Aqueles, dentre os Espíritos
encarnados da atualidade, que tiverem a ventura de percorrer o olhar pelas
páginas deste repositório de conselhos fraternos, podem considerar-se a si
mesmos criaturas privilegiadas. E isto porque dificilmente se lhes deparará
outra oportunidade em toda a sua existência atual.
Os conselhos que neste
volume se contêm não foram ditados ao correr da pena, como se usa dizer entre
vós em relação aos escritos ligeiros para a imprensa, ou amigos que tudo podem
aceitar sem maior exame. Não, amigos meus; estes conselhos que venho
transmitindo à Terra, graças à boa-vontade e dedicação do médium, são
preparados no Alto, semana após semana, e em seguida submetidos à aprovação do
Senhor, para somente após serem grafados no papel para que possam ser
divulgados na Terra.
Vê-se, por aí, que se trata
efetivamente de aconselhar só o que passa servir aos Espíritos encarnados da
hora presente, mostrando-lhes o que de urgente têm a fazer em benefício de sua
própria felicidade. Fica assim esclarecido que o mensageiro do Senhor procede
com o máximo escrúpulo de consciência, ao transmitir-vos os conselhos que
ilustram estas páginas, para edificação dos meus queridos irmãos terrenos.
Existe presentemente nos
planos mais próximos à Terra uma inusitada movimentação de desencarnados, em
virtude das determinações vindas de mais alto no sentido de proceder-se desde
já ao afastamento de quantos tiveram selada em definitivo sua vida na Terra.
Trata-se de Espíritos a quem a misericórdia divina concedeu todas as
oportunidades possíveis de evolução no solo terreno, e aqui viveram séculos e
séculos, até milênios, persistindo porém no agarramento às coisas materiais, e
mais que isso, iludindo, traindo, enganando, prejudicando aos seus
contemporâneos de todas as maneiras, inteiramente descurados dos seus deveres
para com o próximo e para com Deus.
Estes Espíritos vão, assim,
aumentar a população humana de outros mundos mais de acordo com sua formação
moral, desanuviando ao mesmo tempo o ambiente vibratório interligado à Terra. É
doloroso dizê-lo, irmãos meus, mas infelizmente, estes nossos irmãos também,
perseveraram em mostrar-se surdos aos conselhos seguidamente recebidos do Alto
cada vez que lhes foi permitido reencarnar, do mesmo modo que surdos sempre se
mostraram à palavra de quantos da Terra se esforçaram em os conduzir ao caminho
do bem e da ordem. E como não pode haver mal que sempre dure, ei-los que estão
seguindo nova onda de vida, a fim de adquirirem experiência e elevação moral
que só o sofrimento lhes poderá proporcionar.
A movimentação que nesses
planos se processa, podeis imaginá-la como se numa praça de proporções imensas
se encontrasse enorme multidão aguardando vez de tomar lugar no transporte
gigantesco que se aproxima, e no qual todas aquelas almas devem embarcar.
Acreditai porém, que na inconsciência de sua inferioridade vibratória, até
entoam cânticos que na Terra aprenderam, sentindo-se, assim, menos como almas
degradadas do que como turistas em início de excursão. Que Deus se apiede
dessas almas e lhes torne menos dura e dolorosa a vida que devem encontrar nos
mundos para onde estão seguindo. Peço-vos a vós também, irmãos queridos, uma
prece do coração em favor delas, num sentimento de pura fraternidade que muito
vos recomendará no coração do Divino Mestre Jesus de Nazareth.
