Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Capítulo XXXIX- Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. A caminhada interminável das almas - Objetivos dos emissários de Jesus ao solo terreno - Um caso como muitos - Duas filhas que eram todo o orgulho do pai - Dois casamentos interesseiros - Conseqüências da falta da oração




Os homens e as mulheres presentes na Terra, aqui vieram com a finalidade de completarem o seu aprendizado iniciado há milênios em mundos bastante inferiores a este, para que possam em breve ascender a outro mais elevado. O processo evolutivo dos seres espirituais assemelha-se bastante ao processo educativo em todos os países, sendo necessário ao aluno concluir um curso inferior para poder ingressar no que lhe fica imediatamente superior. Aos seres espirituais sucede o mesmo, com a diferença apenas de que um ano de estudo do aluno na Terra corresponde em regra a uma, duas ou mais encarnações, ou seja a dois ou três séculos de vivência terrena. Isto porque o curso que se apresenta aos seres espirituais, durante o qual deve cada um dar provas do melhor aproveitamento, é cem vezes mais complexo do que os cursos didáticos da Terra. Todas as almas que povoam os incontáveis planos de vida disseminados na imensidão do Infinito, estão destinadas ao aprimoramento máximo de todas as suas faculdades latentes, numa caminhada também interminável porque evoluindo sempre, indefinidamente.

Os homens e as mulheres atualmente na Terra, possuidores já de um certo grau de conhecimentos e por conseguinte também de certa luminosidade, devem esforçar-se um pouco mais do que o fizeram até agora, no sentido de completarem corretamente o seu aprendizado na Terra. Se isto conseguirem os atuais viventes na esfera terrestre, estarão conquistando com seu esforço o direito de ingressarem em planos de vida bem mais feliz do que a vida na Terra, planos que estão desde muito aguardando essa oportunidade. Assim como sucede aos atuais viventes nesta pequena esfera, também os habitantes dos planos a que me refiro, estão tratando de se prepararem para ingressar por sua vez em outros mundos ou planos de vida ainda mais refinados.

Tem por isto um duplo objetivo o meu e o trabalho dos demais emissários de Jesus ao solo terreno para difundir conselhos urgentes aos seres humanos. Um desses objetivos consiste em exortar a todos para que se dediquem com todos os seus esforços ao aprimoramento moral que ainda lhes falte, enquanto o segundo consiste em advertir a todos a respeito das operações transformatórias em curso na profundidade do solo terreno, em conseqüência das quais poderão muitas almas encerrar sua presente encarnação. E se as que isto fizerem se encontrarem devidamente preparadas, isto é, estiverem com o seu curso terreno perfeitamente concluído, essas ver-se-ão logo transportadas a planos de tal magnitude como prêmio aos esforços aqui despendidos, que a impressão primeira de todas elas será a de que um mundo novo e jamais imaginado, um céu autêntico, muito mais belo do que o paraíso, para elas se abriu e nele passarão a viver.

São pois esses os dois objetivos visados pelo Senhor Jesus ao enviar à Terra alguns milhares de emissários a conclamarem os homens e as mulheres para o cumprimento de deveres livremente assumidos no Alto, todos, entretanto, no seu exclusivo benefício.

Este Espírito que vos fala, cujo passado remoto muitos dos leitores conhecem através dos fatos da história do Cristianismo, aceitou com alegria o convite do Senhor Jesus para participar desta Grande Cruzada em pleno desenvolvimento na Terra, por enxergar nisto uma nova oportunidade de poder contribuir para que todos vós, estimados leitores, consigais despertar vossas energias morais para a tarefa que realmente vos convém, que é o vosso mais rápido desenvolvimento espiritual. Para esse grande objetivo de minha parte é que eu procuro apresentar-vos o meu pensamento traduzido em imagens e palavras as mais simples e compreensíveis, usando embora um idioma que jamais aprendi na Terra, porque pertencente a países em que eu não tive a ventura de viver. Como, porém, vivi num pequeno país vizinho deste em que ora escrevo, e lá me familiarizei com o idioma de Castela, encontro hoje uma grande facilidade em ditar o meu pensamento em castelhano, o qual o meu querido intermediário vai escrevendo fluentemente em português.

Estou usando por conseguinte um processo bastante comum no Alto, pelo qual uma Entidade transmite ao médium o seu pensamento em determinado idioma similar, e o médium, por meio do processo telepático o grava no seu próprio idioma. O meu grande empenho consiste, posso dizer que exclusivamente, em conseguir penetrar em vossas células mais sensíveis, e nelas imprimir por meio da palavra escrita que aqui vos deixo, o sentido mais perfeito, puro e santo de quanto escrevo para o vosso exclusivo benefício, que é o vosso mais rápido progresso espiritual.

