Os homens vivem nesta hora momentos verdadeiramente decisivos
em sua vida planetária. Vivem momentos que podem valer dias, meses e anos, mas
que hão de parecer-lhes realmente momentos, quando os houverem transposto em
sua vida atual.
Acontecimentos de atuação marcante se precipitam por toda
parte, envolvendo crianças, mulheres, homens e animais de todas as espécies,
que devem assinalar a transposição de uma era que está prestes a extinguir-se
para este planeta terreno. Não se trata, contudo, de nenhuma revolução no
sentido guerreiro em que tal fenômeno é conhecido; não; trata-se isto sim, de
uma evolução prefixada há milênios pelos Grandes Dirigentes Planetários e que
agora se cumpre, não apenas no solo firme da Terra, como também nos planos que
lhe são adjacentes, habitados por Espíritos pertencentes à Terra, embora
desencarnados.
Chegou o momento psicológico, por assim dizer, em que todos
são convidados a modificar para melhor o seu modo de ser, a sua maneira de
viver, de pensar e de agir, enquadrando-se nos belos ensinamentos do Senhor,
aqui deixados há precisamente vinte longos séculos. Mas não há o que temer em
face desta revelação. Aqueles que tiverem pautado sua existência pelas linhas
fundamentais do reto pensar, nada devem temer. Aqueles que tiverem esquecido
este dever, conforme prometeram antes de reencarnarem, ainda têm tempo de se
corrigir e ingressar de pronto numa nova modalidade de vida.
Haveres, bens materiais, patrimônio, fortuna, não ajudam os
filhos da Terra na aquisição de sua felicidade espiritual. O que é da Terra na
Terra terá de ficar, tal como sucede com o próprio organismo físico dos homens,
mulheres, e de todos os seres encarnados. Somente os bens espirituais, que são
as boas ações aqui praticadas, acompanham o Espírito no seu regresso ao mundo
espiritual e se integram no mesmo, isto sim, como seu patrimônio. Nada mais
pode beneficiá-lo, conferir-lhe poderes, luz, merecimento, senão os reflexos
dessas ações aqui praticadas. Ai daqueles, repito, que não tiverem boas ações
como parte do seu patrimônio espiritual. Estes irão ser nada mais que mendigos
no plano a que forem conduzidos, onde purgarão longos anos de sofrimento moral
por não saberem ou não quererem evoluir em sua permanência na Terra.
Com o decorrer do tempo, entretanto, também evoluirão, ao
cabo de séculos e séculos de penosas reencarnações. Mas, então, por que não
aproveitarem a presente enquanto é tempo? Irmãos meus: quisera poder
descrever-vos mais ao vivo, tal como numa pintura realista, o quadro real,
verdadeiro, da situação dos viventes da hora que passa, em sua próxima volta
aos planos do Além, como gostais de referir o mundo dos Espíritos. Não o farei,
entretanto, em obediência a dois fatores importantes: primeiro, por me faltar a
necessária permissão para isso; e segundo porque muitos dos que me lerem talvez
ficassem seriamente perturbados com o conhecimento desse porvir, relatado em sua
realidade. Deixai, porém, que vossa imaginação trabalhe, que penetre a fundo no
mundo espiritual que vos é próximo, e certamente nele vislumbrareis algo
bastante para esclarecer melhor o vosso entendimento.
Lá encontrareis Espíritos que se supõem encarcerados, e, no
entanto se encontram perfeitamente livres; sua consciência é que os acusa a
todo instante do mal que aqui fizeram, e isso lhes dá a impressão de
encarceramento. Encontrareis numerosos outros que sentem escorrer-lhes sangue
das mãos e não conseguem limpá-las, porque sua consciência os acusa de terem
derramado sangue de irmãos quando na Terra. Não poucos Espíritos encontrareis
contorcendo-se em dores, em órgãos nos quais provocaram sofrimento a outros em
sua última romagem terrena. Mas não é só. Existem no Além outros tipos de
sofrimento e estes igualmente fazendo padecer a milhares de irmãos
desencarnados. São as sensações, de isolamento e até de abandono que atingem os
que na Terra abandonaram o lar e os entes queridos, para irem atrás de quimeras.
Sentindo-se então freqüentemente doentes de um corpo que já não possuem, mas
apenas o seu reflexo, clamam pelo cônjuge ou pelos filhos que não podem
ouvi-los, e sofrem dolorosamente as conseqüências do abandono que praticaram.
Mas há ainda outras espécies de sofrimento, meus irmãos; tantas quantas as
modalidades de atos maus ou inferiores praticados na Terra contra os seus
contemporâneos.
Em face desta grande lei de Causa e Efeito, só vos resta um
único caminho digno, puro, elevado: é procurardes amar ao vosso próximo como a
vós mesmos, tal como vos deseja e sinceramente vos pede que façais, este vosso
dedicado — Irmão Tomé.
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