maravilhoso desenvolvimento das circunstâncias e momentos tão especiais como os que caracterizaram essa época sem igual na história das religiões. Unicamente posso afirmar que não houve jamais propósitos de falsidade nem duplicidade no momento de proceder, nem artifício, no que às crenças se refere. A fé ardente, sem dúvida, o entusiasmo e a ilimitada confiança nas promessas que Jesus deixou a seus discípulos podiam muito bem ter exagerado os fatos e as cousas, sob essas condições de observação, até dar-lhes os caracteres do milagre. 

Convenho nisto sem o menor esforço, porém, forçoso vos será também convir comigo que a imensa maioria dos homens não se dá a mais remota conta do que vós designais como fenômenos medianímicos e que a ciência moderna classifica como fenomenismo psíquico e metapsíquico, nem se apercebe pois que ao referir-se a isso o faz como se falasse de milagres, repelindo-os portanto como fatos sobrenaturais, enquanto que em nada já vos surpreende a sua presença, desde o momento que os provocais quantas vezes lograis dispor de condições favoráveis para a sua produção. Haveis chegado também a dar-vos perfeita conta das assombrosas potencialidades que encerra a natureza humana, as quais quando conseguem reunir-se e confundir-se com o ambiente puro dos espíritos do Senhor, mediante uma fonte de elevados sentimentos e de ações santas, chegam a conseguir as mais portentosas manifestações e os fenômenos mais transcendentes que se possa imaginar, muito superiores às vezes aos que se rechaçam na história do primitivo Cristianismo, por supô-los milagrosos, quer dizer, sobrenaturais. 

Sem temor de enganar-me, asseguraria eu que jamais na Humanidade têm podido oferecer-se condições tão favoráveis para o fenômeno transcendental e medianímico como no meio dessa reduzida igreja galiléia, ou dos nazarenos como também éramos chamados. Quanto a Jesus, que tantos esforços faz em sua história ditada por Ele mesmo, para desvirtuar os fatos milagreiros que se lhe atribuem, mais que ninguém foi dotado dos dons medianímicos. Disse já que era um ser superior, sob todas as formas, conhecedor profundo dos homens, com tal penetração neles, que seus pensamentos ficavam desnudos ante ele, como escritos em um livro aberto. 

Em suas previsões jamais tampouco se enganava, sendo notável, principalmente, tudo o que nos anunciou referente à sua morte, a qual, entretanto, nos surpreendeu devido aos grandes poderes que lhe atribuíamos e a uma intervenção direta do Pai que, tacitamente esperávamos, ao que parece, cada um de nós, se produziria no momento oportuno. As aparências deixam suspeitar que o próprio Messias algo esperava, tanto que pronunciou estas palavras: — “Pai meu, por que me abandonaste?” — Ele tudo havia previsto, entretanto, pois que nos tinha manifestado que o mesmo povo que o aclamara o arrastaria para uma morte ignominiosa, enfurecendo-se antes, de todos os modos, com ele, que chegaria a ver-se só, abandonado e negado por seus próprios discípulos. Mas, que sua morte era necessária para a salvação da Humanidade e que para isso o Pai o havia enviado entre os homens, tendo ele aceitado esse sacrifício sem a menor vacilação, como vontade que era do Pai à qual estava completamente sujeito. 

Porém, em realidade, essa previsão vejo agora que não era assim, pois que qualquer que se houvesse colocado nas condições em que Jesus se colocou, haveria tido igual fim, unicamente que deveria ser lapidado em lugar de crucificação; porém Jesus tampouco anunciou que seria crucificado mas sim unicamente que morreria de morte violenta nas mãos dos inimigos de seus ensinamentos. Considere-se agora a assistência espiritual de que estava rodeado assim como as especiais aptidões medianímicas que o acompanhavam, como já foi demonstrado, e todo o maravilhoso que tenha podido aparecer na atuação do Senhor, terá fácil explicação, eliminando-se naturalmente as caprichosas interpretações e os enxertos que sofreu da parte dos que mais tarde se encarregaram de escrever.

Não deveis portanto duvidar, repito-vos, de que muito do acontecido com o Messias e depois do seu desaparecimento material não passa de fanáticos acréscimos. Além disso, dispondes de demasiados elementos para julgar a grandeza de Jesus e da evidência de seu messianismo. Por pouco que os Evangelhos conservem do Mestre e por pouco que vos empenheis em trazer à luz o verdadeiro espírito que os inspirou, não deixareis de discernir neles um propósito concreto, sustentado, guiado e feito aceitar por muitos homens ao mesmo tempo, por quem carecia de todos os meios para o poder fazer, sendo pobre e obscuro de origem e de fato. Em virtude de sua visão própria, ele chegou à concepção religiosa mais grandiosa, que resultou ao mesmo tempo a mais eficaz como fundamento de sua obra projetada, com a fórmula genial: “Ama a Deus sobre todas as cousas e ao próximo como a ti mesmo. Esta é a lei e os profetas”.