E isto conseguindo como espero, estimados leitores, eu me considerarei regiamente pago de todos os esforços que ora faço para o bem de todos vós. Esta forma de pagamento, embora possa parecer a alguém meramente fantasiosa, não o é absolutamente, porque é real, perfeita. Vós próprios a conhecereis um dia que vem perto, isto é, um perto que pode durar um século, espaço de tempo que para nós Espíritos bem pequeno é, quando vos tornardes assim como eu nos dias presentes, novos emissários do Senhor junto a outros irmãos encarnados. Sentireis então em vosso coração toda a alegria de uma Entidade a serviço do bem, ao ver seus esforços recebidos e compreendidos por aqueles a quem se destinam.

Resulta deste fato um tal sentimento de alegria para a Entidade, que isso apenas lhe basta para a sua maior felicidade. Nessa ocasião sabereis todos vós avaliar com precisão toda a alegria que eu espero sentir em breve, em virtude da vossa atenção e aproveitamento de quanto vim escrever no presente volume por determinação do Senhor Jesus.

Gostaria de transcrever ao longo destas páginas o sem-número de fatos ocorridos nos planos do Além, com irmãos nossos que ali aportam constantemente e ali ficam vivendo períodos mais ao menos longos, segundo as necessidades e livre arbítrio de cada um. Mas vou relatar-vos um desses fatos, dele retirando o que possa ser útil a quantos permanecem na Terra. O fato de que me ocuparei diz respeito a quantos dos nossos irmãos se empenham demoradamente em construir sólida fortuna na Terra, apenas alcançada a sua maior idade. O irmão de quem aqui tratarei foi um desses assim empenhados na construção da sua grande e sólida fortuna. Muito jovem ainda constituiu família à qual se dedicou amorosamente no lar, enquanto em suas atividades se atirava ao seu grande objetivo que era a fortuna. Seus pensamentos giravam assim dia e noite no afã de amealhar dinheiro de todas as maneiras, convém dizê-lo, e sua fortuna crescia lentamente embora, mas crescia sempre.

A Providência Divina concedera-lhe duas lindas filhas que constituíam todo o seu orgulho de pai, e nelas pensava sempre que vislumbrava uma boa oportunidade de aumentar a fortuna. Imaginava aquele nosso irmão que uma boa fortuna certamente atrairia bons partidos para as filhas, homens ricos também e de boa posição na sociedade, com o que estaria realizado o seu ideal de pai.

O nosso irmão viveu por conseguinte o tipo de vida acima descrito: de casa para o trabalho e do trabalho para a família. Crença religiosa este irmão possuía apenas a tradição de sua família. Um ou outro domingo comparecia à missa do meio-dia por ser a melhor freqüentada, onde se fazia acompanhar da esposa e as duas belas filhas. Era no seu entender um meio de mostrar a família aos amigos e conhecidos que faziam o mesmo que ele. Fora disto não praticava outra espécie de culto às Forças Superiores. Deitava-se habitualmente tarde e não pensava senão nos seus negócios, e na maneira de como acrescentá-los. Este nosso irmão realizou realmente o seu grande objetivo. Ganhou bastante dinheiro, prosperou seus negócios e a vida, atraindo com isto a atenção do seu círculo de relações.

Dois jovens possuidores de grau universitário apresentaram-se candidatos a maridos das duas belas filhas do nosso irmão, e ele os recebeu com o coração pulando de alegria. Os enlaces foram realizados com toda a pompa, muitos convidados presentes, muita alegria enfim. O nosso irmão, passados os primeiros dias de contentamento, começou a pensar no futuro de suas filhas, chegando a admitir certa preocupação quanto ao comportamento e honorabilidade dos genros.

Sendo embora membros de famílias conceituadas, eram moços recém-formados e ainda sem clientela que pudesse garantir o orçamento da família. Mostrou porém a idéia má que o assaltara, dizendo de si para consigo que se algo fosse necessário para ajudar os novos dois lares, ele estaria pronto a contribuir, contanto que as filhas não conhecessem a menor dificuldade. Isto foi realmente necessário ao fim dos primeiros meses, quando o nosso irmão da história resolveu estabelecer uma mesada para cada filha.

Achou que seria melhor ir ao encontro da necessidade do que esperar que esta viesse ao seu encontro. Ao fim do primeiro aniversário de casamento das duas filhas, o nosso irmão havia-se tornado responsável pela manutenção quase total de dois lares além do seu. Nesta altura da vida o nosso irmão começava a preocupar-se seriamente com o futuro de sua descendência. E se ele morresse em breve? - indagava-se a si próprio. Se os genros não produziam o suficiente para manter-se e à família, o que seria de suas filhas e netos, que começavam a chegar, quando ele fechasse os olhos? Estas indagações preocupavam-no seriamente.

