Os homens têm-se mostrado
duramente avessos a quantas advertências já lhes foram trazidas por inúmeros
mensageiros do Senhor, no sentido de mudarem o rumo de suas ambições e
interesses, com que todos vêm marcando vida após vida neste pobre planeta
terreno. Uma vez mais e provavelmente a última, quis o Senhor que os encarnados
fossem convocados ao cumprimento de deveres espirituais para consigo mesmos,
deveres que não podem deixar de cumprir sem mais perda de tempo. Levantam-se,
vivem e deitam-se diariamente homens e mulheres, com o objetivo único do
engrandecimento de seu patrimônio material, imediato mas transitório, sem
dedicarem alguns minutos de suas vinte e quatro horas à construção de seu
verdadeiro patrimônio, que é o patrimônio do Espírito. E este deveria
constituir em verdade a maior preocupação de todos os encarnados, visto como é
dele que decorre tudo o mais que necessário for à vida dos homens e mulheres da
Terra. Os tempos que se aproximam confirmarão minhas palavras, que nada mais
representam do que os conselhos e advertências de que me incumbiu o Senhor
Jesus, junto aos Espíritos presentemente encarnados na Terra. Cumprindo tão
luminosa incumbência, eu o faço com todo o meu afeto e dedicação a todos vós,
estimados irmãos, pela tristeza que de certo me envolveria se os temporais que
se aproximam vos encontrassem desprevenidos. Bem certo é que após a tempestade
vem a bonança, conforme o adágio; porém resistir e sobreviver ao tipo de
tempestade que está prestes a desabar, é problema que transcende os elementos
materiais de defesa, meus caros irmãos. Minha missão não é em verdade salvar o
corpo nem o patrimônio material dos Espíritos encarnados, porque tudo isso nada
representa na vida infinita, e por conseguinte, na sobrevivência dos Espíritos.
Minha missão é salvar os Espíritos de quantos decidirem dar atenção às minhas
palavras, com a finalidade de por em prática os conselhos que elas traduzem. E
se eu vos disser, irmãos e amigos queridos, que o dia de amanhã já pode
representar o inicio da remodelação a ser empreendida em todo o solo terreno,
ter-vos-ei dito uma grande verdade. Em apoio desta afirmativa poderei aduzir
que o grande cortejo já foi posto em movimento, e não tardará a positivar-se
num ou noutro ponto do globo, por meio de acontecimentos de grande repercussão.
Não vacileis pois, irmãos queridos, em tratar com empenho de vossa própria
segurança espiritual, encostando-vos solidamente em Nosso Senhor Jesus, que
anseia por salvar vossos Espíritos daquele provável naufrágio de que antes
falei. Como fazê-lo? Muito simplesmente, já o sabeis: orando e meditando
diariamente com todo o recolhimento d'alma, para que Nosso Senhor possa receber
como deseja a vossa oração. E isto é tão fácil de fazer!
