Os caminhos da Terra,
percorridos de século em século pelos mesmos Espíritos em novas reencarnações
evolutivas, estão em vésperas de passar por completa transformação, tal como
sucede com a abertura das grandes rodovias em que se transformam numerosos caminhos
do passado. As transformações por que estão em vésperas de passar também os
caminhos há milênios percorridos pelos mesmos Espíritos, oferecer-lhes-ão sem
dúvida maior facilidade em sua trajetória evolutiva pela Terra.
É certo que assim como as
grandes rodovias permitem a utilização de novos meios de transporte, os novos
caminhos terrenos em preparação hão de trazer à Terra novos Espíritos
possuidores de mais aprimorados conhecimentos, com o objetivo de imprimir um
maior ritmo de bem-estar e de felicidade ao meio terreno. Não me canso de
repetir, portanto, a todos vós meus estimados irmãos leitores, que entre os
felizes habitantes da Terra poderão encontrar-se muitos de vós, senão mesmo vós
todos que tivestes a ventura de travar conhecimento com os conselhos enfeixados
nos meus livros.
Repetirei então ainda uma
vez, que isso dependerá exclusivamente de vós mesmos, na formação do vosso
desejo sincero, verdadeiro, de o conseguirdes. Nosso Senhor Jesus
regozijar-se-á com essa decisão de vossa parte, não tendo sido outro o objetivo
do Divino Mestre em me enviar ao vosso ambiente para vos dizer o que ficou dito
nas páginas do meu livro anterior e no presente. Armai-vos, pois, de uma
vontade bem forte para vos ligardes pelo coração ao coração magnânimo do
Senhor, e estareis fazendo a única coisa necessária para alcançardes o mérito
de regressar à Terra no decorrer do século XXI.
Isto posto, desejo entrar
noutra ordem de considerações acerca de algo igualmente interessante para todos
os encarnados, como seja o que no Alto se passa com as Entidades ávidas de
aprender para progredir na escala espiritual. Devo declarar em princípio, que
nenhuma Entidade espiritual alimenta desejos de aprender algo mais no Alto, que
não seja com a única finalidade de melhor servir a esse grandioso conjunto de
almas que se chama Humanidade. No Alto não existe, por assim dizer, o egoísmo
de uma Entidade cursar qualquer ramo do saber com o objetivo de colecionar
diplomas ou colocar no dedo uma nova insígnia. Não, meus amigos, no Alto não se
conferem diplomas nem quaisquer insígnias de ostentação perante a comunidade
espiritual. O saber de cada Entidade, adquirido exclusivamente à custa de
esforços meritórios perante o Senhor do Mundo, aparece sempre refletido pelas
claridades irradiadas por sua personalidade, que são visíveis e compreensíveis
pelas Entidades da sua ou mais alta categoria. E todos quantos já conseguiram
alcançar as luzes da verdadeira sabedoria espiritual, estão incondicionalmente
à disposição do Senhor Jesus para o desempenho de qualquer missão de serviço
que lhes seja confiada, ao fim da qual novas claridades se projetarão em seu
diadema espiritual.
Desejo ressaltar aqui, meus
estimados irmãos leitores, que a maior projeção de uma Entidade se encontra
estreitamente relacionada com a sua humildade e simplicidade. Sucede então
frequentemente, ser um Espírito ainda de fraca projeção recebido em serviço por
outro de grande luminosidade, e, em face do tratamento acolhedor, bondoso, que
deste recebe, confessar-se maravilhado com o fato, enquanto que na Terra se
passa, em regra, o oposto: os grandes homens se negam muitas vezes a receber os
pequenos, ou a tratá-los como o que realmente são. No Alto as coisas se passam
de modo diferente, para honra e glória da verdadeira espiritualidade. E a
propósito vou relatar-vos um fato bastante expressivo.
Passava certa vez por uma
pequena povoação de Espíritos de mediana evolução no Espaço, uma Entidade
altamente evoluída, que costumava visitar esses conjuntos espirituais para
irradiar sobre seus habitantes pensamentos de amor, de fraternidade, caridade e
bem-estar, que um grande bem espargiam em todos eles. Pela continuidade dessas
irradiações, os Espíritos estagiários já adivinhavam a presença de Entidades
elevadas, e alguns manifestavam mentalmente o desejo de conviverem algum tempo
no ambiente que lhes era peculiar.