Sua penetração fez-lhe compreender imediatamente o verdadeiro estado social e religioso dos hebreus que não podiam ser separados de seus velhos ritos e fórmulas, sendo indispensável, para obter alguma cousa, abordar as questões religiosas e tradicionais sem opor-se-lhes verdadeiramente, mas tirando partido de toda a passagem ambígua da Bíblia, de toda a aparente contradição e de tudo aquilo que tivesse um significado para o porvir, isto é, de cuja solução ou cumprimento parecesse dever-se esperar por outra época. Por isso, sem dúvida, tinha dito aquilo, de que ele não tinha vindo para derrogar a lei senão para confirmá-la.

Se assim não houvesse procedido, as desconfianças teriam aumentado contra ele e mais difícil lhe teria resultado o prestigiar sua pessoa e seus ensinamentos, pois apesar disso e de sua habilidade em servir-se das sagradas Escrituras para inculcar as novas doutrinas, as quais, finalmente, encerravam um espírito por completo contraposto ao verdadeiro Judaísmo, somente transitoriamente logrou o favor das maiorias, equilibrando-se apenas, geralmente, o número dos que o seguiam com o dos que o combatiam. Estes, entretanto, reconhecendo sua superioridade, nunca o enfrentavam, senão que lhe moviam guerras nas sombras e quando se colocavam em sua presença se limitavam a dificultar-lhe sua exposição com interrupções ou procuravam atrapalhá-lo com sofismas e com perguntas capciosas. Porém o Senhor com sua admirável presença de espírito, encontrava sempre e imediatamente a resposta oportuna.

Outra cousa da qual não podia prescindir um profeta e de que Jesus se apresentava como algo superior a todos os profetas, era o dom de profecia e o dom dos milagres, por mais que pese a todo o que diga ou pense o contrário.

Nisto também demonstrou o Mestre verdadeira superioridade, porque acima do profetismo enfatuado e vago dos que alcançavam impor-se desta maneira, ele chegou a manifestações precisas sobre alguns pontos que foram exatamente cumpridos, como o de sua morte, o abandono de seus discípulos, a defecção de todo o povo, o triunfo de sua doutrina e de sua própria pessoa, como havia dito: “Vós passareis, mas meu nome prevalecerá aos vossos e quando de vosso poder e de vosso orgulho não restar já o menor vestígio, a glória do Messias, que tendes desconhecido, correrá até os confins do Mundo”

Também tinha anunciado a destruição de Jerusalém e a dispersão dos hebreus, e assegurou também que muitos indecisos em segui-lo, pela pouca fé em seu apostolado e pelo temor aos juízos contrários, veriam, depois de sua morte, fortalecida sua fé e suas forças, convertendo-se em entusiastas defensores das verdades que ele inculcara como enviado divino. Tudo isto se verificou com extraordinária exatidão e, do mesmo modo, o que segue: “Desnudareis meu corpo entregando-o ao escárnio público e dividireis, entre vós, minhas vestes, pelo jogo”. Porém, o dom de profecia era difícil de comprovar-se no momento de suas manifestações, limitando-se a conseguir esse efeito imediato o que podia produzir a voz sonante, a frase breve, o gesto irritado e as ameaças de grandes males que haviam de acontecer por castigo da continuada vida de prevaricações que o povo levava contra a lei de Deus. Contra estes profetas de desgraças, o Messias tinha com firmeza empregado todas as suas energias, sem que deixassem entre eles de arrastar bom número de prosélitos as mais das vezes.

Em compensação o dom de milagres, cuja verificação devia ter lugar quase imediatamente, muito poucas vezes se lhes via. O verdadeiro milagre, que implica numa derrogação das leis da Natureza, sabido é que não existe nem pode existir, porém eu refiro-me aqui, ao que no Messias foi considerado como milagre, milagres, finalmente, dos que vós mesmos tendes observado mais de um na atualidade. O Filho de Deus, já vô-lo disse, a quem seus irmãos haviam aplicado, por sarcasmo, a designação de Filho do Homem, estava realmente rodeado de condições especialíssimas que o elevavam de um modo surpreendente acima do povo no meio do qual atuava, e certamente não ressuscitou ninguém, porque, a de Lázaro é uma fantasia, assim como outros casos, se foi certo o do falecimento, nada houve que se parecesse com ressurreição; sendo que, depois de algum tempo, começou-se a falar dela sem que ninguém chegasse a afirmar ter visto o ressuscitado. 

