Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Capítulo XII - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. Aconteceu num planeta similar da Terra - Instruções trazidas do Alto - Resistência de alguns habitantes - Fato semelhante ao da Terra - População três vezes maior que a atual - Os que perdem parentes - Cessação das disputas guerreiras







Aconteceu certa vez num planeta do mesmo sistema solar da Terra, ter havido necessidade de reunir seus habitantes em determinada área com o objetivo de proceder a uma explanação vinda do Alto, sendo necessário que todos a ouvissem ao mesmo tempo. A tarefa apresentava-se algo difícil aos mensageiros invisíveis em face das distâncias que separavam as regiões habitadas desse planeta. Essa dificuldade foi, entretanto, vencida com a determinação superior de se reunirem apenas os Espíritos dos habitantes, o que tornaria bem mais fácil de conseguir. Para a reunião dos Espíritos, contudo, tornava-se necessário transportá-los durante o período do sono, enquanto os corpos repousavam como era de hábito. O tempo na esfera em referência oferecia certa facilidade para isso, visto como as noites correspondem lá a cerca de trinta e seis horas do tempo da Terra. Foram assim tomadas todas as providências para a realização da reunião. Apenas se tratou de dividi-la em duas, considerando que, assim como sucede na Terra, enquanto uma face se mantém às escuras, a outra está sendo banhada pela luz solar. Desta maneira foram reunidos os Espíritos em duas assembléias distintas, realizadas em pontos diferentes do planeta, para que pudessem todos receber as instruções vindas do Alto. Isto foi feito com uma eficiência de aproximadamente noventa por cento para os adultos, a quem tais instruções eram dirigidas, e a cerca de cinqüenta por cento das crianças daquele plano de vida. As instruções trazidas do Alto para os Espíritos consistiam na informação a todos no sentido de que estivessem preparados para atender a um chamamento que lhes seria dirigido a qualquer momento, para regressarem ao mundo espiritual correspondente àquela esfera. E para não serem tomados de surpresa, diziam os mensageiros invisíveis, é que se havia providenciado a reunião de todos daquela maneira.

Como os assuntos tratados entre Espíritos se entendem e assimilam muito rapidamente, ao contrário do que sucede quando isso ocorre entre veículos físicos, tudo foi prontamente compreendido e aceito pelos habitantes da esfera através do Espírito de cada um. A necessidade de que estivessem preparados para partir de um momento para outro, decorria, como agora sucede neste vosso planeta, do início de grandes transformações a serem operadas em quase toda a superfície planetária, na execução de plano longamente estudado e amadurecido. Conquanto imperasse no planeta em referência um profundo sentido de atividades utilitaristas, dado o grau evolutivo no qual ainda viviam os habitantes do mesmo, não foi difícil incutir na mente de cada um a idéia de se prepararem espiritualmente para a viagem de regresso, com pequena percentagem de discrepância, como sempre acontece. Havia ali, como em toda a parte, uma categoria de seres espirituais num grau mais retardado que outros, os quais recusam aceitar, em princípio, grande parte daquilo que não consulte os seus interesses materiais. Este fenômeno existe, de resto, em todas as populações do Universo, dada a diferença das idades de cada um, e, conseqüentemente, o seu grau de compreensão. Não ocorreram, contudo, problemas maiores no caso em apreço, tendo-se efetuado com todo o êxito as transformações projetadas no Alto para beneficiar os habitantes do planeta mencionado. Se não ocorreram problemas maiores, como disse, alguns menores tiveram de ser enfrentados pelos mensageiros invisíveis, em face da resistência oposta por alguns seres atingidos, ou melhor, distinguidos pelo chamamento divino, digamos assim, recusando-se a abandonar família e patrimônio que haviam construído. O número destes Espíritos, embora reduzido, exigiu esforços inusitados dos seus Guias espirituais para evitar que se dispersassem no cosmos por largo espaço de tempo, talvez mesmo alguns séculos. Para este tipo de seres espirituais há necessidade de os cercar de todas as precauções em seu exclusivo benefício, e estas lhes são dispensadas com toda a eficiência.

O que sucedeu à esfera em referência tem muita semelhança com o que deverá suceder à pequena esfera terrestre, com igual objetivo de se implantar modificações de estrutura, de maneira a permitir a vivência em seu solo de um volume duas vezes maior de seres humanos do que os atuais. O motivo é este: estagiam presentemente nos planos relacionados com a vida terrestre, muitos milhões de almas que necessitam de reencarnar no solo terreno a fim de desenvolverem aptidões e qualidades que possuem em estado latente, umas, e de operar na Terra certos progressos e melhoramentos, outras, estas já possuidoras de grande evolução. Por tal motivo é que se tornou imprescindível operar inicialmente transformações na estrutura terrena, visando principalmente à produção de alimentos puros suficientes para sustentar uma população pelo menos três vezes a atual. Daí, por conseguinte, este esforço empreendido também pelos mensageiros de Jesus junto a todos vós leitores, no sentido de que também estejais preparados para um chamamento divino a qualquer momento.

Vedes pelo exposto, que enquanto na esfera em princípio citada se tratou de reunir a população em conjunto para receber as instruções vindas do Alto, o processo junto aos terrenos está sendo outro, embora um pouco mais lento, porém eficiente, pela circunstância de procurar falar individualmente ao coração espiritual de cada um. A esta altura, segundo observações que vêm sendo procedidas no Alto, uma parcela substancial da população terrena está se preparando espiritualmente para qualquer eventualidade. E de que maneira? — perguntareis vós. Da única maneira pela qual isto poderá ser feito, que é a adoção do hábito diário do contato com o Senhor, no Alto, e pela sensível modificação que vem sendo operada no pensamento de cada um, em relação ao conjunto da humanidade.

Efetivamente, o pensamento e o sentimento de constituir cada ser humano uma partícula da humanidade, vista e apreciada como um só conjunto, um só corpo, como na realidade o é, isto bastará para que cada homem ou mulher se considerem como um núcleo desse gigantesco organismo. E para que o organismo possa sentir-se bem, saudável e feliz, necessário se torna que cada núcleo que o compõe, se mantenha na mais perfeita harmonia com todos os demais, em benefício do todo.

Esta é a norma de entendimento e compreensão que está sendo difundida por toda a superfície terrena, pelos mensageiros do Senhor, através deste meio que é o livro, e também pela palavra falada nos locais apropriados, e ainda, e de modo bastante eficiente, pela inspiração junto a quantos na Terra se dedicam ao ensino religioso dos seus semelhantes. Dois são, pois, os objetivos visados por este esforço espiritual que vem sendo despendido entre vós, irmãos encarnados. O primeiro deles é despertar no âmago dos vossos corações a idéia que lá se encontra adormecida desde a vossa entrada no mundo terreno nesta vossa reencarnação. O despertar desta idéia equivalerá para muitos de vós ao mesmo que desejar transportar-vos, por exemplo, de uma a outra montanha que vos apeteça, e poderdes fazê-lo com o simples emprego do vosso poder de volição. Para aqueles que conseguirem despertar enquanto na carne, a idéia que em seus corações se encontra latente, não haverá jamais desejo que não satisfaçam, nem aspiração de grandeza e bondade que não esteja ao seu alcance. E quando sua vez chegar, de serem distinguidos com o chamamento divino, partirão da Terra na mais absoluta paz e tranqüilidade em direção à morada do Senhor, onde uma pequena multidão de almas afins cantará hosanas pelo seu regresso. Muitas serão, tenho eu certeza disto, as almas que se estão preparando para deixar a Terra a seu tempo, não mais como almas tristes, sofredoras, sobrecarregadas de preocupações e deslizes que ficaram para trás, mas como autênticos Espíritos de Luz, num regresso festivo ao seu plano de vida e felicidade.

