Prosseguiremos em companhia
das almas que visitam o grande Saturno, o gigante do espaço infinito, onde
vivem e evoluem muitos milhões de milhões de almas num estado já bem mais
adiantado do que as que vivem na Terra. Acompanhando em pensamento aquelas
almas caravaneiras, desejamos conhecer desde logo observações de interesse para
a vida terrena. Voltemos então a Saturno para alguns dias mais de estudo e
observação. As almas-engenheiros da caravana mostraram-se satisfeitíssimas com
as observações realizadas no centro de aviação, e durante o resto do dia
continuaram estudando os esquemas que puderam levantar em torno dos
melhoramentos existentes na aviação saturnina. A maior dificuldade para as
almas-engenheiros estava em poderem gravar devidamente no próprio subconsciente
aqueles melhoramentos para os trazerem à Terra em breves anos. Isto, porém,
acontecerá com a ajuda das Forças Superiores, atentas ao progresso da vida
terrena. Depois de conhecerem os modernos processos de segurança na aviação
saturnina, desejaram as caravaneiras conhecer o sistema religioso ou crenças
religiosas existentes no gigantesco planeta, e nesse propósito se dirigiam às
almas saturninas nos seguintes termos:
— Queridas irmãs saturninas:
antes de encerrarmos esta nossa tão agradável visita ao vosso grande e belo
planeta, ainda gostaríamos de conhecer o processo religioso da população
saturnina. E então perguntamos: existe aqui um sistema religioso adotado por
toda a população, ou procede cada qual nesse terreno segundo a própria crença?
Poderíeis esclarecer-nos?
— Com muito gosto o faremos,
irmãs terrícolas. Para começar diremos que não existe aqui um processo
religioso abrangendo toda a população saturnina. Sendo a população calculada em
mais de sessenta bilhões de almas, seria realmente impossível a filiação de
todas elas a um único sistema religioso. Existem assim vários sistemas
abrangendo cada qual um número avultado de almas, e numerosos princípios
filosóficos, segundo a região em que vivem as almas. Poderemos dizer, contudo,
que todos os sistemas aqui existentes e praticados com verdadeira devoção pelos
respectivos adeptos baseiam-se na sobrevivência das almas após o decesso do
corpo, e na sua evolução em vidas sucessivas. Cultua-se então neste planeta e
com grande fervor a existência de um Ser Supremo a dirigir as pessoas em sua
existência no corpo físico, acompanhando-lhes os passos e os atos para um
julgamento futuro. Esta filosofia é que aproxima e mantém unidas as almas
encarnadas, desejosas de poderem merecer as graças daquele Ser Supremo quando
tiverem de encerrar sua existência no planeta. Sucede, porém, que o estado
evoluído dos habitantes de Saturno já lhes permite a compreensão da necessidade
que existe para todas as criaturas se manterem unidas no mesmo pensamento de
harmonia e felicidade, ajudando-se mutuamente sempre que houver oportunidade.
Este é o pensamento fundamental de todos os credos existentes neste grande
planeta.
— Estamos verdadeiramente
encantadas, queridas irmãs saturninas, com a vossa descrição. Concluímos,
então, que a própria índole do povo saturnino já o conduz a esse estado de
fraternidade. Um ponto ainda gostaríamos de esclarecer, que é o seguinte; há
aqui mentores ou sacerdotes, incumbidos de orientar ou conduzir as almas no
campo religioso?
— Sim, queridas irmãs
terrícolas. Existem neste planeta algumas organizações religiosas para esse
fim, e muito importantes. Falaremos em primeiro lugar de três destas
organizações, dirigidas, segundo a crença geral, por seres espirituais,
incumbidos de difundir o espírito de fraternidade entre os seres viventes.
Estas organizações são acessíveis às criaturas humanas, situando-se também,
segundo a crença, nos três pontos mais elevados do planeta. Diz-se que esses
três pontos se comunicam frequentemente com a Corte do Ser Supremo que dirige o
planeta, e dela recebem instruções e avisos a serem divulgados entre a
população. Não existem propriamente construções materiais nos três pontos
elevados nos quais devem residir as Entidades a quem nos referimos. Alguém,
contudo que tentou aproximar-se de um desses lugares, declarou sentir-se de tal
maneira ofuscado pelas claridades recebidas que resolveu desistir de o conhecer
mais de perto e retornou à planície. O que todos aceitam, porém, é que esses
três lugares privilegiados do planeta recebem do mundo espiritual de Saturno
quanto se torne necessário difundir no solo saturnino. Vem depois um segundo
estágio ou categoria de mentores constituída de homens possuidores de grandes
conhecimentos e reconhecidas virtudes, os quais, segundo a crença, entram em
contato mental ou telepático com os dirigentes espirituais dos três pontos já
citados. Segundo a crença generalizada, estes homens virtuosos, também chamados
Sacerdotes Maiores, em certas ocasiões passam dias inteiros entregues a
profunda meditação, durante a qual se comunicam com os pontos privilegiados, e
deles recebem informações e advertências que devem difundir entre a população.