O Messias jamais se prestou a estes equívocos, porém, necessitando do maravilhoso para apoiar sobre ele o seu caráter de Filho de Deus, poderia supor-se que não julgou prudente empenhar-se muito em negar a realidade dessas ressurreições. O que, em compensação, não pode negar-se, é o extraordinariamente benéfico ambiente fluídico que dele se desprendia. Não é exagerado dizer que os desgraçados que a ele se aproximavam, somente por isso sentiam alívio e tranqüilidade em seus espíritos. Igualmente a respeito das enfermidades, era de grande eficácia seu método mental de cura.

Porém valia-se muito também do que os magnetizadores chamam imposições, sem desprezar tampouco o emprego dos vegetais que seus conhecimentos médicos, adquiridos durante a época de seus estudos em Jerusalém, lhe indicavam. Muitos foram os casos de curas repentinas, consideradas como milagrosas pelo vulgo, a ponto de afirmar-se que alguns enfermos colocados no caminho por onde ele devia passar e que tocaram suas vestes, ficaram imediatamente curados. Vós sabeis perfeitamente que isto é possível sem ter que recorrer aos milagres; porém, em verdade, não vi produzir-se o fato à passagem do Messias, senão que isto demonstra a fé que se havia generalizado a respeito do dom de milagres que lhe reconheciam como Filho de Deus que era, tal como o próprio São João, que chamais o Batista, o confirmara.

Mas, já que voltamos ao título de Filho de Deus que não pode ser esquecido ao falar-se de Jesus, bom é manifestar bem alto que jamais deu o Messias a esta designação o significado de divindade, quer dizer, que se atribuiu o caráter divino... Claramente o dera a entender, às vezes, quando dizia: “Eu vou a meu Pai e a vosso Pai, a meu Deus e a vosso Deus” e outras frases de análogo significado.

Como já vos disse, gozava Jesus em alto grau de todos esses poderes ocultos próprios dos grandes iniciados e a influência irresistível de sua pessoa era devida em grande parte à convicção profunda, que jamais afrouxou, a respeito de sua missão divina, à sua fé inquebrantável em Deus e o vigor que seu espírito recolhia de suas continuadas horas de oração. Podia bem dizer-se, portanto, que ninguém havia atingido as alturas em que o Filho de Deus pairava e isto, entretanto, ele compreendeu em toda a evidência quando seus verdadeiros propósitos de reforma iam fracassar por completo com o único aumento de um profeta à já extensa lista incluída nas Sagradas Escrituras.

Resolveu então deixar de lado toda a contemplação e, voltando a Jerusalém, onde havia perdido terreno, mudou um tanto de método para com os que o haviam combatido tenazmente, de má-fé sempre, instigados pelo poderoso partido do clero hebreu. Ele lhes respondia com energia, agora, terminando com terríveis ameaças contra aqueles que enganavam o povo e viviam no meio do aparato do culto para encobrir as suas faltas e baixas paixões. Dizia-lhes também: “Meu Pai é a fonte de toda a luz e eu recebo dele a que venho espalhando no mundo; unicamente por mim se pode chegar até à luz do Pai”. “Vós sois sepulcros caiados por fora, mas cheios de imundície por dentro, a qual pode escapar aos olhos humanos, porém não ao olhar penetrante de Deus.”

Deste modo, em vez de prolongar os prazos, abreviava-os. Preciso é que esse homem morra, dizia o Sumo-Sacerdote Hanan, e justamente era a morte do Messias o que se precisava para fundar solidamente no porvir a grandeza das novas doutrinas.

Morreu, pois, Jesus fecundando com o seu próprio sangue a grandeza de seus ensinamentos, os quais levavam a mais, o maior cunho de garantia, de sinceridade e de verdade, isto é, precisamente a morte de seu fundador, voluntariamente, sacrificado em penhor da pureza e elevação de suas intenções, e apesar de tudo isto, se o Senhor, desde o espaço, não tivesse encontrado em Paulo um médium que estava apropriado para continuar a sua obra, depois de morto, ela teria talvez perecido afogada na Judéia entre as estreitezas do espírito hebreu, para o qual a amplitude de vistas, o altruísmo, a universalidade de tendências do verdadeiro cristianismo de Jesus, constituíam uma imensidade incomparável e inabordável.