E a propósito, desejo dizer algumas palavras endereçadas àqueles que perdem parentes e se consomem de saudade e inconformação. Desejo dizer-lhes que aqueles que partiram do solo terreno, legando seus despojos à terra que os alimentou, cessaram com isso todos os seus sofrimentos da vida terrena. A desencarnação dos Espíritos deve, antes, ser tida como a libertação de um ser prisioneiro durante anos e anos no ambiente pesado da Terra, para se transferir ao plano de vida espiritual onde somente a paz e a felicidade se encontram. É bem compreensível, certamente o fator saudade, e ele existe em todos os planos do Universo. Existe igualmente no Alto, quando uma alma irmã parte numa nova reencarnação de aprendizado ou de serviço divino. Existe, porém, o consolo de a podermos ver e abraçar durante o sono do corpo na Terra, quando houver permissão para tal.

Do mesmo modo, os parentes e os amigos daqueles que partem do solo terreno ao fim de mais uma encarnação, também se encontra com eles freqüentemente durante o sono, embora disso nem sempre se recordem no dia seguinte. Mas o fato é verdadeiro. É uma graça que a Grandeza Divina concede a todos os seus filhos para amenizar-lhes a saudade da separação.

Agora o segundo motivo deste grande esforço espiritual no meio terreno. Com a elevação gradativa da Terra à categoria de mundo espiritualizado, e por isto habitado por seres espirituais possuidores de certo grau evolutivo, não podem ter mais lugar as disputas guerreiras entre seus habitantes, das quais está repleta a História terrena. Considerando o mundo terreno como um plano de vida física de muitos milhões de almas que aqui reencarnam com o objetivo de aprimorarem seus conhecimentos, umas, e de promoverem novos progressos à vida terrena, outras, não se compreende que a população da Terra se engaje em conflitos sangrentos sob que pretexto for, eliminando deste plano irmãos que encarnaram com os mais puros e santos objetivos. Nosso esforço atual visa também, por conseguinte, a eliminar do coração humano todo sentimento de ambição, mando, domínio, egoísmo e outros igualmente pejorativos da felicidade e da paz entre os povos da Terra, para o que se aprestam a reencarnar verdadeiros Espíritos missionários que muito hão de contribuir para este elevado objetivo.

A Terra será berço de Entidades que, tendo embora completado com brilho todos os cursos de aprendizado cumpridos no solo terreno, e posteriormente aqui voltado na qualidade de enviados da Providência Divina, foram enviados a planetas de grande adiantamento evolutivo, onde lograram assimilar normas de progresso que agora se preparam para implantar na vida terrena. Estes luminosos Espíritos se incumbirão de divulgar perante os viventes, processos e melhoramentos que muito contribuirão para transformar as atuais condições da vida terrena num autêntico paraíso terrestre, de há muito falado e desejado. É necessário, porém, que os habitantes terrenos, já a partir de agora se esforcem no sentido de diluir o negrume das ondas mentais que se encontram acumuladas pelas gerações passadas e alimentadas em boa parte pela geração atual. Esta espécie de ondas enegrecidas, porque constituídas de pensamentos impregnados da inferioridade mental de quantos cérebros os produziram, é que provoca os freqüentes desentendimentos e conflitos humanos ao se derramar em determinados cérebros emitentes de pensamentos semelhantes.

Mas esta fonte de maldades está a caminho de se extinguir, por efeito da transformação mesma do nível dos pensamentos humanos a partir de agora. O esforço despendido por toda a parte pelos emissários do Senhor, no sentido de que todos os encarnados contribuam com a sua parcela para o desanuviamento do ambiente espiritual do mundo terreno, já começou a produzir seus efeitos. As nuvens mentais antes fortemente enegrecidas, existentes em torno da Terra, começam a receber vibrações luminosas emitidas por milhares de criaturas que despertaram do sono material em que viviam, para se prepararem para a vida espiritual, orando diariamente em horas certas, com este duplo e grandioso resultado: elevam-se a si mesmas na escala espiritual, e contribuem para desanuviar o planeta dos pensamentos grosseiros acumulados, destruindo com isto o habitat daqueles terríveis miasmas de que falei em capítulo anterior. Isto representa uma grande contribuição de cada um para a felicidade e bem-estar de todos.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Capítulo XI - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. Todos os homens são irmãos - O heroísmo do Senhor Jesus - A semente do amor e da fraternidade - Minha insuspeição para falar - O encontro no caminho de Damasco – Detalhe inédito do acontecimento - A dependência dos filhos



Jesus de Nazareth veio a este plano físico em corpo humano, em decorrência de deliberação acertada no Alto pelas Forças Superiores do Universo, na persuasão de que a humanidade terrena de então, já estivesse preparada para as modificações a serem introduzidas na vida dos seres humanos na Terra. Trouxe o Senhor Jesus como lema e argumento fundamental de sua missão, o princípio espiritual de que todos os homens são irmãos, e por isso devem amar-se uns aos outros. Pregou o Senhor Jesus a necessidade do amor ao próximo como a chave mágica da vida de todos os seres, capaz de abrir todas as portas da felicidade eterna.

O que aconteceu ao Senhor Jesus de Nazareth todos o sabeis de sobra. Ao fim de 33 anos de estada na Terra em corpo humano e apenas três de sua pregação, foi seu Espírito expulso do mundo físico da maneira menos merecida, porque a sua Doutrina prejudicava os interesses de muitos e incomodava a quantos seguiam outros princípios religiosos. Para tudo, entretanto, devem existir atenuantes, e no caso de Jesus elas também existiram. O mundo encontrava-se inteiramente mergulhado no lodaçal dos interesses mesquinhos, que superavam por toda a parte as qualidades espirituais que começavam a despontar em muitos corações, volvendo a atenção daqueles que as possuíam, para o sentimento de fraternidade para com seus contemporâneos. A preponderância, entretanto, estava do lado egoísta dos dirigentes de então, a qual tinha de prevalecer em todos os acontecimentos da vida terrena.

Desejo assinalar, com isto, o verdadeiro heroísmo demonstrado pelo Senhor Jesus, em se decidir a percorrer o caminho mais perigoso e menos cômodo ao cumprimento de sua luminosa missão junto à humanidade encarnada, Ele, para quem não havia mistério algum quanto ao que lhe iria acontecer.

Lançou-se assim o Senhor ao desempenho da missão que o Pai Celestial confiou no Alto, sabendo embora que apenas estava rasgando um terreno demasiado endurecido, para lançar a semente luminosa do amor e da fraternidade entre os homens. Este Espírito considera-se absolutamente insuspeito para falar desta maneira, porque todos já conheceis demasiado a minha história, escrita posteriormente à partida de Jesus, é certo, porém com o melhor material para torná-la digna de ser conhecida pelas gerações que se sucederam na ocupação da Terra até aos dias presentes. Desejo, a propósito, confessar uma vez mais a minha convicção acerca do que possa ser dito ao ser humano ou ao Espírito que o anima. Aquilo que apenas for ouvido pelo homem e nele desperte embora um grande interesse, está longe de se comparar em assimilação com o que for entendido pelo Espírito do ser humano.

A minha própria experiência o atesta desde os idos tempos em que fui Paulo de Tarso, época em que, tendo ouvido falar de certo missionário vindo de Nazareth pregar em Jerusalém uma doutrina que aconselhava o desinteresse pelas coisas materiais, como o meio eficaz de alcançarmos o Reino do Céu, achei sua pregação contrária aos hábitos da época, que entronizavam a riqueza como o poder mais forte jamais conhecido. Tendo tido conhecimento dos princípios divulgados nas praças e no templo por aquele extraordinário personagem, não consegui interessar-me pelos mesmos, até ao momento em que, para a minha felicidade imensa, sucedeu o encontro histórico no caminho que me conduzia à cidade de Damasco, aonde eu me dirigia precisamente para combater, pela palavra e pela ação, tão luminosos princípios.

