Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

CAPÍTULO XIV - Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. Os verdadeiros interesses dos seres humanos. — Acontecimento de grande magnitude: a demolição de uma montanha. — Terremoto provocado pelo Alto. — Outro fato notável. — Pequena amostra do que poderá acontecer em breve. — A Providência Divina está sempre atenta às vossas rogativas.



As coisas que acontecem aos seres humanos na Terra são necessárias e úteis à vida e ao progresso de cada um. Essas coisas que por vezes os obrigam a reformular idéias e projetos têm o mérito de os encaminhar não raras vezes pela direção que mais convém aos seus verdadeiros interesses, que são os interesses do Espirito. Pode suceder mesmo que de certos fatos, considerados verdadeiro transtorno na vida dos homens, resulte numa situação de grande proveito que de outra maneira jamais se verificaria.

Trazendo este ponto ao presente capitulo, eu desejo relatar alguns fatos ocorridos neste plano físico, bastante elucidativos para as almas encarnadas. 

Vamos, pois, a esses fatos. Citarei em primeiro lugar o ocorrido na Terra há já alguns séculos numa região das mais adiantadas, cuja população, absorvida nas suas ocupações habituais, viu-se de repente envolvida em acontecimentos de certa magnitude, absolutamente imprevistos. As Forças Superiores que dirigem a vida e o mundo terreno haviam concluído pela necessidade de uma operação telúrica em certa região, com o objetivo de modificar a topografia da mesma, a fim de promover a demolição de uma elevação de grande porte que ali se erguia. Visavam as Forças Superiores com essa operação telúrica melhorar a topografia da região, tornando-a mais útil aos respectivos habitantes. Os trabalhos foram então preparados nesse sentido. Operários espirituais especializados mergulharam no seio da Terra até à profundidade necessária, e aí colocaram os elementos apropriados ao objetivo em vista. Isto feito, retornaram à superfície para demarcarem a área a ser atingida pelos efeitos das cargas postas na profundidade. Uma vez esta parte igualmente concluída, voltaram ao Alto, donde acompanhariam os efeitos do trabalho realizado. Passou-se um pequeno lapso de tempo, e eis que uma espécie de terremoto foi ouvido a grande distância, cuja população, tomada de pânico, se precipitou para fora de suas moradias a fim de pôr-se a salvo de possíveis consequências trágicas. Estas, entretanto, não se registraram senão em muito leve escala, principalmente nas moradias mais próximas do centro do fenômeno que a todos despertou. Passaram-se algumas horas e um segundo terremoto foi ouvido, agravando o estado apreensivo dos habitantes da região, como era natural. Aguardaram todos que outros tremores ocorressem, o que não aconteceu, e todos os habitantes regressaram aos seus lares bastante apreensivos com o que ainda pudesse acontecer. Tudo em redor, porém, permaneceu em silêncio, com alegria e tranquilidade para a população.  Para terem uma informação segura do acontecido, alguns habitantes da região resolveram transportar-se até às proximidades do local em que o fenômeno se teria verificado, organizando-se para isso uma caravana composta de pequeno número de pessoas realmente curiosas de conhecer a extensão do fenômeno e partiram para o local, situado a algumas dezenas de milhas.  Passadas pouco mais de duas semanas regressou a caravana bastante eufórica a relatar o que presenciara, e que lhe parecia quase inacreditável. Contaram então os caravaneiros aos habitantes do lugar o que haviam visto e admirado no ponto exato em que o terremoto se fizera ouvir, que aquela montanha que todos conheciam, erguida à margem do grande lago muito conhecido de todos, havia desaparecido, ou melhor, projetara-se dentro do lago, aterrando-o inteiramente. Contaram que o grande lago que conheciam, no qual costumavam ir muitos dos habitantes pescar em certa época do ano, não mais existia; fora inteiramente aterrado pela montanha derrubada sobre o mesmo. Havia agora no local, segundo relatavam, uma superfície imensa formada pela massa de terra e pedras da antiga montanha, na base da qual, diziam ainda, haviam surgido nascentes de água inexistentes anteriormente, a procurarem caminho. O relato dos caravaneiros despertou nos ouvintes desde logo idéia de tentarem utilizar a superfície aterrada do lago para a cultura dos alimentos necessários àquela pequena povoação, e, quem sabe, até servir a outras populações. Neste propósito outras caravanas foram organizadas e partiram para o local do fenômeno, a examinar a possibilidade imaginada. Passados alguns anos do acontecimento, uma pequena cidade surgiu nas proximidades do local onde antes havia um lago, estando a superfície aterrada pela montanha agora inteiramente preparada. A umidade permanente daquela superfície muito se adequara a determinadas culturas, muito bem aproveitadas pelos habitantes que para lá se transportaram, erigindo nas imediações uma vila que vem crescendo e prosperando com o decorrer dos anos. 

Isto que aqui fica, relatado sucintamente, poderá fornecer-vos uma idéia dos recursos das Forças Superiores para promover no solo terreno as modificações que se tornaram necessárias ao conforto e bem-estar humanos. Esses recursos estão agora sendo utilizados pelas Forças Superiores na modificação de certas áreas do solo terreno, tal como no ato narrado, visando a oferecer maiores áreas à produção de alimentos para a população terrena em franco crescimento. No fato acima narrado, se desencarnações ocorreram foi em escala mínima, visto ter-se o mesmo verificado em local desabitado, como suponho. Nas modificações em curso, entretanto, poderão registrar-se desencarnações possivelmente em maior escala, dada a ocorrência de fenômenos telúricos nas proximidades, ou mesmo em locais densamente habitados. Importa pois, e principalmente, que todas as almas encarnadas estejam disto prevenidas, conforme vem sendo divulgado pelos mensageiros do Senhor, e se preparem devidamente através da prece, para a emergência em que poderão encontrar-se. O fato de virem a desencarnar prematuramente alguns milhares de almas em virtude de acontecimentos já esperados, apenas transferirá essas almas de um plano de lutas e provações constantes que é este plano terreno, para outro cem vezes melhor e mais tranquilo e feliz, onde todas se encontrarão em condições que na Terra não podem sequer imaginar.
O que importa, devo assinalar ainda uma vez, é estarem todas as almas convenientemente preparadas moralmente para partir se o seu dia tiver chegado, sendo nesse caso conduzidas carinhosamente pelos mensageiros do Senhor encarregados dessa tarefa.  