Estes Sacerdotes Maiores, assim designados pela população, vivem quase isolados
em castelos situados nas montanhas, e muito dificilmente são vistos na
planície. Vem depois, finalmente, a terceira categoria de mentores religiosos,
designados Sacerdotes Menores, cuja função é manter-se em contato com a população
nos templos, auscultando suas necessidades e problemas, e transmitir-lhe
conselhos e advertências recebidas do estágio superior. Esta categoria de
sacerdotes conserva-se presente o dia inteiro nos templos, prontificando-se a
ouvir e atender qualquer membro da população que necessite de falar-lhes. Bem
recentemente, sucedeu desenvolver-se em certas regiões deste planeta uma
epidemia terrível, que mais tarde se soube oriunda de uma onda atmosférica
impregnada de germens terrivelmente maléficos. Os dirigentes espirituais
daqueles três postos mais elevados, cientes da aproximação daquela onda
maléfica, agiram com tal eficiência nos avisos transmitidos aos Sacerdotes
Maiores, e estes aos Menores, que toda a população se preparou para resistir a
essa epidemia. Com tudo isso, a mortandade ainda foi grande, sobretudo entre as
pessoas desidiosas. Pela violência com que a epidemia se apresentou, não fossem
as providências e precauções tomadas, uma boa parte da população saturnina
teria regressado ao mundo espiritual. Isto que acabamos de dizer pode dar-vos
uma idéia aproximada de como funcionam neste planeta as organizações incumbidas
do processo religioso. Deveremos acrescentar, entretanto, que toda a população
se entrega diariamente à prática religiosa, seja no comparecimento aos templos
espalhados por todas as cidades, seja no próprio culto nos lares, onde existe
sempre o chamado quarto de oração. Neste local a família se reúne
diariamente para dar graças ao Criador pelo dia findante, e rogar novas graças
para o dia seguinte. Neste detalhe podeis bem avaliar o que vem a ser o
espírito religioso dos saturninos:
— Ficamos maravilhadas com
mais esta interessante exposição acerca do espírito e das práticas religiosas
no vosso grande e belo planeta. Sobretudo, impressionou-nos muito
agradavelmente o conhecimento de que o próprio Criador, o Ser Supremo, dispõe
em Saturno de pelo menos três postos de serviço ou de comunicação. Isto é belo
e bem reflete o estado de adiantamento espiritual da população saturnina. E
ficamos então a imaginar quando poderá contar a Terra, aquele pequenino ponto
luminoso que vemos tão distante de Saturno, com um posto de serviço semelhante
a estes que existem no vosso planeta gigantesco. Recebei, pois, os nossos
sinceros agradecimentos, almas saturninas, a quem tanto queremos, pela
gentileza com que nos distinguis.
Esta era uma observação das
mais importantes para as almas caravaneiras: conhecerem algo a respeito do
processo religioso de Saturno. Ficaram então muito satisfeitas em conhecê-lo
através das três categorias de mentores religiosos ali existentes. Um detalhe
que certamente as caravaneiras desconheciam, é que também existe na Terra um
posto de serviço espiritual relacionado com o Mundo Superior, e em
funcionamento permanente. Seu dirigente poucas vezes é visto, e isto mesmo
quando necessita de ajudar ou socorrer alguém no solo terreno. Este posto de
serviço espiritual funciona há vários séculos no Himalaia, cujo dirigente, de
tão antigo, já não possui o corpo físico, mas o reintegra quando necessário.
Seu nome é Babaji, um grande servidor e amigo do Senhor Jesus. Sua
permanência naquela Montanha Sagrada permite ao Senhor Jesus enviar à Terra
intensas vibrações de amor e fraternidade, que o iluminado Espírito de Babaji
se incumbe de difundir por toda a superfície do planeta. É este um fato que bem
poucas pessoas conhecem, graças ao qual muitas e grandes idéias estão sendo
irradiadas a todos os recantos do planeta. A partir deste século os serviços
executados até agora exclusivamente pelo Grande Espírito de Babaji estão sendo
ampliados com a vinda de mais duas Grandes Entidades, uma vez que, crescendo a
população terrena, faz-se necessária também maior assistência. Passados então
os trabalhos de reestruturação em curso na superfície terrena, tempo será de
reorganizar o sistema de comunicação entre o mundo espiritual e o mundo
terreno, visando-se a uma maior presença do mundo espiritual no vosso mundo.
