Estamos visitando uma grande
Exposição de Belas-Artes que se realiza no mundo espiritual, à qual concorrem
os mais destacados artistas que passaram pela Terra em várias encarnações, e
aqui deixaram os seus nomes inscritos nos anais das Artes, com a realização de
trabalhos de alto valor artístico. Encontrando-se então no mundo espiritual e
sabendo da realização deste importante certame com a necessária antecedência,
seu maior desejo é comparecer ao mesmo, com obras artísticas como as que
estamos visitando. Uma idéia que pode ocorrer aos meus estimados leitores e
queridas leitoras é a curiosidade de saber a natureza dos Prêmios oferecidos
pela Comissão Organizadora da Exposição, para retribuir os esforços das almas
que confeccionaram estes belos trabalhos expostos. Eu esclarecerei então que no
mundo espiritual todo esforço realizado pelas almas que nele vivem é remunerado
de maneira inteiramente satisfatória para todas. No plano elaborado para esse
fim pela Comissão Organizadora da Exposição, foi estabelecida uma escala de
prêmios para os autores dos trabalhos expostos, desde os mais destacados aos
menos importantes, segundo a sua classificação final. Os prêmios a serem
conferidos aos artistas expositores consistem de galardões, medalhas e diplomas
muito bonitos que os artistas conservarão como recordação da Exposição. Mas há
ainda, para todos os artistas, outro tipo de recompensa que será distribuída
pela Comissão Julgadora da Exposição. Este tipo de recompensa será traduzido em
onças de luz para as almas artistas que concorreram à Exposição, e se ajustará
ao diadema de cada uma, aumentando a sua luminosidade.
No Alto, porém, como na
Terra, também existem os apreciadores das belas-artes, que se empenham em
colecionar os trabalhos que lhes despertam o interesse artístico. Quando um dia
regressardes ao vosso plano no Além, haveis de constatar a existência de
numerosas galerias de arte ornamentando residências de almas aficionadas,
constando de obras adquiridas pelas mesmas em exposição como esta que estamos
visitando. A aquisição de tais obras é então retribuída em onças de luz, as
quais o artista capitaliza se lhe convém para adquirir novos elementos para
outras realizações. Direis vós, então, que existe no Alto um verdadeiro
comércio semelhante ao da Terra para suprimento das almas que ali vivem. Em
parte assim é, uma vez que lá podereis adquirir tudo quanto desejardes para o
vosso uso ou consumo, dentro, é claro, dos princípios que regem a vida
espiritual. E como as almas que se entregam ao estudo e confecção artística
necessitam de vários elementos para a realização das suas obras, elas concordam
em vender as que encontram comprador, para se entregarem à realização de
outras. Uma boa parte, porém, das obras que estamos visitando, não pode ser
cedida a terceiros interessados na sua aquisição, em vista da prioridade da
Comissão Organizadora em adquirir os melhores trabalhos para o Museu de Belas-Artes
existente no plano, onde permanecerão expostas à visita pública. Se nos sobrar
tempo, eu prometo levar-vos também em visita ao Museu antes da conclusão deste
livro. Mas, se isso não for possível, almas queridas, ainda nesta oportunidade,
eu me reservo para vos levar até lá à medida em que fordes regressando ao nosso
plano no Além. É uma promessa que agora vos faço e que eu cumprirei de todo o
coração. Vamos prosseguir então em nossa visita, já que a nossa cicerone está
chegando aqui.
— Bela alma, aqui estamos
novamente nesta linda manhã para continuar a nossa agradável visita à
Exposição. O que nos sugeres para visitar hoje, bela alma?
— Alma Excelsa, eu tenho a
satisfação de apresentar-vos um trabalho dos mais notáveis desta Exposição. Ele
se encontra ao fim desta galeria; vamos até lá. É este grandioso trabalho
elaborado por uma parceria de artistas para simbolizar o Universo. É realmente
grandioso e interessante. Os artistas responsáveis requereram esta área toda
para poderem armar o seu Universo, e ele aqui está. Vamos admirá-lo por partes.
