A circunstância de se encontrarem ao mesmo tempo em
peregrinação terrena, Espíritos adiantados (já bastante evoluídos), outros
menos do que estes e muitos ainda em princípio de sua evolução como seres
humanos, é suficientemente explicada pela Lei de Evolução que preside e dirige
as sucessivas reencarnações dos Espíritos.
É em virtude desta Lei que se encontram contemporaneamente na
Terra estas três categorias de Espíritos, tal qual se encontram cursando o
mesmo grupo escolar diversas categorias de alunos, segundo a série em que se
acham matriculados.
Dada esta simples explicação, direi das razões da existência
ao mesmo tempo em corpos físicos, de diversas categorias espirituais, todas em
busca de maiores conhecimentos para a conclusão de seu aprendizado neste pobre
planeta. Aqueles que aqui estiveram em sucessivas reencarnações e lograram
atingir suas metas, isto é, preencheram o programa com que reencarnaram,
continuam suas presentes tarefas, ao mesmo tempo em que vão ministrando luzes e
conhecimentos aos que menos sabem, com o que também lucram, ganhando luzes
novas para seus Espíritos. Há, entretanto, encarnados na atualidade Espíritos
que muito provavelmente daqui serão retirados para outros mundos ou planetas
menos evoluídos, devido à resistência em que se têm mantido, em face das
oportunidades de evolução que lhes têm sido reiteradamente oferecidas.
Guiando-se apenas pelos sentimentos instintivos, esses irmãos nossos se recusam
a aceitar ensinamentos que os levariam a elevar suas vibrações mentais até ao
nível de moral superior, com o que, em conseqüência, também elevariam o nível
moral de sua vida terrena, tendo, porém, já esgotado todas as oportunidades de
poderem evoluir na Terra.
Estes Espíritos, uma vez encerrada a presente peregrinação
terrena, deixarão para sempre este minúsculo planeta, para irem reencarnar em
outro que melhor se ajusta à sua formação espiritual.
Perguntar-me-eis, provavelmente, vós que estas linhas compulsardes,
se esta retirada da Terra pode representar uma punição para tais Espíritos. Eu
vos responderei que não, absolutamente. O Pai Celestial não pune a nenhum dos
seus filhos, por maior que seja a falta por eles cometida. Isto pela simples
razão de que para o Pai não existe nenhuma espécie de falta. Cada um possui a
faculdade de se conduzir da maneira que desejar, de acordo com o seu livre
arbítrio. E devo insistir neste ponto para desmanchar certo preconceito que
atribui ao Pai o sofrimento que se apodera dos filhos faltosos, como se fora um
castigo do Céu. Não, meus irmãos; Deus não premia nem castiga, porque, sendo
Ele a Bondade Absoluta, não se ocupa de tal procedimento, exatamente porque
concedeu a cada um dos seus filhos o livre arbítrio, para se conduzirem a seu
bel-prazer. O que sucede então, é que a própria Lei se incumbe de premiar ou
punir os infratores, segundo atos e atitudes pelos mesmos praticados.
Há no imo de cada ser humano uma centelha divina que registra
automaticamente, isto é, independentemente da vontade ou esforço de cada um,
todos os atos e atitudes praticados pelo ser, cujas reações têm de se
harmonizar com esses atos e atitudes. Assim, todo aquele que pratica uma ação
louvável, meritória, para com o próximo, aviva a luz dessa centelha e isto lhe
acarreta uma satisfação íntima, um certo bem-estar que redundará num sentimento
de felicidade.
Não foi o Pai Celestial quem lhe concedeu essa felicidade.
Tal sentimento decorre do avivamento de sua própria centelha, em virtude do bom
ato que praticou. Se, ao contrário, o ato tiver sido mau, empalideceu com ele a
sua luz interna, que é a sua centelha divina, e com isso deixou de enxergar,
provavelmente, um caminho justo, e veio a sofrer alguma decepção ou enfermidade
da qual não conseguiu livrar-se. Nesta hipótese, igualmente, não houve
interferência do Pai Celestial, que nem tomou conhecimento do fato. A cada um
segundo suas obras, é a parábola de Jesus, a ninguém se podendo culpar quando
as conseqüências forem contrárias aos desejos de cada um.
Ora bem; então, explicarei a razão do afastamento da Terra de
todos aqueles que aqui não podem permanecer. É que, de conformidade com o
princípio de que os semelhantes se atraem, muitos dos atuais viventes da Terra
persistem na prática de atos e atitudes que muito têm influído para o
rebaixamento constante de suas ondas vibratórias, inteiramente incompatíveis
com as do meio em que vivem, e que estão sendo elevadas a todo momento pelos
Espíritos adiantados que aqui se encontram encarnados.
Em tais circunstâncias, as vibrações inferiorizadas emitidas
pelos encarnados endurecidos em face do aprimoramento moral, estão em harmonia
com as vibrações de seres que habitam outros mundos inferiores à Terra, e são
por estes atraídos, assim como o ímã atrai a limalha de ferro que lhe está
próxima.
Os Espíritos que estão sendo atraídos para fora da Terra,
irão viver por largos anos (séculos?) nesses mundos inferiores, onde
encontrarão oportunidades de se aperfeiçoarem entre seres mais afins com suas
próprias vibrações.
Perguntar-me-eis ainda, provavelmente: e esses Espíritos
poderão voltar à Terra futuramente? Minha resposta só pode ser esta, meus
irmãos, formulada nesta pergunta: Aquele que ficou na estação por haver perdido
o trem, ainda poderá alcançá-lo? Respondei vós mesmos.
A Terra também está a caminho de um novo grau de evolução,
alcançado mercê da soma vibratória de seus habitantes milenares. E esse novo
grau deverá encerrar muitos dos atuais motivos de sofrimento de quantos aqui se
encontram nesta hora, e de muitos milhões de outros que devem vir. É mister,
por conseguinte, que nenhum passo à retaguarda seja dado pelos homens e
mulheres da atualidade, antes, até, que todos se esforcem por alcançar o mais
alto nível moral que puderem, para que possam passar no crivo que começou a
funcionar desde o princípio do século, e muitos Espíritos já recusou por não
poderem passar em sua tela.
Avante, pois, irmãos meus! Jesus, Nosso Grande Salvador, é
quem me envia a secundar o que muitos outros disseram, pregaram e
exemplificaram, na continuidade de sua luminosa pregação de há vinte séculos.
Avante, mais uma vez eu vos digo; elevai vossos pensamentos constantemente para
Deus, para que os vossos atos correspondam ao mais elevado sentido do Bem, da
Moral e da Justiça. É o que sinceramente vos deseja o vosso — Irmão Tomé
(O Apóstolo de Jesus)
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