Bem, irmãos queridos. Em
seguida vou tentar explicar-vos da maneira mais clara que me for possível, o
problema que à maioria dos desencarnados se apresenta, imediatamente após a sua
separação do corpo físico entregue ao seio da terra. Verificamos todos nós, quando destacados para
dirigir esse serviço no Alto, que a maioria dos Espíritos que deixam a matéria,
caem num tal estado de prostração e desânimo, que se torna indispensável em
muitos casos conduzi-los aos hospitais para receberem tratamento específico,
que pode durar alguns meses e anos até. Isto acontece em consequência do
completo despreparo do Espírito recém desencarnado para a vida espiritual,
devido à circunstância de ter atravessado sua última encarnação na Terra
preocupado exclusivamente com as coisas terrenas. Sucede então que cerca de
noventa por cento dos desencarnados, se encontram no plano espiritual sem
poderem utilizar qualquer dos seus cinco sentidos em sua correspondência com os
demais, o que lhes dá uma sensação de quase demência e, por conseguinte,
ausência completa de movimentos. Os Espíritos socorristas lançam mão então, dos
recursos felizmente em abundância no Alto, da remoção e internamento hospitalar
de todos os desencarnados nesta situação, para que ali sejam despertados e
cuidados dessa demência, exercitando aí também os cinco sentidos espirituais
que não souberam manter e desenvolver na Terra. Casos existem entretanto, em
que esses sentidos aparecem ao fim do primeiro ou do segundo mês de tratamento,
quando se trata de Espíritos possuidores de algumas noções da vida espiritual
ainda latentes, passando então a locomover-se e agir sem dificuldade. Mas há
também irmãos em quem o despertar desses sentidos, principalmente o da vista, demora
longo tempo a aparecer, fazendo do Espírito um cego no Espaço. Para evitar tão
grande problema para todos vós, meus queridos leitores, eu darei em seguida
algumas instruções que podereis seguir sem nenhuma dificuldade, e que muito hão
de contribuir para que possais ingressar, por assim dizer, de olhos abertos no
mundo espiritual, quando a isso fordes convocados. É simples o exercício e
podeis fazê-lo todas as noites ao deitar se assim o desejardes. Tendo-vos
habituado já à prática da oração e em seguida a meditação durante uns dez
minutos, terminada esta, cerrai os olhos sem esforço e volvei o pensamento para
o Alto, imaginando que ireis enxergar algo do plano mental com os olhos do
Espírito. Não precisais de forçar a visão, mas apenas conservar presente o
desejo de enxergar algo que possa servir ao desenvolvimento da visão
espiritual. É um exercício muito semelhante ao da criança que tenta dar os
primeiros passos. Primeiramente vacila, cai e desiste, mas com a sequência do
exercício diário termina andando, correndo, pulando até, como sabeis. Com a
visão espiritual dar-se-á coisa parecida. A princípio sem resultado aparente
porque a vista não registrou o exercício, com a repetição todas as células se
harmonizam para esse fim, e o encarnado passa a enxergar mais ou menos
claramente no plano espiritual, com real benefício para si à partir do momento
do seu desligamento do corpo. É preciso no entanto, não confundir este
exercício com a vidência, faculdade mediúnica privativa de alguns irmãos
encarnados. Esta faculdade pode existir durante a encarnação e falhar após, ou
desaparecer mesmo em vida terrena do encarnado. A visão espiritual de que falo,
é o desenvolvimento desse primeiro dos cinco sentidos do Espírito, e todos
necessitam dele em sua passagem para o Além. Assim, torna-se da maior
conveniência ir cada um se preparando espiritualmente desde a Terra, visto como
no decorrer da encarnação a visão espiritual que cada Espírito possuía, antes
de reencarnar, desapareceu completamente por falta de uso. Pode dar-se em não
poucos casos até, que este exercício que ora recomendo, registre um tal
desenvolvimento que vos possibilite o seu uso ainda neste plano físico,
tornando-vos então videntes mesmo encarnados, o que será para quantos o
conseguirem, motivo de grande adiantamento espiritual pelo que daí
resultará.
Como vedes, caros irmãos e
amigos, Nosso Senhor Jesus manda-me transmitir-vos em meus conselhos, tudo
quanto possa contribuir, não apenas para a vossa segurança em face dos tempos
que se aproximam, como também estes ensinamentos que vos deixo ao longo destas
páginas, com o fim de vos preparardes o melhor possível para a vossa próxima
reentrada no plano espiritual, em condições de vos poderdes sentir
imediatamente ditosos. A circunstância da Terra ter de ser revolvida em todas
as latitudes, é o que menos importa porque isso constitui a regra em todos os
planetas do Universo, desde os inferiores aos mais elevados. O que mais
interessa é preparar os seres humanos que habitam este planeta ainda tão atrasado
em sua evolução, para que façam o seu transporte para os planos espirituais a
que pertencem, sem o mínimo sofrimento em face da transição. E isto haveis de conseguir irmãos queridos,
com a prática dos ensinamentos que aqui vos deixo, com a misericórdia e a graça
de Nosso Senhor Jesus.
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