Verificou-se naquele acontecimento este fato extraordinário, que eu incorporei à minha vida: Jesus manifestou-se, não ao homem que seguia montado pela estrada, reunindo idéias prestes a serem exteriorizadas aos habitantes de Damasco, mas sim, ao Espírito daquele homem, única Entidade capaz de compreender Jesus. Foi pois a este Espírito que vos fala que o Senhor se dirigiu, e com tal poder de convicção o fez, que o resultado não se fez esperar, como sabeis. Agora eu vos darei um detalhe do acontecimento, detalhe não divulgado até hoje precisamente porque somente eu e Jesus o conhecemos. Trata-se da maneira como eu, Espírito, recebi e como reagi às palavras proferidas pelo Senhor.

Conforme sabeis, eu havia sido designado pelo Sinedrim para prender na região de Damasco os adeptos da Doutrina de Jesus. Como o Mestre se intitulava ser O Caminho, seus adeptos começaram a ser conhecidos como adeptos do caminho, que se tornava necessário impedir que continuassem a pregar o absurdo da renúncia aos bens materiais para amar como irmãos os outros seres humanos. Eu, como elemento de destaque junto à cúpula do Sinedrim, estava empenhado na tarefa ingrata, reconhecida mais tarde, de perseguir os homens do Caminho. Foi, portanto, nessa disposição que me dirigia em companhia de três ou quatro ajudantes e alguns soldados à cidade de Damasco. Já em suas proximidades, começamos a observar o fenômeno que passo a descrever. Era de tarde e o Sol ainda brilhava intensamente, iluminando toda a paisagem, num dia claro, sem nuvens. De repente, porém, uma espécie de nuvem branca, volumosa, em transformação para o róseo, se nos deparou bem próxima à nossa frente, deixando-nos de certo modo perplexos ante o inesperado. Continuamos porém a marchar um pouco mais devagar, os olhos postos no fenômeno. Este avançava também em nossa direção. Ao aproximar-se mais de nós, resolvemos fazer alto, dado que nossa visibilidade cessara de todo. No mesmo instante se nos depara a figura imponente, radiosa, do Senhor, o qual, pondo nos meus olhos a intensidade do seu olhar penetrante, pronunciou aquelas palavras que conheceis, com as quais transformou por completo a minha tarefa de perseguidor dos seus seguidores, em seguidor eu próprio de sua luminosa Doutrina pelos séculos adiante. O fato foi de tal modo intenso para a minha sensibilidade espiritual, que eu fiquei por momentos privado da consciência de mim mesmo. Meus companheiros atenderam-me prontamente, levantaram-me, e verificaram que minha visão se imobilizara, o que os deixou profundamente abatidos. Conduziram-me a Damasco, onde penetrei, não mais como perseguidor dos homens do caminho, mas como enfermo, quase aniquilado, em busca de socorro médico. Não tiveram, entretanto, os meus amigos que procurar nenhum facultativo. Antes que o fizessem, apareceu-nos um homem já idoso, anunciando que vinha procurar-me por ordem de Jesus de Nazareth, para tratar-me a vista. Fiquei deveras impressionado com o fato, uma vez que poucas pessoas sabiam do que me acontecera. Isto serviu para radicar em mim a convicção de que se tratava realmente de uma personalidade superior do Mundo Divino, aquele ser que em corpo humano, em meio à maior pobreza, acabava de cumprir sua elevada missão na Terra. O bom homem (*) que me procurara, visitou-me durante uma semana para me aplicar passes magnéticos nas duas vistas, ao mesmo tempo em que relatava fatos extraordinários da parte de Jesus. Confesso que à medida em que minha visão se restabelecia, confirmando o prognóstico do bom homem, crescia no meu Espírito a idéia de me lançar eu próprio, a partir desse momento, a difundir a consoladora Doutrina Cristã por todos os povos e países que minhas forças mo permitissem, o que realmente fiz, não quanto eu o desejara, mas na medida das minhas possibilidades.

Bem, amigos leitores. O que de novo existe nesta narrativa é bem pouco, e só aquilo que no meu íntimo se passou. Quis trazer o assunto para este livro, com o objetivo de firmar também no vosso entendimento a diferença que existe entre o que apenas penetra os vossos olhos ou ouvidos materiais, e aquilo de que o vosso Espírito toma conhecimento e se interessa. Pelo fato da humanidade não ter se esforçado em receber com ouvidos espirituais o mundo de conselhos e ensinamentos que lhe têm sido trazidos por verdadeiros amigos e conselheiros vindos daquele Mundo Divino de que falei, é que a vida terrena tem permanecido estacionária em níveis por vezes remanescentes da barbárie, procrastinando com isso o seu avanço na escala espiritual, a mundos muito mais felizes do que a Terra. O desapego das coisas puramente materiais é neste século absolutamente indispensável a todos os seres humanos, certos já de que a vida terrena é uma simples noite tempestuosa, para conduzi-los às claridades espirituais existentes em outros planos de vida. Para alcançá-los, porém, torna-se necessário um pequeno esforço por parte de cada um, no sentido de aplicar o Espírito em seus diversos passos diários, ouvindo-lhe as sugestões e conselhos que a todo momento ele está inspirando. Devem ter presente os homens e mulheres em todos os momentos de sua vida diária, que são Espíritos, apenas revestidos de carne para poderem suportar as vibrações um tanto grosseiras deste mundo terreno. E sendo Espíritos, bem farão em transportar para o plano espiritual quanto fizerem, disserem e ouvirem, a fim de se certificarem se estão ou não procedendo em harmonia com os ensinamentos e conselhos recebidos no âmago de seu coração.

Procedendo desta maneira ou semelhante, com o desejo firme de merecerem a estima de seus luminosos Guias espirituais, e mais hoje mais amanhã a própria graça do Senhor Jesus ao reingressarem em seu lar espiritual, assim procedendo, repito, uma segurança aqui lhes deixo: verão transformados em fonte de alegrias numerosos fatos ou acontecimentos que antes lhes davam preocupação ou tristeza só em neles pensarem. Para aqueles que isto fizerem, uma nova concepção da vida se abrirá, assim como nova idéia conceberão acerca de seus familiares, Espíritos designados pela Providência Divina para se tornarem parentes próximos na presente encarnação, com o objetivo de criarem ou consolidarem sentimentos de fraternidade e amor de que estarão todos necessitando. Podem ficar igualmente cientes os meus estimados irmãos leitores, que seus familiares do momento, são apenas um número infinitesimal de quantos já possuíram através de suas numerosas encarnações passadas, e um dia os receberão a todos quando a oportunidade chegar.

Um dever, contudo, se aponta aos responsáveis pelos lares da Terra, que consiste em dar aos seus os mais puros exemplos de dignidade e amor cristão, para que seus dependentes neles se apóiem, para os transmitir por sua vez aos que vierem depois. Daqui se conclui, por conseguinte, que os filhos só pertencem aos pais no consenso de seus dependentes, como irmãos espirituais que lhes foram entregues para criar, educar e encaminhar numa nova existência terrena, e jamais como propriedade sua. Os pais de hoje são os filhos de ontem, assim como os filhos de hoje serão os pais de amanhã. Há, por conseguinte, uma necessidade imperiosa de que os filhos de hoje recebam dos pais os conselhos e exemplos mais salutares e puros, para que, agasalhando-os em seus corações, possam transmiti-los por sua vez àqueles que a Providência Divina amanhã lhes confiar como filhos também, para, com seus exemplos e conselhos, ajudá-los a galgar alguns novos degraus de sua escala evolutiva.