Casara as filhas com homens finos, preparados, possuidores ambos de grau universitário, no entanto não conseguiam produzir o suficiente para fazer face ao orçamento da família. Decidiu então, num momento de preocupação, resolver a situação, fazendo os dois genros seus sócios, certo de que assim poderiam solucionar o grave problema doméstico de cada um.

Assim foi feito. Um contrato foi então lavrado, entrando na firma um engenheiro e um médico como sócios solidários. O nosso irmão viu nesta a solução ideal para o caso. E assim pensava: se ele que não pudera ir além do curso primário conseguira fazer fortuna e formar uma firma sólida como era a sua, agora com dois sócios jovens, formados e certamente ambiciosos, as coisas teriam de marchar bem melhor.

Decorreram os primeiros quatro a cinco anos em que a firma prosseguindo sob a sua chefia continuou a progredir. Os sócios mostravam-se atentos ao negócio, embora um tanto impontuais ao expediente, dado que tendo sido eleitos membros da diretoria de entidades de classe, apreciavam manter-se na sede no trato dos interesses sociais, no que eram bastante aplaudidos pelos demais membros. O nosso irmão estava já então muito mais preocupado e um tanto desiludido quanto ao futuro de sua firma, passando a sentir certas palpitações que jamais sentira no coração.

Certa noite após a refeição da qual pouco participara por indisposição momentânea, o nosso irmão preferiu recolher-se ao leito para repousar um pouco. Deitara-se mesmo vestido porque pretendia sair ainda um pouco com a esposa. Esta, uma excelente companheira de muitos anos, sempre solícita em que nada lhe faltasse, deixou que decorresse meia hora ou pouco mais e foi chamá-lo para saírem, conforme haviam combinado. Qual não foi, porém, o seu espanto e profundo sentimento de desgosto ao constatar que apenas o corpo ali permanecia. O nosso irmão havia partido da Terra por força de um colapso que assim pusera fim às suas atividades materiais.

O nosso estimado irmão cuja pequena história venho de relatar-vos, observava do seu plano de vida espiritual, quanto fora inútil a sua preocupação máxima de fazer fortuna em sua vivência terrena. Decorridos apenas dois anos desde que partira de regresso ao seu plano no Além, constatava com profunda tristeza de alma o que na Terra se passara com aquilo que tanto lhe custou a reunir: sua fortuna material. Verificava que o seu negócio se encerrara por não quererem seus genros prosseguir com o mesmo, considerado demasiado inferior para o seu grau universitário. Trataram então de proceder à liquidação do mesmo dividindo os haveres. Sua viúva com isso perdeu a mesada que lhe deixara por contrato, visto que este cessara também. As filhas viviam agora em grandes dificuldades e em constante desentendimento com os maridos por falta do indispensável à manutenção da família. Nesta situação quase aflitiva, o nosso irmão desejou aconselhar-se com uma Entidade dirigente do plano, acerca de como poderia ajudar dali aqueles que deixara na Terra.

- Meu filho, perguntou-lhe a Entidade, desde quando não oras ao Senhor do Mundo pela tua família?
- Eu devo confessar, e o faço com toda a minha sinceridade, que deixei de orar desde que comecei a preocupar-me com os meus negócios na Terra. Pensava consolidar primeiro a minha vida terrena para no final me voltar para o Senhor.
- Exatamente por isso, filho meu, foi que não tiveste a inspiração de que carecias no encaminhamento da tua vida. Se a tivesses,  outros teriam sido os teus genros, mais modestos, é certo, mas aqueles que estavam destinados a completar o teu círculo familiar. O meu conselho no momento, meu filho, só pode ser este: ora agora ao Senhor dia e noite, e pede-lhe a necessária proteção para os que deixaste na Terra. O que não julgaste necessário fazer antes, trata de fazê-lo agora, porque nunca é tarde para orar. O Senhor atenderá, certamente, ao teu pedido.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Capítulo XXXVIII - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. Assistência espiritual ou socorro divino - O desligamento do corpo não esquece as infrações porventura cometidas pela alma - Um caso de consciência sobrecarregada - Solução dada pelo Senhor do Mundo - As virtudes incontáveis da oração




As modificações projetadas para a superfície desta pequena esfera terrestre devem produzir resultados bastante favoráveis às populações localizadas em toda a circunferência da esfera. Embora se trate de modificações ditas de superfície, por ser aí que as mesmas serão constatadas pelos habitantes da Terra, suas causas estão bem profundas, sendo só os efeitos que se tornarão visíveis a todos.