Em seguida eu relatarei outro fato relacionado também com as modificações em curso na Terra, igualmente uma pequena amostra do que muitos de vós ainda poderão testemunhar. Este ocorreu em certo local da superfície terrena, cuja população sofria muito frequentemente os rigores da seca. As débeis nascentes de que a população se utilizava minguavam sensivelmente sob os rigores do Sol e até cessavam de todo muito frequentemente, como disse. O núcleo de habitantes que dessas nascentes se utilizavam era bastante reduzido a princípio, mas foi crescendo com os tempos, tornando-se na época uma pequena cidade, cujos habitantes viviam da pequena indústria doméstica e dos trabalhos do campo. Para estes, então, o desaparecimento das nascentes com que contavam, é fácil de imaginar o enorme transtorno que lhes causava. Numa das épocas em que a seca mais se acentuara, deixando entrever até o abandono da região pela carência absoluta do precioso líquido, surgiu a alguém a idéia de se reunir a população diariamente em determinada hora no templo local a fim de, através duma rogativa em conjunto, implorarem a Deus um lenitivo para a situação aflitiva em que todos se encontravam. As opiniões divergiam apenas quanto ao objeto a pedir: chuva intensa era a idéia de alguns, a qual lhes devolveria as nascentes temporariamente. A outros melhor parecia suplicar a misericórdia divina, certo que Deus melhor do que ninguém saberia o que mais convinha. O virtuoso pároco local concordou com esta segunda idéia, esclarecendo que não se deve indicar ao Criador os caminhos do socorro, mas apenas suplicá-lo com fé, dado que Deus sabe melhor do que os homens o que realmente lhes convém. Foram assim realizadas reuniões rogativas no templo local, com entoação de hinos e cânticos sacros, rogando a Deus e ao Senhor Jesus a divina misericórdia para a situação deveras aflitiva em que se encontravam duas a três dezenas de milhares de seres humanos.

Era de ver-se a profunda concentração daquela população no seu grande objetivo que era o socorro divino, o último recurso como a última esperança de sobrevivência para todos.
 
Os dias iam passando sem prenúncio de chuvas tão ansiosamente aguardadas pela maioria, como de outras vezes sucedera em situações análogas. Mas as esperanças e as reuniões rogativas continuavam no pequeno templo local. Sucedeu então este fato, ocorrido certa madrugada, derramando o pânico em todos os corações daquela gente boa, possuidora de verdadeira fé. Ouviu-se formidável estrondo ocorrido na profundidade do solo, fazendo estremecer a povoação. Todos os habitantes vieram em pânico para as ruas, a se indagarem mutuamente o que fora, o que seria aquilo, se não seria porventura a manifestação da ira do céu em face da insistência com que sua interferência teria sido invocada.

Surgiram então, vindo dos arredores, as primeiras informações de moradores locais, cujas residências haviam sofrido duramente o impacto do abalo produzido no subsolo. Clareado o dia, resolveram os mais afoitos ir constatar pessoalmente o fato, a poucos quilômetros da localidade. Voltaram horas após, com esta importante notícia, a qual transmitiu a todos uma grande alegria: o que houve, foi um terremoto aqui bem perto. O estrondo fendeu a montanha rochosa existente nas imediações da localidade, e dela estava jorrando uma forte nascente, um pequeno riacho. Todos acorreram ao local, ansiosos por testemunharem pessoalmente a grande notícia. O fato era verdadeiro. O enorme estrondo que a todos despertara assustados tivera lugar no interior daquela montanha, dando passagem a uma volumosa corrente que já se espraiava pelas imediações em busca de seguimento. Era o atendimento do céu, todos diziam, às rogativas da população aflita.

E o atendimento escolhido pelo Alto, era o que mais convinha às necessidades dos respectivos habitantes, por ser de caráter permanente, duradouro, permitindo-lhes utilizar agora o processo da irrigação das lavouras, em lugar de uma chuva ocasional que logo se perderia na superfície ressequida da terra. Para concluir a narrativa devo dizer que a Providência divina está de ouvidos permanentemente abertos às rogativas sinceras das almas viventes neste plano físico, dispondo de meios às vezes desconhecidos destas para as socorrer. A reunião de muitas pessoas, como no caso citado, para orarem juntas por um socorro providencial, conseguiu penetrar e romper as camadas atmosféricas que circundam o globo terrestre, e atingir as verdadeiras fontes do suprimento no Alto, atraindo providências que resultaram no atendimento aos rogos daquelas almas, e de maneira jamais esperada por elas. 

Positivado ficou através do fato narrado, o qual vós encontrareis provavelmente também narrado por emissários do Senhor, que a melhor se não a única maneira de obter do Alto aquilo de que porventura necessitardes, é fazê-lo por meio da oração sincera, uma prece partida do coração diretamente ao coração do Senhor, a qual será por Ele recebida e atendida no menor prazo possível, Orai, pois, orai muito, orai sempre, volto eu a recomendar-vos para obterdes aquilo de que necessiteis. É este um conselho que deveis conservar sempre presente na vossa memória.    

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha  própria que eu vos ofereço de todo o coração.

CAPÍTULO XIII - Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. Obstáculos a vencer na Terra. — Não bastam boas intenções. — O sentido exato da prece. — Influências negativas. — Lares que preferem perturbar. — Gosto de chamar-vos filhas e filhos. — Origem milenar deste tratamento. — Sensibiliza-me o tratamento de Mãe. — Outras formas de tratamento que muito aprecio.




Para dizer às minhas estimadas filhas terrenas e também aos meus filhos queridos tudo quanto eu gostaria de dizer em torno da vida que a todos os espera no plano espiritual, eu teria de escrever não apenas um livro, mas uma série de livros que dariam uma biblioteca. Eu farei entretanto o possível para sintetizar neste volume os conhecimentos que desejo transmitir a todos enquanto na Terra, e me esforçarei para lhes oferecer oportunamente novos detalhes quando pudermos reunir-nos no Alto, esperança que eu alimento com grande carinho no meu coração.  