Muito bem; o que dizer, então, daqueles que freqüentemente abandonam os filhos ou deles negligenciam, por se preocuparem exclusivamente com a realização de sentimentos ou procedimentos menos dignos? Ai desses queridos irmãos que assim procederem, porque duramente se arrependerão de o haverem feito. Nenhum interesse, por mais alto e caro que se apresente, pode justificar o abandono dos filhos que Deus confiou ao homem para encaminhar na vida. Aqueles que tal abandono praticarem, virão a sentir na própria carne a dor espiritual que o fato produz, não importando a encarnação nem o século em que as conseqüências se produzirão. Em apoio disto eu vos direi que vivem no plano espiritual alguns milhares — digo milhares para usar um termo modesto — de Espíritos que cometeram na Terra a infração às leis divinas, de terem deixado aos cuidados de outrem, filhos que Deus lhes confiou, mas que esses pais não quiseram criar e encaminhar por motivos diversos, mas todos injustificáveis. Nós que percorremos todos os planos espirituais em assunto de serviço, temos tido oportunidade de constatar a chegada de filhos abandonados pelos pais, e que estes reconhecem e se precipitam para eles no desejo de os abraçarem. Os filhos, entretanto, que nada lhes devem, os afastam, mesmo porque os pais nada podem apresentar para justificar a paternidade. Repelidos, lamentam-se dolorosamente, muitos deles, infelizmente.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Capítulo X - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. O bem e o progresso de todos os seres - Fatos que já estão ocorrendo - Um núcleo de influência espiritual - Consultai a consciência - A mancha da camisa - Processo comum a todos - Um sol em miniatura



Sempre que as Forças Superiores do Universo sentem necessidade de modificar, reformar ou reconstruir alguma parcela dos mundos habitados que se encontram suspensos de suas próprias forças no vácuo do infinito, elas se reúnem para debater o assunto, em busca da melhor solução para cada caso específico. Não será necessário esclarecer que essas reuniões visam exclusivamente o aceleramento do progresso evolutivo dos seres espirituais viventes em cada um dos mundos estudados. Isto decorre da própria necessidade sentida pelas Forças Superiores, ao se reunirem no Alto, visto como só o bem, o progresso espiritual de todos os seres, constitui objeto de suas preocupações.

O que está planejado para ocorrer nesta esfera terrestre, a fim de prepará-la para o século XXI, quando uma nova humanidade aqui estará vivendo, só constitui novidade para quantos dos seres humanos aqui se encontram, porque fatos semelhantes têm ocorrido em diversos outros planos de vida. A bem dizer, esses fatos já estão ocorrendo desde agora em vários pontos da Terra, segundo podeis verificar dos registros diários dos órgãos da imprensa, citando o número maior ou menor de mortos em conseqüência dos fortes temporais desencadeados por aí além. Esses fatos foram igualmente previstos como uma das maneiras de ir afastando do solo terreno os Espíritos que devem partir e que são muitos, numerosos mesmo, a fim de se prepararem para novas encarnações neste ou em outros planos de vida.

Uma coisa, porém, eu desejo informar a todos os meus leitores, que passarão a constituir uma espécie de núcleo de influência espiritual de minha responsabilidade pelos tempos em fora. Aqueles dos meus irmãos encarnados que se sentirem em condições de poderem partir do solo terreno a qualquer momento, isto é, aqueles cuja consciência lhes diga que nada existe que possa empalidecer a sua luz espiritual, como conseqüência de atos praticados em desacordo com as leis divinas ao longo de sua existência terrena, esses que em tais condições se encontrarem, nenhum receio, por mínimo que seja, podem alimentar, quanto à sua partida inesperada deste plano físico. Mas, se dentre os meus estimados irmãos leitores, alguns houver em cuja consciência se encontrem registros de fatos que hoje não seriam capazes de praticar, por absolutamente incompatíveis com a evolução alcançada por seus Espíritos com o decorrer dos anos vividos e da observação feita sobre o que é e o que não é correto, lícito ou decente ao homem praticar na plenitude de sua consciência, se alguns dos meus estimados irmãos leitores se encontrarem em tais circunstâncias morais, eu lhes direi de todo o coração que não se abatam por isso absolutamente. Partindo do princípio divino de que a vida de todos os seres constitui um constante progredir, e que os seres humanos tendem por isto ao aprimoramento de suas qualidades em cada período de vinte e quatro horas, prevista está, portanto, a ocorrência de fatos na vida de cada um que eles não repetiriam hoje, por incompatíveis com a evolução já alcançada. Por conseguinte, eu aqui lhes direi, a quantos a seu juízo assim se encontrarem, que não se abatam e nem se considerem inaptos a alcançarem o estágio espiritual idêntico ao de nossos outros irmãos. O que então se torna apenas necessário, importante, para a maior felicidade espiritual de cada um, é, em primeiro lugar, o reconhecimento daquilo que a seu juízo possa ter influído negativamente em suas vidas. Este reconhecimento terá o mérito de evidenciar os fatos negativos que houverem sido registrados pela consciência, servindo então para eliminar dela esse registro, assim como quem encontrou uma mancha desagradável em sua camisa e trata de lavá-la com carinho.

Assim podeis todos vós, por conseguinte, eliminar de vossas consciências toda e qualquer mancha desagradável que lá se encontre, a vosso juízo. E como lavá-la? — perguntareis vós. Muito facilmente é a minha resposta. Se para lavar a camisa necessitais de usar algum elemento detergente, como é natural, visto como a água simples não vos satisfaria, para tirar as manchas porventura impregnadas na consciência usareis este extraordinário detergente, que é único, insubstituível: a prece. Sim, meus estimados leitores. Para eliminar da vossa consciência, o que vale dizer, do vosso arquivo espiritual, o registro que lá houver de algum fato ou procedimento menos digno ocorrido ao longo dos vossos dias na Terra, usai este extraordinário detergente, mas usai-o sem parcimônia, todos os dias se quiserdes, porque com isto eliminardes totalmente qualquer mancha que possa trazer-vos preocupação nos dias atuais, em relação à vossa próxima partida de regresso ao vosso plano de vida espiritual.

Há, necessariamente, diversos tipos de fatos ou procedimentos na vida dos seres humanos, capazes de originar preocupações futuras na mente de cada um, fatos ou procedimentos dos quais verdadeiramente eles se arrependem, e que hoje não os praticariam de maneira nenhuma. Devo então esclarecer nestas linhas, para desanuviamento da consciência de muitos dos meus leitores, que a Divina Providência sabe muito bem quais os fatos em que o ser humano tenha sido parte consciente, e aqueles em que o homem ou a mulher tenham sido induzidos a praticá-los. No primeiro caso, o registro feito na consciência de cada um é mais nítido, mais positivo, por haver sido praticado de livre vontade, de modo próprio e, portanto, conscientemente. No segundo caso, o que acontece a muitos, senão a todos os seres humanos em todos os tempos, o registro é apenas notado, porque menos positivo, por haver sido originado pela prática de atos ou procedimentos a que o ser humano tenha sido induzido por forças estranhas às suas. Neste caso, tanto o homem como a mulher foram simplesmente uma espécie de pólo negativo da ação em que tomaram parte, embora daí tenham resultado conseqüências desagradáveis à luz da espiritualidade. As manchas, originadas desta espécie de fatos ou procedimentos, são facílimas de eliminar sob a ação da prece de arrependimento. Se esta espécie de fatos houver prejudicado, por sua nocividade, a algum ou alguns companheiros de jornada terrena, então, para que a eficácia da prece seja completa, aquele que sente a responsabilidade de havê-los praticado, rogará à Divina Providência ou à Jesus, no decorrer da prece, compensação em luzes e bênçãos para aqueles que houver prejudicado. É esta uma forma segura, positiva, de eliminar do caminho a percorrer certos obstáculos que de outra maneira lá estarão a dificultar futura caminhada. Aqueles que de modo próprio tiverem incorrido na sanção das leis divinas, proporcionando prejuízos ou sofrimento aos semelhantes, usem também deste infalível recurso de prece em favor dos prejudicados, como uma maneira de obterem o perdão do que houverem feito, certos de que assim estarão preparando dias melhores e mais felizes para si próprios.

