A humanidade atual, tanto
quanto a que anteriormente perlustrou os caminhos terrenos, ainda está
infelizmente imbuída da falsa idéia de que é preciso enriquecer materialmente
para poder desfrutar situações de abastança, e prosperidade, como única razão
de sua existência.
Nada mais errado do que
semelhante conceito, nada mais falso do que tal convicção, filha do
desconhecimento das leis do amor e do progresso moral que regem a vida em todos
os mundos do Universo.
Tivessem os seres humanos um
pouco mais de conhecimento daquelas leis, dispusessem os homens e mulheres de
um pouco do seu tempo para meditar nos verdadeiros motivos de sua vinda à
Terra, uma, duas, dez, vinte e mais vezes no decorrer de sua existência como
seres humanos, tivessem todos um pouquinho mais de tempo para isso, e muitas
desgraças, muitos crimes, muitas infelicidades deixariam de existir ao longo da
existência humana.
Exatamente porque uns e
outros insistem em cuidar apenas dos interesses da matéria, visando
exclusivamente à sua elevação entre os semelhantes à custa da posse da fortuna
perecível, é que surgem os desentendimentos na sociedade humana, mercê de
ambições que crescem de todos os lados, superpondo-se lamentavelmente ao
primado do Espírito.
O primado do Espírito, que
todos sabeis ser o predomínio dos interesses espirituais sobre os da matéria,
significa para o ser humano a construção segura de sua verdadeira felicidade. É
preciso esclarecer devidamente que o primado do Espírito é a única força a
impulsionar a vida terrena dos encarnados, e é também a única que sobrevive,
uma vez terminada a vida do corpo de cada um.
Ora, bem. Explicado assim
que o encarnado nada mais é que um Espírito revestido de carne e ossos em sua
estrutura física, e que tudo isso voltará a se desagregar ao cabo de uma
existência demasiado curta, pois que em média ainda não atinge sequer a oitenta
anos — por que esse empenho denodado da grande maioria dos homens e mulheres de
hoje, como o foram inúmeros do passado, em querer a todo custo reunir fortuna
para que esta por sua vez se desagregue após sua partida, de regresso ao mundo
espiritual?
Irmãos meus, já
compreendestes bem que eu me empenho em esclarecer vossa mente física acerca do
vosso próprio objetivo neste mundo, que é exatamente a aquisição de luz para o
vosso Espírito. Infelizmente porém, nem todos manifestam desejo de aprofundar o
assunto, sob a alegação de lhes faltar tempo e disposição para isso. Como eu
lamento, irmãos meus, que tal pensamento manifesteis! Gostaria de poder eu
próprio penetrar em vosso coração e nele gravar esta grande verdade bíblica:
Ninguém consegue servir a Deus e Mamon. Ninguém consegue viver para o dinheiro,
para a fortuna, para a abastança, vivendo ao mesmo tempo para o seu verdadeiro
interesse. Deus, no caso da parábola, é o próprio indivíduo espiritual, é o
Espírito que na Terra construiu um organismo físico desde o ventre materno e o
alimenta através do tempo, até ao fim de sua peregrinação por este mundo terreno.
Ao passo que Mamon é o interesse pura e simplesmente material, ligado
exclusivamente à matéria perecível até ao seu desagregamento. Ninguém, por
conseguinte, poderá viver ao mesmo tempo para os dois senhores, porque seus
desígnios se distanciam cada dia que passa.
Enquanto, porém, os que
vivem para o Espírito, pensando, agindo, operando em termos do Espírito, se
sentem cada dia mais integrados nas leis divinas, ou no próprio Deus, sentindo
a paz no coração, a tranqüilidade de consciência, a felicidade enfim, aqueles
que cultivam as leis de Mamon que são as leis da matéria, perecível como essas
mesmas leis, sentem no íntimo do ser a intranqüilidade, o temor, o receio de
que a roda de sua fortuna possa vir a desandar, reduzindo a nada os seus
castelos de cartas ou de areia que não resistem ao mais leve vendaval.
Uma vez esclarecida a
diferença, será o caso de se perguntar a cada um dos leitores destes conselhos:
Qual dos dois caminhos prefere você: o de Deus ou o de Mamon?
Bem certo estou de que nenhum
dos meus leitores vacilará um só instante em sua resposta em favor do caminho
de Deus. Em verdade, irmãos queridos, não pode haver dúvida na escolha. E bem
felizes se encontrarão a partir de agora os que, desconhecendo certos
princípios espirituais, levaram vida cem por cento terrena, por assim dizer,
até ao momento presente.
Todo interesse puramente
material entrou em declínio na face da Terra, uma vez que a Terra mesma
converter-se-á, muito breve, num dos mundos espiritualizados. Notai que eu não
digo Mundo Espiritual, por ser isto impossível; porém mundo espiritualizado,
onde deverá começar a predominância do primado do Espírito.
E o que vem a ser o primado
do Espírito? — perguntareis vós. Eu vos responderei pleno de satisfação que o
primado do Espírito é a característica de todos os mundos evoluídos. Um mundo
em que predomine o primado do Espírito, é um mundo onde a paz e o entendimento
fraternal entre seus habitantes constitui a sua constante, onde as lutas
fratrícidas, os apetrechos bélicos, as condições de domínio de uns sobre os
outros, a discriminação racial, foram completamente banidos. O primado do
Espírito é, numa palavra, o ideal na vida de todos os povos espiritualmente
evoluídos.
Os mundos onde o primado do
Espírito exerce completa predominância, permutam-se continuamente mensagens de
amor e fraternidade, possuindo comunicações tão rápidas e perfeitas entre si,
muito semelhantes ao vosso sistema de telecomunicações. Do Alto têm sido observados com
muito carinho os esforços dos cientistas terrenos em suas tentativas de
comunicação com outros planetas do sistema solar em que viveis. Embora isto já
represente um certo adiantamento científico em vosso tempo, tais objetivos não
serão concretizados antes das transformações por que está próxima de passar a
humanidade de hoje, assim como as condições peculiares da própria Terra. Quando
a massa de pensamentos bons, sadios, puros, elevados, sobrepujar a de
pensamentos grosseiros, ambiciosos e maus, aí sim, poderemos esperar para breve
a ligação interplanetária, independente de foguetes nem de satélites
artificiais. Essa ligação se fará através de meios outros que surgirão na Terra
aproximadamente dentro de meio século, e muito há de contribuir para o
adiantamento da humanidade da época.
Isto tudo, irmãos queridos,
só pode acontecer com o apoio e orientação das Forças do Bem que superintendem
a vida desta humanidade de hoje. Vós todos que me ledes podeis começar a
contribuir desde hoje para essa desejada era, reformando vossa própria maneira
de viver, abandonando velhos hábitos incorretos ou malsãos que têm dificultado
até agora a vossa iluminação espiritual, pelo desconhecimento dos princípios de
que ora venho falar-vos.
Se Nosso Senhor Jesus Cristo
puder receber de cada um de vós, ao fim do vosso dia de trabalho, a prece de
agradecimento com o pedido daquilo que vos falte, podeis ter então a certeza
certa de estardes contribuindo seguramente para o advento da era de paz e de
felicidade em que muito justamente desejareis viver.
Fazei isso meus queridos, e,
sempre que alguma dúvida vos ocorrer neste caminho, chamai sinceramente por
este vosso dedicado amigo que logo estará convosco, o vosso — Irmão Tomé.
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