Desejo esclarecer que uma boa parte do que estou grafando neste livro ainda sem título já é do vosso conhecimento, e apenas está olvidado por vossos Espíritos por efeito da encarnação em que vos encontrais. E o meu empenho no sentido de os despertar através deste livro tem o objetivo de fazer com que possais, ou corrigir um rumo errado para alguns, ou induzir a outros em firmar desde agora o caminho que convém trilhar, em direção à sua verdadeira paz e felicidade espiritual. 

Eu conheço de perto os percalços da vida terrena, conforme mencionei em capítulo anterior, e sei por isso quais e quantos os obstáculos a serem vencidos pelas almas que se encontram na Terra. Sei, por conseguinte, que não são suficientes as boas intenções de cada uma em seguir o caminho que mais convém à sua felicidade, se não se dispuser a fortificar essas intenções com o reforço da prece constante, diária, a fim de que possa receber do Alto a ajuda necessária, imprescindível mesmo, na realização dos seus objetivos. Asseguro então a todas as almas bem-intencionadas que essa ajuda é uma realidade, sendo mesmo a causa principal que conduz as almas ao êxito em suas vidas terrenas. 

O sentido exato da prece é luz e essa luz produz nas almas o seu esclarecimento acerca das mil e uma preocupações a que estão sujeitas as almas encarnadas para que possam livrar-se de possíveis influências negativas que andam soltas no mundo, e enxergar o caminho reto que desejam e necessitam de seguir. Tem sido divulgado entre vós o sentido da prece como a demonstração da humildade e fé de quem a pratica, transportando-se com ela aos pés de Nosso Senhor Jesus, e Dele recebendo a ajuda e proteção espiritual. Está perfeitamente certa essa definição do sentido da prece, porque em verdade assim é. Eu, porém, desejo transmitir-vos algo mais a esse respeito, dizendo-vos o que acima escrevi. A elevação de uma prece ao Senhor com toda a fé daquelas almas que oram produz uma luminosidade assaz poderosa no ambiente em que estiver sendo proferida, que dele se afastam em verdadeira fuga quaisquer influências negativas que ali porventura estiverem.

Com a ausência dessa espécie de más influências, as almas que oram ficam envolvidas nos eflúvios da própria prece, e portanto em condições de raciocinar com calma e acertadamente sobre as numerosas particularidades da sua vida terrena. Um lar no qual todas as almas encarnadas se habituem à prática da prece diária será sempre um lar tranquilo e feliz, porque inteiramente protegido contra a ação deletéria das influências negativas.  

Poderá alguém desejar saber a razão de existirem influências negativas no plano terreno, ocupadas exclusivamente na faina tão ingrata de perturbar a tranquilidade e felicidade das almas que aqui se encontram encarnadas em busca de luz, paz e progresso moral. A razão desse fato vem de longe, de muito longe mesmo, e manda a verdade dizer-se que apesar dos esforços empregados ainda não pode ser esse mal debelado. A única maneira até hoje encontrada pelas Forças Superiores, consiste na preparação das almas encarnadas através do esclarecimento, atraindo-as decisivamente para a luz espiritual. Este trabalho vem sendo realizado há milênios com excelentes resultados, é de justiça reconhecê-lo. Posso mesmo adiantar neste momento, ser já bastante reduzido o número dos elementos negativos do mundo espiritual ainda em contato com as almas no plano terreno, graças à ação desenvolvida pelas Forças Superiores. Trata-se de elementos remanescentes de seres humanos que sempre se demonstraram refratários aos ensinamentos vindos do Alto, com o fim de fazer despertar a luz e o amor no coração dos seres momentaneamente encarnados. Esses elementos obstinadamente refratários à luz e ao amor venceram existências por assim dizer animalizadas, incidindo inclusive na prática de atos contrários às leis divinas, e assim passaram aos planos inferiores do mundo espiritual. 

Como esses planos se encontrem muito próximos ao plano terreno, os elementos perturbados neles viventes conseguem meios de descer ao plano físico em que vivem as almas encarnadas, e aqui se aproximam de almas afins com as suas, que conseguem identificar, e nelas se apóiam para permanecer. 

Acontece então este fenômeno que eu desejo bem conheçais: ao encontrarem, aqueles elementos negativos, almas encarnadas portadoras de boas irradiações, ou seja, almas simples, bondosas, desprovidas de proteção e segurança que só a prece proporciona, aqueles elementos instalam-se por vezes em seus lares e aí produzem perturbações e até enfermidades cuja cura ainda escapa à medicina dos vossos dias. O que sucede então? Criaturas simples, amantes da paz e bem-estar, vêem-se de um momento para outro perturbadas ou enfermas, iniciando-se então para elas e suas famílias uma via dolorosa. Isto acontece de preferência nos lares onde a prece é esquecida pelos seus responsáveis, mergulhados nos problemas absorventes da vida material. 

A situação pode então prolongar-se por mais ou menos tempo até que a misericórdia do Senhor intervenha para lhe dar fim. Sucede não raro ser intermediária da misericórdia divina uma alma amiga da família a quem ocorra a idéia de visitarem os familiares uma organização espiritualista onde talvez encontrem o lenitivo procurado. Isto em regra se verifica, e os elementos perturbadores são recolhidos no plano espiritual, e aí devidamente esclarecidos, voltando a paz aos lares terrenos que vinham sendo perturbados.

Desta maneira vai sendo o ambiente terreno escoimado das influências negativas que tanto têm afligido as almas aqui encarnadas. Mas são tantos, infelizmente, os seres que ainda persistem na prática do erro e da maldade, que ao desencarnarem se transformarão por certo em outras tantas influências a agirem contrariamente ao bem das almas encarnadas. Isto tudo, entretanto, está caminhando para o fim em relação ao mundo terreno. 

Tem sido bastante avultado nos últimos tempos o número de almas perturbadoras retiradas do meio terreno, onde só a prática do mal as comprazia. Essas almas, nossas irmãs também dignas do nosso amor e das nossas preces, estão sendo esclarecidas no Alto por mensageiros do Senhor Jesus, devendo algumas delas, as mais recalcitrantes, ser removidas a encarnar em outro meio, outra escola pouco inferior à Terra, na qual passarão a viver em harmonia com suas próprias vibrações. As demais, aquelas que for possível recuperar para o amor e a luz, ou permanecerão em seu plano por mais alguns séculos recebendo esclarecimentos, ou serão enviadas à Terra numa reencarnação experimental, na qual demonstrarão ou não sua determinação de prosseguirem na onda de vida atual.

