Os dias presentes da vida
terrena em breve tornar-se-ão históricos para todos os viventes. Os homens do
presente assim como as mulheres, bem fariam em se entregarem sinceramente à
meditação em torno do seu passado da vida atual, repassando em sua memória
todos os fatos, cenas, acontecimentos em que houverem sido parte, e retirar de
cada um deles as conclusões que lealmente se lhes apresentarem.
Terão sido parte saliente em
não poucos acontecimentos, dos quais muitos talvez preferissem não o terem
sido, em face da recordação desagradável daí advinda. De outros recordarão
provavelmente alguma atitude injusta de sua parte, cuja recordação ainda hoje
lhes oprimirá o coração. E outras e outras coisas que poderão formar esse
rosário de recordações menos agradáveis dos dias que correm. Porém, eu vos
declaro, irmãos queridos, que o que passou, passou, e não volta mais a
manifestar-se, para quantos souberem sobrepor ao passado, um presente de luz e
amor para construírem um futuro absolutamente risonho e feliz.
A vida terrena é mesmo
constituída de altos e baixos para os seres humanos, por mais elevados que seus
Espíritos possam ser, não se furtando nenhum vivente na carne às elevações e
quedas que refletem precisamente as próprias condições planetárias do solo
terreno. Assim pois, uma sugestão eu desejo apresentar a todos os meus
estimados leitores que é a seguinte: - varrerem de sua memória quanto de
desagradável se haja nela registrado ao longo de sua presente encarnação, para
em seguida se voltarem inteiramente para o Nosso Bom Jesus, a quem diariamente
confidenciarão o seu viver presente, e d'Ele se socorrerão sempre que julgarem
necessário. Desta maneira, tudo quanto possa existir ao longo de sua encarnação
atual que possa importar em sofrimento para o Espírito, pode ser e será
suplantado pelo que de bom e justo poderá cada um realizar, e como o bem há de
sempre superar o mal, eis aí uma inteligente maneira de queimarem recordações
de fatos, acontecimentos e atos porventura desagradáveis que ainda possam
existir.
É preciso partirmos do
princípio de que nenhuma das Entidades mais elevadas do nosso pequeno universo,
realizou encarnações e encarnações de absoluta pureza, tendo-se em vista que é
precisamente após muitas existências na carne que os Espíritos se purificam e
se iluminam, exatamente quando as boas ações passaram a superar e mesmo a
apagar aquelas que anteriormente só acarretavam sofrimento. Se investigarmos a
vida de numerosas Entidades que a história registra e a Igreja canonizou,
encontraremos nela atos e procedimentos incompatíveis com a santidade de vida
com que puderam assinalar os seus últimos vinte ou trinta anos na Terra. É que,
apenas seu Espírito encontrou a senda verdadeira do amor e bondade para com os
semelhantes, a chama divina nele despertou, e ei-los inteiramente reconciliados
consigo mesmos e portanto com o Pai Celestial, chegando então à prática de atos
que os tornaram dignos da veneração humana.
A vida de homens tais, deve
servir de paradigma a quantos se dispuserem a enveredar também pelo único
caminho da iluminação espiritual, e que se encontra ao alcance de todos.
Esqueça-se o passado se dele resultam recordações menos caras ao coração; volta
cada um então, só e só para o Divino Mestre, e com Ele confabule diariamente
como se com o próprio pai terreno o fizesse, certo de que um mundo inteiramente
diferente se apresentará, emprestando à vida um novo e auspicioso aspecto. Esse
caminho, amigos e irmãos leitores, não é outro senão o que seguido foi por
todos os Grandes Espíritos que se tornaram por assim dizer, os Anjos Tutelares
da humanidade.