Este foco que aqui vemos foi imaginado para representar o centro do Universo,
que os artistas conceberam como uma poderosa força luminosa. Deste foco é que
parte a energia propulsora de todos os sistemas planetários que estão situados
em volta, como estamos vendo, movendo-se lentamente numa sincronização perfeita
com as irradiações do grande fogo central. É realmente admirável a idéia dos
artistas, mas talvez ainda mais o seja a construção da obra. Os artistas esmeraram-se,
porém, na apresentação do nosso sistema solar, que ocupa a área maior de todo o
conjunto. Este foco central, segundo a concepção dos autores da obra, está
simbolizando o Criador e Animador do Universo, cuja irradiação vai produzir o
movimento de todo o conjunto planetário do nosso sistema solar. E de que
maneira isto se dá? Examinemos o fenômeno de perto. Vemos aqui, circulando em
torno dos planetas do sistema este simples filamento magnético recebendo a
irradiação do grande foco central, mediante a qual ele impulsiona a respectiva
esfera e ela se movimenta sobre si mesma com esta regularidade que estamos
vendo. Pretendem os autores do trabalho significar assim engenhosamente o
potencial irradiado Pelo Grande Criador e Animador do Universo, a todos os sistemas
planetários, transmitindo-lhes a vida e ação continuada. A idéia universal está
bem plasmada nesta obra extraordinária. Não esqueceram os seus autores de
apresentar este número avultado de pequenas luminosidade esparsas em todo o conjunto,
para significar as estrelas que aparecem no firmamento, que são outros tantos
planetas e sistemas que, de tão distantes, nos parecem estrelas minúsculas,
refletindo todas elas a luminosidade que recebem deste foco central. Analisemos
mais de perto o conjunto do nosso sistema. Aqui está a Terra, tão pequena em
relação aos demais planetas, que custa a crer que reúna perto de oito bilhões
de almas encarnadas, além de outros muitos bilhões de animais em plena
vivência. Vemos aqui bem próxima a Lua como satélite da Terra, inteiramente
desprovida de vida animal, segundo a imagem que os artistas aqui nos
apresentam. Como satélite que é da Terra, a Lua como que lhe segue os passos
sempre com os olhares voltados para ela. Vemos aqui a Lua constituída de matéria
sólida bastante irregular, apresentando-nos estas crateras bastante profundas,
onde nada conseguimos enxergar. É este enorme bloco montanhoso que os
cientistas da Terra se empenham em conquistar, na ilusão de nele poderem
instalar a vida. Os autores deste trabalho tiveram permissão para visitar a Lua
e nela estudarem o que pudesse interessar à confecção deste trabalho. E o que
conseguiram nesse estudo, é isto que aqui nos apresentam: um satélite sem vida,
árido, montanhoso, circulando no Espaço por força da irradiação que recebe do
grande foco central. Vemos igualmente os demais planetas do sistema,
movimentando-se todos com esta regularidade que vemos, como se uma poderosa
engrenagem os movimentasse. Nada disso existe, porém, às nossas vistas. Vemos que
toda a força que os impulsiona em seus movimentos rotativos, provém unicamente
deste grande foco que lhes dá vida e movimento.
— Muito te agradeço, bela
alma, a sugestão que hoje nos deste, assim como a interessante explanação que
acabas de fazer-nos em torno deste grandioso trabalho. É realmente digna da
nossa admiração a concepção deste grupo de grandes artistas, realizando esta
miniatura do Universo. A idéia foi muito feliz, concebendo este foco central
para simbolizar o Criador e Animador do Universo, em função do qual todos os
sistemas se movimentam numa sincronização perfeita com as irradiações do foco
central. Eu agradeço de coração a explanação que acabas de fazer-nos, e muito
admiro a inteligência e talento com que tão bem apreendes as idéias dos autores
das obras expostas, para as transmitires aos visitantes como nós. Eu te
agradeço uma vez mais tudo isso, bela alma!
