As observações colhidas
pelas almas visitantes de Saturno, uma vez regressadas estas ao nosso plano
espiritual, foram devidamente selecionadas e anotadas para a eventualidade de
serem oportunamente trazidas à Terra no melhoramento de vários serviços aqui
existentes. Os melhoramentos que em breve conhecereis neste vosso mundo já
serão em parte o resultado das observações colhidas pelas nossas caravaneiras em
Saturno, e muito hão de contribuir para o progresso geral deste pequeno
planeta. Algumas daquelas observações requerem mesmo certa urgência em sua
aplicação neste mundo terreno, como meio de ajudar as almas encarnadas a
adquirir mais rápida evolução. O problema da instrução primária, por exemplo,
necessita de solução pronta e eficiente, para atender a essa população enorme
de crianças difundida pelas regiões do interior de muitos países, ainda
privadas de escolas. A simples alfabetização da criança já lhe proporciona
oportunidades de progresso através da leitura de obras espiritualistas, que de
outra maneira desconheceria. Da leitura das boas obras espiritualistas, novos
horizontes se abrem à compreensão e desenvolvimento espiritual dessas almas
encarnadas, permitindo-lhes o regresso ao seu plano no Além, já portadoras de
novas luzes. Porque, segundo vem ocorrendo desde muito, a passagem de uma alma
pela Terra privada do alfabeto, em nada ou muito pouco contribui para o seu
desenvolvimento espiritual.
Há necessidade, por
conseguinte, de os governantes de todos os países da Terra se devotarem mais à
difusão do ensino, na certeza de que isso redundará na sua maior iluminação
espiritual ao regressarem da Terra. Alfabetizar uma criança significa acender
uma luz onde existe escuridão, possibilitando à criança conduzir-se na vida com
maior acerto em suas atividades materiais, e obter maior volume de luzes para o
Espirito. Firmai-vos, pois, neste princípio, todas vós que tiverdes uma parcela
de responsabilidade na administração de qualquer fração do território terreno,
e estareis prestando ao mesmo tempo um belo serviço ao Senhor Jesus. A luz
decorrente da alfabetização das crianças e adultos tem o mérito de acender por
sua vez a luz espiritual nessas criaturas, o que as mesmas agradecerão
reconhecidas, a vida inteira.
Voltemos, porém, ao contato
com as almas visitantes do grandioso Saturno, para colhermos também algumas
observações importantes. Vencidos os primeiros três dias de visita àquele
planeta, durante os quais várias observações foram colhidas e cuidadosamente
anotadas, desejaram as caravaneiras conhecer um pouco dos serviços aéreos de
transporte, tão intensos e silenciosos. Indagaram por isso das almas saturninas
como se processavam tais serviços e com tanta segurança, ao que as mesmas
responderam da seguinte maneira:
— Estes serviços são aqui
muito importantes e funcionam maravilhosamente. Em afirmação disto, diremos que
muito poucos acidentes aéreos aqui se registram, graças ao adiantado processo aqui
usado. Os aviões que vedes cruzar os ares tão intensamente prestam grandes
serviços à população, dada a extensão do nosso planeta. O fato de funcionarem
assim tão silenciosamente, resulta do tipo de seus motores movidos
eletronicamente, não necessitando de outro combustível. São assim tão seguros
que podem inclusive fazer paradas no ar quando haja necessidade sem o risco de
caírem.
— Mas isto é realmente
extraordinário, queridas irmãs saturninas. No nosso mundo terreno isto é
absolutamente impossível! Não só os aviões fazem um enorme ruído com seus
motores, como se precipitam frequentemente ao solo, vitimando todos os
passageiros e tripulantes. Vemos, assim, o grande progresso em que se encontra
a vossa aviação.