Com a vinda à Terra duma categoria de almas bastante evoluídas, esperam as Forças Superiores poder formar um conjunto humano tão harmonioso e sólido, que as influências negativas do mundo espiritual não lograrão sequer interferir nesse ambiente, onde o hábito da prece fervorosa diária constituirá a sua mais poderosa armadura de proteção. Se, por conseguinte, estas minhas palavras, e tudo quanto vem sendo divulgado pelos mensageiros do Senhor, puder ser posto em prática desde agora, certa estou de que um novo e límpido ambiente de amor e paz se instalará desde já em todos os corações, para maior felicidade das minhas filhas e filhos encarnados, o que muito e muito alegrará o Senhor Jesus e a mim igualmente.  

Sobre este tratamento de filhas e filhos meus, de que eu tanto gosto de me utilizar quando a vós me dirijo, desejo dizer aqui algumas palavras ditadas pelo meu coração. É natural, muito natural mesmo, eu o reconheço, a não aceitação de certas almas encarnadas, de sua filiação ao meu Espírito, e têm nisso toda a razão. A verdade é que todas nós somos irmãs, tanto as almas encarnadas como as desencarnadas porque filhas do mesmo e único Pai Celestial. Assim fomos criadas e assim percorremos a escala imensa que nos foi dado percorrer desde a nossa origem, uma simples idéia, até ao grau evolutivo em que nos encontramos. Isto é a verdade verdadeira, insofismável e incontestável, todas as almas são irmãs perante o Pai Celestial, diferençando-se apenas pelo seu estado evolutivo, a sua idade multimilenar, por conseguinte. Não existe contestação possível a esta verdade. A circunstância, entretanto, de haver eu sido distinguida há dois mil anos pelo Pai, para trazer à Terra o maior Espírito que por aqui passou em corpo humano, o Senhor Jesus, nascido naquelas terras de Belém, de tão fundas recordações para o meu pobre coração, essa circunstância, aliada à formação da Igreja de Roma como propagadora da Doutrina de Jesus, levou desde logo muitos milhares de almas boas da Terra a me apelidarem também de Mãe, pelo fato de ter sido eu a mãe de Jesus, o que grandemente me sensibilizou. Prosseguiu desde então o tratamento de Mãe a que me habituei de tal maneira, quando em minha  permanência no Alto, que eu por minha vez passei a usar o tratamento carinhoso de filhas e filhos quando a vós me dirijo, o que fundamente me sensibiliza. 

Nesta condição é que eu me tenho dirigido muitas e muitas vezes ao meu amado Jesus para interceder em favor de muitos de vós, quando me pedem o que está acima e fora das minhas possibilidades. Eu sinto-me então imensamente feliz em considerar minhas filhas todas as almas encarnadas em corpos femininos, assim como filhos, todos os homens que nesta condição me aceitem.  A existência, porém, de almas encarnadas, seja por que motivo for, que não aceitem tal condição, em nada diminui a intensidade do meu amor por elas, inclusive as que se encontrarem filiadas a outras crenças religiosas. De uma coisa, entretanto, eu desejo que estejam certas: é que, se algum dia se lembrarem ou necessitarem da minha ajuda em sua vivência terrena ou no Espaço, eu as atenderei com o mesmo amor e devotamento com que o faço às minhas filhas e filhos adeptos do Senhor Jesus. No mundo espiritual, o qual eu costumo percorrer frequentemente pela alegria de manter estreito contato com os milhões de almas que nele permanecem, eu tenho verdadeiras dedicações, inclusive de almas que viveram na Terra sob a égide de outras crenças, ou melhor, sob princípios idênticos ao do Cristianismo, tutelados, entretanto, por outras Entidades. No Alto, porém, todas essas almas reverenciam o Senhor Jesus como o Governador do planeta, e bem assim de todas as almas que nele vivem ou viveram. É graças a este belo principio que eu participo da alegria imensa de contar em meu coração com o tratamento filial que tanto me desvanece. Sou para uns, os filiados ao Cristianismo, Nossa Senhora, Maria Santíssima, Mãe Santíssima, ou simplesmente Mãe de Jesus, recebendo qualquer destas formas de tratamento com o sentimento puro dos corações que assim me tratam, e que eu tanto aprecio.

Fica portanto claro que aqueles que discordarem destas formas de tratamento a mim dirigido, em nada me desmerecem no meu amor por eles, pois que eu bem compreendo que isso se deva à circunstância de terem nascido ou vivido sob princípios religiosos outros que não o do Senhor Jesus, sendo, contudo, também guiados seus e por Ele igualmente assistidos e protegidos em sua vivência terrena.    

Vede, filhas e filhos muito estimados, quanto eu precisei de escrever para justificar o tratamento que vos dou, mas que outros poderão recusar. Eu, porém, desejo assegurar a todos, o meu amor por igual a quantos na Terra se encontram, e a todos atenderei no meu plano de vida, com empenho igual, pois que um único desejo eu alimento, que é ver satisfeitas e felizes todas as almas encarnadas em qualquer região, bem como qualquer que seja a sua crença religiosa, as atéias inclusive. 

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

CAPÍTULO XII - Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. Modificações no sistema alimentar. — Os alimentos naturais e o prolongamento da existência. — O fumo como fator de várias enfermidades — Nocividade das bebidas alcoólicas. — A ação corrosiva do álcool perdura nas almas desencarnadas. — O grande papel da mulher no mundo — Representante da Divindade na Terra, a mulher não deve fumar.


 


O mundo terreno dos dias que correm prepara-se para  ingressar numa nova fase de vida planetária, tal como tem sucedido a todos os demais planetas do Universo infinito. A fase que se aproxima deve caracterizar-se por um sentido de aprimoramento de condições de vida desta e das próximas humanidades, às quais incumbe por sua vez elevar o nível vibratório do planeta em que vêm habitar. 