Os nazarenos continuaram levando na Judéia a mesma vida nômade e em comum que levavam antes da morte do Mestre, a mesma pobreza, as mesmas práticas, e o que é pior, o mesmo espírito judaico, dominante no ambiente, a ponto que não podia ser cristão quem não tivesse passado pela circuncisão, e continuava sendo a Bíblia a base de todos os nossos ensinamentos.

Constituíamos, enfim, uma nova seita hebréia, com certas particularidades que nos davam personalidade própria, como a tendência para o celibato, o pouco apego aos laços de família, a crença que Jesus era o Messias prometido, Messias esperado ainda pelos hebreus e na proximidade do fim dos tempos, assim como a vida em comum, os propósitos de pobreza, a prática freqüente da Santa Ceia, que depois se transformou nisso tão estranho e tão absurdo que chamaram a comunhão, na qual se viria a comer a carne, ou, melhor dito, o corpo e a pessoa de Jesus.

Antes de prosseguir direi o que recordo com relação a isto. Mais ou menos assim nos falou Jesus durante a última ceia:

“Se este sentimento para com vosso Messias não diminuir entre vós, nada haverá que possa separar-nos porque continuareis sendo minha própria carne, meu próprio sangue e minha própria alma.

“Nada sereis se não recordardes tudo o que vos tenho dito, porque sempre estarei entre vós, pois que eu serei a vossa alma e vós minha carne e meu sangue.

“Tudo o que fizerdes fazei-o em meu nome, procedei como se me encontrasse visivelmente entre vós, porquanto, em verdade vos digo, sempre entre vós estarei.

“Uma vez mais vos abençôo, queridos irmãos meus, filhos meus, amigos meus; orai muito, pedi ao Pai que vos dê forças, pois tudo do Pai vem. Reuni-vos também quantas vezes possais em recordação desta ceia que é a minha despedida, e recordai o que agora vos digo, porque o ouvireis repetido muitas vezes por uma voz interior, que será a minha.”

Repartiu o Mestre o pão entre todos como era costume e fez que todos bebessem de um mesmo copo, querendo significar a estreita união que ficava estabelecida entre nós e entre ele e nós, repetindo as palavras...

“E sereis assim minha carne, meu sangue e minha própria alma, pois convosco estarei permanentemente unido e com os que a vós tão estreitamente se liguem que formem um mesmo corpo e um mesmo sangue, pois é o amor dos que seguem minha palavra e se ligam à minha obra, o que me dá forças nestes momentos e o que sempre mais dará porque isto é meu corpo e meu sangue e o que não comer e beber deles não verá o reino dos céus.”

“Grato me será, portanto, toda a vez que repetirdes esta ceia em meu nome, e eu ocuparei em todas as ocasiões este meu mesmo lugar no meio de vós e ainda que vosso olhos não me vejam, me pressentirão vossos espíritos.”

O que aí fica constitui a síntese e o essencial do que o Senhor dissera nessa noite e a ninguém ocorreu, o mais remotamente, o significado tão estranho que se lhe veio a dar com a instituição da eucaristia, que viria representar o fato material de tragar a carne e o sangue de nosso Senhor, representados pela hóstia e pelo vinho. Não tenho a menor idéia de criticar uma fórmula do culto católico à qual se dá muita importância; digo unicamente que o Senhor não a instituiu, porque esta é a verdade.

Depois da morte do Mestre, nos reuníamos em recordação da última ceia, chamando ao ato a Santa Ceia. Comíamos muito frugalmente, procurando reconstituir, mesmo na forma, o essencial da ceia recordada, rememorando tudo o que tinha sido dito pelo Messias e todas as circunstâncias que se haviam gravado em nosso espírito. A princípio, unicamente nos reuníamos aqueles que na referida ocasião ceamos com o Senhor, menos Judas, naturalmente, que foi substituído depois por Barnabé. Muito breve a Santa Ceia, que desde o princípio teve caráter religioso, tornou-se obrigatória para todos os fiéis, porém ensinando-se-lhes que não era seu objetivo satisfazer as necessidades do corpo, mas sim que tinha os propósitos religiosos com que o próprio Senhor a instituiu. Mas tarde unicamente pão e vinho se dava aos fiéis que se acercavam à Santa Mesa. O vinho, como sempre, circulava em um mesmo copo para todos.

Como todas as cousas, também a Santa Ceia foi perdendo o seu caráter de intenso sentimentalismo, seu entusiasmo esfriou e muitas vezes tivemos que reprimir a grosseria dos que, sem antes terem comido em suas casas, iam satisfazer-se com o pão e o vinho da comunhão. Mas deixemos de lado tudo isto que mudou depois completamente de caráter como sabeis, e ocupemo-nos mais expressamente da marcha do cristianismo, sobretudo no Ocidente, que é o objetivo desta comunicação.