— Sim, queridas terrícolas;
a nossa aviação é absolutamente segura. Sem poder exprimir-nos em termos
técnicos, vamos contudo tentar explicar a razão disso. Diremos então que os
nossos aviões dividem-se tecnicamente em duas partes: a primeira é constituída
do elemento de segurança, que o sustenta no ar com todos os passageiros.
Trata-se de uma bela descoberta dos nossos técnicos, e já em uso há mais de um
século. É um tipo de gás contido em vários tubos segundo o peso calculado de
cada aparelho, suficiente para mantê-lo no ar em quaisquer circunstâncias. Daí
a segurança de todos os nossos aviões. A segunda razão consiste em serem os
motores por sua vez alimentados eletronicamente, e nunca falham, porque os há
também de reserva, e assim vedes como cruzam os espaços constantemente. Há,
entretanto, um dispositivo bastante recente, o qual, colocado em todos os
aviões, impede que eles se choquem no espaço, terminando assim com o único
motivo de acidentes que até então ainda se registravam. O funcionamento deste
dispositivo é bastante curioso, e admira realmente como foi descoberto. Ele age
à base da repulsão. Assim, se dois aparelhos estiverem voando na mesma linha,
por exemplo, mas em sentido contrário, o dispositivo de repulsão entra
imediatamente em funcionamento, e desvia os dois aparelhos o bastante para não
se chocarem. Esta descoberta serviu para evitar muitos desastres por toda a
parte. Colocados na posição desejada, eles agem a uma grande distância;
desviando os aparelhos em sua rota para não se encontrarem. A este dispositivo
foi dado pela população o apelido de piloto invisível de tão eficiente que é.
Graças a ele cessaram os desastres aéreos em Saturno.
— É esplêndido, esse vosso
piloto invisível! Gostaríamos de conhecê-lo de perto, queridas irmãs saturninas,
uma vez que trazemos em nossa caravana almas que foram engenheiros na Terra.
— Muito bem, queridas
terrícolas. Vamos combinar então uma visita ao centro de aviação mais próximo,
onde podereis examinar de perto esse dispositivo. Iremos lá amanhã se estiverdes
de acordo.
— Perfeitamente, queridas
saturninas. Muito vos agradeceremos mais essa gentileza.
No dia imediato toda a
caravana se achava em visita ao centro de aviação em companhia da Comissão de
almas saturninas, que se esmeraram em apresentar às visitantes tudo o que
pudesse interessar-lhes nesse setor. Oito almas de engenheiros incumbiram-se de
examinar em detalhe o que mais pudesse interessar em relação a estes dois
princípios instituídos na aviação saturnina: o da sustentação permanente dos aviões
no ar, e aquele que efetua o desvio dos aparelhos quando se encontrem na mesma
linha em sentido contrário, o chamado piloto invisível. Quanto a este,
verificaram os engenheiros terrenos basear o seu funcionamento no princípio do
radar. Sua maior utilidade está então em que por eles próprios, isto é,
automaticamente, os dois pilotos invisíveis imprimem o desvio necessário às
duas naves, para que não se choquem em sua rota. E mais ainda: passado o
momento do cruzamento das duas naves, o movimento se desfaz e elas retornam à
sua rota. Vê-se por esta simples explicação, toda a importância do piloto
invisível na aviação hodierna. As almas de engenheiros terrenos tiveram
permissão inclusive para levantar esquemas sobre quanto desejassem nesse setor,
e elas o fizeram com empenho, visando à oportunidade de trazerem esse e outros
melhoramentos para a Terra bem proximamente. Podeis contar então com esses
novos melhoramentos a enriquecerem a vossa aviação, tão progredida, aliás,
nestes últimos tempos.
