Deus criou o mundo terreno, assim como está tratando da
criação de outros, com a divina intenção de proporcionar aos Espíritos em fase
de evolução todas as oportunidades de aquisição de conhecimentos e experiências
de que necessitam, para poderem atingir a suprema perfeição.
No globo terráqueo, Deus colocou uma classe de Espíritos em
relativa igualdade de conhecimentos, formando a sua população de cerca de dois
milhões de anos. A maioria desses Espíritos aqui aportou das regiões siderais
um sem-número de vezes, adquirindo em cada uma delas um novo grau de
experiências, sempre correspondentes a um novo grau de progresso espiritual.
Todos os Espíritos assim reencarnados sempre gozaram da
faculdade do livre arbítrio, utilizando-a a seu bel-prazer. Muitos,
desgraçadamente, regressavam ao Espaço tão carregados de culpas, que ao invés
de progredirem, haviam regredido em sua passagem correspondente pela Terra.
Vossa História está repleta de episódios terríveis, de
prisões, sacrifícios, morticínios, ordenados por homens momentaneamente
poderosos, cuja consciência de tal modo denegriram, que eles próprios se
desconheciam em seu regresso aos planos onde a verdade não necessita de ser
confessada, porque ressalta da aura de cada ser espiritual.
Esses Espíritos, entretanto, eles próprios imploraram
oportunidades de regeneração na Terra, e aqui estiveram quase todos em
situações que nem é bom descrever, para que sua serenidade atual não seja
perturbada pelas reminiscências de um passado inteiramente sepultado no pó dos
milênios transcorridos.
A Justiça Divina é, porém, tão perfeita, que ao passo que os
ordenadores, responsáveis e executores dos horrores mencionados enegreciam suas
consciências, e, por conseguinte, acumulavam trevas em torno de seus Espíritos,
enquanto isso sucedia, as vítimas das violências, dos martírios e de toda sorte
de perseguições, ganhavam um pouco de luz a mais, mercê dos sofrimentos que
tiveram de suportar.
Um número por assim dizer, incontável, de Espíritos que
freqüentaram a Terra desde os seus primórdios, tanto de dirigentes como de
dirigidos, que são afinal os mesmos em revezamento continuado, já alcançaram
planos bem mais adiantados do que este, onde mereceram viver, e de lá emitem
constantemente vibrações de amor e fraternidade para os que ainda perlustram os
tristes caminhos terrenos.
É forçoso registrar, infelizmente, que ainda vivem na Terra
Espíritos que, pelo tempo decorrido, pelo número de existências aqui vividas e
pelas freqüentes oportunidades que lhes foram proporcionadas, já deviam ter
ascendido àqueles planos de que falei, e ser hoje mentores, dirigentes e guias
espirituais da humanidade dos vossos dias. A estes, que preferiram desperdiçar
o tempo em ocupações infrutíferas até para eles próprios; a estes Espíritos que
seguidamente têm feito ouvidos moucos à palavra de Jesus e aos conselhos e
observações de seus Guias espirituais, novo destino está para ser dado, para
afastá-los de um planeta em que se estagnaram.
É bem triste dizê-lo, irmãos meus, mas é preciso dizê-lo alto
e bom som, para que todos ouçam: esses irmãos que assim desbarataram
oportunidades verdadeiramente preciosas para a sua evolução espiritual, vão
levar os elementos do progresso aqui adquiridos a um mundo bastante inferior à
Terra, onde as principais leis que regem a vida terrena ainda são
desconhecidas. É bem triste dizê-lo, repito, porém a verdade deve ser dita o
mais claramente possível para que todos a compreendam. Nosso Senhor Jesus
Cristo tudo tem feito nestes dois mil anos decorridos desde sua estada em corpo
físico entre vós, no sentido de que todos os terrenos pudessem despertar suas
faculdades latentes por meio da oração e da prática do amor ao próximo, para
atraírem as claridades que constituem o único objetivo de cada uma das
reencarnações.