A repetição que eu e outros autores fazemos do assunto, justifica-se plenamente pela necessidade que há de que todos os homens e mulheres lhe prestem sua maior atenção, em face dos acontecimentos que daí certamente resultarão para muitos milhares de seres humanos do presente. Tratando-se de uma operação como jamais houve na Terra, operação que deverá verificar-se simultaneamente em várias regiões, há o maior empenho por parte do Senhor do Mundo no sentido de que todos os homens e mulheres tomem conhecimento do assunto e se preparem devidamente para vivê-lo quando esse momento chegar.

As circunstâncias em que as operações transformatórias devem processar-se por toda a parte, estão a requerer de todos os seres humanos uma atenção especial, não com o objetivo de os evitarem porque isso lhes será de todo impossível, mas para que possam receber no momento psicológico a assistência espiritual, ou seja o socorro divino de que possam carecer. Isto não significa que as operações em curso na Terra devam retirar daqui a totalidade dos seus habitantes, absolutamente. Um certo número, porém, deverá partir de regresso ao seu plano de vida espiritual, e então o fará debaixo da maior tranqüilidade, graças à assistência que Nosso Senhor estará dispensando a quantos se encontrem nessas condições.

O caso não é absolutamente para que os leitores se abatam ante a possibilidade de terem de partir em breve da Terra, porque se isso acontecer a alguns, já foi previsto em sua carta de vida ao descerem à Terra para a presente encarnação. E a propósito da partida da Terra, desejo deixar claro também por minha vez que não se trata senão de uma operação muitas vezes realizada por todos os leitores ao ensejo do encerramento de suas encarnações anteriores. A partida da Terra, à parte o que possa haver de sofrimento físico durante os últimos dias ou meses que precedem à desencarnação das almas que têm de partir, só alegria pode causar àqueles que partem, visto como os sofrimentos da carne ficam invariavelmente na carne. O Espírito que se desprende do fardo material que construiu e movimentou durante dezenas de anos, apenas desligado pelo fenômeno da morte, sente-se imediatamente aliviado dele, e tem ânsias de voar espaço em fora, tal a sensação que dele então se apodera. Isto, é preciso dizê-lo, quanto aos sofrimentos físicos; porque se a alma que desencarna está presa a outra espécie de sofrimentos, os de ordem moral motivados por algum procedimento incorreto ou menos digno para com seus contemporâneos, nesses casos pode dizer-se que sua tranqüilidade será apenas relativa porque o desligamento do corpo não importa no esquecimento das infrações porventura cometidas.

Essas infrações imprimem-se indelevelmente na consciência do desencarnado e seguem com ele para os planos do Além como uma espécie de sobrecarga a impedir-lhe mais alto vôo. Em face do que aí fica, torna-se da maior conveniência para todos quantos se encontram na Terra, prestarem a maior atenção aos chamados casos de consciência, uma vez que terão de conduzi-los em sua bagagem espiritual. E sabeis, acaso, o que pode acontecer a quantos se encontrem portadores de casos de consciência? Acontece freqüentemente sentirem-se impotentes para se erguerem do plano em que passaram a viver para se locomoverem, abatidos e muitas vezes chumbados ao solo pelo peso que esses casos lhes acarretam.

A propósito deste assunto vou tentar relatar-vos um fato entre muitos que no Alto se verificam com almas que regressaram da Terra com a consciência sobrecarregada de casos ali acumulados. Certa alma já possuidora de certo grau evolutivo, e por conseguinte portadora de uma certa luminosidade, deixara-se tentar na Terra por algo que em sã consciência de logo teria repelido. A tentação, como todos sabeis, é uma espécie de envolvimento em torno do ser humano, levando-o à prática de atos menos dignos para si mesmo e incorretos para com terceiros. A alma a quem aqui me refiro deixara-se envolver por uma dessas tentações e cometera a infração que no Alto passara a constituir motivo de grande abatimento moral. Este era de tal ordem que aquela alma, para dele se libertar, aceitaria de bom grado voltar à Terra imediatamente para sofrer ela própria o mesmo que havia praticado a outrem. E não podendo mais resistir ao sofrimento moral, dirigiu-se aos seus superiores hierárquicos a quem suplicou a necessária permissão para reencarnar. A Entidade suplicada, olhou-a carinhosamente perscrutando-lhe o íntimo, e assim se pronunciou:

- Minha filha: o que me pedes neste momento é inteiramente impossível em face das leis divinas. Estas não permitem que nenhuma alma regressada do solo terreno a ele volte senão após um determinado período de repouso no plano espiritual. Esse período de repouso é necessário a todos para que bem possam assimilar os conhecimentos e experiências adquiridos em seus trabalhos no solo terreno. Assim pois, minha querida, necessitas de permanecer aqui pelo menos tanto tempo quanto viveste na Terra para essa assimilação.

