O que os homens e mulheres
da hora presente necessitam de observar de modo particular, porque de seu
máximo interesse, é o fato de não poderem saber com a necessária antecedência o
ano, mês, dia e hora em que serão chamados de regresso à sua pátria espiritual.
E se aprofundarem sua meditação neste particular, certamente descobrirão que nada
ou muito pouco fizeram em todo o período decorrido, para aumentar a luz de seu
Espírito, com a prática de atos meritórios aos olhos de Nosso Divino Salvador e
Guia Máximo Espiritual.
Não podem infelizmente
recordar em sua memória física, os homens e mulheres do presente, assim como o
não recordaram os do passado, a série enorme de obstáculos pelos mesmos
vencidos no Espaço, para obterem a necessária permissão para virem mais uma vez
à Terra, em busca de aprimoramento espiritual. Não podem infelizmente recordar
que se empenharam realmente junto a seus maiores no Espaço, para intercederem
por si junto às Forças do Bem, a quem prometeram com as mãos postas sobre o
coração, que desta vez abandonariam os velhos processos de procurarem riquezas,
honras e grandeza, como tantas vezes o fizeram no passado, para se dedicarem
exclusivamente à causa de seu desenvolvimento espiritual, por meio de trabalhos
e obras de assistência fraterna, segundo o luminoso ensinamento de Nosso
Senhor: Amai ao próximo como a vós mesmos e alcançareis o Reino do Céu.
Muitos foram em verdade os
passos dados por todos os homens e mulheres da hora presente para conseguirem
sua atual encarnação, preterindo cada um, um ou mais irmãos que alimentavam o
mesmo desejo. E tendo assumido com isso compromisso muito sério com o Divino
Salvador, compromisso que em boa parte nem começou a ser cumprido, venho eu
dizer-vos, irmãos queridos, que não há mais tempo a perder, em face dos
acontecimentos prestes a registrar uma transformação substancial da vida em
toda a face da Terra.
Nunca será demais insistir
que Nosso Senhor está empenhado em poupar o maior número possível de seus
guiados terrenos, às atribulações das próximas horas, numa demonstração a mais
do seu grande amor a todos os homens e mulheres, vindo Ele próprio comandar e
dirigir esta Grande Cruzada de Esclarecimento. Hora é, ainda, de repetir
aquelas suas palavras de há dois mil anos: ouça quem tiver ouvidos de ouvir
porque esta Cruzada é provavelmente a última.
Mensageiros do Senhor se
empenham por toda parte em falar ao ouvido espiritual de todos os encarnados da
hora que passa, com especialidade aos de idade mais avançada, dizendo-lhes
estas mesmas palavras, na última tentativa de se fazerem ouvidos e
compreendidos.
Observai, irmãos queridos, o
que se verifica diariamente em todas as latitudes do vosso mundo: irmãos partem
de regresso aos planos do Além, abandonando bens, riqueza e família, nada
podendo conduzir em seu caixão mortuário além dos únicos trajes vestidos por
outras mãos. Isto acontece exclusivamente em relação ao veículo usado pelo
Espírito durante sua permanência na Terra. Verificareis então a diversidade de
situação em que são levados à última morada os despojos dos Espíritos que
partiram. Seguem muitos deles com grande acompanhamento de pessoas notáveis na
sociedade em que viveram, seus despojos ricamente acomodados em luxuosos
invólucros, enquanto a grande maioria apenas cumpre o cerimonial mínimo em tais
casos, com modesto acompanhamento, invólucro modestíssimo, refletindo bem a
posição social em que viveram, ou melhor dizendo, em que morreram.