Assim perfeitamente entendido este assunto, como suponho, eu tratarei de outro também bastante útil ao conhecimento dos meus leitores, porque lhes será necessário em dias que podem estar bem próximos de cada um. Referir-me-ei, então, ao processo a que todos os seres humanos devem submeter-se tão logo tenham cerrado os olhos da carne neste plano físico. Há os que o fazem após um período mais ou menos longo de repouso no leito, motivado por enfermidade que se tornou incurável; há os que partem inesperadamente, no gozo aparente de excelente saúde, e ainda aqueles que se tornaram vítimas de acidente fatal. Convêm esclarecer que uns e outros obedeceram apenas ao que determinado estava ao partirem para a Terra, tendo assinalado em seu plano de existência terrena ano, mês, dia e hora em que teriam de regressar. Disto têm todos os Espíritos perfeito conhecimento ao abrirem os olhos espirituais no plano a que forem conduzidos após a sua desencarnação.

Consta, então, o processo a que devem submeter-se os desencarnados, do seguinte: — Uma vez separado o Espírito da matéria, aproximam-se dele os seus Protetores espirituais incumbidos de o receberem no plano espiritual. Neste momento da maior importância para o desencarnando, é que se evidenciam as belas qualidades de que for portador, se na realidade as possuir. Se o desencarnando houver atendido em sua existência terrena às recomendações recebidas ao reencarnar, isto é, manter sua mente sempre voltada para o lado superior da vida material; orar permanentemente ao Senhor do Mundo pelo esclarecimento do seu Espírito na Terra, e também pelos seus irmãos necessitados — esse Espírito recebe no momento de sua desencarnação um poderoso foco de luz que ele próprio construiu com suas orações e procedimento superior. De posse desse poderoso foco de luz, um Sol em miniatura, esse Espírito sente-se desde logo um dos mais felizes dos seres viventes do Universo, porque tudo quanto desejar para si em matéria de felicidade e bem-estar, depende exclusivamente de sua própria vontade.

Imaginemos como meio de melhor vos esclarecer a respeito, que um de vós, leitores meus, desejasse neste momento conhecer as grandes cidades, países ou determinados lugares do vosso mundo. Usando para isso a faculdade da própria vontade, acionada pelo simples querer, ele sentir-se-ia transportado imediatamente aos lugares escolhidos pela sua vontade, sem nenhuma outra condição para isso. Nesse caso estaríeis usando apenas a vossa faculdade volitiva. Pois o mesmo se dá com os Espíritos que logram partir deste plano físico no gozo de uma perfeita consciência de haverem sido justos, corretos em todos os seus atos, sobretudo para com os seus contemporâneos, com a circunstância especialíssima de terem vivido como autênticos filhos de Deus, orando e vigiando por si próprios. Ao abrirem os olhos do Espírito, como disse, esses afortunados irmãos não encontram expressões suficientes para testemunharem o seu agradecimento à Providência Divina pelo que então lhes é entregue nessa ocasião.

E os outros? O que acontecerá àqueles que viveram sua existência um pouco semelhante aos irracionais? Sabemos que só aos irracionais é tolerado comer, dormir e acordar, completamente esquecidos de deveres que não possuem. Ainda assim, contudo, há nesta classe de seres em evolução, não poucos que inconscientemente se dirigem a algo que não conhecem mas sentem que existe. A prova é que muitos irracionais têm seus momentos de alegria, melancolia e tristeza, decorrentes de suas próprias vibrações sentimentais. Que haja, porém, seres humanos que se comportem numa linha de vida completamente isentos de deveres que lhes são inerentes por sua própria natureza de seres humanos já possuidores de discernimento, é o que não se compreende, e muito o lamentamos todos nós do plano espiritual.

Mas infelizmente os há ainda em grande número, em toda a Terra. E o que é que lhes acontece então, ao desencarnarem? Apenas isto: da mesma maneira que sua matéria vai sendo conduzida à sepultura para a decomposição necessária a outras vidas, o Espírito é conduzido numa espécie de torpor a determinado plano para um período de repouso mais e menos duradouro, segundo o estado de embrutecimento em que se encontre. E são felizes os que lá conseguem repousar; porque inúmeros deles se apresentam de tal maneira assustados, apreensivos ou aflitos, que receiam ficar sozinhos. Estes são os infelizes que desencarnam sobrecarregados de delitos contra os semelhantes, e temem, horrorizados, caírem em poder de suas vítimas.


Vedes pelo que aqui vos deixo, uma parte do processo a que devem submeter-se quantos regressam ao seu plano de origem após o desfrute de mais uma existência na carne, em que não poucos se haverão considerado pequenos deuses, reis ou senhores dos seus semelhantes. Por isto é que os enviados de Jesus ao vosso meio não se cansam de recomendar a todos, sem distinção de credo religioso, de cor ou de raça, a necessidade de permanecerem diariamente em contato com a Providência Divina por intermédio do Senhor Jesus, desejosos de poderem contemplar um dia a sua chegada ao plano espiritual, entre claridades e harmonias incomparáveis, aí recebendo o pequeno Sol que eles mesmos construíram com seus belos atos e orações. Isto é um detalhe apenas, da verdadeira felicidade que vos espera, leitores amigos.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Capítulo IX - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. Um terremoto atende necessidades de uma população -Perfeição das leis que regem a vida – Movimentos subterrâneos esperados para breve - Novas concepções religiosas e filosóficas - Um fato triste ocorrido em outro mundo - Espíritos transmigrados - Emocionante despedida



O fato passou-se há vários séculos numa região do Oriente, povoada por seres humanos ainda possuidores de algumas taras peculiares aos Espíritos em princípio de evolução. Procedia-se então a modificações necessárias do solo terreno, a fim de o tornar mais apto à produção de alimentos, já insuficientes para atender às necessidades da população. Era necessário, igualmente, atrair à superfície as derivações dos condutos subterrâneos do precioso líquido, indispensável à cultura de vários produtos da terra, bastante
ressequida nessa região.

O trabalho empreendido pelos Espíritos de Deus, após o longo período de estudo e preparação no Alto, constava da demolição de algumas elevações existentes na região, importando essa operação na destruição, também, de um regular número de habitantes ali existentes. O trabalho iniciado a certa profundidade, constava de uma espécie de terremoto que abrangesse toda a área planificada, fenômeno este capaz de produzir os efeitos visados. Isto aconteceu então no dia previsto, às primeiras horas, tendo, porém, as Forças Superiores tomado todas as providências necessárias ao socorro das pessoas que viessem a ser atingidas em suas vidas terrenas. E isto assim aconteceu. Foi ouvido pelos habitantes da área atingida um primeiro ruído acompanhado do tremor do solo, o que serviu para que todos deixassem os lares e viessem para o campo, onde o perigo era menor. O fenômeno teve de ser repetido durante dois a três dias, para que o efeito se processasse de modo completo. Ao fim desse curto período de tempo tudo estava feito segundo os planos traçados.