A Entidade fez uma pausa, durante a qual se concentrou profundamente e tornou a falar:

- Vejo entretanto como é grande o teu arrependimento, minha filha. Acabo de rogar ao Senhor a graça de uma solução para o teu caso, e o Senhor em sua magnanimidade acaba de me inspirar a respeito. A solução inspirada pelo Senhor é a seguinte: - A partir de hoje, tu te constituirás em Protetor espiritual daquela criatura a quem prejudicaste na Terra, cujo registro a tua consciência evidencia com tanto abatimento (remorso) para ti. Vais descer então à Terra e lá te aproximarás de quem terás de proteger durante sua permanência na carne, com o fim de a protegeres empenhadamente. Sempre que o teu empenho em proteger aquela criatura encontrar obstáculos, usarás esta chave: concentra os teus pensamentos no Senhor e pede-lhe ajuda, certa de que a receberás. Vai então minha filha; o teu Guardião te acompanhará à Terra, onde cumprirás tua missão.

Decorreram alguns anos deste fato, quando a mesma alma regressava da Terra após haver cumprido a missão-sentença que lhe fora cometida. Regressava agora acompanhada da alma que na Terra protegera empenhadamente durante quase doze anos. As duas almas eram agora tão amigas, tão estreitamente unidas em face do bem enorme que a primeira havia podido proporcionar à segunda nos desvelos com que procurou protegê-la durante aquele período. Não só as marcas impressas na consciência da primeira haviam desaparecido de todo, como o seu foco de luzes espirituais se havia ampliado bastante. Aquelas duas almas de tal forma se irmanaram, que constitui hoje um prazer para todos nós observar como o trabalho santo realizado pela primeira conseguiu conquistar para sempre a amizade e gratidão da segunda.

Há que admirar no que aí fica, a solução dada pelo Senhor do Mundo ao caso do sofrimento mortificante daquela alma que falira na Terra. Em vez de castigo, de alguma punição para ela, determinou o Senhor que a mesma voltasse à Terra, sim, mas para ajudar e proteger a alma prejudicada. Eis aí uma bela lição para todos os viventes terrenos de todos os tempos, estimados leitores.

Em seguida eu vos darei uma idéia acerca de como se precaver cada um do envolvimento produzido pela tentação que campeia por toda parte, e tantos prejuízos e sofrimentos tem causado desde tempos imemoriais a gerações e gerações que passaram pela Terra. A melhor maneira de cada um se precaver contra as tentações não é absolutamente resistir-lhes quando as mesmas se manifestam. Quando as coisas chegam ao ponto da manifestação, quase sempre o envolvimento psíquico já está feito, e os remédios nem sempre atuam com eficácia. A melhor maneira de proceder contra o envolvimento pela tentação, não consiste, pois, em resistir-lhe. A melhor, senão mesmo a única maneira, é evitá-la permanentemente. E de que maneira? - perguntareis. A única maneira consiste em manter-se em permanente contato com as Forças Superiores por meio da oração diária na hora de deitar. A oração seguida de alguns minutos de meditação, além de outras e grande vantagens para o Espírito que assim procede, estabelece em torno do mesmo uma poderosa blindagem contra as más idéias, contra as idéias malsãs, dessas que apenas podem causar o duplo mal: àqueles que agem e aos que se tornaram vítimas.

Desejo então deixar bem claro que a ninguém beneficiam as más idéias, não só neste como em todos os mundos do Universo. Uma idéia que signifique uma violência contra o semelhante ou mesmo contra as obras da Natureza, os animais inclusive, é sempre uma idéia prejudicial a quem lhe der seguimento, uma vez que as conseqüências só podem trazer sofrimento. Estas idéias circulam por toda a parte em abundância, irradiadas por mentalidades doentias ou atrasadas dos planos inferiores do mundo espiritual, e devem ser repelidas por todas as mentes sãs. Para que isto se dê, a melhor maneira é a apontada acima, a única capaz de repelir as vibrações negativas portadoras dessas idéias malsãs. Se todos os homens e mulheres soubessem, ou quando bem o souberem, quais as incontáveis virtudes da oração e meditação noturna, um sem-número de infrações às leis divinas terá cessado completamente na Terra, e a vida nesta pequena esfera transformar-se-á num autêntico paraíso, tal como os que existem nos mundos mais evoluídos que a Terra.