Encerrada a visita ao centro
de aviação, a caravana repousou o resto do dia, para o que se recolheu a um dos
templos da cidade onde todas as almas renderam graças ao Senhor Jesus pela
oportunidade que o Senhor lhes concedera de visitar Saturno, onde muito haviam
aprendido e anotado. Foi durante a sua tarde de repouso no Templo que este fato
as surpreendeu: havendo mentalizado o Senhor Jesus em suas preces de
agradecimento, aproximou-se delas reunidas, uma figura de idade mais que várias
vezes centenária, uma Entidade do mundo espiritual de Saturno, a qual as saudou
com grande reverência. Dirigindo-lhes o seu amável cumprimento, disse-lhes a
Entidade saturnina:
— Queridas filhas do mundo
terreno! Como me sinto ditosa em vos encontrar neste local! O que fazeis
porventura: emigrastes para aqui, ou encontrais-vos em vilegiatura?
— Querida e venerável
Entidade! Nós nos encontramos aqui em viagem de estudos e observações. Estamos
cursando a Universidade espiritual do mundo terreno, e viemos até aqui na graça
e permissão de Nosso Senhor Jesus.
— Nosso Senhor Jesus! Como
me enchem das mais caras recordações estas três palavras! Estas palavras
emocionam-me profundamente, almas queridas! Eu, como vós, também me acostumei a
amar o Senhor Jesus de todo o meu coração, desde quando tive a felicidade de
ser por Ele recebida e admitida a viver no solo terreno. Isto aconteceu há
muitos, muitos séculos, e eu recordo constantemente em minhas meditações
naquele pequeno mundo dos mares salgados e profundos. Vendo-vos agora neste Templo
orando a Jesus, Nosso Senhor, eu apressei-me em juntar às vossas a minha prece,
numa recordação muito grata para o meu pobre coração. O vosso Jesus é o próprio
Amor personificado. Felizes as almas e os seres que evoluem sob a graça e
proteção de tão luminosa Entidade! Creio não exagerar em vos dizer que o vosso
e meu querido Jesus é o filho mais querido do Pai Celestial Eu peço-vos então,
almas queridas, levardes a Nosso Senhor
Jesus, as vibrações mais puras do meu coração agradecido.
— Nós o faremos com todo o
gosto, venerável Entidade. Gostaría-mos de saber o vosso nome para melhor nos
desempenharmos do vosso pedido junto ao Senhor.
— Dizei-Lhe que foi Zarziel
que isto vos pediu, e o Senhor Jesus logo se recordará de mim.
— Se nos permitis uma indagação,
venerável Entidade, nós pediríamos que nos dissésseis algo mais sobre vós
própria, e como viestes para este grande planeta. Será isto possível?
— É perfeitamente possível,
minhas filhas. A minha história é muito longa mas eu procurarei resumi-la. Faz
já vários milênios que eu e muitas outras almas fomos entregues aos cuidados do
Senhor Jesus, numa grande assembléia realizada num planeta deste mesmo sistema.
Eu fazia parte do grupo de almas que tal assembléia decidiu entregar aos
cuidados do Senhor Jesus, para nascer no solo terreno. Foi então um perfeito
ato de caridade do Grande Jesus, minhas filhas. Fomos todas para a Terra, um
mundo bastante atrasado para nós que procedíamos de outro bem mais evoluído.
Nossa tristeza era então imensa. O povo não nos compreendia, se bem tivéssemos
nascido no mesmo ambiente. É que nossos Espíritos recordavam a todo instante o
paraíso que deixáramos em algum ponto do Universo, e se mantinham tristonhos.
Estou bem lembrada de que a região em que fomos nascer ficava situada ao Norte
do continente africano, onde lutamos e sofremos demasiadamente. Nós éramos
então um povo desconhecido e hostilizado pelos terrenos, embora tivéssemos
passado a ser terrenos também. Como possuíamos conhecimentos bastante mais
adiantados que os outros povos, nós fomos à guerra com eles e os vencemos em
toda a parte. Tanto lutamos e tanto vencemos que cansamos também. O nosso
Espírito vivia voltado para a nossa antiga morada, e não se conformava em viver
num mundo quase primitivo. Mas fomo-nos conformando pouco a pouco. A nossa situação
só encontrava alternativa na morte, porém esta tardava a chegar. Mais
conformadas com a nossa desdita, decidimos perpetuar nossa estada na Terra com
alguns monumentos graníticos que então erigimos, alguns dos quais lá permanecem
ainda em forma de pirâmides no antigo Egito. Estes monumentos serviram para
assinalar a nossa estada no vosso pequeno mundo. Com o tempo, como disse,
muitas de nós se afeiçoaram a Jesus, Nosso Senhor, e voltaram à Terra algumas vezes.