Como acabais de observar,
almas queridas, estamos apreciando esta miniatura do sistema universal,
concebida e realizada por um pequeno grupo de almas com esta perfeição que
temos diante de nós. Aqui interessa-nos principalmente o globo terrestre que
vemos num movimento constante, produzido por esta pequena cinta magnética que
nem sequer o toca. Daí a nossa maior admiração pelos construtores desta obra,
conhecedores perfeitos dos efeitos da luz sobre o campo magnético dos corpos
celestes. Vemos que a esfera terrestre se movimenta em torno de si mesma
inteiramente desapoiada do que quer que seja, apenas o fazendo sob a influência
desta pequena cinta ionizada, sensível às radiações luminosas emitidas por este
foco central, simbolizando o regulador de toda a vida universal. Este plano em
que ora nos encontramos visitando esta grandiosa Exposição encontra-se também,
figuradamente anexo a este globo terrestre como parte de um todo. E a propósito
eu desejo dizer-vos, almas queridas, que os planos espirituais e o plano
terreno não se encontram distantes e tampouco separados, como muitas pessoas
ainda supõem. Os planos espirituais e o plano terreno interpenetram-se e se
completam de tal maneira que tudo o que empreenderdes ou fizerdes no vosso
plano terreno pode ser visto e apreciado dos planos espirituais. Nada existe no
plano físico do mundo terreno, que não seja visto do mundo espiritual, tão
perto e integrados esses diversos planos se encontram. Em face desta verdade, é
recomendável meditardes sempre naquilo que decidirdes empreender, para não
oferecerdes às Forças do Bem no plano invisível, algum espetáculo
constrangedor, resultante de algum procedimento menos digno. Não fora o olvido
exercido pela carne sobre a memória espiritual, e certamente recordaríeis
certos fatos do passado, dos quais fostes parte a seu tempo, mas que os não
praticareis jamais em vossa existência atual. São fatos dessa espécie os que
constrangem no Além as almas que os praticam na Terra, e que por nada
desejariam recordá-los. Bom será, por conseguinte, almas queridas, ter isto em
mente permanentemente, para fugir às recordações desagradáveis em vosso
regresso ao mundo espiritual.
— Agora, bela alma, talvez
tenhamos de nos afastar alguns dias desta bela e grandiosa Exposição, para
atendermos a outros trabalhos e interesses destas almas queridas que me
acompanham. Por isso peço-te não estranhares a nossa ausência por alguns dias.
Eu te prometo, porém, que voltarei, interessada como estou na apreciação de
outros trabalhos expostos. Adeus, pois, bela alma.
— Adeus, Alma Excelsa. Eu
sinto-me orgulhosa e feliz de ter podido proporcionar-vos a minha modesta
colaboração na descrição dos trabalhos visitados, e espero poder prosseguir em
dias próximos. Creia, Alma Excelsa, que isto resultou numa grande felicidade
para a minha pobre alma.
— Podes crer que eu
voltarei, bela alma. Até breve, pois.
Foi motivo de grande alegria
para mim, almas queridas, a oportunidade que se nos deparou de visitarmos
juntas esta Exposição de Belas-Artes, na qual tivemos ensejo de apreciar tão
belos e importantes trabalhos. Mas eu desejo visitar convosco outros lugares
notáveis deste plano em que vivo, onde muito há o que apreciardes. Faremos isso
a partir de amanhã e por uma semana aproximadamente, após o que voltaremos a
esta Exposição, onde ainda temos muito o que apreciar. O meu desejo e o meu
objetivo nestas visitas é menos o de proporcionar prazer ao Espírito, no exame
e análise das obras visitadas, do que o de despertar nas vossas almas os
verdadeiros objetivos de vossas presentes existências na carne, que são grandiosos
e belos. Nenhuma alma desceu jamais à Terra para o seu próprio deleite na
contemplação do que na Terra exista, mas unicamente com o elevado propósito de
progredir espiritualmente. Assim, tudo quanto me ocorre dizer-vos em favor
desse elevado propósito, eu o digo de todo o coração, com o fim de vos ajudar
da melhor maneira a cumprirdes integralmente as vossas tarefas. Este é o meu
maior desejo.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de
todo o coração.
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