Os habitantes da região dirigiram-se ao campo e constataram com alegria, que algumas nascentes se apresentavam nas elevações que ficaram intactas, cujo líquido corria abundante sobre a parte atingida pelo tremor ou mesmo terremoto. Nenhuma cratera, nenhum perigo à vista se lhes apresentava, numa área aproximada de mais de duzentas milhas quadradas.

Em face da constatação feita da existência de nascentes de água cristalina onde anteriormente só havia terra seca, os habitantes mais próximos trataram de conduzir o líquido em diversas direções, preparando-lhe represamentos para as suas necessidades. Receosos de novos tremores e desmoronamentos, os habitantes da região mantiveram-se afastados por algum tempo, meses apenas, à espera do que pudesse ainda suceder. E como nada sucedesse em continuação, trataram eles de preparar cada qual a sua área de cultura variada, pois que a estação era chegada para isso.

Nada mais sucedeu desde então naquela região da Terra, onde hoje se ergue um dos maiores e mais prósperos núcleos de populações orientais, graças à transformação ali operada pelas Forças Superiores que dirigem os destinos desta pequena esfera terrestre. Adivinho a vossa natural curiosidade de saber também o que teria acontecido aos habitantes humanos atingidos em suas vidas terrenas pelos efeitos da transformação operada em torno de suas moradias. Alguns deles foram realmente atingidos e partiram de regresso ao seu lar espiritual, onde foram recebidos pelos antigos parentes e amigos, com demonstrações positivas da maior alegria pelo seu regresso. Alguns que se lamentavam de haverem interrompido tão bruscamente a existência terrena que usufruíam, foram conduzidos aonde pudessem verificar, eles próprios, os registros pertinentes à vida de cada um. Aí verificaram estes irmãos a perfeita exatidão dos fatos ocorridos desde sua partida para a Terra, e até a data precisa em que deveriam regressar, inclusive a maneira por que o fizeram. Assim puderam constatar aqueles Espíritos toda a grandeza e perfeição das leis que regem a vida e também a morte em todos os planetas do Universo, em virtude das quais nada acontece por acaso, porque tudo está devidamente previsto e ajustado à vida de cada filho de Deus.

Ora bem; o fato que acabo de narrar, bem sucintamente, servirá para ilustrar um pouco em vossa imaginação, o que vem sendo narrado aos seres humanos acerca do que está para acontecer neste vosso pequeno mundo, dentro de breves anos, meses ou mesmo dias. O fato narrado deve ser tido como miniatura de outros muito mais importantes a se registrarem na Terra com objetivos vários, sendo um deles a necessidade de maiores áreas de produção de alimentos para a nova população deste mundo terreno.

Deverá suceder, igualmente, que movimentos subterrâneos, ocorridos em várias regiões do planeta, operem as transformações do solo onde ocorrerem, a fim de tornarem produtivas muitas áreas até agora inaproveitáveis. Esse fato deverá proporcionar ainda, aos homens da época, a descoberta e aproveitamento de certos minerais riquíssimos em sua utilização, os quais permitirão aos homens várias modificações apreciáveis, tanto no setor dos transportes aéreos como no da própria alimentação.

A Terra deverá ter uma notável melhoria em relação a tudo quanto diz respeito à vida dos seres humanos, quando sua imensa maioria será constituída de Espíritos de grande evolução, e que aceitaram uma nova encarnação no solo terreno para operarem as modificações de ordem técnica e científica, semelhante àquelas que existem nos planetas mais adiantados. Mas não apenas esta espécie de modificações será operada pelos Espíritos de Luz, reencarnados na Terra a partir da época atual. Eles são portadores, ainda, de novas concepções religiosas e filosóficas, que muito deverão contribuir para a manutenção da harmonia e da felicidade na Terra, onde passará a pertencer ao passado o uso da violência contra seres humanos, tal como se tem verificado em todos os conflitos armados. Não haverá, a partir de então, esse odiento espectro das guerras a afligir o homem em sua vivência terrena. A paz, a harmonia, o entendimento fraterno, hão de preponderar de futuro entre todos os felizes habitantes do mundo terreno, tal como nos sucede a nós, que temos a ventura de habitar o plano espiritual, onde nossa maior preocupação consiste em podermos contribuir para a felicidade e o bem-estar do nosso próximo.

A seguir eu desejo relatar-vos um fato ocorrido em outro mundo que não este, habitado por Espíritos retirados, a seu tempo, de mundos mais evoluídos, inclusive alguns que viveram nesta pequena esfera terrestre, mas que, tal o desmando moral em que incorreram, não puderam continuar na Terra. Ao desencarnarem aqui, aqueles Espíritos, assim como os de outros planetas, foram conduzidos por seus Guias ao mundo a que me refiro, por ser ele mais compatível com as suas tendências de então. Reunidos no plano de vida ou mundo físico em referência, alguns milhares de Espíritos destinados a nele recomeçarem os seus esforços evolutivos, houve ali uma espécie de festividade, assistida por todos os antigos Guias espirituais de cada um, antes que tivesse lugar o seu nascimento nesse plano.

A festividade em referência foi realizada com o objetivo dos Guias espirituais apresentarem as suas despedidas aos respectivos guiados, entregando-os então aos cuidados das novas Entidades que deles cuidariam a partir daquele momento. O que eu pude registrar naquela festa de saudade e despedida, devo dizer-vos que me emocionou profundamente, pois que a assisti como convidado especial, em companhia de numerosas outras Entidades do meu plano de vida.

Reunidos os Espíritos degredados, é bem o termo, muitos deles, entretanto, que na sua inconsciência e degradação moral não conseguiam entender o verdadeiro sentido da reunião, foi-lhes dirigida a saudação de despedida pela Entidade chefe que, se bem me posso recordar, assim se pronunciou:

“Filhos queridos, que aqui vos encontrais no limiar de uma nova vida! Meu coração sente-se como que despedaçado, ao ter de vos dirigir estas palavras de despedida, uma vez que hoje nos separaremos talvez para todo o sempre. Não valeram as nossas advertências quando vos encontráveis encarnados no mundo de onde procedeis, nem tampouco aquelas que vos foram feitas em Espírito, ao regressardes vezes seguidas ao plano espiritual a que pertencíeis. Infelizmente, meus queridos, a tentação do mal em vós, foi sempre mais forte que a do bem, e vós preferistes sempre incorrer na infração das leis do amor, a enveredar pelo caminho luminoso que conduz à bem-aventurança. Não fostes, porém, condenados, sem que vos fossem concedidas novas e numerosas oportunidades de vos emendardes, e enveredardes decididamente pelo caminho do bem. Ao contrário disso, sempre preferistes ao bem à prática da violência, da injustiça e do mal contra os vossos companheiros de jornada. Os tempos e as oportunidades se esgotaram de todo. Conselhos, apelos e advertências, foram totalmente recusados ou mal ouvidos. Eis que a vossa permanência nos vossos mundos se tornou de todo impossível, meus queridos. Foi necessário afastar-vos de lá, para a tranqüilidade dos irmãos nossos que neles vivem e se esforçam por se tornarem bons filhos de Deus. Viestes então para este plano físico, onde outros irmãos, ainda menos evoluídos do que vós, aqui se encontram vivendo, lutando e sofrendo, à medida em que vão apurando suas melhores qualidades. Aqui encontrareis condições de vida bem mais dolorosas do que aquelas que deixastes em vossos mundos. Tereis de as suportar, da mesma maneira que a futura jóia suporta o processo da lapidação. A lei que nesta esfera ainda predomina, e à qual todos os viventes terão de se submeter, é a lei do mais forte. Tereis por isto de medir vossas forças físicas constantemente, para alcançardes as várias coisas de que precisais, a começar pelo alimento do vosso corpo. Recordais-vos do que fazem os animais nos mundos que deixastes para trás? Eles abandonam os filhos à própria sorte com apenas dias de nascidos. Pois assim vos sucederá como habitantes desta esfera. Tereis de disputar o vosso alimento, a vossa habitação, a vossa tranqüilidade, e outras coisas de que carecerdes. Eu vos sugiro então, meus queridos, que useis a vossa própria inteligência neste plano, esforçando-vos por implantar nele melhores condições de vida. Sugiro-vos a aplicação neste plano, dos conhecimentos técnicos que muitos de vós possuem, no sentido de poderdes contribuir para o aceleramento do seu progresso. Cada detalhe da vida neste plano deve ser melhorado, aprimorado, refinado mesmo, para que o merecimento dele decorrente se transforme em luminosidade para os vossos Espíritos. Desejo dizer-vos ao coração, que, embora tendo sido recrutados entre os maus dos vossos respectivos planetas, podeis tornar-vos sábios neste plano, usando a faculdade criadora que possuís, para implantar melhoramentos de várias categorias, os quais acarretarão para vós o reconhecimento dos vossos novos companheiros de jornada.”

