Os dias que passam hão
de ficar gravados para sempre no âmago dos corações que tiverem a ventura de os
viver. São dias que passarão à história do planeta como marcos decisivos em sua
evolução. Que bom seria, por conseguinte, que os homens e mulheres presentes na
Terra em dias tão particularmente memoráveis, se dispusessem a encará-los e
vivê-los com seus corações inteiramente voltados para o Senhor Jesus, a fim de
receberem do Divino Mestre a ajuda e proteção de que tanto necessitam.
O Senhor Jesus,
profundamente preocupado com o que poderá suceder a não pequeno número de seus
filhos presentemente encarnados no solo terreno, deseja ardentemente salvar a
todos duma possível catástrofe que aceleradamente se aproxima, sob cujos efeitos
certamente muitas lágrimas correrão pela face dos menos prevenidos. Os demais,
aqueles que estes conselhos receberam, aceitaram e puseram em prática, esses
terão no preciso momento a intuição exata do que estiver acontecendo, e, como
de antemão se prepararam para a viagem de regresso ao seu plano espiritual, não
terão nada mais a fazer do que invocar o santo nome do Senhor, e por Ele serão
conduzidos a salvamento. Melhor será portanto, que a população inteira adira
prontamente aos conselhos deste e de outros enviados do Senhor que se encontram
em sua atividade noutros pontos da Terra, para que a salvação possa ampliar-se,
tornando-se total, para que nenhuma criatura humana venha a encontrar-se em meio
aos destroços da catástrofe.
Se a vontade santa do
Senhor Jesus puder prevalecer sobre a de quantos ainda
persistem em subestimar estes conselhos, dúvida não restará quanto ao pleno
êxito da ingente tarefa que eu e alguns milhares de outros
enviados nos impusemos, de penetrar a dureza de não pequeno número de corações,
o que vale dizer Espíritos encarnados.
O velho edifício
terreno encontra-se em vésperas de entrar em reparos de estrutura, sendo talvez
imprescindível provocar a sua demolição por processo aparentemente violento,
para reconstruí-lo desde os alicerces.
Nesta linguagem figurada, estareis compreendendo bem o que podem significar alicerces da Terra num planeta em que
predominam ainda as águas sobre a parte fixa do solo. Qualquer movimento que
nos alicerces se processe, toda a estrutura a sentirá e certamente desabará com
estrondo. E o que sucederá aos habitantes desse grande edifício? - perguntareis
vós todos que acompanhais atentamente o meu pensamento. Sucederá bem pouca
coisa no sentido espiritual, porque em se tratando de Espíritos apenas revestidos
pelo invólucro carnal, se esse invólucro vier a perecer, a Entidade nele
enclausurada alcançará a sua liberdade, quiçá mesmo a sua redenção espiritual.
Para todos nós que vivemos
a felicidade permanente da vida espiritual, qualquer acontecimento
extraordinário verificado no solo terreno, tem sempre
uma causa predeterminada e também uma consequência correspondente. É por isso
que os ensinamentos espirituais insistem em afirmar que o fenômeno da morte só
existe para a matéria e
jamais para a Entidade espiritual que a habita. O que importa primordialmente é
a convicção que deve existir em todos os homens e mulheres, de que não desceram
à Terra para viver uma vida puramente terrena de interesses e gozos materiais
para matar o tempo, como costumais dizer inadvertidamente porém que vieram exclusivamente,
isto sim, para aprimorar ao máximo suas qualidades morais em primeiro lugar, e
em segundo cooperar na medida de sua capacidade na ajuda aos menos afortunados.
E a propósito, desejo esclarecer ainda uma vez que os Espíritos que neste
momento, como em outrora do passado, cumprem encarnações ricas de privações e lutam
duramente pelo seu pão de cada dia, esses Espíritos não devem ser absolutamente
julgados inferiores ou atrasados, porque existem nessa classe de encarnados,
Entidades que assim pediram viver para redimirem completamente encarnações em
que usaram e abusaram de recursos que caíram em suas mãos, não importando o caminho
pelo qual vieram. Verificando a seu tempo o mau uso que fizeram da fortuna, sempre
havida como dura prova para seus possuidores, esses Espíritos imploraram uma
reencarnação em que pudessem recuperar o mérito desperdiçado na anterior
existência no corpo.