Têm de ocorrer modificações bastante sensíveis em quase todos os setores da vida terrena, com a introdução de novos métodos, novas técnicas, trazidas à Terra pelas almas que estão chegando e pelas que virão depois. Um dos setores em que devem operar-se modificações substanciais na vivência das almas encarnadas é o da alimentação. As almas que devem constituir a humanidade encarnada vão dar preferência a um tipo de alimentação isenta de carne, para usar alimentos frescos, naturais, puros, de acordo com as suas necessidades vibratórias. A alimentação carnívora que tem predominado na Terra desde a sua constituição até agora apresenta o inconveniente de animalizar os sentimentos das criaturas, e levá-las à emissão de vibrações bastante grosseiras com a consequente preponderância nos pensamentos e atos dos seres humanos. Ao passo que a alimentação constituída pelos produtos da natureza, como os cereais, os legumes e as frutas tornar-se-á muito mais leve ao aparelho digestivo, livrando-o do enorme volume de toxinas provenientes da carne.  Esta modificação operada no sistema alimentar será altamente benéfica à saúde das pessoas humanas, contribuindo para que suas vidas se prolonguem bastante, podendo verificar-se a vivência de muitas delas até às imediações dos cem anos. 

Prolongado assim o período da vida terrena, as almas que lograrem reencarnar terão maior lapso de tempo para se desenvolverem moral e tecnicamente, o que não acontece atualmente, quando a média da vida humana ainda se encontra em nível bastante inferior.

Para que uma alma encarnada possa dar fiel cumprimento ao programa de vida elaborado por ela própria no Alto, necessita de utilizar eficientemente as aptidões de ordem psíquica de que for portadora, e para que tal possa suceder é da maior valia que todas as suas células se encontrem bem dispostas, e isentas das toxinas provenientes da alimentação carnívora. Já na era atual, conforme o podem testemunhar muitos de vós, existe um regular número de pessoas que de há muito se libertaram da carne como alimento, e por isso se sentem imensamente felizes. Isto acontece em face da extrema facilidade com que se desempenha de sua função o aparelho digestivo, o que lhes permite conservar um permanente bom humor e ótima disposição para o cumprimento dos seus misteres. Este tipo de alimentação favorece grandemente a inteligência, visto manter o cérebro aliviado do peso enorme dos alimentos grosseiros provenientes da alimentação em que a carne  prepondera. 

De um modo geral, pois, as modificações a serem operadas na Terra devem ampliar-se a todos os setores da vida humana, como disse, para que a vivência de cada alma aqui encarnada se torne também um prazer, em vez de, como sucede há milênios, uma vilegiatura de sofrimento. Outro elemento que precisa de ser banido dos hábitos das almas encarnadas, pelo prejuízo enorme que causa aos seus veículos físicos, é o fumo, por ser um dos fatores positivos de várias enfermidades. Bem examinadas as coisas, dificilmente se compreende como tanto se apegam ao uso do fumo criaturas inteligentes, que estão fartas de saber do quanto de nocivo se encontra nesse hábito. Pode dizer-se sem receio de erro que mais de cinquenta por cento das enfermidades que tanto encurtam as vidas humanas se devem ao fumo. Sendo como é, uma planta portadora de um grau bastante elevado de substâncias tóxicas e entorpecentes, não se compreende como encontra ainda neste século tão grande número de consumidores. A extinção total desta planta está sendo objeto de estudos no Alto, com o propósito de ajudar os homens a livrar-se desse poderoso inimigo da saúde e, por conseguinte, o responsável direto pelo encurtamento da vida.

Mas há ainda outros elementos nocivos a combater e extirpar do solo terreno. As bebidas, por exemplo, são responsáveis por sua vez por grande número de males que afetam as criaturas, degradando muitas delas de uma maneira que todos lamentamos. O excesso do elemento alcoólico contido nas bebidas em uso na Terra é o responsável por dois tipos de enfermidades: a do corpo pela corrosão das artérias e dos órgãos, fonte de todos os males do organismo, e também da quase totalidade das doenças mentais, que a medicina não tem meios de curar. E é tão grave a enfermidade mental produzida pelo uso imoderado das bebidas alcoólicas, que mesmo após deixarem na Terra o organismo corroído, as almas permanecem por muitos anos ainda sob os efeitos produzidos pelo álcool. Encontramos em grande número nos planos inferiores do mundo invisível, almas que na Terra se entregaram ao uso imoderado das bebidas alcoólicas, agora inteiramente vencidas por seus efeitos no próprio corpo espiritual. Estas almas causam-nos muita pena pelo fato de se encontrarem privadas de participarem do progresso das demais, importando isto na perda de um lapso enorme e precioso tempo, que pode atingir a séculos de estagnação. Não podendo voltar à Terra por lhes faltarem condições morais para dirigir um novo corpo, estas almas purgam dolorosamente a situação em que mergulharam na vida terrena, até que, com o perpassar dos tempos, consigam eliminar do corpo fluídico todos os vestígios nele deixados pelas irradiações alcoólicas.  Se as almas encarnadas pudessem apreciar nos planos próximos à Terra o quadro que acabo de descrever, estou certa de que ao levantarem do leito o corpo físico pela manhã, já o fariam com a decisão inabalável de jamais levarem aos lábios uma única gota de álcool. Este é um dos grandes inimigos das almas encarnadas — o álcool — infelizmente ainda tão apreciado em todas as regiões. Que não possa ser banido assim rapidamente, concordo; que seja, porém, diluído noutro veículo em que sua ação corrosiva se reduza ao mínimo, em benefício da saúde o do bem-estar humano. Uma vez reduzido substancialmente o teor alcoólico nas bebidas à disposição do público, reduzidas estarão igualmente as incidências desse perigoso corrosivo, e, segundo creio, a indústria de bebidas só teria a lucrar em face de um consequente incremento do consumo. Que se usem bebidas, é humano e é lógico; mas que na sua confecção se eliminem todos os riscos decorrentes do fator alcoólico, pela redução substancial da sua interferência na confecção da bebida. Eis uma idéia que eu apresento aos químicos da Terra, cuja aceitação há de acarretar, certamente, as bênçãos de Deus e do Senhor Jesus, em face da eliminação dos prejuízos morais decorrentes do uso atual desse corrosivo, que melhor aplicação terá noutras utilidades do vosso mundo. 