Fez-se uma pausa, durante a qual a maioria daqueles irmãos demonstrou entender a nova situação em que se encontravam, deixando correr o pranto de um possível arrependimento tardio. Ostentavam numerosos desses irmãos visíveis sinais decorrentes de práticas criminosas de seu passado ainda recente, conservando em suas mãos não poucos deles, manchas aterradoras do sangue por eles derramados de antigos companheiros de jornada. A Entidade, visivelmente emocionada, concluiu a sua oração de despedida àqueles pobres irmãos, infratores recalcitrantes das leis do amor:

“Encontrareis todos vós, meus queridos, numerosas oportunidades de provar e aplicar ensinamentos que recebestes em vossas vidas passadas. Aplicai-os, pois, certos de que, de cada ato bom que praticardes, um dia a menos tereis para viver nesta nova morada. Procurai ensinar aos que aqui vivem, quanto de bom ouvistes, mas não quisestes aplicar nos mundos de onde viestes. Mas, sobretudo, uma última recomendação eu desejo fazer-vos: implantai em vossos corações o santo nome de Deus. Conservai vivo em vossa mente o santo nome de Deus, que é um único em todo o Universo. E com Deus no coração e na mente, meus queridos, tereis vencido a metade das vossas penas. Que Deus vos abençoe e proteja em vossa nova vivência, meus queridos. Adeus.”


A emoção era então generalizada em todos aqueles milhares de Espíritos transmigrados. As palavras da Entidade chefe do grupo de Guias e Protetores antigos daqueles irmãos, haviam calado profundamente todos os corações. Eu nunca mais poderei apagar da memória acontecimento tão contristador.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Capítulo VIII - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. Todos os seres humanos elaboraram um plano de vida -Desvios a que estão sujeitos - Somente a oração pode impedir os desvios - Estrutura moral das leis da vida - A verdadeira fortuna - O choque de retorno




As coisas que acontecem na vida dos seres espirituais, assim como na dos seres humanos que são Espíritos encarnados na Terra, constituem meras lições que uns e outros vão assimilando em benefício da sua evolução. Quando um ser espiritual recebe permissão para descer à Terra em uma nova encarnação, ele traz consigo um plano pacientemente elaborado no mundo espiritual, plano que corresponde à necessidade da aquisição de conhecimentos e experiência, para que ao regressar da Terra possa alcançar novos degraus em sua escala evolutiva.

Isto se dá com todos os seres espirituais que reencarnam, não de agora mas igualmente em todos os tempos decorridos. Sucede entretanto, lamentavelmente, que após o nascimento e crescimento do organismo físico na Terra, os seres humanos vão sendo quantas vezes desviados da rota que deveriam seguir, devido a influências várias que atuam em sua vontade e determinação, ocorrendo serem os mesmos levados a objetivos contrários aos seus verdadeiros interesses. Isto acontece em conseqüência de vários fatores ou circunstâncias. Pode verificar-se esse desvio pela educação deficiente que receberam no lar, pela influência de companheiros de mentalidade inferior, como pela ação de forças espirituais empenhadas em perder essas criaturas, seja por simples maldade dessas forças, seja por espírito de vingança que se empenham em exercer sobre elas. De maneira que, tanto o homem como a mulher estão sujeitos na Terra a um sem-número de coisas que podem influir e influem realmente em sua vida de Espíritos em peregrinação no ambiente terreno.

Poderá alguém desejar fazer então uma pergunta mais ou menos nestes termos: — E não haverá um meio seguro de impedir o desvio dos seres humanos de seguirem o plano de vida que necessitam de seguir? Minha resposta é absolutamente afirmativa, porque esse meio existe, e faz parte do próprio plano de vida elaborado no Alto pelos que baixam à Terra. O meio eficaz, e contra o qual nenhuma força material ou espiritual pode opor-se, é a oração diária, sincera, tranqüila, dirigida ao Senhor Jesus ou a Deus indistintamente. A oração possui uma força tão poderosa quanto eficiente na vida de todos os seres, que, quando os homens estiverem capacitados dela, cessarão todas as lutas e divergências que tanto tem ensangüentado esta pequena esfera terrestre. Devem por conseguinte, capacitar-se homens e mulheres viventes neste plano de vida, que o hábito da oração diária, já foi dito algures é tanto ou mais necessário à vida do que o alimento para o corpo. E por que a necessidade de orar? Por vários motivos, todos de grande importância. A oração tem o mérito de estabelecer o contato direto entre aquele que ora e a cúpula espiritual da Terra, na qual se encontra sempre atento aos seus guiados terrenos, a excelsa grandeza de Nosso Senhor Jesus Cristo, assessorado por quantas Entidades, cuja preocupação consiste em receber e anotar as vibrações mentais emitidas pelos seres humanos em todos os recantos da esfera terrestre. Esclarecido fica, portanto, que nenhum filho ou filha se encontram na Terra abandonados das Forças Superiores, assim como nenhum de seus pensamentos e atos deixa de ter o seu registro firmado no lugar competente do mundo espiritual. Mas a oração serve ainda como força protetora contra as influências deletérias do mundo invisível, responsáveis quase sempre pela prática de atos condenáveis por parte de numerosos filhos de Deus, que aqui vieram para buscar novos elementos de progresso e não de perturbação para os seus Espíritos.

A concessão do livre arbítrio aos seres deste mundo terreno, ainda é relativamente nova e muito tem contribuído nos séculos decorridos, para a perturbação de não poucos seres humanos que usaram e abusaram dessa luminosa faculdade. Tem sido inclusive necessário às Forças Superiores intervir em várias ocasiões, para impedir que o uso do livre arbítrio por certos indivíduos continue a produzir fatos dolorosos para os seus contemporâneos. Tem sido necessário até retirar da Terra Espíritos que encarnam munidos de sentimentos e projetos os mais elevados e santos em favor da melhoria das condições de vida dos seus semelhantes, porém à certa altura, mal assessorados material e espiritualmente, se desmandam, se envaidecem e portanto se perturbam em sua serenidade, e eis que se transformam por completo em seus objetivos. Essas criaturas afastaram-se da oração sincera, diária, durante a qual deviam comunicar-se com as Forças Superiores, dando-lhes conta, primeiro, dos atos praticados nesse dia e justificando-se, e em seguida pedindo a necessária inspiração para o dia seguinte. A falta deste preceito é que tem levado ao fracasso o grande número de homens que encerram tristemente os seus dias na Terra, regressando ao mundo espiritual muitos deles envoltos na treva de suas perturbações. Isto acontece a todos os homens que após terem alcançado os primeiros êxitos, se esquecem que toda a sua força vem de Deus por intermédio do Senhor Jesus, sem a qual sua jornada não chega ao fim; interrompe-se no meio ou pouco mais, para desgosto e sofrimento de cada um.