Certamente, meus conhecimentos e modo de ser se elevaram muito em relação àquele que era o Pedro pescador e bem podeis imaginar a enorme dificuldade que encontro para desenvolver-me dentro do círculo estreito de minha pobre personalidade de então. Devo, entretanto, meter-me, até onde seja possível, dentro do meu pequeno molde galileu para que a verdade não sofra alteração, pois que todos os valores se referem entre si ao lugar que ocupam, uns com relação aos outros, no tempo e no espaço; é pois, pela comparação que as cousas tomam seus valores respectivos.

 Assim, essa concepção dos chamados mistérios, como o da Trindade e o que pela transubstanciação converte o pão em corpo, sangue e alma de nosso Senhor Jesus Cristo, nunca puderam encontrar cabida em nossos cérebros, muito pouco fecundos certamente. Jamais, em verdade, nos ocupamos disto, sendo tudo de ordem muito mais recente.

Nós éramos simples e sinceros e nosso Senhor, por sua parte, sempre se esforçou por simplificar os assuntos de que devia tratar; portanto, essas intrincadas questões do dogma e do mistério que tanto complicam no Catolicismo a idéia religiosa, não podem ter sua origem nem nos ensinamentos de Jesus, nem nos de seus apóstolos, os quais tudo, no Cristianismo, o fizeram por motivo de sentimento, primando em absoluto a linguagem do coração.

“Ama Deus sobre todas as cousas e a teu próximo como a ti mesmo.” Tampouco podíamos nós, seus apóstolos, complicar o que com tanto empenho o Mestre havia colocado ao nível da maior simplicidade popular. Já se pôde ver o escasso significado do movimento nazareno ou galileu na Judéia; constituíamos uma comunidade de pobres que ao mesmo tempo fazia caridade com o que nos davam e com o que cada novo membro trazia à comunidade.

Em geral nos consideravam como uma associação piedosa, uma nova seita hebréia de rezadores e penitentes, por isso que nossa propaganda foi abrindo caminho em toda a Judéia, outras povoações e cidades das regiões limítrofes não tardando em falar-se do Cristianismo, nome que pouco a pouco foi prevalecendo, até na Grécia e em Roma. Isto, mais que a tudo, justo é dizer-se, a Paulo foi devido, que, compreendo agora, era o mais bem inspirado, o melhor médium, direis vós, do Senhor, entretanto sempre o tratamos com algum receio, apesar de não admiti-lo jamais como formando parte do círculo dos apóstolos, por motivo, dizíamos, que ele nunca tinha ouvido a voz do Senhor nem participado de sua vida. Barnabé, que substituiu a Judas, tinha ouvido a palavra do Senhor e adepto tinha se demonstrado de antemão, o que não havia acontecido com Paulo, o qual, ao contrário, tinha-se iniciado como inimigo de Jesus e de seus seguidores. 

Um milagre, pois que assim foi chamado, abriu-lhe os olhos; porém, se não foi um milagre, foi com toda a certeza obra do mundo espiritual, sob a direção do próprio Jesus, que, enfim, era quem se manifestava. A espontaneidade do fenômeno e a firmeza do que dizia, apesar dos pensamentos e da vontade de Paulo, contrários aos propósitos sustentados pela manifestação, permitiam ver a classe da faculdade (palavra que encontro no cérebro do médium) de que o novo apóstolo dispunha, e os acontecimentos ulteriores, ou toda a vida e obras deste que se seguiram, comprovam a faculdade ou mediunidade, como deve chamar-se, e o constante exercício que dela fez durante seu ativíssimo apostolado.

Apóstolo, disse eu, porque bem depressa compreendi, depois de minha morte, que o era mais que nós, porque foi ele quem salvou o Cristianismo do estacionamento de que estava ameaçado na Judéia, porque, se é bem certo que da morte do Messias nasceu nosso iluminismo, centuplicando-se nosso zelo e atividade, ele desenvolvia-se em meio das estreitezas de um espírito por demais judaizante, a ponto de oporem-se sérias dificuldades a que a propaganda cristã fosse levada mais além da Judéia e muito menos que se admitisse na Igreja um incircunciso.

Eu mesmo, acompanhado principalmente por Tiago, sustentei a princípio essa tese e quando Paulo, que vinha predicando o contrário, foi a Jerusalém para discutir este ponto comigo e com Tiago, logrando convencer-nos, tão depressa saiu de Jerusalém, os outros, fundamentados em minhas manifestações anteriores, convenceram-me novamente do contrário, fazendo manifestação pública neste sentido, repetidas vezes durante a Santa Ceia, em Jerusalém e depois em Alexandria. Isto, soube-o Paulo, porque havia ali alguns incircuncisos que tinham sido por ele próprio introduzidos, com escândalo, verdadeiramente, para os nossos.