Em seguida quero conversar um pouco com as minhas queridas filhas, a respeito da sua importante tarefa no que diz respeito à extinção dos hábitos de que me venho ocupando. É principalmente à mulher que incumbe na Terra o grande papel de zelar pelo cumprimento das leis divinas, exatamente por ser a mulher o ser mais diretamente ligado ao Mundo Superior. A mulher tem sido dotada, em todos os tempos, de uma grande parcela de influência sobre o homem, capaz de a fazer uma verdadeira rainha do lar, como sabeis. Se tal não tem acontecido em numerosos casos em que a mulher se decide a participar dos mesmos hábitos (entendamos vícios) dos homens, o resultado é o seu nivelamento neste plano inferior, com grave prejuízo para si e para a coletividade. À mulher são concedidos certos poderes psíquicos que a podem elevar a um grau admirável no seu meio social, assim ela possa descobrir-se a si mesma, por assim dizer. Para tal situação conseguir, deve a mulher ter sempre presente em sua mente, possuir um sentido a mais do que o homem, que é o de poder receber diretamente dos planos superiores idéias, sugestões e também poderes capazes de lhe entregarem o próprio governo do mundo terreno. O que todos notamos que falta por vezes na Terra à mulher, para que ela possa ocupar o seu verdadeiro lugar no mundo, é o princípio educacional doméstico nesse sentido. Por falta desse princípio é certamente que vemos as mulheres participarem de hábitos dos homens, notadamente o de fumar, o qual de maneira nenhuma deverá ser aceito pelas minhas estimadas filhas terrenas.

Que isso aconteça em regiões menos evoluídas, onde os primores da civilização ainda não penetraram, é de admitir-se em face do obscurantismo em que ainda vivem os povos dessas regiões. Mas que isso aconteça nos meios civilizados, onde os ensinamentos espirituais já penetraram para dizer a todos os viventes que o hábito de fumar, pelos inconvenientes que envolve, deve ser completamente banido, que isso ainda aconteça é que é para entristecer a todos os emissários do Senhor. O uso do fumo pela mulher representa, sem nenhum exagero de minha  parte, o primeiro ato de sua degradação como verdadeira representante da Divindade na Terra. Efetivamente, não é possível entender-se, por exemplo, a mulher mãe conduzindo o filhinho ao colo numa atitude que sobremaneira a eleva e dignifica, portando entre os dedos o cigarro que jamais deveria sequer experimentar. Um quadro desta natureza retira da mulher-mãe boa parte do seu merecimento espiritual, reduzindo-a a uma expressão demasiado vulgar, por causa de um quase nada que em nada a beneficia. 

Vamos, pois, minhas filhas queridas! Vamos compenetrar-nos todas da nossa invejável situação de representantes autênticas da Divindade na Terra, e eliminar dos nossos hábitos aquilo que não esteja na mais perfeita harmonia com a elevada categoria que a Divina Providência nos concedeu. Falo desta maneira porque faço questão de me irmanar a todas vós, minhas queridas, porque apenas uma condição nos distingue: é que eu me encontro no momento falando-vos em Espírito, enquanto que vós vos encontrais encarnadas. Em tudo o mais somos perfeitamente iguais tanto nos sentimentos como nos poderes; e amanhã quando nos reunirmos no Alto, vereis com alegria que a nossa condição se tornou perfeitamente idêntica. Aceitai então este conselho verdadeiramente maternal que aqui vos deixo: abandonai para sempre o fumo que tanto vos desmerece aos olhos do Senhor, e preparai-vos para ocupardes a vossa real situação de filhas, irmãs e mães dos homens, a quem tratareis de transmitir a palavra divina que possuís, no sentido de que se voltem por sua vez para o lado espiritual da vida. Vereis nesse passo como crescerá e se aprimorará o vosso poder divino de criar, educar e conduzir os homens ao longo de toda a existência terrena, segundo as idéias inspiradas em vossa alma pelas Almas Superiores que constantemente vos assistem, aconselham, guiam e protegem para que bem possais dar fiel cumprimento às vossas nobres tarefas.

Fazei isso, minhas queridas! Integrai-vos na vossa divina missão de aconselhar e assistir aos homens para que cumpram por sua vez a sua, que é buscar no trabalho honrado e no amor aos semelhantes a luz espiritual de que carecem e lhes cumpre construir na presente existência terrena. Eu me reservo então a grande alegria de poder um dia comentar convosco estas idéias que aqui ficam quando  cada uma de vós, por sua vez, se despedir do corpo e a mim se dirigir no meu plano de vida atual. Eu bem sei que algumas de vós hão de achar porventura impossível ou difícil realizar as idéias que aí ficam. Eu vos asseguro, porém, que nenhuma dificuldade pode resistir ao poder da vossa vontade. Fareis então o seguinte para chegardes ao resultado completo: — Primeiramente emitireis o pensamento de isto realizardes. A seguir ao pensamento se formará o desejo de realizar; em consequência deste desejo sincero, todas as vossas células se preparam para agir na direção desejada, e em breve vereis como, quase sem o sentirdes, chegastes à completa realização da vossa vontade. Nesta altura, minhas queridas, eu sei de antemão que receberei no Alto os vossos pensamentos de regozijo comigo pela grande vitória que soubestes alcançar sobre vós mesmas. E eu vos enviarei de retorno, bênçãos e mais bênçãos pelo muito que soubestes conseguir em vossa presente existência. 

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.

CAPÍTULO XI - Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. A reforma religiosa do passado: as sementes, contudo, não se perderam de todo. — O Espírito dirige a pessoa humana: é falho o ensino religioso que negar esta verdade. — Evolução em vidas sucessivas. — Não existem as penas eternas. — Princípios fundamentais do verdadeiro ensino religioso. — A morte não é o fim. — Intercâmbio espiritual. — Aplausos à corrente espiritualista.





Aconteceu certa vez no mundo espiritual, por ocasião da seleção das almas que deviam voltar à Terra numa nova encarnação, apresentarem-se várias delas com o propósito de realizarem no mundo terreno uma pequena revolução no que diz respeito aos assuntos espirituais, principalmente em matéria de fé. 