Assim tem decorrido a vida terrena desde os primórdios, em razão de que os seres espirituais pertencentes à escola terrena se encontram muito aquém do grau evolutivo que lhes cumpria alcançar. Em razão deste fato, foi que as Forças Superiores do mundo terreno empreenderam a série de reformas a serem implantadas no plano físico deste planeta, concomitantemente com as que estão sendo exigidas dos homens e mulheres do momento presente. É necessário que uns e outras se capacitem de que a vida terrena de cada um nada mais representa do que um dia de aprendizado nesta grande escola que é a Terra, e que por isso deve ser aproveitado por todos como um meio de melhoria de suas condições de seres espirituais, visto como, ao fim de um maior ou menor período de permanência no plano físico, terão de regressar ao lar espiritual que deixaram no Alto.

Nesse lar espiritual deixou cada ser humano dos dias presentes, um grande número de parentes constituídos durante suas numerosas vindas à Terra, e todos os de lá fazem o máximo no sentido de ajudar os que vieram ao solo terreno, da melhor maneira possível, seja orando diariamente ao Senhor por eles, seja enviando-lhes as mais gratas inspirações que os ajudem a bem cumprir suas tarefas.

Verifica-se pelo que aí está, a existência de um perfeito encadeamento entre os seres espirituais e os seres humanos, um encadeamento cujos elos são feitos do mais puro amor, construídos ao longo de muitos séculos de vidas terrenas. Em face desse encadeamento, todos quantos se encontram na Terra, em qualquer oportunidade têm o direito de apelar quando assim o entenderem, para aqueles que ficaram no mundo espiritual, para que os ajudem em determinadas circunstâncias, com a certeza prévia de que seu apelo será imediatamente correspondido. Tudo isto consta da estrutura moral das leis da vida, e pena é que o conhecimento delas ainda se encontre tão ignorado por boa parte dos seres humanos. 

Estes, lamentavelmente, por deficiência de preparação moral desde os primeiros anos de sua vida terrena, lançam-se apaixonadamente à conquista da prosperidade material meramente temporária, sem que paralelamente mantenham viva, atuante, a chama da fé santificante do Espírito. Felizmente para muitos dos encarnados deste século, um regular número de homens e mulheres resolveram sobrepor os interesses do Espírito aos da matéria, conseguindo desta maneira transformar em vivência tranqüila e feliz, a existência que outrora decorria sob a égide das mais sérias preocupações.

Sobrepondo os interesses espirituais aos interesses materiais, transitórios, perecíveis, essas criaturas souberam edificar em torno de si um ambiente vibratório o mais harmônico possível, no qual permanecem envolvidos e imunes às vibrações contrárias à felicidade e bem-estar, que infelizmente ainda prevalecem no mundo em que viveis. E por que conseguiram aquelas criaturas edificar tão belo e harmônico ambiente, no qual vivem e repousam as vinte e quatro horas do dia?

Muito simplesmente. Tendo conseguido despertar a mente espiritual para os objetivos de sua encarnação atual, trataram de adotar a prática da prestação de contas diárias aos seus maiores do mundo espiritual através da oração, eliminando assim cada dia, do seu ambiente terreno, as vibrações pejorativas que circulam abundantemente em todas as direções. Purificado o ambiente doméstico das más influências trazidas pelas vibrações pejorativas, opera-se uma autêntica purificação em torno das criaturas que assim procedem, permitindo a aproximação de quantos amigos invisíveis se empenham em colaborar com elas em prol de sua maior tranqüilidade e bem-estar, o que vale dizer, a sua felicidade terrena.

Será, portanto, da maior conveniência para todos os viventes humanos do momento que passa, suspenderem um pouco as suas absorventes preocupações de enriquecimento material, e meditarem seriamente sobre a grande e verdadeira fortuna que jamais se apartará de si, seja enquanto permanecerem no solo terreno, seja quando sua vez se apresentar de regressarem ao lar espiritual que todos deixaram no Alto. Suspendendo por instantes as preocupações de ordem puramente material, devem colocar-se então num estado de concentração mental ou de meditação, podendo formular mesmo a pergunta que lhes ocorrer acerca do que lhes cumpre fazer na oportunidade. Previamente, porém, utilizarão a força da oração que os colocará em contato com as Forças Superiores, assim como quem coloca inicialmente a torneira na parte inferior do barril de vinho capitoso, a fim de poder saboreá-lo. Seria inútil, como sabeis, ajoelhar até ao pé do barril cheio de vinho com o desejo de saboreá-lo, se para isso se não cumprisse a providência indispensável da colocação da respectiva torneira no lugar próprio.

Assim se cumpre igualmente no que respeita ao mundo espiritual. Para obter que as Forças Superiores que nele vivem, venham ao encontro dos seres que vivem na Terra, é necessário usar também a providência inicial, indispensável, de atraí-las por meio da oração. Isto feito com o necessário respeito devido a tão luminosas Entidades do mundo invisível, podem os seres humanos abrir-lhes o coração e rogar quanto necessitem, seja uma inspiração salvadora em determinadas circunstâncias que ocorrem na vida terrena, seja o auxílio espiritual para poderem encaminhar-se conforme necessitam, ou mesmo qualquer outra modalidade de ajuda de que estejam carecendo.

Um ponto eu desejo deixar firmado ao redigir estas linhas que aí ficam, que é o seguinte: — Nenhum pedido feito da Terra às Forças Superiores do mundo espiritual deixa de ser atendido, se para isso houver merecimento por parte de quem o faz. É a única exceção à lei do pedido; em todos os demais casos o pedido é sempre atendido com a necessária presteza e eficiência. A falta de merecimento por parte de quem fizer um pedido às Forças Superiores deixa-as profundamente tristes ao verificarem este fato, mas ainda assim se procura atender na medida do possível, na esperança de que o merecimento se crie lentamente naquele que pede. Está claro que não terei necessidade de mencionar a propósito, que um pedido de algo que possa resultar em prejuízo de outrem jamais será atendido pelas Forças Superiores. E se acontece vir a sê-lo por outra espécie de forças, as chamadas forças das trevas, ai daquele que tal pedido fizer porque terá de sofrer ele próprio as duras conseqüências de semelhante pedido.

Um pedido atendido pelas forças das trevas contra qualquer ser humano, porá em ação imediatamente a lei de conseqüência, que determina o choque de retorno de toda e qualquer espécie de ação. Se esta foi de efeito prejudicial a outrem, levando alguém ao sofrimento ou perda do bem que possuía, nada poderá impedir que o choque de retorno se produza com toda a eficiência, mais dia menos dia, devolvendo ao responsável o que de mal tenha enviado ao seu semelhante. Não se argumente no caso sobre a influência de Deus, para evitar esse poderoso choque de retorno. É preciso esclarecer que nem Deus nem Jesus tomam conhecimento seja do que for, que venha a prejudicar um ser humano por influência de outro. Absolutamente, queridos leitores. Deus no caso é a lei, e a lei sendo posta a funcionar por um ser humano consciente do seu ato, está perfeitamente capacitada para concluir a operação, devolvendo à fonte inicial o que esta houver produzido, contra ou a favor de outro.

Assim sucede igualmente àqueles que só desejam o bem, que só praticam o bem, em que a mola fundamental dos seus atos é a prática do bem. Esses recebem segura e positivamente em sua personalidade espiritual o que de bem tiverem produzido a outrem.