Encontrareis, por
conseguinte, entre os desafortunados dos vossos dias, não poucos
Espíritos possuidores de conhecimentos notáveis e grande poder de compreensão
das coisas do Senhor, faltando-lhes apenas capacidade de expor idéias e
pensamentos que frequentemente lhes ocorrem. Mas é necessário que assim seja
para evitar possível desvio do seu plano de vida, plano que eles próprios traçaram
no Alto para na Terra cumprirem religiosamente em seu próprio benefício. Assim
pois, toda ajuda moral ou material quando oportuna, que for concedida a estes
meus e vossos irmãos, redundará em bênçãos e luzes para aqueles que a
concederem. O livro de assentamentos
espirituais acusará no porvir qualquer ação, de bem como de mal produzida
pelo Espírito, durante seus numerosos mergulhos na carne.
Eis aí meus estimados
irmãos leitores, um detalhe a mais da grandiosidade da existência terrena, para
quantos se esforçarem em vivê-la segundo os princípios espirituais que orientam
a jornada evolutiva que todos
nós percorremos através dos milênios vividos ou por viver. Dai porque eu não
canso de insistir na utilidade da oração e meditação diária, como a melhor,
senão a única maneira, do homem e da mulher recordarem cada vinte e quatro
horas aquilo que tão de perto se relaciona com sua verdadeira felicidade.
E a propósito vou
relatar-vos uma pequena história. É de fato uma história pequena em
extensão porém grande bastante no ensinamento que encerra. O fato passou-se na
Terra cerca do meado do século XIX. Vivia na época em certo pais do Ocidente,
um homem possuidor de imensos recursos em ouro e propriedades, senhor absoluto de
certo número de pessoas inteiramente escravizadas ao seu serviço. Surgiu na
vida desse homem uma oportunidade excelente de demonstrar dotes de coração,
pondo em prática um sentimento
de amor ou mesmo só de atenção pelo seu semelhante. Casava
uma filha, a mais velha, dando por tal motivo a primeira festa do
gênero em sua vida. Encheu-se o belo palácio da nobreza da época,
havendo em tudo requintes de iguarias, licores e o que imaginar se pudesse na
oportunidade.
Ia a festa em meio
quando avisado foi o grão-senhor de que um pobre se encontrava no portão
insistindo em lhe falar para dar um recado urgente.
Indagou o fidalgo que espécie de pobre era aquele que insistia em lhe
falar pessoalmente.
- É um maltrapilho
qualquer - informou o mordomo.
- Mande os criados
tocá-lo para fora sem detença. Não atendo a ninguém neste dia e muito menos a
um maltrapilho como esse - foi a ordem dada ao mordomo.
Lá pelo amanhecer,
algo de muito triste ocorria no palácio daquele grã-senhor. Um
colapso que a todos contristara, paralisara o coração do fidalgo, cujos
despojos ali estavam agora para serem levados à última morada.
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Do outro lado da
vida, uma surpresa aguardava aquele Espírito que acabava de deixar a
Terra tão inesperadamente. Uma Entidade de grande luminosidade
aproximou-se dele, e após confortá-lo do desespero em que o mesmo se debatia,
perturbado pelo inesperado da partida,
perguntou-lhe se carecia de mais alguma coisa para sua tranquilidade e
bem-estar.
- Com quem tenho a
ventura de falar? Poderei sabê-lo? – indagou o recém-chegado,
acrescentando: é muito dolorosa a minha situação, tendo deixado em
festa o meu palácio na Terra. Quem sois vós, então, que tão amigo meu vos
mostrais?
- Eu sou aquele pobre
maltrapilho que ainda há poucas horas insistia em falar-te, para te prevenir quanto
ao uso dos licores e iguarias da tua festa. Teu plano de vida ainda permitia
que permanecesses alguns anos mais na Terra, no gozo da imensa fortuna que
reuniste. Sou o teu Guardião de muitos séculos, que tudo tenho feito pela tua felicidade.
Em face de tua recusa em ouvir-me... sucedeu o que eu tanto desejei evitar.
Repousa então uma vez mais meu filho...
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