Muitos homens da presente geração, dentre os que se encontram
à frente da direção dos povos, estão vivendo pela última vez sua encarnação
terrena. Já aqui estiveram numerosas vezes e tiveram também em suas mãos o
destino dos países e dos povos que presentemente governam. No último estágio
que desfrutaram no mundo espiritual, foram esses homens convenientemente
instruídos acerca de sua missão na Terra nos dias que correm, e todos se
comprometeram a usar o poder exclusivamente para o bem dos seus governados.
Certo é em verdade, que o cérebro físico do ser encarnado não consegue recordar
muitas vezes o que lhe está gravado na memória espiritual, e daí os desvios de
ação administrativa que freqüentemente ocorrem, conduzindo não poucos desses
homens à prática de violências, com a supressão do que se convencionou chamar
liberdades públicas.
Isto acontece, ainda, também em virtude de outros fatores.
Todos esses homens a quem a Providência concedeu o privilégio da função de
governar frações deste minúsculo planeta, todos esses homens estão cercados e
assistidos por três grupos de auxiliares, ou assessores. Têm todos eles o seu
gabinete formado de homens escolhidos entre os que lhes parecem mais capazes ou
mais afins com o seu modo de pensar em face dos problemas administrativos e
políticos, cuja palavra ouvem com atenção e seguem ou não segundo seu próprio
raciocínio ou interesse. Desse grupo de seres encarnados fazem parte, por sua
vez, dois tipos distintos: os que se devotam com sinceridade ao mister de
aconselhar somente para o melhor êxito da tarefa de seu chefe, e os que se
aproveitam da oportunidade que pode ser-lhes a última, de subir um pouco mais
na carreira que abraçaram, e tudo fazem, pensam e dizem, unicamente com esse
objetivo reservado. Isto quanto aos auxiliares, assessores, ou mesmo os de mais
elevada categoria.
Há, entretanto, cercando, auscultando, vigiando os menores
atos desses homens, a quem chamarei aqui Chefes de Estado, dois outros grupos
de seres invisíveis que influem no que podem, em relação aos atos por eles
praticados. Falarei primeiro dos seres invisíveis que se empenham (e de que
maneira!) em desviar-lhes o pensamento e alterar-lhes o raciocínio, para que
seus atos determinem a sua queda, desastrosa se possível, perante seus
governados e, conseqüentemente, perante o próprio mundo, conduzindo-os ao
fracasso e à ruína político-administrativa. Este grupo de invisíveis dispõe de
grande poder, sobretudo pela habilidade que possui em divulgar como atos
infelizes certos procedimentos colhidos do elemento por eles visado. A todos os
momentos esse grupo de invisíveis procura inspirar ao governante as idéias mais
estapafúrdias, na tentativa de alcançar seu desejado objetivo: o fracasso mais
espetacular. Isto eles o fazem como procedimento normal de Espíritos maldosos
que ainda são, mas também por espírito de vingança sugerida por faltas
cometidas contra eles em anteriores encarnações. Este último motivo é assaz
poderoso, e por vezes conduz o visado à derrota e ao sofrimento.
O outro grupo de assessores invisíveis do Chefe de Estado é
constituído por Entidades luminosas, que pelo seu devotamento ao bem da
Humanidade, se reúnem em torno dos encarnados detentores de poderes sobre seus
semelhantes, e tudo fazem no sentido de neutralizar as más influências dos
Espíritos malévolos, projetando sobre a mente daqueles a quem desejam ajudar,
idéias sãs, úteis e por isso progressistas, visando à felicidade e ao bem-estar
de todos os governados ou por eles conduzidos. Uma espécie de luta então se
trava no plano invisível, entre os inspiradores do bem e do mal, da qual o
governante nem sequer suspeita, sendo ele, não obstante, o decididor dessa
luta.
Como assim? — perguntar-me-eis. E eu vos responderei que, tal
seja o nível moral, a conduta, o procedimento e os sinceros objetivos desse
homem, a balança penderá para um ou outro lado: para o êxito da sua
administração ou para o seu fracasso. Partindo do célebre princípio de que os
semelhantes se atraem, a vida, a conduta moral e os sinceros objetivos visados
por esse homem público, farão prevalecer as boas influências que o cercam,
ajudando-o, inspirando-o, aconselhando, sugerindo e divulgando medidas
verdadeiramente úteis, ou, de modo oposto, ele próprio dará a vitória às forças
do mal e então sua queda pode ser definitiva.
Gostaria então que me perguntásseis, finalmente, vós todos
que me ledes: Haverá porventura um meio de os nossos Chefes de Estado
alcançarem vitória sobre essas poderosas forças maléficas, e seguirem fielmente
a inspiração das Forças do Bem? Há, sim,
irmãos meus; e todos os governantes do mundo que conseguiram no passado e os
que no presente conseguem realizar administrações realmente úteis e progressistas
utilizaram e utilizam esse meio, que é único. Consiste esse meio tão simples
mas verdadeiramente eficaz, em colocar-se o homem diariamente em comunhão
mental com Deus, no recolhimento do seu lar, como no silêncio do seu gabinete
quando algum fato, assunto ou problema de magna importância se lhe apresente
para resolver, pedindo a Deus a ajuda das Forças do Bem, sua inspiração e
auxílio, mas faça-o sincera e devotadamente, para que as luminosas Entidades
que o cercam, possam transmitir-lhe a idéia que pode ajudá-lo a solucionar
acertadamente o problema. É esta uma fórmula que não falha, porque nada falha
quando a divina inspiração e ajuda são solicitadas.
Aí tendes, queridos irmãos, uma fórmula que deve ser
utilizada, não só pelos Chefes de Estado como também por quantos desejem
afastar as pedras do caminho. Se a empregarem todos os governantes da hora que
passa, afastadas estarão para sempre as perspectivas de luta entre os povos e o
progresso humano não terá limites.
Os governantes, mais do que ninguém, necessitam de
examinar-se intimamente, perscrutar suas tendências e objetivos, para melhor
poderem contar com a ajuda de Deus em suas árduas tarefas; porque, se disto se
divorciarem, ai deles nos tempos que estão por vir...
Meditem sobre isto quantos detêm
em suas mãos uma parcela de poder, e certamente bendirão um dia mais este
conselho de seu dedicado amigo — Irmão Tomé.
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