Então, sem perda de tempo e sem dúvida com grandes sacrifícios, voltou ele entre nós e com a energia da sua convicção muito censurou em público minha inconseqüência, curvando-me eu à sua razão, porém não sem que se levantasse certa indignação contra ele, da maior parte dos cristãos que ali estavam presentes, todos circuncisos menos um que viera com o próprio Paulo. 

Porém, do meu íntimo, confesso-o, acreditava na necessidade da circuncisão por motivo, principalmente, de haver dado o próprio Mestre exemplo de submissão a ela. Quanto aos demais, a resistência passiva tacitamente estabelecida com respeito a Paulo, seguiu seu curso, a ponto que nada se lhe comunicou jamais a respeito do que tinha sido posto em prática por Jesus e ainda quando nos deu a entender, tanto a Tiago como a mim, nas duas ocasiões que esteve conosco em Jerusalém, que desejava conhecer o que Jesus tinha deixado como norma a seguir-se em sua Igreja, quer dizer, aquilo que de seus ensinamentos se devia tomar como oficial, nada nós lhe dissemos de concreto, nada que pudesse implicar num ensinamento ou numa revelação para ele.

Parecia, para dizer a verdade, que com isto temíamos diminuir-nos diante dele, ao comunicar-lhe cousas que tivessem podido parecer-lhe de pequena importância a ele, que talvez fosse disposto a ouvir de nossos lábios relatos maravilhosos, sobrenaturais, da ação do Messias.

Os outros apóstolos, excetuando-se Barnabé que era o único que se esforçava por fazer desaparecer a desconfiança e a frieza com que o apóstolo era acolhido e tratado, pois ninguém se lhe acercava, nem mesmo João, apenas Tiago e eu, que o fizemos participar de todas as nossas reuniões, pedindo-lhe ao mesmo tempo que se empenhasse para que a Igreja do Ocidente ajudasse a da Judéia a socorrer aos seus muitos pobres. Assim o fez com a maior eficácia para nós, nas duas ocasiões.

Apesar do que está dito, foi de grande importância a vinda de Paulo a Jerusalém, pois estabelecemos um critério de harmonia entre as duas Igrejas que devia ser inquebrantável, devido ao qual quase sempre se salvaram, pelo menos, as aparências tão necessárias para o prestígio da fé, tratando-se de espíritos muitíssimo atrasados.

É um ato de justiça o fazer ressaltar o proceder de Paulo, que, vendo os antagonismos que vinham surgindo entre as duas igrejas e a prevenção que existia contra ele e sua atuação com o caráter de Apóstolo de que se dizia diretamente investido pelo próprio Jesus, teve espontaneamente a idéia, e a pôs em prática, de aproximar-se aos discípulos diretos de Jesus, recolher de seus lábios os ensinamentos do Messias e submeter-se a eles, sinceramente disposto a reconhecer a prioridade deles e sua superioridade na jerarquia moral, como companheiros nas vicissitudes da vida do Mestre. Porém queria, em compensação, que sua autoridade, como Apóstolo, fosse reconhecida e ainda aumentada, com a completa participação que se lhe desse nas cousas e instruções do Senhor.

Assim não sucedeu, como acabais de ver, devido à nossa timidez e atraso que nos fizeram retrair dele, fugindo a todas as suas perguntas referentes às particularidades da vida, paixão e morte do Filho de Deus e limitando-nos a falar das generalidades de todos conhecidas.

Passou, apesar de tudo, Paulo uns quinze dias ou mais entre nós, intervindo em todos os nossos atos religiosos e de propaganda, assim como na distribuição de esmolas e visitas a enfermos, presenciando também alguns exorcismos de atuados por maus espíritos. Ele também, depois de sua primeira visita, apesar de ter feito já milagres de cura de enfermos, livrou a muitos possuídos do “demônio”. 

Desde a sua primeira visita, sentido em seu íntimo pela falta de consideração de nossa parte, que antes procedíamos por indecisão e por falta de uma norma para o caso, que guiasse a nossa ignorância e timidez, modificou seus propósitos de submissão, deixando a descoberto o seu caráter, demonstrando-se com mais capacidade para falar que necessidade de escutar, com sobrada autoridade para não precisar do prestígio que nós lhe pudéssemos outorgar, pois que o havia recebido do próprio Jesus, sendo tão direto seu apostolado como o nosso.

