Se algum dos meus irmãos
encarnados me pedisse um esclarecimento, acerca do problema que todos têm de
enfrentar no momento de sua partida deste mundo, de regresso ao plano
espiritual de onde vieram, eu lhe diria que tal problema só existe para aqueles
que não estiverem devidamente preparados para essa viagem de volta.
Esse problema, que a quase
totalidade dos Espíritos encarnados tanto receia enfrentar, só existe, repito,
para aqueles que viram decorrer os dias e noites de sua presente encarnação,
inteiramente preocupados com sua vida puramente material. E não estranharei que
igual pedido me venha a ser feito inclusive por adeptos e sacerdotes das várias
religiões da Terra, também estes desprevenidos a respeito do que os aguarda no
momento de cerrarem os olhos do corpo.
Devo dizer então, a quantos
tiverem a ventura de correr os olhos por estas páginas, inclusive àqueles que
mais temerem enfrentar a incógnita da morte, devo dizer a todos esses meus
queridos irmãos que se tranqüilizem, que acalmem sua natural preocupação a este
respeito. Quero assegurar aqui ao mais preocupado, ao mais intranqüilo em face
da viagem que devem fazer mais cedo ou mais tarde, quero assegurar a todos, que
está em suas próprias mãos, que depende exclusivamente de sua vontade, de sua
disposição em querer preparar-se, fazer essa viagem — que muitas vezes fizeram
antes — na mais absoluta paz, tranqüilidade e segurança. Mister se faz apenas
prepararem-se desde agora, como se a tivessem de enfrentar amanhã.
A passagem deste plano de
vida material para o plano espiritual, é coisa muito mais fácil de realizar do
que o inverso: a vinda do plano espiritual para o plano físico. Enquanto esta
última requer uma abnegação de nove meses ao Espírito que tem de preparar ele
próprio o veículo de carne em que deverá habitar durante vários decênios, e
nessa preparação sofre o constrangimento natural dos quase encarcerados, a
partida de regresso ao mundo espiritual processa-se de maneira bem mais rápida
e com muito menor índice de sofrimento.
O fato assistido pelos
irmãos presentes à desencarnação de um Espírito realizada em condições normais,
e que a muitos dá a impressão de sofrimento, não o é realmente. Desde o momento
em que a partida ficou decidida, pela carência de condições fisiológicas para
que permaneça no corpo, esse Espírito inicia a sua desencarnação suavemente,
não obstante as aparências de sofrimento manifestadas pela matéria, em
contrações de ordem puramente física, como um conjunto mecânico cujos elementos
começaram a perder a harmonia e sincronização de movimentos.
Quanto ao Espírito, esse é
assistido e ajudado por Entidades afins, designadas para o receberem e
confortarem, desde o momento da partida até ao local que lhe estiver destinado
para o necessário repouso.
Acontece, ademais, que uma
espécie de torpor envolve a quase totalidade dos desencarnados, eliminando-se
desta maneira o traumatismo que certamente se manifestaria se assim não fora.
Isto, em largos traços, o que sucede aos encarnados no momento de seu
desprendimento da matéria em que cumpriram mais uma trajetória na Terra. Este,
o lado material do fenômeno. Há, entretanto, o outro lado, ou, como
habitualmente dizeis, o reverso da medalha: o aspecto essencialmente moral do
caso, e certamente o mais importante para o desencarnando. E este é, meus caros
irmãos, um dos grandes objetivos deste livro, como parte da Grande Cruzada de
Esclarecimento que está sendo realizada na Terra. É o lado espiritual
relacionado com os Espíritos encarnados, a grande preocupação de Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Até certo número de decênios
decorridos, esperaram as Forças do Bem pela reação dos Espíritos encarnados às
intuições de seus mentores espirituais, aos conselhos transmitidos durante o
sono, para que resolvessem adotar o hábito de sua comunicação diária com o
Senhor Jesus, de cujo imenso coração receberiam os eflúvios maravilhosos que se
transformariam em luz para seus Espíritos. Isto, entretanto, só tem sido
registrado numa escala mínima, infelizmente. Aproximando-se, porém, os tempos
previstos no Apocalipse, tempo não há mais que permita às Forças do Bem
continuarem aguardando as reações naturais de cada um, sob pena de verem os
filhos da Terra lamentavelmente tragados e sem remédio, ante acontecimentos
improrrogáveis.
Desejo dizer então a todos
os viventes da Terra, que meus conselhos ouvirem ou deles notícia tiverem, que
há um meio único, exclusivo, de poderem preparar uma partida absolutamente
tranqüila, pacífica, feliz. Este meio eu o venho anunciando em cada capítulo
destes conselhos e não me cansarei de o repetir. Consiste simplesmente na
decisão dos meus caros irmãos em dedicarem dez minutos diários que seja,
entrarem em comunhão mental com as Forças do Bem, pedindo intuições, luz e
orientação para os seus passos na Terra durante os dias, meses e anos em que
aqui permanecerem. Com esta prática diária, terão assegurada, não apenas uma
acentuada modificação para melhor em sua vida material, com o recebimento de
novas idéias, proteção e ajuda da parte daquelas Forças, como assegurada terão,
igualmente a seu tempo, uma tranqüila viagem de regresso ao lar espiritual de
onde vieram.
A insistência com que abordo
este assunto ao longo deste volume de conselhos que venho transmitindo à Terra,
em cumprimento de determinação do Divino Mestre Jesus, poderá parecer-vos,
irmãos meus, provavelmente desnecessária, visto como a maioria de meus leitores
já se decidiu por essa prática, altamente salutar para os seus Espíritos. É
que, conhecendo como efetivamente conheço, o quanto é fraca a alma humana e
débil a manifestação de sua vontade, e conhecendo, de outra parte, os perigos a
que estão sujeitos aqueles que desprezarem o hábito da oração diária, seja por
motivo de cansaço físico ou por simples esquecimento, o conhecimento que tenho
da gravidade dos perigos a que estão sujeitos, leva-me a insistir neste ponto,
fundamental como é nos dias que correm para a paz e felicidade de todos os
seres humanos.
Assim, pois, meus queridos,
não vos agasteis com esta recomendação que de todo o coração vos faço;
considerai-a, antes, como se fora um título descontado em vosso favor a curto
ou longo prazo, do qual esse vosso irmão mais velho, devidamente autorizado por
Nosso Senhor Jesus Cristo, se considera devedor. E com que prazer eu vos
receberei um dia em Espírito, entregando-vos, transformadas em luzes e bênçãos,
todas as palavras que houverdes proferido em vossas orações diárias, uma, duas
ou mais vezes, diretamente ao Sagrado Coração de Jesus. Cobrai de mim, pois,
irmãos meus, amigos meus, as orações que proferirdes, por incontáveis que
pareçam, porque anotadas as ireis encontrar em vosso multissecular cadastro
espiritual, que deixastes guardado no Além.
Nosso Senhor, que me envia
até vós, será então o fiador de minha promessa de agora; e com tal fiador vale
realmente a pena capitalizardes no Alto, vossas indispensáveis, urgentes e
excepcionalmente úteis nas horas que se aproximam — as vossas orações ao Senhor
do Mundo em que viveis.
É o que sinceramente vos
promete, e prazerosamente cumprirá, este vosso dedicado — Irmão Tomé.
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