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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

CAPITULO XXXIII - TRANSITORIEDADE DA VIDA TERRENA - Livro: Derradeira Chamada. Psicografado por Diamantino Coelho Fernandes. Ditado pelo Irmão Thomé.




É comum à quase totalidade dos Espíritos que desencarnam, conservarem-se presos por laços de afinidade ou de interesses àqueles que ficaram na Terra, muitos destes no estado lamentável de quase desespero, ante a partida inesperada ou não do ente querido que acaba de desencarnar. Esta circunstância faz com que o Espírito recém-desencarnado se sinta por sua vez como que prisioneiro das vibrações de afeto e saudade emitidas pelos seus, impossibilitado, em não raros casos, de desferir o vôo espiritual juntamente com o grupo de amigos que o vieram esperar. 

Quando não são essas vibrações de afeto e de saudade, sucede serem de outra natureza, a mantê-lo preso ao solo terreno por largo período: aquilo que constituía, por assim dizer, os motivos de sua existência na Terra. Os bens, a fortuna, os seus negócios, certas dificuldades em torno deles, são outros tantos liames que costumam prender durante períodos maiores ou menores de tempo, os Espíritos agarrados ao solo terreno após o seu completo desligamento da carne. Casos existem e não são poucos, em que Espíritos permanecem meses e anos na superfície terrena, muitos até sofrendo penosamente semelhante situação, mas inteiramente impotentes para daqui se afastarem. Isto sucede exclusivamente em virtude da falta de conhecimento das leis divinas por essa classe de Espíritos, que levaram toda uma existência terrena a cuidar somente de seus interesses materiais, como se aqui tivessem de permanecer pela eternidade em fora. 

Bom será, por conseguinte, que os meus queridos irmãos leitores se preparem desde agora para aquela viagem que todos fazem, como eu próprio a fiz, não apenas uma vez em que me chamei Thomé, mas em várias outras, antes e depois daquela. Devem todos os encarnados firmar primacialmente em sua mente, a certeza da transitoriedade da vida terrena em que se encontram presentemente, ao fim da qual terão de viajar para longe do seu domicílio, embora não para longe da Terra. Para isso devem firmar-se no princípio imutável da eternidade do Espírito e, por conseguinte, na sua sobrevivência à morte do corpo, que nada mais representa do que o veículo utilizado pelo Espírito para permanecer na Terra. Assim, uma vez encerrada a vida do corpo, novos horizontes se apresentam ao Espírito, cuja vida perdura através dos milênios, porque é infinita. 

Se, portanto, um Espírito se deixou prender demasiado às coisas da Terra enquanto no corpo, se apenas se preocupou em arrecadar haveres, bens, fortuna, é claro que após a desencarnação não terá forças para se libertar desses interesses para poder progredir espiritualmente, atrasando lamentavelmente o seu progresso. 

O que devem fazer então os encarnados? - podereis perguntar-me. Eu repetirei o que tive ensejo de grafar em páginas anteriores, dizendo-vos que deve viver cada qual a sua vida terrena segundo suas possibilidades e condições ambientes, tendo sempre em mente a idéia de que a fortuna maior ou menor que vier a reunir na Terra, de nada lhe poderá servir no mundo espiritual que é o seu lar verdadeiro. Nesse lar espiritual encontrará cada um os reflexos das boas obras que haja praticado na Terra, seja na ajuda concedida aos menos afortunados, seja na educação e encaminhamento de crianças pobres ao caminho do Senhor, com o que praticará a verdadeira caridade ensinada pelo Senhor Jesus. 

A par de tudo isso a oração e a meditação diárias contribuirão de maneira decisiva para que esses Espíritos atravessem sem escolhos o plano de sua vida terrena, e projetem novos luzeiros em si próprios - objetivo primordial das reencarnações. 

Aí fica uma instrução a mais e do maior valor para todos os terrenos, cujo seguimento contribuirá decisivamente para reduzir o número de irmãos desencarnados que continuam a perambular pelas ruas e caminhos da Terra. Sucede que muitos destes irmãos, ao fim de anos e anos desse abandono em que se encontram, até se revoltam contra a Divina Providência, que não souberam cultivar em seu coração de encarnados, e entram a prejudicar de toda a maneira os que não possuírem defesa espiritual, isto é, os que vivem descuidados de seus deveres espirituais, que não oram nem vigiam. 

Quereis uma prova do que vos digo, irmãos queridos? Visitai os centros espíritas e as casas em que se pratica o bom e são Espiritismo, e lá encontrareis, prejudicando irmãos encarnados, entidades desocupadas vivendo como se encarnadas ainda estivessem, fazendo toda espécie de mal que podem aos nossos irmãos encarnados. Ainda bem que a humanidade já dispõe de organizações espíritas de alto nível nesta parte do mundo, onde diariamente são atraídos e encaminhados muitos Espíritos que na Terra nada fizeram pelo seu adiantamento espiritual. 

Procurai conhecer essas organizações, queridos irmãos, e lá encontrareis a prova do que vos digo. São ainda muitos milhares os desencarnados que perambulam pela superfície terrena sem direção certa, aos quais o Senhor Jesus está procurando socorrer também de várias outras maneiras.

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