Os homens que primeiro
povoaram a Terra, quanto este pequeno mundo pouco mais representava do que uma
superfície inóspita, carente de tudo quanto apareceu com o decorrer dos séculos
e milênios, aqueles primeiros homens, sendo embora espíritos encarnados, mantinham-se
constantemente ligados pelo pensamento ao plano espiritual, donde poderei dizer
que espiritualmente se alimentavam.
A vida terrena cifrava-se
então na produção e aproveitamento dos produtos naturais do solo, aqui
transplantados e aclimatados milênios antes do homem, e na criação dos animais
domésticos e caseiros, dos quais os homens de então se aproveitavam como
alimento e comércio. Com o decorrer dos séculos, a vida terrena foi melhorando
sua vivência, graças à vinda de espíritos bastante evoluídos que foram
descobrindo aos terrenos novos meios de progresso, desde a simples chama
produzida por algumas substâncias oleosas até aos meios de transporte que tanto
se faziam necessários na Terra.
O progresso se acentuou, pois, em vários
setores da vida terrena, inclusive nos processos de escrita e contabilidade,
desde os primórdios em que tais meios se fizeram conhecidos por toda a
superfície habitada. Os homens, contudo, permaneciam interligados ao mundo espiritual, donde
recebiam as idéias que iam sendo postas em prática em benefício de todos. Seus
Espíritos buscavam diariamente em horas certas e mesmo quando sentiam
necessidade, a inspiração do Alto, à qual atribuíam então procedências várias,
segundo a crença que melhor lhes parecia refletir a emanação do Grande
Construtor do Universo.
O que neste relato sucinto
eu desejo assinalar, é a maneira com a qual muito se preocupavam os homens do
passado, relativamente à proteção espiritual que constantemente buscavam, sem a
qual acreditavam piamente não poderem viver na Terra. Semelhante linha de
proceder correspondia em verdade às esperanças do Senhor Jesus, no seu empenho
denodado em conduzir a humanidade terrena à meta do seu destino espiritual,
para que pudessem todos os Espíritos encarnados na Terra alcançar em poucos
milênios uma merecida promoção a mundos bastante mais evoluídos do que este.
Este era o grande empenho do
Senhor Jesus, secundado por milhares de seus mensageiros mandados à Terra em
todas as épocas para servirem de guias aos homens de seu tempo. Infelizmente,
porém, a reencarnação de certo número de Entidades que na Terra conseguiram dar
expansão aos seus pendores inteiramente contrários ao progresso humano,
determinou o surgimento em várias latitudes de disputas guerreiras pelo domínio
da Terra, como se tal coisa fosse possível ao ser humano, e isso levou a
humanidade a um estágio em seu progresso moral, por força dos choques que se
verificavam por toda a parte como expressão das loucas ambições humanas.
Homens, ou melhor, Espíritos
que no Alto se haviam comprometido a impulsionar o progresso humano sob vários
aspectos, e que por isso foram conduzidos pelas Forças do Bem ao governo das
nações importantes, desmandaram-se completamente ao verem-se contrariados em
seus propósitos, fazendo então correr rios de sangue segundo costumais dizer na
Terra.
As Forças do Bem não
desanimaram contudo, e trataram de limitar o quanto possível a ação daqueles
governantes que se esqueceram completamente de Deus, julgando-se até alguns
deles como sendo eles próprios o Poder Universal. Assinalou-se desde então um
decréscimo da idéia de Deus no coração dos encarnados, com o que diminuída
ficou também a possibilidade de solução pacífica dos grandes problemas que a
vida terrena defrontava.
Devo dizer-vos de passagem, meus irmãos e amigos, que
no Alto chegou a constituir objeto de estudo a idéia da extinção total da
humanidade de há cerca de vinte e tantos milênios, para em seu lugar ser
trazida outra raça menos ambiciosa e bulhenta para recomeçar o povoamento da
Terra. Este seria naturalmente o recurso derradeiro de que as Forças do Bem
lançariam mão para solucionar o grande problema do entendimento e fraternidade
humana.
Ao termo de magna assembléia
realizada num planeta bem mais evoluído que a Terra, foi deliberado
encaminhar-se para este planeta uma geração de Entidades de grande evolução,
viventes no mundo onde se reunira a assembléia referida, as quais realmente
aqui encarnaram, lutaram e sofreram com o propósito de implantar no solo
terreno um bom número de melhoramentos que passaram a constituir motivo de
maior harmonia entre os homens. Os vestígios da estada na Terra das Entidades a
quem me refiro, ainda existem em vários pontos, alguns deles ainda não
compreendidas ou mal traduzidos pela humanidade presente. Refiro-me, por
exemplo, àqueles portentosos monumentos erigidos no Norte do Continente
Africano em forma de pirâmide, onde se encontram registrados não só a história
daqueles Espíritos como também o percurso a ser seguido na Terra para o seu regresso
ao mundo espiritual do qual procederam. E não foram compreendidos tais
monumentos pela humanidade dos últimos milênios, pela razão de não ter sido
ainda descoberta a chave espiritual da linguagem secreta que neles se encerra.
Uma vez descoberta, porém, o que está para verificar em breves lustros, verá
com alegria a humanidade terrena os sólidos princípios espirituais dominantes
nas Entidades que tais monumentos erigiram na Terra.
Sem pretender desvendar
segredos que não me pertencem, mas unicamente à geração de Entidades que de
muito boa vontade aceitaram viver entre os encarnados da época, sempre
revelarei algo do muito que deixado foi em relevo nos históricos monumentos em
forma de pirâmide. Ali se recomenda, por exemplo, este grande e luminoso principio:
- Tua felicidade não está em ti mas no
teu Deus; põe-te em vibração
constante com teu Deus para estares com
Ele feliz. Outro principio gravado nesses monumentos graníticos é este: - O trabalho não requer só esforço;
principalmente perfeição; trabalha
com braços e coração. Outro ainda refere-se à convivência humana e diz o
seguinte: - Tu e teu vizinho sois um só;
todos os homens unidos formam Deus.
Deduz-se desses princípios
que venho de transcrever, a idéia mater da humanidade em si, que não distingue
os indivíduos em particular, mas procura fazer compreender a necessidade da
união fraternal entre todos, levando-os assim à expressão máxima da própria
Divindade. Esta idéia vem sendo pregada de século em século, e há muitos milênios
através de gerações e gerações de Espíritos que passaram pela Terra, no elevado
esforço de que venha um dia a ser aqui fraternalmente praticada.
Se percorrerdes
pacientemente a história das várias religiões conhecidas na Terra, ireis
encontrar princípios semelhantes, tentando nortear os homens e mulheres no
carinho da união fraternal e de repúdio aos propósitos ambiciosos de
predominância. Tem sido grande, em verdade, o esforço desenvolvido neste
sentido pelas Forças do Bem junto aos seres encarnados, mercê do empenho de
Nosso Senhor Jesus em poder registrar em seu coração magnânimo tão bela fase de progresso por parte de todos
os homens e mulheres viventes na Terra. Chegou, porém, o momento decisivo para
todos, com a proximidade do novo estágio evolutivo a ser operado na Terra.
Haverá porventura, entre os encarnados da hora presente, alguém que possa
recuar a inscrição do princípio de fraternidade em seus atos e pensamentos
diários? Creio poder afirmar que absolutamente ninguém.
Afirmo e desejo, antes,
que todos os felizes leitores de meus conselhos já se encontram perfeitamente
integrados naqueles luminosos princípios que os hão de conduzir à verdadeira
felicidade no mundo espiritual. Que assim seja!
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