Ora, bem, amigos e irmãos
queridos. Analisemos um pouco as razões que terão dado causa a essa verdadeira
transmigração de almas, deste para outros planetas de vibração inferior à
Terra. Não faltou a essas almas a assistência espiritual dia após dia na Terra,
durante os muitos séculos em que aqui reencarnaram. Não lhes faltaram
igualmente Protetores Espirituais em todas as suas vidas terrenas, intuindo-as
durante o dia e aconselhando-as durante o sono do corpo, na grande tarefa de
que eram incumbidos século após século. Ao regressarem ao Espaço, ao término de
cada existência terrena, defrontando-se com sua própria consciência, raramente
se arrependiam das faltas praticadas, por graves e delituosas que fossem
algumas delas. Chegado um simulacro de arrependimento, contudo, nova encarnação
lhes era permitida com a promessa de se emendarem de vez, e ingressarem por
meio de atos e pensamentos bons no caminho do bem e da verdade que as levaria à
sua redenção. Infelizmente, irmãos e amigos meus, infelizmente, repito, todas
as promessas resultaram nulas, aumentando invariavelmente sua carga de
prejuízos morais ao fim de cada nova existência na carne. Reunidos, então, os
Conselhos Espirituais responsáveis pela vida humana na face da Terra, perante
os quais todas aquelas almas tiveram de comparecer de consciência à vista, uma
vez que no mundo espiritual não valem sofismas, uma última oportunidade foi
concedida a cada alma, para início de sua redenção espiritual. Se é certo que
um pequeno número conseguiu passar no crivo, a grande maioria delas
demonstrou-se totalmente irrecuperável na Terra, lamentavelmente.
Em face de semelhante
resultado, contraiu-se o coração de Nosso Senhor, e teve de cumprir-se o desígnio:
essas almas estão sendo deslocadas para outros pontos do Universo, mais afins
com suas próprias vibrações e um dia... quem poderá dizer quando!... todas elas
conseguirão polir suas arestas e alcançar a luz espiritual.
Eis, irmãos queridos, o que
de modo algum desejo aconteça a nenhum dos irmãos e irmãs atualmente
encarnados. Minha tarefa consiste precisamente em evitar semelhante destino a
quantos aqui se encontram, e será para mim e para o nosso Divino Mestre motivo
da maior alegria, se os conselhos aqui grafados puderem contribuir para a
salvação de todos.
Já foi dito em capítulo
anterior que é erro supor que aquele que ora o faz para agradar a Deus e a
Jesus. É erro supor que Deus ou Jesus tenham necessidade da oração dos filhos
encarnados, para ostentação de sua maior glória. Esse erro procede de
ensinamentos truncados ou mal ministrados de longas eras, e serão em grande
parte responsáveis por ele. Não, meus irmãos e amigos; quem ora, o faz
exclusivamente para si próprio, para esclarecimento, paz e felicidade de seu
Espírito, quando a oração se não destina a beneficiar algum parente, amigo ou
irmão terreno necessitado.
Deus e Nosso Senhor Jesus
Cristo alegram-se ante a oração sincera dos filhos da Terra como do Espaço, por
verem que a fé se implantou no coração de cada um deles e os conduzirá à
redenção espiritual, isto é, à sua própria iluminação. A oração tem o mérito de
produzir vibrações magnéticas que se projetam no campo mental daquele que ora,
produzindo aí os efeitos da lavanderia nas peças impregnadas de corpúsculos
nelas deixados pelo uso demasiado ou não, tornando-as desagradáveis no estado
em que ficaram. Assim o campo mental de todos os Espíritos encarnados: a
atmosfera terrena impregnada de miasmas produzidos pelos pensamentos grosseiros,
maus ou indesejáveis, vai acumulando vibrações análogas e detritos morais no
campo mental dos seres humanos, cuja limpeza — descarga — só a oração sincera
tem o poder de realizar. Esse é o maior mérito da oração. E assim sendo, sua
prática, invariável de manhã e à noite fará do Espírito encarnado uma criatura
tranqüila, feliz, bem-humorada e sã, apta a comunicar-se com Deus e Jesus para
receber tudo quanto possa desejar. Não só isto, irmãos meus; de uma criatura
que ora por devoção a si mesma, aproximam-se constantemente os Espíritos de
Deus que velam pelos encarnados, inspirando de preferência a essas criaturas as
idéias que desejam ver realizadas na Terra para o bem de todos.
Vedes, amigos meus, como é
bem diferente o significado da oração? Jesus regozija-se fraternalmente com o
filho que ora, por ver nele um filho a caminho da luz, um filho, portanto, que
a breve prazo poderá ser admitido ao Serviço Divino perante seus irmãos
terrenos. E se estas palavras tão singelas quanto verdadeiras forem lidas e
meditadas por todos os leitores deste volume, certo terá Nosso Divino Mestre
uma verdadeira legião de novos servidores na Terra. E por que não? Meu sincero
desejo é que isto aconteça para maior alegria deste vosso dedicado — Irmão Tomé.
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