Foi então que imediatamente o cercamos de maiores considerações, sentindo-nos impressionados pela espontaneidade com que de improviso se levantou, falando-nos como inspirado e dizendo: “Eu, Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo, não pelos homens designado, mas sim pelo próprio Messias estatuído, em verdade vos digo, e em seu nome vos reitero, que uma só há de ser sua Igreja, não de Pedro, nem de João, nem de Paulo, mas sim do próprio Jesus, que é o único e verdadeiro Messias que veio para redimir o mundo com sua luz e com o brilho que ela tirou de seu martírio. 

Levantemos, pois, os fachos que ele pôs em nossas mãos para dissipar as trevas que envolvem o mundo, levando a todas as partes seus ensinamentos e seu exemplo, em vez de fomentar o perigo da desunião entre seus seguidores com desconfianças infundadas e com idéias de um judaísmo estreito, quando da Samaritana bebeu água Jesus e quando ele próprio tão longe levou de Jerusalém seus ensinamentos...”

Assim continuou falando com veemência por algum tempo e nós o escutávamos atentamente, tendo-se mudado a nossa desconfiança em profundo respeito. Desde esse momento tacitamente lhe foi reconhecida certa autoridade e temíamos desgostá-lo, sem deixar de ser-nos algo molesto esse ascendente da parte de um quase apóstolo que não nos tinha sido apresentado pelo Mestre, porém que em suas palavras revelava o espírito de seus ensinamentos, e de seus atos transluzia a influência do Divino Redentor.

Alguma união nasceu disto para as duas igrejas, tanto mais que fraqueava a nossa supremacia apostólica devido à indecisão com relação ao que constituía a essência dos ensinamentos do Mestre e que implicava verdadeiramente numa completa reforma do Judaísmo sobre a base da teoria das reencarnações, da pluralidade dos mundos habitados e do progresso, como lei primordial do Universo.

“Preparai primeiro com muito tino o terreno, nos tinha dito Jesus, para a compreensão destas verdades e depois procurai inculcá-las, paulatinamente, no povo; fazei-o com muita prudência sobretudo a princípio, porém também com muita constância. Isto constitui a verdade maior do Universo e sem sua compreensão nada poderá explicar-se ao homem e incompreensível lhe resultará toda a idéia referente à divina justiça, base da moral e eixo sobre o qual devem girar as instituições humanas, civis e religiosas, porque vossa justiça deve ser um derivado da divina justiça.”

Nós carecíamos por completo de decisão para levar avante estas doutrinas, que, afinal, apesar dos esforços do Messias, não haviam logrado amalgamar-se com o nosso modo de pensar e de sentir, resultando-nos finalmente, mais fácil e mais prático impressionar os nossos ouvintes com as chamas eternas, o pranto e o ranger dos dentes na Geena, que o de falar-lhes de reencarnação e da justiça divina, em uma forma muito elevada, até para nós mesmos, forma a mais racional e compreensível, porém menos impressionante e por isso mesmo aceitável. Agora mesmo podeis comprovar como depois de tantos séculos de evolução, ainda povos do Ocidente aceitam com mais facilidade, sem compreendê-las naturalmente, as idéias de céu e inferno que as de reencarnações e progresso.

Isto é devido, sem dúvida, à preguiça mental que dá preferência às doutrinas dogmáticas que excluem todo o trabalho do pensamento. Apesar disto não deixaram de ensinar-se essas verdades, tanto mais que nas comunicações que se recebiam normalmente, sobretudo nas igrejas do Ocidente, sempre que era oportuno, faziam-se referências claras e afirmações categóricas a respeito deste modo de explicar a justiça divina, o único, dizia-se, ajustado à verdade, aos fatos e à sã lógica. Porém, também pouco se popularizavam ditas doutrinas, porque ninguém reflexionava a respeito delas a não ser os doutores, cujas idéias mal compreendidas pelos amanuenses encarregados de recolher e copiar conjuntamente com os “ditados do espírito” (comunicações recebidas nas igrejas) as observações a que tivessem dado lugar, resultavam mal expressas pela alteração, ao copiá-las, das palavras mal compreendidas. É fácil compreender-se as transformações que os escritos podem sofrer ao serem copiados por quem não os compreende.

Assim também acontece com toda a “comunicação”, quando o cérebro do homem que serve de intérprete para com o espírito que se comunica lhe é muito inferior em preparo. Por isso tudo o que nos Evangelhos às reencarnações se refere, tudo o mais ambíguo resultou. Unicamente no Evangelho segundo S. João se vê completa claridade. Esta também aparece, sem dar lugar à menor dúvida, em muitos outros escritos contemporâneos, sendo que os católicos, uma vez decretado o dogma das penas eternas, fizeram desaparecer todo o testemunho que pudesse ser-lhes desfavorável¹ e o que não conseguiram fazer desaparecer, declararam apócrifo ou herege, valendo-se para isto, da autoridade e da força quando chegaram a tê-las à sua disposição. 