Haviam aquelas almas elaborado planos de trabalho espiritual a serem executados no plano terreno, tão logo lhes fosse permitido voltar à Terra. Encontravam-se entre elas Entidades de grande evolução adquirida em muitas existências vividas na Terra, cuja experiência as autorizava a empreender a execução dos planos que estavam apresentando na ocasião.  

Ouvidas atentamente pelos Dirigentes Espirituais a quem competia decidir a respeito, foram os planos considerados inteiramente viáveis e proveitosos para as almas encarnadas à época em que viessem a ser postos em prática. Tais planos envolviam um programa de trabalho árduo a ser desenvolvido ao longo de alguns séculos a fim de que os frutos esperados se não perdessem.
Embora bastante reduzido o grupo de Entidades que se propunham a executar o referido plano, foi o mesmo aceito pelos Dirigentes Espirituais após haverem-no submetido à apreciação do Senhor Jesus.  O mundo terreno vivia, na época, completamente imerso num emaranhado de crenças religiosas, principalmente a parte ocidental, numa mistura de religião, comércio e de outra natureza, que realmente necessitava de melhor coordenação por parte das organizações religiosas.

Isto passou-se há perto de quatro séculos, por conseguinte não faz muito tempo e os registros históricos estão aí para serem consultados por quem necessitar de maiores detalhes. Reencarnadas as Entidades referidas, com o apoio indispensável de outras muitas que permaneceram para esse fim no plano espiritual, foi dado início ao trabalho assim preparado no Alto, tendo os seus executores reencarnado em países diferentes com o propósito louvável de se tornarem em seus respectivos países arautos da idéia por eles concebida no plano espiritual. 

E para melhor poderem atuar no meio próprio, quase todos se tornaram também religiosos, ascendendo rapidamente a altos postos, em virtude de sua capacidade intelectual. Com o que certamente não haviam contado as Entidades já então reencarnadas, fora evidentemente a reação contrária de quantos aqui se encontravam à frente das organizações religiosas, em face da profunda reforma a que os novos religiosos se propunham, sinceramente empenhados em imprimir nova e melhor direção aos ensinamentos a serem ministrados às almas encarnadas.

Travaram-se por isso grandes batalhas intelectuais, primeiro entre os baluartes dos dois lados, às quais aderiram intelectuais destacados, uns pró e outros contra as novas idéias religiosas. Pode mesmo dizer-se que o assunto empolgou as elites intelectuais dos países do Ocidente, tendo dado causa a não poucos procedimentos caracterizados por medidas violentas e perda de liberdade para certo número de bons batalhadores da grande causa.

Os tempos, porém, não esperam, e com eles se consumiram mocidade, madureza e entusiasmo no âmago das Entidades encarnadas, portadoras das grandes idéias de reforma dos ensinamentos e práticas religiosas na Terra, sobretudo em sua parte ocidental. Consumidas assim as suas encarnações, regressaram aquelas Entidades ao Alto portadoras de um mínimo do quanto pretendiam realizar na Terra, em face das reações que tiveram de defrontar. 

As sementes lançadas, contudo, não se perderam de todo em meio à incompreensão principalmente das camadas populares, porque aqui e ali sempre lograram germinar nos corações melhor preparados. Passaram-se novos tempos e outras Entidades desceram à Terra inteiramente afinadas com as idéias semeadas pelos seus antecessores, sendo hoje de notar que algum progresso foi alcançado nessa matéria, se bem que muito já tenha sido deturpado até aos dias presentes. 

Verificamos todos nós do Alto, ao apreciarmos o panorama religioso do Ocidente, que grande empenho é posto de uma e outra parte do ensino cristão, em se negar a existência do Espírito a dirigir a pessoa humana, e sua sobrevivência a esta, uma vez encerrada a vida do corpo. Nega-se, por conseguinte, a existência e funcionamento de uma lei imutável a dirigir os destinos de todos os seres viventes no Universo, em virtude da qual as almas encarnam, desencarnam e voltam a reencarnar em busca de luz, perfeição e progresso. 

É falho por conseguinte o ensino religioso que não admitir e proclamar a existência do Espírito no Universo, subordinado à lei evolutiva que preside a sua reencarnação nos diversos mundos, para neles adquirir conhecimentos e experiência de que tanto necessita. Vemos assim com melancolia, inteligências das mais brilhantes da Terra ainda aferradas à idéia de há muito superada da existência única, finda a qual a alma ou  ingressa no céu imaginário para toda a eternidade, ou segue em direção a outros planos de sofrimento que eu me recuso a citar. Não, absolutamente meus queridos; as coisas passam-se em verdade de maneira bem diferente dessa que tão obstinadamente propagais. Não só não existem as penas eternas para as almas faltosas ou menos afortunadas moralmente, como também o céu de que falais é mera ficção. 

Gostaria de poder conduzir-vos desde agora para, em minha companhia, testemunhardes o equívoco dos vossos ensinamentos religiosos, certa como estou de que no vosso regresso vos apressaríeis em reformá-los totalmente.  O ensino religioso que se faz mister adotar em todo o mundo terreno deve assentar primeiramente na obediência aos princípios doutrinários trazidos pelo meigo Nazareno de há dois mil anos, princípios fundamentados na lei do amor e da fraternidade. Esta lei não foi criada pelo Senhor Jesus, como a alguém possa parecer em face de ser trazida por Ele à Terra; esta lei é universal, reina e impera em todos os planos adiantados do Universo, mediante cuja prática vivem muitas e muitas humanidades evoluídas. Trata-se, portanto, de uma lei criada por Deus para ser cumprida em todos os mundos, por ser aquela capaz de implantar a felicidade, a paz, e o verdadeiro amor em todos os corações.  Esta é, por conseguinte, a lei a ser ensinada na Terra a todas as almas encarnadas como verdadeiro ensinamento religioso. 

A segunda lei que deverá constituir o segundo ensinamento religioso pelas organizações que a isso se propõem, é a lei das reencarnações, aquela que permite às almas regressarem à Terra para animar novos corpos, após um estágio mais ou menos longo no Alto ou Espaço, como quiserdes, ao término de cada uma delas. Isto é muito fácil de explicar, meus filhos queridos. 

