O Senhor Jesus destacou para
o solo terreno numerosos de seus mensageiros com a missão de prevenir, de
ajudar, assistir e proteger a todos os viventes no momento em que essa ajuda e
assistência se tornarem necessárias. Sabe o Senhor Jesus que os Espíritos, por
mais elevados que sejam em seu plano de vida no Alto, perdem ao reencarnar
noventa e nove por cento de sua capacidade receptiva aos fatos porvindouros, em
face do revestimento de carne em que aqui têm de viver. É por essa razão que o
Senhor Jesus tanto se tem empenhado há milênios em promover o esclarecimento de
seus estimados filhos em estágio na Terra, entristecendo-se profundamente
quando vê seus esforços subestimados ou até desprezados.
Cada mês, cada dia ou semana
transcorridos na era presente, constituem um degrau vencido na escada
descendente que, partindo do infinito, tem seu pedestal firmado no solo
terreno. Cada um de seus degraus vencidos na direção da Terra, significa a
aproximação dos acontecimentos a que me venho reportando através das páginas
dos meus livros, podendo vós, para uma antevisão, contar os degraus da escada
pelos decênios que vos separam. São acaso muitos esses decênios? Bem poucos,
infelizmente, ou melhor dizendo, bem felizmente para os vossos Espíritos.
Partindo do princípio
geralmente aceito, porque verdadeiro, de ser a Terra ainda um planeta de lutas
e sofrimento para todos os Espíritos nela encarnados, concluiremos que a partida
de regresso aos planos espirituais só deve ser encarada como a do presidiário a
quem se abriram os portões do cárcere e se lhe entregou o mundo por menagem. Por pior que a liberdade possa
parecer a esse presidiário libertado, é claro que ele a recebe como muito
melhor do que as limitações impostas ao viver dos cárceres. O caso da partida
de todos vós, a seu tempo, de regresso ao vosso plano de vida espiritual,
também representa uma volta à liberdade que vos aguarda, dependendo a extensão
e durabilidade dessa liberdade, dos elementos positivos que houverdes colhido
durante a vossa presente encarnação no ambiente terreno.
Quereis fazer vós mesmos uma
experiência que poderá elucidar-vos um pouco acerca do que no Alto podereis
encontrar? Podeis fazê-la hoje mesmo com excelente resultado. Praticai da
seguinte maneira: utilizai-vos de uma pequena balança doméstica, dessas que
possuem dois pratos ou recipientes. Muni-vos também de certo número de objetos
pequenos, de tamanho e peso igual, na falta de pesos autênticos. Esses objetos
tanto podem ser caroços de milho como avelãs, castanhas, ou coisas semelhantes.
Isto conseguido, sentai-vos calmamente em frente à balança e iniciai um exame
dos vossos atos que julgardes bons ou maus. A um ato bom que vos ocorra,
colocai um daqueles objetos no prato da balança que escolherdes para pesar os
atos bons. Fazei o mesmo a cada ato que vossa consciência vos disser que
obrastes mal e, por conseguinte, praticastes um ato mau. Prossegui nesse
trabalho até que hajais esgotado vossa lembrança em ambos os sentidos. E no fim
prestai bem atenção à posição do fiel da balança.
Esta experiência, embora
aparentemente desprovida de sentido, é, ao contrário, um grande exercício para
a vossa consciência, e de valor inestimável para todos vós. A partir daí, um
tal sentido do bem e do mal penetrará em todos os vossos atos, que eu quase
poderei afirmar desde agora que nenhum ato condenável jamais praticareis,
graças ao exercício da balança.
No Alto as coisas passam-se
mais ou menos assim. Com a diferença apenas de que não sereis vós quem colocará
os pesos nas conchas da balança. Esta ser-vos-á apresentada com esse trabalho
feito, cumprindo-vos apenas tomar conhecimento do resultado. Eis aí, queridos
irmãos leitores, um exercido bastante útil para todos e muito fácil de
realizar, se vos considerardes verdadeiros juízes de vossos próprios atos.