Para encerrar o presente capítulo eu me ocuparei da forma de viver nos planos em que todos os habitantes já adquiriram o hábito do amor constante aos semelhantes, considerados reciprocamente como o próprio ser. Nesses planos de vida planetária existe, inato em todos os viventes, o sentimento profundo de que o bem e a felicidade do semelhante é o seu próprio bem, e sua própria felicidade. É assim muito comum nos planos a que me refiro, e aos quais muitos dos meus estimados leitores ascenderão ao fim de sua atual vivência terrena, é muito comum reunirem-se os habitantes às primeiras horas do dia em locais de grande beleza, parques floridos, por exemplo, a fim de se saudarem reciprocamente pela chegada de um novo dia e aí entoarem hosanas ao Criador. Por essa ocasião os mais categorizados informam-se acerca daquilo que possa estar faltando aos demais, a fim de providenciarem o respectivo suprimento. Este é um hábito de vários séculos nessas esferas ou mundos planetários, praticado às primeiras horas do dia. Em seguida procede cada qual à sua refeição matutina em geral constante de saborosos frutos possuidores de grande teor alimentício para os habitantes da esfera, ao fim da qual entregam-se todos às suas ocupações.

Os dias nessas esferas já bastante evoluídas decorrem na mais perfeita harmonia vibratória de seus habitantes, todos eles almas já possuidoras de grande luminosidade, adquirida através de milênios de trabalho e peregrinação em diversos outros mundos, desde aqueles em que primeiro se afirmaram como seres humanos conscientes, até aos já relativamente evoluídos como a Terra do século XXI.

Nessa longuíssima peregrinação as almas luminosas, habitantes privilegiados das esferas em referência, conseguiram eliminar da jóia que realmente são, todos os resíduos de carbono que ainda encobrem a luminosidade de milhões de outras que se encontram adiantadas em sua marcha, como vós, estimados leitores, mas sobretudo a um número ainda infinito das que vêm depois de vós, cumprindo existências mais e menos dolorosas em mundos inferiores a este em que já merecestes viver.

Eis aí, nas linhas que vos deixo, em rápidas pinceladas, o quadro representativo da vida e evolução espiritual dos seres humanos, através dos vários planos ou mundos estagiários. São escolas, entretanto, que se abrem por toda a parte do Universo, ao ingresso de todas as almas necessitadas de progresso e perfeição espiritual.

Capítulo XXXVII - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. Modificação sensível na geografia terrena - Alguns mares poderão desaparecer dos mapas atuais - O continente africano destinado a grande prosperidade - Grandes Almas reencarnarão nos vossos lares - Cuidados necessários aos pais - Exercício mental da maior utilidade





As conseqüências visíveis do que foi planejado para realizar nesta pequena esfera, visando à sua adaptação às necessidades dos habitantes que aqui estarão em breves anos, serão de molde a constituir um panorama bastante diferente por toda a parte. No planejamento estudado encontram-se detalhes muito importantes que de certo modificarão sensivelmente o vosso panorama atual e conseqüentemente a própria geografia da esfera terrestre. Alguns dos mares atuais situados em diversas latitudes poderão desaparecer dos mapas que possuís, para se transformarem provavelmente em regiões cultiváveis bastante produtivas. Isto poderá verificar-se na Europa, na Ásia e sobretudo na África, em cujo continente se faz necessário revitalizar áreas que se transformaram em desertos absolutamente inúteis. O aparecimento de volumosas nascentes em vários setores elevados devem dar vida nova a essas áreas enormes, presentemente inaproveitáveis.

O continente africano, aliás, está destinado a se tornar uma das regiões mais prósperas da Terra, na qual reencarnarão Entidades de grande preparo técnico destinadas a transformar aquele extenso pedaço de solo terreno num autêntico viveiro de almas encarnadas das mais felizes da Terra. Sua população atual constituída em sua grande maioria da raça negra, está concluindo um ciclo de lutas e provações vividas há bons milênios, onde pelo trabalho árduo que ali encontrou, em virtude do qual bastante sofreu, está em vésperas de receber no Alto o seu galardão correspondente ao largo passo dado naquele continente, a caminho da sua iluminação espiritual. De um modo geral os Espíritos que habitaram e ainda habitam corpos de pele negra não voltarão mais a eles em suas futuras reencarnações. Isto acontecerá lentamente, é claro, para que dentro de alguns séculos a Terra seja habitada somente pela raça branca. O que sucederá com os nossos irmãos africanos sucederá em maior ou menor lapso de tempo com outras raças do extremo norte do planeta, onde as transformações do solo serão acompanhadas da encarnação de Espíritos provenientes da raça branca.

