O Senhor do Mundo procede ao
chamamento dos seus guiados terrenos para o cumprimento de deveres milenares
muito sérios, que os mesmos têm descurado cumprir durante as existências
passadas. São deveres inerentes a todos os Espíritos em evolução, e que não
podem ser por mais tempo postergados.
Não ignoram os homens e
mulheres do momento terreno, os compromissos assumidos ao baixarem ao planeta
em sua presente encarnação, mas apenas os não recordam, mergulhados como estão
no que chamam a “defesa dos seus interesses materiais”. O Senhor do Mundo bem
compreende a situação de cada um nesse particular, e por isso deliberou
aproximar-se dos encarnados para lhes recordar esses deveres e chamá-los ao seu
cumprimento.
Os deveres em referência não
importam de maneira alguma no abandono dos interesses materiais dos filhos
encarnados, absolutamente. Importam, isso sim, em voltarem seus pensamentos
também para aquela Fonte Suprema do Bem, que é Deus, e orar de todo coração em
seu próprio proveito.
Voltando seus pensamentos
para Deus ao fim de cada dia de trabalho, os filhos encarnados estarão
recebendo em seu coração eflúvios altamente benéficos para sua existência
terrena, e, por conseguinte, para a sua felicidade.
A vida, tal como está sendo
vivida pela maioria dos encarnados, afasta-os lamentavelmente de seus
verdadeiros objetivos espirituais, que consistem na aquisição de luzes e
bênçãos através de boas obras, o que só existe em escala insignificante.
Observada então do Alto, a vida que está sendo vivida pela grande maioria dos
Espíritos encarnados, ressente-se da falta de harmonia e de amor até para com
eles próprios, notando-se uma acentuada tendência para a materialidade
grosseira, a terminar nos desregramentos.
Observa-se com tristeza, ainda,
o encaminhamento errado que está tomando a mocidade atual, toda ela constituída
de Espíritos já possuidores de envergadura moral e de um regular patrimônio
espiritual, mas que, a prosseguir como vai, por falta de autoridade dos pais,
terminará convulsionando o próprio ambiente em que nasceu, com grave prejuízo
para a coletividade e para si mesma.
O Senhor do Mundo, que
tantas esperanças depositou e ainda deposita nos jovens do momento terreno,
elaborou planos destinados a modificar a situação presente, entre os quais se
encontra um apelo aos pais e mestres, para que tratem de incutir preceitos de
moral cristã nos Espíritos dos filhos e alunos, a fim de ser tentada, com
probabilidade de êxito, a salvação destes Espíritos.
As doutrinas políticas em
choque no mundo representam simplesmente ambições e interesses de domínio sobre
a Terra, o que o Senhor do Mundo não pode tolerar por mais tempo.
Assim, pois, desejo
dirigir-me hoje a todos os jovens de ambos os sexos presentemente na Terra,
para lhes dizer que o momento que estão vivendo será decisivo em suas vidas.
Desejo convidá-los à meditação e à prece diária da qual muito carecem para
poderem atravessar os obstáculos em breve colocados em sua frente. Desejo
advertir-vos, jovens que cursais as universidades ou vos preparais para isso,
que a falta da meditação e da prece diária pode lançar-vos em tão profundo
abismo como jamais podereis imaginar. A meditação e a prece diária, meus
queridos jovens, têm o mérito de afastar de vós os maus conselheiros invisíveis
que tudo fazem para perder-vos, quero dizer, para impedir que realizeis os
planos magníficos que preparastes no Espaço para realizar na Terra, e se
encontram gravados em vossa memória espiritual. A meditação e a prece diária
farão com que os vossos projetos, tão pacientemente elaborados com a finalidade
de contribuirdes para o adiantamento do planeta, vos sejam pouco a pouco
revelados em vossa memória terrena, e bem cedo vos dediqueis à sua realização.
Jovens de hoje, meditai um
pouco no que aí fica, e vereis como tem razão este vosso irmão mais velho, no
conselho que aqui vos deixa. Se ingressastes nas universidades da Terra, deveis
dar graças a Deus por isso, porque milhões de outros jovens não o conseguiram.
E por que tereis vós sido conduzidos por mão divina à Universidade que cursais?