Esta a sugestão que de
coração eu vos faço, como um meio absolutamente eficaz de conduzir-vos em breve
ao plano em que ora vivo, bendizendo todas as lutas e as amarguras de que ficou
repleto o meu passado até ao meu feliz encontro com Jesus de Nazareth, a quem
me liguei para todo o sempre. Apresento-vos por conseguinte, a minha
experiência pessoal e não uma simples teoria que poderia vir a falhar na
prática. Segui-a, pois irmãos queridos; tratai de eliminar de vossa memória
quanto resulte negativo à vossa iluminação espiritual, e voltai-vos
decididamente para o Senhor Jesus, certos de que caminhareis pelo melhor de
todos os caminhos da Terra: o caminho do Senhor.
Trataremos em seguida de
assunto diferente e de grande utilidade para todos os encarnados. Ocupar-me-ei
então do que sucede a quantos regressam da Terra após uma trajetória de lutas e
privações, num ambiente em que em muitos casos nem sequer foram notados, tal a
condição de humildade em que viveram sua encarnação. Esta classe de irmãos que
não deixa fortuna material para distribuir aos seus familiares, dada a situação
que lhes coube enfrentar na vida, representa, não raro, o reverso duma medalha
de opulência e grandeza material vivida em passadas encarnações. Voltando à
Terra na situação descrita, em que o fruto de seus esforços apenas chegava para
manter a própria existência e pouco mais, cumpriu-se dessa maneira o princípio
da igualdade humana, mercê do qual essas Entidades pediram ou aceitaram voltar
à Terra para se reconciliarem consigo mesmas e com Deus.
A falta de escolas
espiritualistas onde o encarnado receba desde a infância uma educação baseada
na realidade da alma, e da necessidade que a todos assiste de dar prioridade a
quanto com ela se relacione, a necessidade inadiável de ensinar à infância a
maneira pela qual deve cumprir os postulados do Espírito e não os da matéria,
tudo isto que as escolas espiritualistas devem explicar suficientemente à
infância, para que esta saiba como comportar-se no futuro; escolas
espiritualistas com tais princípios, devem coexistir com as escolas primárias,
e acompanhar o aluno até às universidades.
Isto, irmãos e leitores
meus, deve ser feito, precisa ser feito, e vai ser feito em breves anos em toda
a superfície terrena. Não será admissível por parte das Forças do Bem, verificarem a inutilidade de um número incontável de
encarnações, ao fim das quais os Espíritos que desceram à Terra para progredir
espiritualmente, ou perderem sua encarnação ou até se prejudicarem por alguns
séculos por terem vivido inteiramente jejunos de ensinamentos espirituais autênticos.
Bem sabe Nosso Senhor, que grande parte da culpa deve recair sobre os
ensinamentos religiosos e filosóficos dos últimos séculos, dos quais têm
resultado, ou o fanatismo absolutamente cego ou inconsequente, ou uma idéia por
demais deformada das realidades espirituais.
De qualquer maneira,
necessário se toma refundir quanto vem sendo ensinado na Terra à infância a
guisa de religião. Há que substituir a idéia errônea de um Deus vingador que
fundamenta há milênios o ensino religioso na Terra, pela idéia generosa do
Espírito livre, que sobrevive ao corpo, voa para o Espaço ao fim da vida do
corpo e regressa à Terra a tomar novo corpo, tantas vezes quantas sejam
necessárias à sua evolução.
É preciso dizer à criança
que Nosso Senhor Jesus é o único chefe da família humana, que deseja somente a
felicidade de todos e atende prontamente com carinho a quantos se lembrem de
solicitar a sua interferência, graça e misericórdia. É preciso ensinar à
criança em cursos adequados ao seu grau de compreensão, que nem Deus nem Jesus
têm representantes especiais de sua nomeação na Terra, antes preferindo atender
direta e espiritualmente aos seus guiados terrenos, tal como a todos promete ao
se prepararem no Alto para reencarnar. Reformar, pois, o ensino religioso
ortodoxo, é problema a ser solucionado o quanto antes, adaptando-o
convenientemente aos ensinamentos espirituais em harmonia com o que ensinam as
Forças do Bem.
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