Ciente desse desejo de
alguns Espíritos daquela pequena povoação, a Entidade Superior resolveu atrair
ao seu plano cerca de meia dúzia de irmãos e conduziu-os ao seu ambiente, como
tanto eles desejavam. Ao fim de uma semana reconduziu esses irmãos ao plano em
que viviam, verdadeiramente encantados com o estágio que haviam feito em
companhia daquela Entidade. Estes irmãos reuniram então numa grande assembléia
os companheiros de vida estagiária, para lhes referirem o que de maravilhoso
para eles haviam podido apreciar no curto período em que haviam sido hóspedes
da "Grande Entidade", como então a designavam. Vou tentar reproduzir
as próprias expressões daqueles irmãos maravilhados.
“Para que possais fazer uma
idéia aproximada - diziam aos companheiros - do que são as residências do plano
em que estivemos, bastará dizer-vos que não existem na Terra palácios, mansões,
castelos ou o que for, que se lhes possa comparar. Tudo ali é luminosidade,
beleza, fosforescência. Os jardins ostentam repuxos duma linfa de tal modo
luminosa, multicor, que não sabemos qualificá-la. As residências assemelham-se
a vivendas de sonho construídas de preciosas laminas de esmeraldas, turquesas,
safiras, topázios e ônix, de uma transparência cristalina. Há lá jardins
imensos onde as flores, cultivadas com esmero por Entidades menores, espargem
no ambiente um perfume delicioso."
E prosseguia a narrativa.
"O Sol que ilumina aquelas belíssimas mansões não queima como este que
ilumina o nosso plano. É suave, belo, permitindo que o fitem os habitantes
daquele autêntico paraíso, sem o risco do deslumbramento. Porém, - referiu - o
que mais ainda nos impressionou, foi a simplicidade daquelas "Grandes
Entidades" no tratamento que nos dispensaram. Trataram-nos como se fôramos
hóspedes ilustres e não estes pobres Espíritos que ainda somos. E como oram! A
oração está para aquelas "Grandes Entidades" como o alimento está
aqui para nós. Assistimos às suas reuniões de prece, e que bem-estar admirável
se lhes seguia. Sentíamos todos nós, ainda tão atrasados, que uma espécie de
neblina luminosa se derramava sobre as suas e as nossas cabeças durante e após
as reuniões de prece."
“A este respeito - interferiu
outro irmão - quero informar-vos de algo que nos é muito importante. E
prosseguiu: “Maravilhado com aquela neblina luminosa que se derramava durante
as reuniões de prece a que se entregavam as "Grandes Entidades" de
manhã, ao meio-dia e à noite”, aventurei-me a indagar do nosso hospedeiro a
razão daquilo e ele assim me respondeu:
"Meu filho, o que
acontece neste plano, acontece igualmente em todos os planos do Universo. Em
qualquer parte em que uma criatura emita uma vibração de prece ao Criador, uma
neblina semelhante a esta se derrama sobre ela, por efeito da transformação da
prece ao atingir determinado plano. Se a prece partir realmente do âmago da
criatura, esse sentimento a projeta mais rapidamente àquele plano,
transformando-a instantaneamente nessa neblina perfumada que acabas de ver e
sentir. Essa neblina - continuou a “Grande Entidade" - no teu plano
transforma-se em luz para os que oram, e consequente refinamento de suas
qualidades espirituais. Já na Terra, disse, esta neblina é absolutamente
invisível aos encarnados em consequência da opacidade do veículo carnal; porém
ela se derrama igualmente sobre todos que oram, transformando-se em vibrações
de saúde e bem-estar para o corpo."
"Meus irmãos, -
prosseguiu o primeiro orador - sinto imenso que tão curta nos fosse a estada
feliz no plano das Grandes Entidades; mas um grande bem ela nos trouxe a todas:
d'agora em diante nos reuniremos também três vezes ao dia para orarmos juntos,
e juntos recebermos aquele fluido maravilhoso que é o resultado da prece, para
o mais rápido progresso de todos nós."
Assim decorreu a reunião
daqueles nossos irmãos após a visita que alguns tiveram a ventura de fazer a um
dos mais belos planos do Além, como gostais de referir o Mundo Espiritual. A
constatação que fizeram da simplicidade das Entidades altamente evoluídas,
confirma o que vem sendo ensinado há milênios na Terra e repetido foi pelo
Messias quando recomendava aos homens da época: Sede simples como as crianças!
A simplicidade denota a ausência dos sentimentos
condenáveis que se apossam do homem após a idade infantil, e se transformam nos
seus piores inimigos. Alcançada, entretanto, a simplicidade através da evolução
espiritual de cada um, eis a característica das Grandes Entidades, que terá de
ser um dia alcançada por todos os seres humanos - Quando, porém? - perguntareis
vós. Eu vos responderei de todo o coração que tão rapidamente quanto o
desejardes. Pela prece sincera todos o conseguirão! Exercitai-a pois, com
ardor.
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