Mas, antes que isto sucedesse, estas verdadeiras doutrinas do cristianismo conseguiram muitíssimos prosélitos e se o triunfo não as coroou, devido à violência com que foram tratadas, deixaram o terreno preparado para o seu ressurgimento que agora tem lugar.

Sucede, pois, agora o que antes devia ter acontecido. É o mesmo Cristianismo o que se manifesta atualmente entre vós, completando-se agora no que antes não pôde levar até ao fim, pelo empenho em contrário dos que dispunham da força e a faziam prevalecer contra a verdade, a favor de seus mal compreendidos interesses.

Certamente, não se pode negar que houve perplexidade sobre este ponto, tanto no Ocidente, como já o disse, como no Oriente, quanto à propaganda cristã, devido às manifestações referentes às penas eternas que o Messias havia feito repetidas vezes perante povo. Paulo, assim como nós, pouco falou disto e geralmente o fez com seus íntimos ou entre as pessoas de maior jerarquia entre os cristãos. Porém o tema, como já dei a conhecer, ofereceu-se muitas vezes nas comunicações recebidas, tendo-se que abordar forçosamente a questão, porém, naquele tempo, as penas eternas, dizia-se que as acreditavam os condenados, para quem os sofrimentos pareciam não terem fim. O tempo é sempre muito longo para os que sofrem e como no mundo dos espíritos não há medida para ele, de maneira que os centos e os milhares de anos nada têm de extraordinário, facilmente em seu atraso, os tomam pela própria eternidade.

A verdade é, entretanto, que ainda depois de constituído o dogma das penas eternas, chegou o reencarnacionismo a apoderar-se de todas as consciências ilustradas, entre os próprios Doutores e Padres da Igreja Católica já definitivamente estabelecida e se bem que isto sucedia muito depois da morte de Paulo, é indubitável que a orientação do trabalho ativo que ele impôs à Igreja do Ocidente, desde o princípio, foi o que a encheu de seiva vivificante e é a mesma que agora também dá provas de sua energia, conduzindo em seu seio, mais ostensivamente que antes, a tal doutrina das reencarnações, não já dentro da Igreja, senão fora dela, porque são os espíritos os que evolucionam e progridem, não as cousas nem as instituições, que morrem logo que os espíritos as abandonam.

Entretanto não é de duvidar-se da imensa obra levada a cabo por Paulo, guiado unicamente por sua mediunidade e por sua grande fé. Medianimicamente eleito e consagrado apóstolo, o foi com maior verdade que os outros, porque seu iluminismo vinha diretamente de cima sem os reflexos humanos que em Jesus homem diminuíam a intensidade do brilho de Jesus espírito. Sem dúvida, foi-lhe preciso ver nosso modo de agir e de conduzir-nos em nossos trabalhos na vinha do Senhor; porém, bastou-lhe ver, para que todos os poderes que em nós atuavam se revelassem nele também, com igual ou maior intensidade, tanto na cura de enfermos e nos exorcismos como na clareza da inspiração. Tudo isto que se refere simplesmente ao medianismo, como vós dizeis, constituía naquele tempo, repito-vos, o dom de milagres com que se distinguiam os enviados de Deus.

A pureza de sua vida, santidade de pensamentos, suas continuadas orações, sua grande fé e o esforço constante para ser humilde, aumentaram os dons de sua mediunidade, correndo a sua fama por todas as partes e acorrendo a ele, de todas as partes também, os perseguidos e os desgraçados.

Todos os que tinham fome e sede de justiça apartavam-se dele consolados e iluminados, levando por todas as partes, até à própria Jerusalém, os consolos e a luz que receberam de graça para que as dessem de graça, por sua vez.

Ó Paulo!... Tu foste verdadeiramente grande, o Grande Apóstolo do Cristianismo!

Pedro

1 - Estas palavras de Pedro trazem verdadeira luz sobre estes pontos essenciais do Cristianismo: pluralidade de existências e de mundos habitados. Verdades que o catolicismo proscreveu, destruindo tudo o que a tradição dava como dito por Jesus sobre este assunto. Isto se deduz claramente dos próprios escritos da história eclesiástica, porém as palavras de Pedro aclaram tudo isto de uma forma completamente de acordo com a crítica e a análise, tanto dos escritos reconhecidos pelo catolicismo, como, e mais ainda, dos declarados apócrifos, por ele.

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