Ditada pelo Apóstolo
Thomé
Em 21-3-1971
Rio de Janeiro -
Brasil
IMPONENTES
FESTIVIDADES NA PASSAGEM DO SÉCULO XXI – O SENHOR
ESTEVE PRESENTE – BOA PARCELA DAS ALMAS ATUALMENTE
ENCARNADAS PARTIRÁ ANTES – ALMAS QUE SERÃO ABRAÇADAS
PELO SENHOR – BELOS EXEMPLOS DO SERVIÇO DIVINO
OS DIAS FINAIS do
século XX ficaram gravados na História da Terra,
como jamais se verificou em toda a existência deste pequeno
planeta. A passagem do século despertou por toda parte uma alegria
jamais sentida pela humanidade terrena, o que se deu em face das
esperanças de todos no século XXI. Surgiram festas com alguns
dias de antecedência em todas as nações, cidades, vilas e também nos
campos, cujas populações depositaram alentadoras esperanças no novo
século. Ocorreram importantes fenômenos a revolver
numerosas elevações terrenas, oferecendo ao homem extensas
áreas de cultura agrícola em toda parte.
O Senhor Jesus
acompanhado das Forças Superiores esteve presente no solo terreno
para se certificar de que a entrada do século XXI veio
proporcionar realmente à população terrena aquelas alegrias tão
esperadas após um século de sofrimento e grandes dificuldades
para toda população.
Para chegar, porém, a esses longos dias de
festividades algo cumpriu fazer e foi necessário que fosse feito por
todos os homens e mulheres. Todos foram informados
da necessidade de estabelecerem contato com a Divindade por
meio de oração e meditação na hora de se deitarem. Esse
contato foi-lhes-á de grande importância, não só no momento
passagem do século, como a partir de agora, quando a Terra se encontra
em operações transformatórias, e isto tem relação muito
estreita com a vida de todas as criaturas de Deus que se encontram na
Terra.
Das almas encarnadas no século XX, uma boa
parcela não esperou a entrada do novo século em seu corpo atual, e
por isso tudo, foram aconse-lhadas ao contato diário com a Divindade, porque, ao deixarem o corpo antes
do fim do século XX, tiveram oportunidades de presenciar as festividades do
plano espiritual. O contato com a Divindade equivale para todas
as almas encarnadas ao seu alimento diário para o corpo, tal o
efeito produzido nas almas que oram à Divindade.
Já foi esclarecido em
palavras anteriores que a oração noturna à Divindade tem o
mérito de beneficiar as almas que oram e jamais a Divindade,
que não necessita dessas orações. Ela as recebe e transforma
imediatamente em luzes para as almas que as produziram, e essas
luzes vão acumular-se no diadema espiritual de cada uma.
Claro
fica, por conseguinte, que o hábito das almas entrarem em contato
diário com a Divindade é um hábito de interesse próprio, do qual
resultará a maior iluminação das almas ao chegarem de regresso
ao mundo espiritual. Nunca será demasiado repisar neste assunto
para o maior esclarecimento das almas encarnadas, em face
de certa crença de que as orações beneficiam a própria Divindade.
A verdade é que a Divindade não necessita de orações para si
mesma, portanto sendo já Divindade, é sinal de que já
atingiu o grau mais elevado do mundo espiritual.
Portanto, as orações
que da Terra lhe são enviadas, a Divindade as transforma
imediatamente em luzes e bençãos para as almas que oram, as quais se
instalam no diadema espiritual de cada uma.
O Senhor Jesus deseja
divulgar através desta Mensagem um assunto inteiramente
novo na Terra, o qual muito deverá interessar aos leitores de Suas
Mensagens. É o que diz respeito à entrada no mundo espiritual
das almas que na Terra se dedicaram com amor ao cumprimento
de alguma missão de serviço divino, e regressaram ao mundo espiritual
portadoras de grande luminosidade.
Muitas almas vivem
presentemente na Terra devotadas ao serviço divino por uma decisão
espontânea que elas cumprem com devotamento. Ao
chegarem de regresso ao mundo espiritual estas almas logo se
destacam entre a multidão de outras almas também recém-chegadas. As
Entidades incumbidas da tarefa de recepção logo selecionam as
almas portadoras de grande luminosidade, e as reunem à parte para
serem apresentadas ao Senhor Jesus que deseja abraçá-las e
felicitá-las pessoalmente pela encarnação em que souberam
distinguir-se na prática do amor ao semelhante.
O Senhor abraça
carinhosamente cada uma das almas levadas à Sua presença, e o Senhor,
Ele próprio, coloca em cada uma o belo galardão de luzes
espirituais a que fizeram jus, o que o Senhor Jesus faz com grande
alegria.
