A aproximação de uma nova
civilização para o planeta terreno, com a transformação fundamental que este
fato acarretará, deve elevar a vida humana ao nível em que ela se processa em
planetas mais adiantados. Os pormenores a tal respeito estão sendo preparados
cuidadosamente desde alguns séculos, visto como na vida universal nada é feito
de improviso, mas sim longamente planejado. Assim, as modificações a serem
implantadas na Terra abrangerão todos os setores da existência humana, para que
possam reencarnar aqui numerosos Espíritos grandemente evoluídos, inclusive dos
que habitam presentemente planetas altamente espiritualizados.
Minha tarefa entre vós,
repito-o ainda uma vez, é a de procurar despertar os encarnados da sonolência
em que se encontram mergulhados em sua grande maioria, e cuidem sem demora de
se prepararem para uma possível convocação ao regresso imediato ao seu plano de
vida espiritual. Pelo que ficou dito e redito, já conheceis em boa parte os
planos do Senhor em relação a todos os seus guiados presentemente na Terra, e o
desejo imenso do Divino Salvador em resguardar a todos de possíveis
dificuldades e sofrimentos.
Acredito sinceramente, já
nesta altura de meus conselhos, que minha tarefa está sendo perfeitamente
compreendida pelos meus estimados irmãos leitores, com o que muito me felicito.
Quero referir ainda uma vez o meu empenho em poder contar com a bondosa
cooperação de todos vós, no sentido de transmitirdes aos vossos amigos e
conhecidos a essência de meus conselhos, com o que estareis sendo, em verdade,
outros mensageiros do Senhor junto a esses irmãos.
Nesse trabalho que eu
denominarei de apostolado, peço-vos que não vos deixeis abater se porventura os
defrontardes com a incompreensão
daqueles a quem vos dirigirdes, lembrando-vos de que toda a semente necessita
de tempo para germinação. Ficai entretanto certos, de que a semente simbolizada
na palavra do Senhor, possui poder suficiente para penetrar e germinar em todos
os corações. Nosso Senhor Jesus vos recompensará generosamente pelo vosso
trabalho.
Estimados irmãos leitores,
já verificastes através das páginas anteriores, que a introdução que dou a cada
um dos capítulos, tem o propósito de reforçar o sentido do objetivo principal
de minha missão em vosso meio, repetindo em palavras e imagens diversas, a
necessidade de que todos vos volteis ardentemente para o Senhor Jesus, em cujo
nome aqui me encontro. Está bem claro, já o disse antes, que os únicos
beneficiados deste meu esforço são precisamente os meus estimados irmãos e amigos
que se dispuserem a seguir o caminho amplo de sua própria elevação e felicidade
espiritual. E eu espero sinceramente que assim será.
Para o capítulo de hoje eu
trago-vos um assunto que sei do vosso inteiro agrado, sobre o qual muitos de
vós se têm preocupado em conhecer algo. Quero falar-vos então das diversas
ocupações a que se entregam no Alto os Espíritos, no estágio entre uma e outra
reencarnação. Inicialmente quero dizer-vos que no plano espiritual existe
trabalho para todos, porém que nem todos desejam realmente trabalhar. Nisto
aliás, já se distinguem as várias categorias de Espíritos desencarnados. Há
ali, por exemplo, irmãos cujo estado evolutivo permanece estacionário,
precisamente pela incompreensão que os domina, de que trabalhando ganharão luz
e prosperidade. São em grande parte Espíritos que pouco aprenderam em suas
vindas à Terra, século após século, aqui se tendo conduzido muito
semelhantemente aos irracionais, isto é, vivendo a vida puramente instintiva.
São irmãos nos quais o sentimento do amor ao semelhante não transpôs o próprio
grupo familiar, isto mesmo sem maiores preocupações acerca do bem-estar dos
demais. Esta categoria espiritual entretanto, não permanece abandonada no seu
plano. Instrutores abnegados os visitam cotidianamente com o objetivo de
despertar neles o sentido do amor e do bem, assim como ajudá-los a desenvolver
a própria consciência, em muitos deles ainda em estado latente. Com o perpassar
dos séculos essa categoria de irmãos vai alcançando relativo progresso, de modo
que me permitirei avançar que nos próximos quatro milênios poderão encontrar-se
no estado evolutivo em que ora vos encontrais. Este prognóstico dar-vos-á uma
idéia aproximada do grau em que presentemente se encontram estes nossos irmãos
mais novos.
