Os homens criaram um regular número de instrumentos em todos os
setores de atividade, que representam, sem dúvida, um notável adiantamento à
vivência da vida na face da Terra. Com os novos instrumentos formaram máquinas,
motores e numerosa série de aperfeiçoamentos nos diversos setores da vida
humana. Fizeram, pois, o bastante para merecer a gratidão dos contemporâneos e
também dos pósteros. Isto tudo, está claro, no que diz respeito à parte
material da vida terrena. Só, e exclusivamente, neste particular.
Outro setor muito mais importante, contudo, bem pouco progrediu
por iniciativa do homem, que não teve tempo de dele se ocupar, atarefado como
tem estado no anteriormente citado: o setor dito espiritual, aquele
precisamente que constitui o objetivo das sucessivas reencarnações. Muito
poucos são os homens deste século que se têm preocupado com o progresso da
alma, a fagulha divina que dá calor e movimento ao corpo, e que necessita de
apurar cada vez mais o seu poder irradiante, que é a sua luminosidade. Alguns
homens realmente se preocupam com este setor, é verdade, e algum progresso se
fez nestes seis decênios, se bem que apenas a terça parte do que deveria ter
sido feito.
Para cooperar, pois, com os homens, no desenvolvimento dos
trabalhos espirituais na Terra, estão hoje em dia vivendo entre vós encarnados,
alguns milhares de Espíritos de grande evolução, procurando aproximar-se de
quantos possuam aptidões para receber sua palavra falada ou escrita, a fim de
ajudar os demais a progredirem também, se o desejarem. Pena é que o cérebro
físico, de tão grande impermeabilidade às idéias vindas do Alto, não as receba
com a necessária clareza ou nitidez, para que possa cada ser humano melhorar
pouco a pouco seu nível moral e, portanto, espiritual, a seu próprio benefício.
Aqueles que como eu tiveram a felicidade de encontrar num
terreno as três condições indispensáveis ao êxito de sua tarefa: boa-vontade,
aptidão e mediunidade, erguem louvores a Nosso Senhor por isso. É como o
lenhador que para a derrubada da mata que lhe foi entregue, tem a felicidade de
encontrar ou receber um machado de boa têmpera e em perfeitas condições de
trabalho, cujo rendimento lhe proporciona alegrias em todos os instantes em que
põe sua ferramenta em ação. Este é bem o caso: não só é minha ferramenta de boa
têmpera, como está pontualmente à minha disposição para a realização do nosso
trabalho conjunto.
Desejo entretanto, dizer a todos que estas páginas
compulsarem, que a faculdade de trabalhar como intermediários dos Espíritos de
Deus não constitui absolutamente nenhum privilégio. Não, meus irmãos; aquele de
vós que desejar cooperar com os enviados do Senhor; visando ao adiantamento dos
encarnados, pode realizar esse belo desejo, começando por se exercitar no
manejo do lápis, sempre, de preferência depois do pôr do Sol. A partir das oito
horas da noite e até às dez, por exemplo, essa tarefa torna-se mais fácil pela
tranqüilidade operada nas vibrações dos planos próximos à Terra. Darei aqui uma
regra que pode ser seguida por quem deseje exercitar-se na arte maravilhosa da psicografia,
como intermediário dos Espíritos de Deus. É a seguinte: sentar-se comodamente à
mesa em que resolver operar, a qual deve estar em lugar sossegado, silencioso.
Deve estar munido de lápis e papel liso, branco. Em seguida deve elevar uma
prece a Deus ou a Jesus, prece que tanto pode ser o Pai Nosso como formulada
pelo próprio, pedindo a proteção das Forças do Bem para o exercício que
pretende realizar. Feito isto, pegue do lápis e disponha-se a escrever. Pode
parecer à primeira vista que nada tem para escrever, mas trace sobre o papel a
palavra ou letras que ocorrerem à mente, porque em verdade alguém as está
ditando. Escrevendo a primeira palavra, as demais lhe ocorrerão com facilidade
crescente, até que, ao fim dos primeiros exercícios estará escrevendo
correntemente.
Recomenda-se que para exercícios tais deve-se estabelecer dia
e hora certos cada semana, tendo em vista que os Espíritos de Deus também têm
suas ocupações a que não podem faltar. E se um filho da Terra lhes pede ajuda
para trabalhar, eles que não a negam a ninguém, necessitam de estar sempre
certos do dia e hora para não faltarem, e não faltam mesmo. Um conselho, porém:
não tentem brincar com os Espíritos, quer perguntando-lhes aquilo que eles não
têm permissão de responder, nem chamando-os apenas para um passatempo
divertido. Eles não têm tempo nem permissão para divertir os encarnados, mas
unicamente para ajudar, e ajudam realmente.
Este capítulo, um tanto à margem dos conselhos que venho
transmitindo semanalmente, foi necessário para atender ao natural desejo de
grande número de meus leitores, de poderem servir de intermediários de outros
enviados como eu, e sê-lo-ão de fato. Muitas coisas há no Espaço para transmitir
aos viventes da Terra, e do maior interesse para eles; aguarda-se apenas o
desenvolvimento das aptidões mediúnicas latentes em todos os seres humanos,
para que tais coisas possam ser grafadas no papel. Todos os homens e todas as
mulheres são portadores de faculdades mediúnicas latentes, que se desenvolvem
facilmente desde que haja boa-vontade, e espírito de cooperação com os
mensageiros do Senhor. Havendo tais disposições, eles próprios se encarregarão
do resto, proporcionando aos encarnados que os ajudarem uma ajuda cem vezes
maior.
Eis, irmãos meus, um meio ao
alcance de todos para a aquisição da luz espiritual, o que vale dizer, da
verdadeira felicidade. Despede-se por hoje e vos abençoa o vosso dedicado —
Irmão Tomé.
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