Numa das últimas
ocorrências desta natureza o Senhor resolveu interrogar algumas
das almas ali presentes e assim falou:
– Dize-me, minha
filha, em que consistiu o teu devotamento ao serviço divino na
Terra, que tão belas luzes produziu?
A alma bastante
confusa para responder à pergunta do Senhor, assim começou:
– Senhor Jesus, eu
devo declarar que o que eu fiz foi tão simples e natural, que me
surpreendo com tão bela retribuição. Eu encontrava
diariamente no meu caminho para o trabalho, várias crianças mal vestidas
e sem escola, o que seriamente me entristecia. Um dia combinei com
meu marido, fundarmos um pequeno grupo escolar bem
próximo à residência daquelas crianças, onde eu passei a dar aulas
das sete às nove horas da manhã, porque eu entrava na repartição
às onze horas. A princípio eram apenas meia dúzia de crianças a
frequentar o grupo. O número, porem, aumentou a tal ponto que eu
resolvi dar um segundo turno à noite para as crianças
maiores. Os dois turnos chegaram a somar vinte e oito crianças, as
quais nós supríamos de livros e daquilo que elas não podiam adquirir.
Nosso trabalho tornou-se conhecido das autoridades, as quais resolveram
oficializar a escola em benefício das crianças. Meu exemplo
foi seguido por outras pessoas de boa vontade que fundaram
grupos iguais. Foi apenas isso o que eu fiz, Senhor Jesus, e bem
pouco foi para merecer tão bela recompensa.
– Minha filha -
disse-lhe o Senhor – a grande valia do teu ato reside na
espontaneidade de tua iniciativa e do grande bem que da mesma resultou para
aquele grupo de crianças que ensinaste a ler e contar. Eu te
declaro que entre elas encontram-se alguns Espíritos evoluídos a quem
iniciaste nas letras e que se destinam a grandes coisas na Terra. Sem
a tua iniciativa eles permaneceriam analfabetos, e certamente
perderiam a encarnação. O teu trabalho, pois, foi altamente
meritório, minha filha muito estimada.
– E tu, minha outra
filha - disse o Senhor dirigindo-se a outra alma do grupo - o que
fizeste de bom na Terra para te apresentares assim tão belamente
luminosa?
– Eu, Senhor meu,
muito pouco fiz no meu entender. Estas luzes que recebi
devem representar a generosidade dos meus superiores
espirituais. Eu não me dediquei a ensinar a ler as crianças, por falta de aptidões
para isso. Minha grande alegria era visitar diversos lares pobres
aos domingos de manhã e ensinar as crianças a orar. Eu entendia
que as crianças que aprendem a orar aprendem também a
firmar a fé nos seus corações, o que as fará afastar-se dos maus
atos e maus caminhos. Eu ensinei mais de duas centenas de
crianças a amar a Deus e a Nossa Senhora, através da religião,
procurando encaminhá-las na fé cristã, o que espero ter conseguido. Tive
a satisfação imensa de encontrar, pelos anos afora, crianças
que eu ensinei a orar, e desejaram beijar-me a mão em plena rua,
já então rapazes e moças feitos. Isto constituiu para mim a maior
recompensa que eu podia receber na Terra. Esta vossa
recompensa, Senhor Jesus, excede toda a minha expectativa, dada a
espontaneidade daquela minha atividade.
– Fala agora tu,
filha querida - disse o Senhor dirigindo-se para outra alma do grupo.
Em que consistiu a tua atividade benéfica no solo terreno?
– Eu, Senhor Jesus,
muito pouco fiz para merecer tão belo galardão. Minha
atividade eu a dividia em duas partes: vestuário e alimentos. Era tão
grande a pobreza bem perto de minha moradia, que eu resolvi fazer
pequenas costuras para as crianças de ambos os sexos, e as
levava nos domingos pela manhã aos casebres, acompanhadas de
alguns quilos de alimento essencial. Era tão grande a alegria
das mães, que as lágrimas lhes molhavam o rosto à minha
chegada. Eu seguia um programa semanal, visitando ora um ora outro
casebre, sendo recebida pelas crianças com inesquecível
demonstração de alegria. Ao todo eu visitava trinta casebres por mês.
Minha alegria era tão grande nestas visitas, que isso me compensava de
todo o meu trabalho e gastos. Depois adoeci e regressei a
este plano, muito preocupada com a situação de toda aquela boa
gente.
– Tu foste na Terra,
minha filha, uma das muitas mãos da Divina Providência, assim
como todas estas nossas queridas irmãs. O Senhor abraçou
ternamente todas as almas presentes.
Os que se dedicam com
amor ao bem dos necessitados regressam ao Espaço portadores de grande
luminosidade.
É pela prática da
caridade e da oração que percebemos em tudo a Força Amorosa do Criador.
O contato com a Divindade
equivale ao alimento diário para o corpo.
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