Quando os homens e mulheres
da era presente houverem terminado sua atual encarnação e regressarem ao plano
espiritual a que pertencem, uma grande surpresa ali os aguardará. Muito
admirados hão de ficar então, ao contemplarem o que em linguagem terrena se
denominaria a sua ficha psicológica, ou psíquica. Nesse dia, cada um dos
viventes atuais na Terra poderá verificar, passo por passo, todos os acertos e
erros praticados no decorrer de sua última existência terrena. Será esse, por
assim dizer, o seu momento decisivo em relação ao destino que lhe será
indicado. E como a maioria dos viventes do momento presente terá ensejo de
constatar, que a curva de seus erros superará de muito a linha dos acertos,
fácil é de prever qual seja. O caminho a seguir daí em diante, não se sabendo
para onde, nem por quanto tempo.
Certo é que a falta de
escolas filosóficas acentuadamente espiritualistas na Terra, nas quais fossem
os homens e mulheres convenientemente orientados em sua passagem transitória
pela carne, há de constituir uma atenuante em seu favor, atenuante que a Divina
Justiça computará no julgamento dos encarnados. O Espaço reconhece que a
maioria dos ensinamentos filosóficos até agora ministrados aos viventes
terrenos perde-se num conjunto de filigranas de natureza filosófico-cultural,
deixando de abordar com a necessária precisão a realidade do Espírito, o que
muitos desses ensinamentos nem sequer admitem. Desenvolvem-se os ensinamentos
assim ministrados, preferencialmente em torno da vida de relação da pessoa
humana com o meio ambiente, quando melhor fora procurar despertar no íntimo do
ser humano a sua relação com o mundo espiritual de onde proveio, e para o qual
terá de regressar a qualquer momento.
Há precisamente um século
apenas que a existência do Espírito passou a ser investigada pelos homens, e,
apesar do volume enorme de provas obtidas por toda parte, evidenciando de mil
maneiras sua realidade incontestável, ainda persiste nos meios científicos a
dúvida dessa existência, senão até a sua contestação. Imaginai, irmãos
queridos, o papel de um homem de ciência, digamos mesmo de ciência positiva, um
homem que é, apenas, um Espírito temporariamente revestido de carne, a
contestar com argumentos ditos científicos a existência do Espírito! Isto
resulta infelizmente da idéia materialista que percorre o mundo terreno desde
os seus primórdios, apoiada apenas na circunstância de se não poder pesar nem
medir o Espírito!
Chegou porém o momento em
que as teorias ditas materialistas cairão por terra, e serão esmagadas todas
elas pela evidência de fatos que não tardarão a registrar-se no vosso mundo
atual. Os homens de ciência sentir-se-ão impotentes para contrariar a
existência do princípio espiritual como origem de toda a vida no Universo, e
serão esses irmãos os que mais se hão de surpreender ao chegarem de volta ao
seu plano de vida no Além, encontrando-se apenas Espírito e nada mais.
Mister se faz, por
conseguinte, que todos os olhos e ouvidos se abram aos conselhos que neste
livro se reúnem por determinação do Nosso Divino Salvador, e especialmente à
recomendação que tenho feito e repetido, no sentido de que homens e mulheres,
ponham de lado por algum tempo suas idéias e convicções de ordem materialista,
e entrem em contato diário, urgente, permanente, com Nosso Senhor Jesus Cristo,
cuja infinita bondade e amor para com todos, deseja evitar aos seus guiados
terrenos, momentos talvez demasiado dolorosos em face das convicções
filosóficas de muitos.
Eu me permito, então, irmãos
e amigos meus, apresentar uma sugestão a todos os viventes atuais, em qualquer
país ou região da Terra. Permito-me apresentar uma sugestão que pode ser
pacificamente aceita por gregos e troianos, segundo a frase histórica, com a
certeza de que nos haveremos de encontrar em perfeita harmonia e entendimento
de idéias. Minha sugestão é a seguinte: — Os acontecimentos quase ciclópicos a
se registrarem no solo terreno, pela sua proximidade e natureza, não permitem
mais uma polêmica doutrinária entre as diversas teorias e princípios
filosóficos, de cujo debate pudesse apurar-se qual delas melhor poderia servir
aos interesses da criatura humano-espiritual, a fim de ser adotada urbi et
orbi. E não havendo mais tempo para tal, porque a roda do tempo não pode ser
detida, eu proponho ou sugiro que os adeptos de todas as crenças, religiões e
filosofias disseminadas pelo mundo terreno, suspendam por algum tempo o rigor
de suas convicções, e ouçam a palavra autorizada de um mensageiro de Jesus
Cristo, para que tratem de entrar em comunicação com o Senhor do Mundo em que
vivem, para que Ele, por sua vez, possa incluir a todos esses amados filhos, em
o número daqueles que desejam ser preservados da tormenta que pode desabar a
qualquer momento. Esta sugestão, irmãos meus, tem o mérito de evitar que uma
boa parte dos homens e mulheres da hora que passa venham a ser deixados
entregues às suas próprias convicções, assim como sucederia em um naufrágio
imaginável, em que boa parte dos náufragos recusasse salvar-se no escaler
oferecido, apenas porque a pintura exterior se não harmonizasse com sua cor
predileta.
A imagem acima, conquanto
pobre, serve para esclarecer melhor o objetivo deste mensageiro do Senhor, que
recebeu instruções para oferecer o escaler de Nosso Divino Salvador a todos,
todos, sem exceção de um só, dos Espíritos presentemente encarnados na Terra.
Depois então, irmãos queridos, terminado com todo o êxito o serviço de
salvamento, poderá cada um dos náufragos continuar com suas idéias e
convicções, se não preferir entrar definitivamente nas hostes de Nosso Senhor
Jesus Cristo, e tornar-se, quem sabe?, um de seus novos Apóstolos.
Percebendo de antemão que
algumas mentes desejarão maiores esclarecimentos a respeito desta sugestão, e
até de me fazer perguntas individuais sobre outras questões de seu interesse,
desejo manifestar desde já o meu propósito de me preparar para dar todos os
esclarecimentos desejados por meus leitores, para o que instruirei
convenientemente o dedicado irmão que me serve de intermediário, de maneira a
poder responder de viva voz a todas as questões que me venham a ser formuladas.
No último capítulo deste livro encontrarão os meus leitores e irmãos queridos,
as necessárias instruções a respeito. Por agora, e para ganhar tempo, uma vez
que o “despertador não tarda a disparar”, como ficou dito em capítulo anterior,
o que aconselho então a todos os irmãos, adeptos de todas e de qualquer crença
religiosa, é que se ponham diariamente em contato mental com o Divino Salvador,
seja proferindo uma prece sincera do coração diretamente ao coração do Senhor,
seja para aqueles que não aprenderam a orar, a emissão sistemática de uma
vibração mental, inquirindo se quiserem o Divino Mestre acerca do fundamento
desta minha sugestão.
De qualquer maneira, é
urgente fazerem algo neste sentido, todos quantos perlustram na hora presente
os sombrios caminhos deste planeta de sofrimentos, decepções e lágrimas,
procurando cobrir-se contra os perigos que podem vir, e certamente virão quando
menos se esperarem.
Irmãos meus, amigos meus;
quem assim vos fala, quem desta maneira exorta a todos a pôr-se em contato mental
diariamente com o Senhor, sabe de sobra o que poderá suceder a quantos não
estiverem devidamente preparados para enfrentar e vencer a tormenta que se
aproxima. Preparai-vos, pois, é o que vos pede, uma vez mais, este
vosso amigo dedicado — Irmão Tomé.
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