Ora bem, irmãos queridos:
podereis porventura imaginar o que no Alto se passa, em relação a esses irmãos
cujos despojos foram assim levados ao seio da Terra em que viveram? Certamente
que não podeis fazer sequer uma idéia, embora tenhais presenciado fatos
semelhantes durante vossas estadas no Espaço, nos intervalos de vossas
encarnações. Pena é que vossa memória física não possa recordar o que estais
fartos de haver presenciado, porque decerto encararíeis o fenômeno por seu
verdadeiro prisma. Se recordar pudésseis fatos inúmeros como esses, e até
aqueles em que fostes parte, saberíeis por experiência própria, que muitos dos
nossos irmãos cujos despojos foram dados à sepultura com toda a pompa, são
recebidos no Alto com expressões de grande compaixão, pelos mensageiros do
Senhor encarregados desse serviço. Esses irmãos desfrutaram uma encarnação
terrena de grande prosperidade, acumularam fortuna, riqueza, honras e poder,
mas se esqueceram, lamentavelmente, do seu Eu espiritual, nada tendo feito pela
aquisição da iluminação que vieram buscar na Terra.
Aportam, pois, esses irmãos,
ao plano que lhes é próprio, muitos deles num estado tal de indigência
espiritual, de causar verdadeiro constrangimento aos enviados do Senhor. E por
quê? Unicamente pelo não cumprimento de deveres impostergáveis para com o
Divino Salvador, de quem nunca procuraram aproximar-se durante toda a sua
permanência na Terra. Seguem esses irmãos então o chamado por nós Caminho do
Esquecimento, que vai ter a uma região em que vivem muitos outros em idênticas
condições, entregues às suas recordações.
Agora o outro lado do
fenômeno. Muitos daqueles cujos despojos foram acondicionados modestamente, no
invólucro de madeira tosca forrado de pano preto, em virtude de não haverem
podido acumular fortuna que lhes facultasse, ou melhor, que lhes garantisse o
desejado enterro de “primeira classe”, os Espíritos de muitos desses irmãos
aportam ao lar espiritual de tal maneira radiosos e felizes, que sua chegada
passa a constituir motivo de alegria e até de festa, para os seus amigos e
parentes que os aguardam. Muitos desses irmãos, cuja passagem pela Terra se
consumiu em trabalhos abençoados por Deus, porque sempre orientados na direção
do bem e do amor fraternal, tendo seu coração permanentemente cheio de fé e de
esperança no auxílio do Alto, muitos desses irmãos, dizia, praticamente
cumpriram sua última romagem pela Terra, porque nela completaram a aquisição da
luz espiritual que lhes permite viver agora permanentemente nos planos radiosos
do Espírito, ou ingressar no serviço divino como novos mensageiros do Senhor.
Gostaria, irmãos queridos,
que minhas palavras merecessem toda a vossa meditação, que fossem lidas e
relidas, visto como a cada nova leitura mais se aclarará o vosso Espírito em
torno desta grande verdade incontestável: a vida terrena tem por único objetivo
a aquisição da luz espiritual.
Se alguém maldosamente
tentar convencer-vos de que as coisas se passam de outro modo, e que a vida
terrena deve ser vivida em cheio quanto aos prazeres que o mundo vos oferece,
desconfiai, irmãos queridos, porque esse alguém foi colocado em vosso caminho com
o objetivo de testar a vossa própria determinação. Se lhe derdes ouvidos, se
vos deixardes convencer que esse alguém está com a verdade, ai! irmãos
queridos! ai de todos vós, porque sereis um Espírito a mais a seguir aquele Caminho
do Esquecimento de que falei linhas acima. E como desejo eu próprio estar
presente à chegada de todos os meus leitores em sua recepção no Além, para ser
o primeiro a abraçar-vos em nome do Senhor, quero que resistais firmemente a
todos os maus conselheiros que porventura surgirem em vosso caminho,
encostando-vos só e só no coração do Divino Mestre, onde existe um lugar para
cada um de vós.
Neste propósito e nesta
minha grande esperança, de poder abraçar-vos a todos a seu tempo, despede-se
por hoje e vos abençoa, em nome de Jesus, este vosso amigo dedicado — Irmão
Tomé.
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