Realizai-o pois.
Em seguida quero trazer-vos
algo que suponho inteiramente novo em matéria de ensinamentos espirituais para
quantos se dedicam a esta ordem de estudos. Quero referir-me ao que sucede no
Alto aos Espíritos que hajam completado a contento o ciclo de suas
reencarnações no ambiente terreno, após vidas e mais vidas transcorridas na
Terra. Estes irmãos recebem no Alto homenagens tão belas por sua solenidade,
que eu não encontro um termo de comparação com as que aqui se verificam. Não
posso sequer compará-las com as de formatura de vossos médicos, bacharéis ou
engenheiros, pela enorme inferioridade do respectivo ambiente na Terra.
Ao passo que, ao recebermos
no Alto um ou mais Espíritos que tenham encerrado o ciclo de sua peregrinação
de aprendizado terreno, mobilizamos os mais belos e expressivos elementos
espirituais, para que bem fixado permaneça na memória de todos eles, o valor de
todos os sofrimentos porque hajam passado para ascenderem ao sonhado grau de
Espíritos Superiores que alcançaram. Nosso Senhor Jesus, Ele mesmo, preside
esta espécie de solenidades, cercado dos demais Grandes Espíritos, fazendo
questão de abraçar carinhosamente a todos os assim graduados, designando-os a
seguir para ingressarem como trabalhadores qualificados em seu Divino Serviço.
Não tenho expressões, repito, que bem retratem toda a beleza de tais
solenidades, as quais, para honra e glória dos homenageados, não são tão raras
assim, porque se realizam muito frequentemente.
Agora um detalhe do qual
deveis tomar nota: - A grande maioria dos Espíritos que ao chegarem no Alto vão
sendo agraciados com o galardão de Espíritos Superiores, é constituída de
criaturas que passaram humildemente em sua última existência no corpo, algumas
até com certas dificuldades de vida, pela ausência já de todo sentimento de
ambição em face do seu grau de adiantamento espiritual. Essas criaturas, tendo
palmilhado sua última existência com o coração sempre voltado para o lado bom
da vida, e solidários sempre, com o sofrimento alheio, viveram com o pensamento
mais voltado para o Alto, para Deus e Jesus, do que propriamente para as suas
necessidades terrenas. Recebem então, ao regressarem ao seu plano espiritual,
aquilo a que fizeram jus para se tornarem finalmente Espíritos Superiores e,
ingressarem nas luminosas falanges de servidores do Senhor.
Eu estou bem certo, queridos
irmãos leitores, de que se pudésseis recordar em vossa memória física, o
espetáculo deslumbrante da consagração a que muitos de vós já assistiram, se
isso pudésseis recordar, os vossos atos, os vossos pensamentos, os vossos
objetivos todos mudariam imediatamente, no sentido de vos tonardes também
Espíritos Superiores ao depositares no túmulo a vossa matéria atual. É possível
isso? - perguntar-me-eis. E eu vos respondo que sim, que é absolutamente
possível, só dependendo da vossa vontade, da vossa determinação. Ficai certos
também, de que vosso esforço nesse sentido receberá o apoio imediato das Forças
do Bem que assistem os encarnados por toda a parte, auscultando aqui e ali suas
disposições de concluírem definitivamente o curso de aprendizado em que na
Terra se encontram.
Desejo ressaltar contudo,
que não só os humildes em certas circunstâncias recebem aquele galardão
espiritual. Das demais classes a recebê-lo destacam-se os irmãos que foram
médicos em seguidas encarnações em que visaram mais ao tratamento e assistência
aos clientes pobres, do que propriamente aos ganhos da profissão. O galardão
para estes irmãos abnegados reflete bem o grau de bondade e fraternidade com
que ornaram o seu viver terreno. Esses recebem, além do galardão, o beijo do
Senhor Jesus.
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