Julgais porventura que isso aconteceu unicamente por vossa vontade? Em resposta
devo dizer-vos que milhões de outros jovens também abrigaram e abrigam desejos
de estudar como vós, tiveram e têm vontade de subir estudando, e no entanto não
o conseguiram na presente encarnação. Vós o conseguistes porque a mão divina
vos amparou e conduziu aonde vos encontrais. E para quê? Podereis dizer-me? Não
foi certamente para vos tornardes elementos de agitação e de desordem, tentando
perturbar a paz e a segurança dos vossos irmãos terrenos. Não foi certamente,
irmãos meus, para vos tornardes ponto de apoio de teorias subversivas que
falharam e falham nos países em que a ambição e a treva conseguiram
implantá-las. Não, meus queridos jovens; não foi para isso que a mão divina vos
conduziu às universidades terrenas, e sim para estudar, para desenvolver e
recordar em vossa memória física conhecimentos adquiridos no passado, e dos
quais necessitais para as vossas realizações. Sim, irmãozinhos meus, foi para
estudar, recordar e aperfeiçoar conhecimentos, que ingressastes na escola em
que hoje vos encontrais.
Mas eu bem sei que este
também é o vosso desejo, o objetivo de vossas preocupações, o sonho dos vossos
sonhos: melhorar as condições da vida atual, distribuindo o amor e a justiça
entre os homens. Escutai-me, porém. Primeiro tratai de preparar-vos
convenientemente; dedicai o vosso tempo só e só aos vossos estudos que são árduos
e precisais dominá-los. E como sois médiuns todos vós, vosso ascendente
mediúnico está sendo utilizado por vibrações maléficas que intentam
transformar-vos em instrumentos da desordem e do mal, para prejuízo
inteiramente vosso. Guardai bem isto: duas forças vos acompanham os passos
desde o vosso nascimento. Uma delas, projetada pela Mente Divina, ampara-vos,
ajuda-vos e vos conduz para a frente e para cima em vossos sinceros propósitos.
A outra espreita muito de perto as vossas fraquezas, explora as vossas
tendências, mínimas que sejam, para o lado inverso, procurando desviar-vos dos
vossos verdadeiros objetivos. Se à última vos mostrardes acessíveis, se lhe
aceitardes as sugestões que ela sopra sorrateiramente aos vossos ouvidos, ah!
meus queridos; muito mais cedo do que podereis imaginar tereis perdido vossa
atual encarnação, para não contardes com outra nos próximos milênios.
Vou tentar ilustrar o meu
pensamento com uma imagem que certamente conheceis. Foi na vida de Nosso Senhor
que o fato teve lugar. Havia o meigo Nazareno procurado refugiar-se da confusão
do mundo, afastando-se para o deserto a fim de ali poder meditar mais
tranqüilamente no caminho a seguir, depois da morte de João Batista. Deveis
conhecer bem o fato porque ele vem relatado na Bíblia que todos ledes. Pois
bem; entregava-se Nosso Senhor à meditação, quando surge uma Entidade
dizendo-se possuidora de poder como ninguém mais, e oferece ao Senhor o domínio
absoluto sobre a Terra, em troca de bem pequena coisa. Dar-lhe-ia riquezas,
poder, e todas as coisas que imaginar pudesse, em troca, vede bem, em troca
apenas de sua adoração à referida Entidade. Bem pouco, não é verdade, meus
queridos? Este pouco, como sabeis, importava nada menos que em repudiar seu
amor e obediência ao Pai Celestial que o enviara, para se consagrar ao Espírito
das trevas. O resultado todos vós o conheceis: Jesus de Nazareth repeliu a
oferta, e o impostor desapareceu no mesmo instante, ao ver malograda sua
tentação ao Senhor.
Colocai em vós mesmos a
imagem que vos recordo, porque vós igualmente vindes sendo tentados a deixar o
caminho certo em que a mão divina vos colocou, porque necessita do vosso
concurso, da vossa dedicação à obra do progresso moral da Terra, para serdes
nada mais que instrumentos da destruição e da morte dos vossos irmãos.
Escolhei, por conseguinte, o lado que vos parecer melhor, e que só pode ser o
do estudo sincero, da meditação e das realizações científicas que Nosso Senhor
vos confiou. Que o não decepcioneis, são os votos e o conselho que aqui vos
deixa este vosso dedicado amigo — Irmão Tomé.
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