Sabendo-se que as almas (Espíritos) são criadas absolutamente ignorantes até de si mesmas, necessitando, portanto, de percorrer toda a imensa escala de aprendizado nos diversos planos ou escolas disseminados na imensidão do Universo, não poderiam as almas assim criadas adquirir o volume de conhecimentos e experiências de que todas necessitam em apenas uma vida terrena. 

E sabendo-se que o espaço de tempo realmente útil à alma encarnada se inicia praticamente aos vinte e cinco anos, tempo não haveria absolutamente para que daí até à desencarnação a alma pudesse adquirir aquilo de que tanto necessita e veio buscar na Terra. É necessário, por conseguinte, meus queridos, reverdes a base dos ensinamentos que ministrais aos vossos seguidores à guisa de religião, a fim de não incorrerdes vós próprios em ato de responsabilidade perante os vossos Dirigentes Espirituais ao regressardes por vossa vez ao plano a que pertencerdes. 

Os dois pontos que venho de citar devem ser estudados, porque são fundamentais ao ensino religioso na Terra. As almas que estão descendo à Terra e bem assim as que se preparam para descer mais adiante, são em sua grande maioria almas bastante evoluídas, e talvez se recusem a aceitar os ensinamentos que vêm sendo ministrados, os quais não correspondem mais às realidades da época. 

Em continuação é preciso admitir e mesmo ensinar às crianças e aos adultos o princípio do intercâmbio espiritual entre as almas encarnadas e as desencarnadas, como um dos fatores do progresso moral e intelectual da humanidade encarnada. É preciso ensinar às almas encarnadas que a circunstância de haverem concluído o seu período de vida no corpo e por isso regressado ao seu plano espiritual, não consiste absolutamente no seu fim, no seu desaparecimento como ser inteligente que já era antes de haver encarnado. 

Com este ensinamento desenvolvido nos termos que lhe são próprios, ficarão as almas encarnadas cientes de que um dia também se transportarão deste para o seu plano de vida espiritual, no qual se reunirão àquelas que lhes foram caras na Terra como parentes e amigos, mas que não morrerão absolutamente porque continuarão a viver a sua vida eterna, infinita,  juntamente a milhares de outras que conheceram e amaram em encarnações precedentes.  

Ora bem, pois. Se tudo isto que digo é real, porque acontece, não por vontade dos Espíritos, como possa alguém imaginar, mas em virtude de uma Lei de Deus à qual todos nós estamos sujeitos, não há como negar ou condenar a prática do intercâmbio com o mundo espiritual, como fonte insuperável que é de muitos e preciosos ensinamentos para todos vós, almas encarnadas. O que é necessário ter em conta é a autoridade espiritual das Entidades com as quais se deve travar relações de intercâmbio, para não virem os encarnados a se deixar ludibriar por falsos mentores. Há, porém, o meio infalível de afastar possíveis impostores de se fazerem passar por Espíritos de Luz. A chave para isso está ao alcance de todos e consiste apenas da elevação de uma prece sincera ao Senhor Jesus, rogando-lhe permissão e proteção, para o trabalho que pretenderem realizar com elementos categorizados do mundo espiritual e essa proteção ocorrerá no mesmo instante.

Nenhuma Entidade mistificadora resiste aos efeitos de uma prece sincera ao Senhor, quando se tem em mente a realização de um trabalho sério com assistência ou patrocínio de Entidades invisíveis.

Resolvi tornar o assunto supra para tema deste capítulo, meus queridos filhos e filhas, pela necessidade e urgência de se proceder a uma reforma substancial em torno dos ensinamentos religiosos na Terra. Existe já uma corrente de pensamento filosófico digna dos nossos aplausos, pelo fundo de verdade em que baseia os seus ensinamentos. É a corrente espiritualista, à qual eu me filiei em minha última estada na Terra, após ter sido monja em pelo menos duas outras encarnações. Ao regressar ao Alto, após aquelas duas encarnações anteriores, eu pude verificar que bem pouco útil havia sido a minha  vida, pelo nada ou quase nada que consegui realizar em favor dos demais. Enquanto na última existência vivida entre vós, eu dediquei todos os meus pensamentos e esforços à causa espiritualista, tanto pela pena como pela palavra, pelo conselho sempre ministrado em todas as oportunidades. Ao regressar ao meu plano de vida no Além, tive a satisfação imensa de constatar o acerto dos passos dados em favor da difusão da chamada Doutrina dos Espíritos, aquela que consegue realmente esclarecer as almas encarnadas acerca do seu futuro, e consolá-las em seus momentos dolorosos. É para lamentar, e muito, pois, o fato de haver na Terra organizações ditas religiosas que combatem denotadamente o ensino espiritualista como arte do demônio, quando o seu chefe Supremo é o Senhor Jesus, que incentiva e abençoa todo o trabalho empreendido no esclarecimento das almas encarnadas.

Um fenômeno interessante que no Alto se verifica entre as almas chegadas da Terra, é precisamente quanto ao grau de esclarecimento de que são portadoras. Enquanto as que foram adeptas de religiões infensas ao espiritualismo, se apresentam assustadas em face da multidão de desencarnados que as cerca, apreensivas com o que aprenderam a denominar de fantasmas, as almas espiritualizadas sentem-se desde logo muito felizes e à vontade, por se encontrarem cercadas de outras almas espiritualizadas, que aprenderam a compreender desde a Terra.

Ressalta deste fato a diferença existente entre um e outro ensinamentos religiosos ministrados na Terra, proporcionando um, o espiritualista, a imediata compreensão e até familiaridade com Entidades que aprenderam a estimar e até a venerar em suas organizações espiritualistas, onde muitas vezes as ouviram dissertar sobre as leis espirituais. Enquanto as outras almas, embora seguidoras da mesma doutrina do Senhor Jesus, foram ensinadas a repudiar como demônios os Espíritos de Deus, e ao encontrarem-se com eles no Alto, recordam-se dos ensinamentos recebidos e ficam preocupadas. Mas acontece em breve o seguinte a estas almas: constatando o erro dos ensinamentos religiosos que lhes foram ministrados na Terra, como que se revoltam contra eles, e aderem imediatamente à teoria espiritualista das reencarnações sucessivas, como o único meio de chegar cada alma à perfeição e à luz espiritual.  

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha  própria que eu vos ofereço de todo o coração.