O momento que a Humanidade
vive presentemente na Terra não encontra paralelo em toda a história deste
planeta. Ciclos e mais ciclos de vida já aqui se registraram em muitos milhões
de anos de existência da Terra, porém nenhum deles pode ser comparado ao momento
presente, em seu próximo desenvolvimento. Trata-se, por conseguinte, de um fato
absolutamente ímpar na história da Humanidade. Dos viventes atuais da Terra,
uma grande parcela não aguardará na carne porque terá partido de regresso ao
seu lar espiritual, de onde desceu para a sua presente encarnação. A essa parte
dos viventes atuais é que meus conselhos se dirigem, visto que, muito mais
depressa que os demais, isto é, dos que apenas acabam de ingressar no mundo,
irão necessitar de pô-los em prática sem mais demora.
Quero, pois, tornar-me o
mais explícito possível, certo como estou da necessidade premente que todos
sentem das minhas palavras, trazidas à face da Terra por determinação e
aprovação prévia do Nosso Divino Salvador. Eu bem sei que algumas perguntas se
formarão na mente de vários dos meus leitores, acerca de como pode ter vindo
manifestar-se através de um elemento não subordinado a uma confraria religiosa filiada
ao Vaticano, uma Entidade canonizada pela Igreja de Roma, em vez de o fazer por
intermédio de elemento categorizado dessa Igreja.
Reconheço com antecedência
toda a razão de semelhante pergunta mentalmente feita ou mesmo confidenciada
entre leitores, e me proponho também a respondê-la antecipadamente. O fato de
eu ter procurado comunicar-me através do irmão que da melhor disposição e
boa-vontade se prontificou a servir-me de intermediário no plano físico,
obedece a princípio decorrente de um passado distante, que me não é permitido
relatar aqui, pelo menos na confecção deste volume. Devo dizer-vos, contudo,
que este fato obedece igualmente à Lei de Afinidades que funciona eternamente entre
os Espíritos, de maneira que aqueles que ficaram no Espaço se ligam por essa
Lei aos que baixaram à face da Terra, da mesma maneira que estes últimos, por
sua vez, possuem ligações semelhantes no Espaço.
Por esta forma, quando Nosso
Senhor me destacou para transmitir a vós outros, meus queridos irmãos
encarnados, os conselhos que venho ditando semana após semana, minha primeira
preocupação, como teria sido a de qualquer outro enviado, foi descobrir um
irmão encarnado em perfeitas condições de afinidade comigo. Com a graça de
Nosso Senhor não me foi isto difícil tarefa, porque, embora desencarnados no
Espaço, os Espíritos de Deus sabem perfeitamente onde se encontram seus amigos
e afins quando reencarnados. Procurando então o irmão que me serve de
intermediário, tive a satisfação imensa de o encontrar não só convenientemente
preparado, como também ansioso de poder prestar serviço a Nosso Senhor Jesus
Cristo, a quem se encontra igualmente ligado por inquebrantáveis laços
milenares. Esta, a explicação quanto ao meu intermediário.
Explicarei agora a razão, ou
as razões, de não surgir este livro na Terra por intermédio de uma confraria
religiosa ligada à Igreja de Roma, à qual sou devedor da honra insigne de haver
sido por ela canonizado. Uma dessas razões está na própria estrutura dessa
grandiosa organização religiosa, opondo-se terminantemente à divulgação de
quaisquer conselhos, palavras, doutrina ou ensinamentos recebidos através da
mediunidade, cuja faculdade condena, embora não a possa impedir. E
encontrando-se assim a Igreja hermeticamente fechada aos ensinamentos
espirituais advindos do Alto através desta faculdade maravilhosa, fechadas se
nos encontram as suas portas para que possamos comunicar-nos com os nossos
irmãos encarnados por seu intermédio. Dizer que se possível me fora, eu teria dado
preferência à Santa Igreja de Roma, é confissão que faço de todo o coração pelo
muito que lhe sou devedor. Dizer ainda que nessa poderosa organização religiosa
se abrigam médiuns excelentes, é também uma pura verdade, porque os há
realmente. Entretanto, a rigidez de seus princípios milenares, sobretudo o
combate sem tréguas que move ao intercâmbio entre os dois planos, o dos seres
encarnados e o dos Espíritos, invalida qualquer tentativa do Espaço em
manifestar-se por intermédio de seus sacerdotes. Isto posto, claro fica que
nenhum demérito existe no fato de divulgar estes conselhos por meio de quem o
faço, ao invés de o fazer por intermédio daquela venerável organização
religiosa.
Uma outra razão ainda existe
para proceder como venho procedendo, que é a seguinte: — Existindo na Terra um
número quase infinito de credos, seitas, religiões e filosofias, abrangendo
toda a população civilizada do Planeta, a preferência que Nosso Senhor tivesse
dado a qualquer delas poderia suscitar restrições das demais em prejuízo dos
respectivos adeptos, os quais ficariam privados do conhecimento destes
conselhos, ou seja, deste chamamento da undécima hora, lançado na Terra sob a
direção de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Utilizando, pois, um elemento
desligado de quaisquer compromissos religiosos, abrigando embora em seu coração
uma grande admiração e devotamento à causa de Jesus de Nazareth, foi o elemento
escolhido para grafar no papel estes conselhos de amor e fraternidade, ditados
pela misericórdia do Divino Salvador aos seus guiados da Terra.
Eis, amigos meus, irmãos
meus, a resposta antecipada às perguntas que poderão ocorrer-vos, durante a
leitura deste livro abençoado por nosso Senhor Jesus Cristo e que, para sua
maior alegria, deveria ser vertido em tantos idiomas quantos forem os usados na
Terra, para que o maior número possível de encarnados possa deles aproveitar o
que puder.
Irmãos meus, amigos meus;
milhões de encarnados estão sendo preparados no Alto durante o período de
repouso do corpo nas noites da Terra, para poderem enfrentar e vencer a
tempestade que se aproxima. Entre esses milhões, muitos de vós se encontram,
mas infelizmente não conseguis recordar-vos ao retomar o corpo pela manhã. Um
meio apenas existe para isso, do qual falei em capítulos anteriores, que é a
meditação diária na hora de deitar. Se não levais à conta de insistência
desnecessária a minha recomendação, eu vos direi uma vez mais: experimentai,
irmãos meus; experimentai uma semana a seguir praticando a meditação antecedida
da prece, certos de que vosso coração se alegrará com o resultado conseguido
mesmo a título experimental. Por esse simples resultado, ser-vos-á fácil
avaliar o que podereis receber, quando vos entregardes à prática da meditação e
da prece com sincero devotamento.
Praticai, pois, sem
esmorecimento. Se tiverdes algum problema cuja solução se afigure difícil,
pensai nele durante a meditação, e vereis com alegria quão fácil vos foi
solucioná-lo. E por quê? Algum milagre? — perguntareis. Não, meus queridos; a
explicação é simples. Entrando no estado de meditação, vosso Espírito penetrou
em planos superiores onde obteve esclarecimentos sobre o vosso problema, encontrando
também ali a cooperação amável de Espíritos afins com o vosso que procuraram
ajudar. E desses esclarecimentos e cooperação resultou a solução que antes
parecera difícil. Vosso Espírito adquiriu igualmente, no plano visitado, idéias
e inspiração de que necessitava, tornando-se dessa maneira apto a realizações
antes desconhecidas. Nada de milagre, pois. Apenas cooperação, cooperação e
nada mais.
Aqui se despede por hoje o
vosso sempre dedicado servidor — Irmão Tomé.