Podereis desejar saber, provavelmente, se aqueles milhões de almas habitantes milenares dos países asiáticos irão deixar a Terra para sempre, para serem substituídas pela vinda de outras almas em corpos da raça branca. Eu vos esclarecerei por antecipação que assim não será. As almas que habitam presentemente corpos de diferentes tonalidades no continente asiático, poderão voltar elas mesmas, e certamente voltarão todas quantas se puderem harmonizar com o meio terreno dos próximos séculos. Haverá naturalmente entre essas almas ao desencarnarem, a mesma seleção a que todas as demais estão sendo submetidas nessa espécie de crivo selecionador. Aquelas que houverem atingido um determinado grau de evolução espiritual, e que se demonstrarem, por conseguinte, em condições de poderem acompanhar a nova onda de vida na Terra, essas de certo aqui voltarão seguidamente, apenas mudando de ambiente e de país, como tem acontecido, de resto, a todos vós estimados leitores.

Figurando a esfera terrestre como um grande edifício escolar dotado de numerosas salas de aula, os seus habitantes renovados de século em século não voltarão à mesma sala que deixaram para trás, onde conseguiram assimilar - se o conseguiram - os ensinamentos ali ministrados por esse grande e sábio professor que é a vida. Assimilando ou não aqueles ensinamentos, só em casos muito raros é que um Espírito volta a reencarnar no mesmo ambiente em que viveu sua última existência terrena. É uma lei que se cumpre desde milênios, para que todas as almas que viveram e aprenderam no solo terreno se familiarizem com as diversas condições da vida terrena, a fim de alcançarem em cada uma de suas estadas no planeta o máximo de conhecimentos e experiência que lhes for possível.

Desta maneira, isto é, em virtude desta lei, os povos que habitam na atualidade as regiões do continente asiático poderão muito bem se encontrar amanhã deste lado do mundo em qualquer das três Américas ou mesmo no continente africano, levando ao seu novo solo as experiências acumuladas. Do mesmo modo vós todos que hoje vos encontrais do lado de cá, no centro ou no Sul do globo terrestre, isto é, na Europa ou nas Américas, podereis perlustrar amanhã os caminhos orientais ou africanos, quando uma nova reencarnação vos for concedida pelas Forças Superiores. Não direi aqui que isso possa verificar-se no decorrer, por exemplo, do próximo século ou no seguinte, dado o grande número de almas que no Alto aguardam, pacientemente ou não, a sua oportunidade de voltarem à Terra.

Sendo a Terra, porém, um planeta bem pequeno, um dos menores em que evoluem seres humanos, e, por conseguinte, de reduzida capacidade para receber e alimentar os milhões de almas que desejam reencarnar, tem de haver esse controle a que me refiro na concessão de permissão a quantas almas alimentam seu grande desejo de voltar à Terra. Com as modificações já em curso, porém, das quais se espera alcançar uma nova capacidade alimentar avaliada de antemão no dobro da atual no que diz respeito ao problema, será então possível liberar a vinda de muitos milhões dessas almas que desejam e necessitam de reencarnar.

Com esses novos milhões de almas em vias de voltarem à Terra, devem vir algumas de grandíssimo saber e notável experiência em todos os setores da vida humana, com a missão de aqui se constituírem em verdadeiros guias terrenos a orientar e dirigir pelos verdadeiros caminhos os seus contemporâneos. Essas almas que eu aqui denominarei de Grandes Almas, estão desde muito sendo preparadas pelo Senhor para essa missão na Terra, podendo dar-se que algumas delas já estejam surgindo em vossos lares ou a caminho das universidades. Eu aqui recomendo aos responsáveis pelos lares terrenos a sua maior atenção para os pequeninos seres que do Alto lhes estão chegando como filhos, que os olhem com o maior carinho porque são em sua quase totalidade Espíritos designados pelo Senhor para aí reencarnarem. E se o Senhor designou este e aquele lares para receber os seus enviados ao solo terreno - porque o são realmente - é certamente por haver encontrado no casal de progenitores as condições necessárias para os receber, criar e educar dentro dos princípios de moral cristã.

Torna-se por isto imprescindível a todos os pais uma grande preocupação em torno dos seus filhos, aos quais devem dispensar um tratamento de verdadeiros irmãos possuidores de certo grau de iluminação espiritual, auscultar-lhes os pensamentos e aptidões, mas conduzindo-os com brandura e amor, para que os mesmos possam desenvolver convenientemente todos os dons espirituais de que são portadores.