Alguns efetivamente o ouviram e se dispuseram a seguir os
seus magníficos ensinamentos. Uma imensa maioria, entretanto, comodamente
instalada na agradável prosperidade de bens materiais, tem feito o que vós
denominais ouvidos de mercador e tem se deixado ficar à margem do progresso espiritual,
infelizmente.
Nem tudo, porém, está perdido, meus queridos irmãos e amigos.
Tempo será ainda, de proceder cada qual a um rigoroso exame de consciência e,
se verificar que estas palavras lhe dizem respeito, reorganizar seus planos de
vida e mudar de rumo. Mudar de rumo, sim, é bem o termo, Se seu rumo foi
traçado exclusivamente na direção da prosperidade material, cujo objetivo
natural seja a posse do maior volume possível de bens e valores terrenos, se
esse for na realidade o rumo traçado, ainda é tempo de o modificar, operando um
desvio de noventa graus que seja, na direção da única, da verdadeira fortuna
que um ser humano pode alcançar na Terra: a luz espiritual.
Foi para grafar estes conselhos que este vosso irmão foi
designado, vindo de uma região em que a paz, a luz e a serenidade, a felicidade
enfim, existem em estado permanente, com o objetivo de dizer aos homens e
mulheres da Terra que ainda é tempo, que nada ainda está perdido para aqueles
que tiverem olhos de ver e ouvidos de ouvir. Aqueles a quem minhas palavras
sensibilizarem e se decidirem a modificar seus hábitos e pensamentos, têm à mão
a fórmula mágica que lhes proporcionará a tranqüilidade presente e a felicidade
futura: orar diariamente, atraindo idéias novas, inspiração e ajuda para a sua
vida terrena. Façam isso a título experimental se quiserem e me digam depois o
resultado.
É fato bastante conhecido no mundo, e por isso só em resumo o
citarei para aqueles que o desconheçam: a fortuna reunida pelos homens em seu
incansável labor terreno não é transferível por direito divino àqueles a quem
seu proprietário imagina, no caso os filhos ou parentes próximos. Não, meus
irmãos. E isto porque, em vez de um bem, a posse da fortuna havida por meio de
herança, pode vir a constituir um mal para o herdeiro. Tendo cada Espírito
encarnado sua tarefa a desempenhar, e devendo fazê-lo em determinadas
condições, tendo nascido em lar opulento ou abastado, a parte que lhe couber
por herança diluir-se-á sem que ele o sinta, enquanto que outros herdeiros de
igual fortuna poderão conservá-la. É que o primeiro não possuía o direito
divino à herança e por isso ela fugiu de suas mãos. Aqueles que, por sua vez,
herdaram e conservaram a fortuna, esses foram ou estão sendo experimentados
numa das mais difíceis provas terrenas: a da fortuna, riqueza ou abundância. Do
bom ou mau uso que dela fizerem, por conseguinte, terão ajuntado mais luz aos
seus Espíritos, ou terão preparado uma próxima encarnação de dificuldades,
sofrimentos, ou até de miséria material, porque inclusive mendigos podem vir a
ser.
Vejam por este resumo os chefes de família que esquecem
deveres espirituais, por se encontrarem enredados no cipoal de seus interesses
materiais; vejam, irmãos meus, o quanto de riscos podem estar acumulando para
seus descendentes, com a única preocupação de os deixar bem quando tiverem de
partir de regresso aos planos do Espírito.
Meditem nestas palavras todos quantos tiverem a fortuna de as
ler, e refreiem um pouco a ambição de ganhos na Terra, em favor da
tranqüilidade e da felicidade do Espírito. Orem, orem regularmente, até por
interesse, porque unicamente para si o fazem. E da oração constante uma grande
consolação resultará.
Se precisarem de mim em algum momento, peçam a Jesus, que com
sua permissão imediatamente se aproximará de vós o vosso dedicado — Irmão Tomé.
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