Babaji contará então com dois novos companheiros em suas atividades incansáveis
naquela Montanha Sagrada se a mesma continuar de pé, ou, em caso contrário,
onde melhor convier. Não vos admireis em eu assim me referir à Montanha Sagrada
do Oriente, uma vez que existem probabilidades de vir a mesma a ser demolida no
desenvolvimento do processo transformatório da Terra. Se tal suceder, bem
possível seja pensar o Senhor Jesus neste continente sul-americano para a
instalação dos seus serviços na Terra.
Acompanhemos, novamente, as
nossas irmãs caravaneiras em Saturno, em suas novas observações. Satisfeitas
com a informação recebida acerca do processo religioso e seus mentores em
Saturno, as caravaneiras, prestes a encerrarem a visita ao grande e adiantado
planeta, ainda desejavam conhecer algo a respeito da navegação marítima ali
praticada, e neste sentido dirigiram sua indagação às bondosas almas
saturninas. Estas, com a sua proverbial gentileza e boa-vontade, assim se
manifestaram:
— A navegação marítima entre
nós, cremos ter atingido à perfeição. Sendo imensamente extenso o nosso planeta,
não lhe basta a navegação aérea somada à de superfície, que é também intensa.
Os nossos mares fornecem então um admirável campo de comunicações que a
população utiliza na maior escala possível. Isto se faz por meio de transportes
que poderemos dizer gigantescos, de outros menores, e de inúmeros outros, até
individuais. Falaremos destes últimos em primeiro lugar. Os transportes
individuais são pequenas embarcações que se deslocam sobre o mar apenas em sua
partida e chegada. Durante o percurso elas se mantêm cerca de um a dois metros
acima do nível, graças ao seu tipo de motores de aviação. Seus motores acionam
a embarcação pelo mesmo processo dos aviões, não necessitando da hélice
marítima. Alcançam grandes velocidades e podem conduzir até dez pessoas. Sendo
de propriedade particular, nós as consideramos na classe dos transportes
individuais. Este tipo de embarcações é aqui bastante usado para transportes e
passeio, e são absolutamente seguras. Possuem todas aquele mesmo dispositivo
que já conheceis pelo nome de piloto invisível, que contribui
decisivamente para a ausência também de acidentes no mar. Falaremos agora dos
grandes transportes de passageiros que trafegam entre uma e outras cidades
marítimas com toda a regularidade. Estes transportes também chamados
saturninos, são tão confortáveis que seus usuários sentem-se como em seus
próprios lares. Há tudo neles para tornar as viagens excepcionalmente
agradáveis: jardins, parques de diversões, cachoeiras, salões belamente
iluminados, música e toda sorte de diversões se encontram nestes grandes
transportes. Suas máquinas moderníssimas não oferecem o menor ruído e o que é
mais importante, possuem um dispositivo que os torna absolutamente serenos, nos
mares permanentemente encapelados de Saturno. Sim, queridas irmãs terrícolas;
os nossos mares apresentam-se permanentemente perigosos, de tal modo
encapelados, que os transportes tiveram de proteger-se contra os naufrágios,
que eram muitos antigamente. Agora não; com o tipo de asas flutuantes os
transportes marítimos singram os mares na maior segurança e tranquilidade de
seus passageiros.
— Asas flutuantes,
vós dissestes, queridas irmãs; poderíeis dizer como funcionam? Pelo que ouvimos
trata-se de um grande invento para proteger a navegação marítima.
— Sim, queridas terrícolas;
as asas flutuantes, são uma espécie de flutuadores longitudinais
aplicados aos transportes, com a missão de amortecer o impacto tremendo das
ondas quando estas se apresentam terrivelmente violentas. Estas asas
flutuantes recebem o impacto e se contraem, amortecendo a violência
continuada do mar. Os passageiros apenas apreciam o fenômeno, mas não o sentem.
— Belo dispositivo esse,
queridas irmãs. Gostaríamos de poder apreciá-lo de perto. Poderá ser amanhã?
—Estamos às vossas ordens,
queridas irmãs.
Prosseguiremos no próximo
capítulo.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de
todo o coração.
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