Eu fui uma dessas almas. Tornei-me missionária do Senhor, e cumpri algumas
missões do serviço divino, num preito de minha eterna gratidão por me haver
recebido tão carinhosamente. Na Terra fui então várias coisas: fui guerreiro;
dominador e por fim pastor de almas. Varei diversos países do Oriente na função
da doce doutrina de Jesus, conquistando novos fiéis para o Cristianismo. Muitos
séculos eu vivi assim ao serviço de Jesus, Nosso Senhor. Por fim, disse-me um
dia o vosso e meu querido Jesus:
— Querido Zarziel: muito
tenho apreciado a tua fiel dedicação ao serviço na Terra. Eu me congratulo
contigo, e de coração te agradeço o muito que fizeste pela minha doutrina da
fraternidade e do amor. Recebe, pois, mais este galardão, o mais belo que
possuímos para recompensar dedicações como a tua. Mas eu vou precisar ainda de
um novo serviço teu. Necessito que vás estudar num planeta mais adiantado os
melhoramentos lá existentes, a fim de os aplicarmos no nosso pequeno mundo.
Quero, pois, que viajes a Saturno por um prazo de cem a duzentos anos, após o
qual regressarás a este plano. Posso contar contigo, querido Zarziel?
— A minha única resposta,
amado Jesus — disse-lhe eu — é perguntar quando devo partir. Desempenharei mais
essa missão possuído da maior alegria.
— Esta foi a minha resposta
ao Senhor Jesus, e aqui me encontro ao seu serviço. Tenho estudado a fundo a
vida e os costumes deste grande povo de Saturno, almas bastante evoluídas, com
as quais muito tenho aprendido. Neste momento eu estou vivendo o intervalo de
uma encarnação. Percebendo luminosidades estranhas no Templo, produzidas pelas
nossas preces, vim juntar às vossas a minha própria ao Senhor Jesus, que eu amo
e venero em meu coração. Creio demorar por aqui mais algum tempo, até quando o
Senhor me chamar de volta. Possuo comigo um precioso tesouro de estudos e
observações sobre a vida e costumes deste grande planeta, e também sobre os
numerosos serviços e organização deste grande planeta. Peço-vos, então, no
vosso regresso levardes o meu nome ao Senhor Jesus, de quem jamais me
esquecerei em minhas meditações diárias.
— Foi para nós uma grande
alegria haver-vos encontrado, Entidade venerável, e um grande prazer
conhecermos os detalhes da vossa passagem pelo nosso pequeno mundo. Conhecemos
a tradição das pirâmides do Egito, e sabíamos haverem sido construídas por um
povo muito adiantado que fora entregue ao Senhor Jesus para evoluir na Terra.
Na realidade, porém, aquele povo era já bem mais adiantado do que os terrenos.
Ficamos sabendo agora que vós, Entidade venerável, fazíeis parte daquele povo
adiantado. Nós nos felicitamos então por haver-vos encontrado neste grandioso
planeta, e com todo o gosto levaremos as vossas palavras ao Senhor Jesus. Mas
esperamos ver-vos algumas vezes mais antes de regressarmos. Viremos então
diariamente a este Templo, que ficará sendo o nosso ponto de encontro.
Prosseguiremos em nosso próximo capítulo.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio e a minha própria que eu vos ofereço de
todo o coração.
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