Há no Alto, porém, um número
realmente incontável de Espíritos verdadeiramente devotados ao serviço
dignificante do amor ao próximo, empenhados dia e noite em servir em todos os
departamentos da vida espiritual. Entre estes existem milhões cuja tarefa é permanecer
no ambiente terreno, ora velando por outros irmãos encarnados, ora
aconselhando, orientando, ajudando no que puderem para que seus guiados vençam
os obstáculos naturais da vida terrena, assim como as provas que frequentemente
defrontam, como a testar o grau de seu aproveitamento. Devo dizer-vos, irmãos
queridos, ser esta uma das mais árduas tarefas desempenhadas pelos mensageiros
do Senhor, conhecidos também pela vossa designação de Anjos de Guarda.
Estes Espíritos sofrem
duramente com o endurecimento daqueles a quem foram incumbidos de guiar e
proteger na Terra. Isto porque, paralelamente, outra categoria de Espíritos se
empenha em neutralizar suas benéficas inspirações, para se divertirem com a
queda ou insucesso dos encarnados, aos quais só desejam perder. Casos sucedem
muito frequentemente até, em que dois Espíritos afeiçoados ao longo de
existências seguidas, se encontram na seguinte situação: um reencarnado na
Terra por desígnio providencial, enquanto o outro ficou no Alto por falta de
oportunidade para reencarnar também. Isto sucede frequentemente por motivos que
não me incumbe esclarecer aqui, mas sempre justos, providenciais. Ora, se
aquele que ficou no Alto consegue descobrir o seu afeiçoado, então reencarnado,
e não possuir ainda um grau de compreensão suficiente para se conformar com os
desígnios da Providência - como em muitos casos se verifica - esse Espírito
procura por todos os modos forçar o regresso da alma afeiçoada ao Espaço,
colocando-lhe à frente toda sorte de armadilhas imagináveis, e algumas vezes
consegue o seu intento.
Perguntar-me-eis porventura
se no caso o Espírito Guia ou Anjo de Guarda, não pode evitar que isso
aconteça. Sim, irmãos queridos; em muitos casos ele o consegue. Porém,
sabendo-se que cada ser humano é possuidor do livre arbítrio, e que nenhuma
força extraterrena pode impedir que o livre arbítrio funcione, podereis
imaginar os esforços empregados pelos Espíritos Guias no sentido de conseguirem
que seus guiados façam ou deixem de fazer determinadas coisas. E aqui
apresentarei um exemplo disso.
Desejava um invisível
(Espírito desencarnado) o regresso de um seu afeiçoado ao Espaço e tudo já
havia feito em tal sentido sem lograr resultado. Um desastre na via pública,
uma queda de animal, um mergulho mais profundo nas águas revoltas, e outros
fatos semelhantes haviam acontecido, sempre, entretanto, com o mau resultado
anulado pelo Espírito-Guia do encarnado, que todas as noites o prevenia durante
as horas de sono, e ajudava no momento crítico. Sucedeu então receber o
encarnado um convite para tomar parte num passeio marítimo a algumas milhas da
costa, onde a segurança e conforto dos excursionistas merecera cuidados
especiais.
O Espírito em causa aceitara
de bom grado o convite e se preparava convenientemente para a excursão, apesar
dos conselhos e advertências de seu Espírito-Guia. Chegado o dia aprazado, o
encarnado amanheceu estranhamente mal disposto apesar de nada sentir até à
véspera. Seus familiares, apreensivos, fizeram o possível para reter no lar o
nosso irmão em causa, no caso uma irmã, sem resultado.
A alegação de compromisso
assumido com palavra dada, foram mais fortes, e nossa irmã partiu entre
apreensões dos seus e certa premonição de que algo poderia suceder. Seu
Espírito-Guia fazia passar-lhe pela mente a idéia de que aquele estado de
indisposição poderia muito bem traduzir a iminência de perigo, e rogava-lhe que
desistisse... que deixasse para outra vez. Nossa irmã resistiu ante o conselho
contrário do invisível, insistindo para que fosse, que nada de mau aconteceria,
que pensasse no compromisso... que outros a esperavam...Segundo o adágio o que tem de ser traz força , nossa irmã
insistiu contra si mesma e seguiu na excursão. Ela e mais alguns companheiros
não puderam regressar ao lar por terem seus corpos afundados no mar alto, em
seguida a grande temporal que a todos surpreendera.
No Alto, entretanto, ao
contemplar o quadro real de sua existência, nossa irmã arrependeu-se
amargamente de não ter dado ouvidos ao seu dedicado Espírito-Guia.
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