Esta recomendação que faço a todos os pais é válida inclusive para os responsáveis pela criação e formação moral de todas as crianças, importando por conseguinte muito de perto aos educadores e mestres em todos os estágios da vivência terrena. Podemos concluir que todas as crianças são Espíritos bastante evoluídos no desempenho de belas missões do serviço divino, requerendo por isso cuidados especiais por parte de seus responsáveis para que possam atingir a sua meta. Poderei mesmo comparar essas crianças a muito delicadas plantas que o Senhor fez nascer em vossos canteiros, na esperança de que saibais proporcionar-lhes os cuidados e o tratamento de que as mesmas necessitam. Tomai bem nota disto vós todos que fostes distinguidos com o nascimento de crianças em vossos lares.

Isto posto, vou relatar-vos novo fato verificado no mundo espiritual não faz muito tempo, e do qual alguns ensinamentos novos podem resultar para todos os leitores. Desejo que fiqueis conhecendo alguns detalhes do que se passa nos diversos planos habitados por Espíritos desencarnados e que eu aqui denominarei mundo espiritual. Sucedeu encontrarem-se no mesmo plano algumas Entidades procedentes de diversas regiões do mundo terreno, aonde vinham de encerrar mais uma vida no corpo de carne. Encontrando-se então no mesmo plano para ali permanecerem, era natural que desejassem falar, conversar, entender-se. Isto, entretanto, era-lhes sumamente difícil em virtude da diversidade de idiomas peculiares à região em que haviam vivido, não conhecendo umas a língua das outras. A situação tornava-se então algo melancólica, visto como uma forte corrente de simpatia já se formara entre elas. Apenas não conseguiam entender-se por meio da palavra falada. Resolveram dirigir-se aos dirigentes do plano a fim de se informarem acerca de como dirimir a situação, uma vez que ali deveriam viver por muito tempo. 

O fato não era novo para os dirigentes do plano, porque acontece muito freqüentemente, uma vez que para ali são conduzidas numerosas almas provenientes dos mais diversos países da Terra. Indagado, pois, um daqueles dirigentes, ele sorriu amavelmente, e falou:

 - Aqui, meus filhos, nós dispensamos o uso da palavra em qualquer idioma. Aqui nós usamos exclusivamente o pensamento em nossas manifestações. Vós vos acostumastes ao uso da palavra falada por ser o único meio de comunicação no solo terreno, onde o pensamento se oculta. Aqui, porém, é o pensamento o nosso melhor meio de comunicação. Eu estou respondendo vossa pergunta em palavras também pronunciadas porque isto me é fácil por conhecer os vossos idiomas. Vamos, então, proceder a um pequeno exercício. A Entidade pediu aos presentes que prestassem atenção ao seu pensamento, por meio do qual lhes repetiria o que disse em palavras pronunciadas. Houve alguma dificuldade a princípio, porém em pouco tempo os postulantes se habituaram ao uso do pensamento como meio de se comunicarem entre si. 

Esta modalidade de comunicação é tão perfeita, muito mais ainda do que a palavra falada na Terra, para cada um de nós se expressar. E acontece que todos podemos conversar por meio do pensamento como se estivéssemos usando a palavra, porque na realidade todos pronunciamos palavras nítidas, audíveis, por meio do pensamento. No Alto nenhuma Entidade consegue esconder seus verdadeiros pensamentos porque os mesmos são perfeitamente visíveis e compreensíveis às demais Entidades.

Do fato acima narrado podemos tirar um ensinamento para quantos ainda perambulam pelos caminhos da Terra. Este é no sentido de que se esforcem desde agora ao uso do pensamento como exercício pessoal, como preparação para a sua vida futura. E como proceder ao exercício? - indagareis. 

Da seguinte maneira: - Procurai dizer algo a vós mesmos no silêncio da vossa meditação, isto é, pronunciando mentalmente uma frase à vossa escolha, procurando imprimir ao pensamento a maior nitidez possível. Se preferirdes, fareis deste exercício um ato de utilidade, imaginando que vos estais dirigindo ao vosso Guia espiritual. Podereis inclusive utilizar o exercício para solicitar algo em vosso favor ou de outrem, na certeza de que essa Entidade amiga vos está ouvindo claramente. Com a continuação chegareis a emitir e receber mensagens entre vós e vossos amigos do Espaço, o que vos será grandemente útil. Se bem não possais ver os pensamentos dos vossos interlocutores, fareis contudo um belo exercício que muito útil vos será em vosso futuro plano de vida.

Convém praticar o exercício sempre que possível, estimados leitores. Com o tempo chegareis a receber mensagens mentais na rua ou no trabalho, mensagens talvez de extraordinária importância para a vossa felicidade. E quando o tempo chegar, então, meus queridos, gozareis o prazer de entender e fazer-vos entender por quantas almas se encontrarem no plano espiritual que vos é próprio.